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profufpiA adoção de um lockdown rigoroso, aumento na testagem da população, vacinação e rastreamento dos doentes foram as recomendações dadas na sessão plenária virtual de hoje (11) pelo professor e pesqauisador Emídio Matos, da Universidade Federal do Piauí, para combate ao colapso na rede de saúde e à pandemia do novo coronavírus no Estado.

Emídio Matos afirmou que a transmissibilidade do novo coronavírus cresceu desde a reabertura das atividades econômicas, com o índice de pessoas testadas e contaminadas pela Covid-19 passando de 15% no final do ano passado para 33,32% atualmente. Ele assinalou que a tendência é de crescimento, o que mostra a necessidade de medidas mais rigorosas.

Acrescentou o professor da Ufpi que os países que adotaram o lockdown conseguiram reduzir a transmissão do novo coronavírus e que o Lacen (Laboratório Central), sediado em Teresina, tem condições de realizar até três mil testes por dia.

Emídio Matos disse que a campanha eleitoral de 2020 e as festividades de final de ano contribuíram para aumentar os casos de pessoas acometidas pela Covid-19, o que levou ao colapso no sistema de saúde, havendo necessidade da adoção de medidas para impedir que a pandemia continue crescendo no Estado.

“Estamos vivendo o momento mais crítico da pandemia”, declarou o professor Emídio Matos, assinalando que as medidas restritivas são necessárias porque não adianta apenas aumentar a capacidade de atendimento hospitalar. Ele frisou que o Piauí pode chegar nos próximos dias a mais de cinco mil mortes pela Covid-19 se a transmissibilidade do novo coronavírus continuar aumentando.

 

Alepi

antigenoinativadoO governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram, nesta quarta-feira (10), um nova pesquisa que comprova a eficiência da CoronaVac contra as novas variantes do coronavírus que circulam no país. O estudo foi realizado em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), no Instituto de Ciências Biomédicas.


A pesquisa atesta que a vacina do Butantan é eficaz contra as três novas variantes que circulam no Brasil. "A vacina do Butantan imuniza os vacinados contra as novas variantes da Covid-19. Essa é mais uma comprovação da qualidade desta vacina, que hoje imuniza nove em cada dez brasileiros em todo o país", disse Doria.

Estudos preliminares, realizados pelo Instituto Butantan em parceria com a USP, em pessoas vacinadas, demonstram que a Coronavac é capaz de neutralizar variantes do novo coronavírus. Os dados incluíram amostras de 35 participantes vacinados na Fase III. O estudo completo inclui um número maior de amostras, que estão em análise.

De acordo com o instituto, as vacinas compostas de vírus inativado, como a produzida pelo Instituto Butantan, possuem todas as partes do vírus. Isso pode gerar uma resposta imune mais abrangente em relação ao que ocorre com outras vacinas que utilizam somente uma parte da proteína Spike (proteína utilizada pelo coronavírus para infectar as células).

"A vacina do Butantan tem essa vantagem em relação às demais, pois pode levar a uma proteção mais efetiva contra as variantes que apresentam mutação na proteína Spike", explicou Dimas Covas, diretor do Butantan.

 

Segundo o governo, outra característica da vacina inativada do Instituto Butantan é que ela consegue ter uma proteína Spike completa. As vacinas que têm fragmentos menores desta proteína têm menos chances de ser eficaz contra as novas variantes.

Nos testes realizados pelo Instituto Butantan são utilizados os soros das pessoas vacinadas (colhido por meio de exame de sangue). As amostras são colocadas em um cultivo de células e, posteriormente, infectadas com as variantes. A neutralização consiste em testar se os anticorpos gerados em
da vacina vão neutralizar, ou seja, combater o vírus nesse cultivo.

 

R7

Foto: Antonio Ferreira/TV TEM

hivcovidA epidemia de HIV nos anos 1980 representa um marco para a Ciência. Os tratamentos eficazes que surgiram ao longo das últimas quatro décadas são fruto de uma cooperação científica inédita e do trabalho de pesquisadores que ainda hoje tentam entender o vírus e suas mutações.

A estrutura utilizada nos 40 anos de estudos dedicados à descoberta de uma vacina contra o HIV, lembra Roger Tatoud, diretor-adjunto dos programas HIV na IAS (International Aids Society), que organiza a Conferência Mundial sobre a Aids na Suíça, sustentou as pesquisas e o sucesso que resultaram na descoberta dos imunizantes contra o Sars-CoV-2.

“Muitos dos centros clínicos onde foram realizados testes para a Covid-19 eram utilizados para a pesquisa do HIV. Os cientistas envolvidos nas pesquisas com a Covid-19 são os mesmos que trabalhavam em estudos sobre o HIV”, explica.


Além do investimento massivo, houve também um engajamento coletivo do mundo científico no combate à Covid-19, com aumento da cooperação e compartilhamento de dados, o que permitiu avanços em tempo recorde. Os organismos que financiam as pesquisas sobre o HIV também são os mesmos que investem nos estudos sobre o Sars-CoV-2, lembra o representante da International Aids Society.

“Houve um enorme suporte, que deve ser reconhecido, de 40 anos de investimento no HIV, que permitiu uma resposta rápida à Covid-19."

Na entrevista à RFI Brasil, Roger Tatoud disse esperar que essa mesma “energia”, seja utilizada, no futuro, na busca por uma vacina contra o HIV. Há projetos em andamento, dificultados pela complexidade do vírus, mas uma das esperanças é a utilização do RNA mensageiro, adotada com sucesso nas vacinas contra a Covid-19. Essa tecnologia poderia “driblar” a alta capacidade de mutação do HIV, fazendo com que o organismo produza anticorpos independentemente da cepa.

O pesquisador explica que o HIV é um vírus muito mais sofisticado do que o Sars-CoV-2, com cepas de diferentes famílias, o que dificulta o desenvolvimento de uma vacina.

“Como vírus da Aids varia muito, bem mais do que o vírus da Covid-19, e tem muito mais variantes, os anticorpos, isolados, não reconhecem todas as cepas”, explica Tatoud sobre a dificuldade de criar uma vacina utilizando métodos clássicos, onde vírus inativados ou enfraquecidos provocam uma reação do sistema imunológico que protegem o corpo.

Os cientistas detectaram até agora cinco novas variantes para o Sars-CoV-2: a britânica, a sul-africana, a brasileira, a nigeriana e a originária de Nova York. Essas mutações são esperadas e normais, explica o pesquisador.

“A natureza é assim. Os vírus mudam, alguns mais do que outros”, diz. É o caso do HIV, mas também do vírus da gripe, por exemplo. “Por isso é necessário criar uma vacina diferente todos os anos, porque a cepa muda de um ano para outro. O HIV é assim, muda muito, dependendo da população e da área geográfica.”
A triterapia, ou o famoso coquetel anti-HIV, ainda é tratamento mais eficaz no combate às cepas existentes, segundo ele. Mas há casos de resistência, que obrigam os cientistas a adaptar as moléculas para tratar os pacientes.

 

RFI