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guillainCasos raros de síndrome de Guillain-Barré (SGB) após a vacinação contra covid-19 têm sido relatados em diversos países, inclusive no Brasil, alertou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em um comunicado divulgado nessa quarta-feira (28), a Anvisa informa que, até o momento, recebeu 27 notificações de casos suspeitos de SGB após a imunização com a vacina da AstraZeneca, além de três casos com a vacina da Janssen e outros quatro com a CoronaVac, totalizando 34 registros.

A Anvisa explica que a SGB é um distúrbio neurológico autoimune raro, no qual o sistema imunológico danifica as células nervosas. Os episódios pós-vacinação (eventos adversos) também são raros, mas já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a da influenza (gripe).

De acordo com a agência, a maioria das pessoas se recupera totalmente do distúrbio. “O principal risco provocado pela síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios. Nesse último caso, a SGB pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas adequadas”, alertou a agência.

“É importante destacar que a Anvisa mantém a recomendação pela continuidade da vacinação com todas as vacinas contra covid-19 aprovadas pela Agência, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios das vacinas superam os riscos”, ressaltou a agência.

Diante dos relatos de eventos adversos raros pós-vacinação, a agência solicitou que as empresas responsáveis pela regularização das vacinas AstraZeneca, Janssen e CoronaVac incluam nas bulas dos respectivos produtos informações sobre o possível risco de SGB.

Sinais e sintomas

Segundo a Anvisa, a maior parte dos pacientes percebe inicialmente a SGB pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços).

Outra característica, acrescenta a agência, percebida em pelo menos 50% dos casos, é a presença de dor neuropática (provocada por lesão no sistema nervoso) lombar ou nas pernas. Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço.

A Anvisa destaca que pessoas vacinadas devem procurar atendimento médico imediato se desenvolverem sinais e sintomas sugestivos de SGB, que incluem, ainda, visão dupla ou dificuldade em mover os olhos, dificuldade de engolir, falar ou mastigar. “Também devem ficar atentas a problemas de coordenação e instabilidade, dificuldade em caminhar, sensações de formigamento nas mãos e pés, fraqueza nos membros, tórax ou rosto, além de problemas com o controle da bexiga e função intestinal”, acrescentou a agência.

Notificação

A ocorrência de SGB pós-vacinação contra covid-19 deverá ser relatada à Anvisa. “É imprescindível o cuidado na identificação do tipo de vacina suspeita de provocar o evento adverso, como número de lote e fabricante”, ressaltou a agência.

Profissionais de saúde e cidadãos podem notificar eventos adversos pelo e-SUS Notifica e pelo formulário web do VigiMed.

A Anvisa lembra que se o caso for de queixa técnica ou de desvios de qualidade observados em vacinas, seringas, agulhas e outros produtos para saúde utilizados no processo de vacinação, as notificações devem ser feitas pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária.

Agência Brasil

Foto: Atila Alberti/Tribuna do Paraná

pifzerA eficácia da vacina da Pfizer/BioNTech para casos sintomáticos de covid-19 pode cair de 96,2% para 83,7% entre quatro e seis meses após a segunda dose (em um intervalo de 21 dias entre as aplicações), conclui um estudo ainda não revisado por pares publicado nesta quarta-feira (28) na plataforma medRxiv.

O artigo, assinado por pesquisadores de diversos países incluindo o Brasil, ressalta ainda que a proteção contra formas graves da covid-19 permanece alta após seis meses: 97%.

A eficácia de covid-19 sintomática mencionada significa que 16,3% dos voluntários que receberam a vacina tiveram algum sintoma da doença entre quatro e seis meses após a segunda dose e que a presença do vírus foi confirmada por meio de um exame RT-PCR.

O coordenador dos estudos da vacina da Pfizer no Brasil, Cristiano Zerbini, que também assina o artigo, explica que há diferenças da eficácia após seis meses entre os países onde a pesquisa é realizada — Estados Unidos, Brasil, Argentina, Alemanha, Turquia e África do Sul.

"A queda variou de país para país. No Brasil e na Argentina, ficou em 86%, o que é muito alto, mas é um pouco menor do que os 95% observados nos dias após a segunda dose."

Zerbini acrescenta que a Pfizer já iniciou um estudo nos EUA, Brasil e África do Sul para analisar o efeito de uma terceira dose em voluntários já vacinados há pelo menos seis meses.

"Vamos necessitar de um reforço? Esse é o objetivo do estudo que está sendo feito agora aqui no Brasil, nos Estados Unidos e África do Sul. O estudo começou agora, e vamos ver se a gente tem a resposta talvez até o fim do ano."

Todavia, ele acrescenta que, como política pública, ainda não há indicação em lugar nenhum do mundo para revacinação de quem já completou o esquema vacinal.

Isto ocorre porque agora que faz um ano desde que os primeiros voluntários da vacina da Pfizer receberam a segunda dose. Ou seja, os dados de eficácia após um ano ainda precisam ser analisados e publicados.

O Ministério da Saúde deve alterar nos próximos meses o intervalo entre as doses da Pfizer, de 12 para três semanas, o que Zerbini considera "uma decisão muito acertada".

A mudança ocorrerá em meio a um possível aumento de casos de covid-19 pela variante Delta, identificada inicialmente na Índia.

Um estudo recente publicado no New England Journal of Medicine, aponta que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca oferecem boa proteção contra a cepa Delta, desde que as pessoas tenham tomado as duas doses, explica o médico.

"Se você tomar as duas doses da vacina BioNTech/Pfizer, você tem uma proteção contra a variante Delta em torno de 80% a 90%, mas precisa tomar as duas doses, uma só não adianta. Se você tomar as duas doses da vacina na AstraZeneca, vai ter uma proteção em torno de 75% contra a Delta. A eficácia das vacinas contra a Delta é um pouco menor do que contra a cepa original, mas ainda ficam em um nível bem alto para quem completa a vacinação. "

R7

Foto: Ivan Alvarado/Reuters

vaciastraNa tarde essa terça-feira, 27, o estado do Piauí recebeu, 71.100 doses de vacinas para combater a Covid-19. Foram 14.700 doses do imunizante FioCruz/AstraZeneca e 56.400 da Butantan/CoronaVac.  Está previsto ainda a chegada de 69.750 doses de FioCruz /AstraZeneca, na madrugada do quarta-feira (28), e mais 32.760 vacinas da Pfizer, na tarde de quarta às 15h30.

Este é o maior quantitativo já recebido pelo estado. Ao todo são 173.910 vacinas para aplicação de 1ª e 2ª doses pelos municípios piauienses. De acordo com o secretário de Estado da Saúde Florentino Neto, a Sesapi está preparada para entregar as vacinas aos municípios o mais rápido possível. “Como os lotes irão chegar em voos separados, nossas equipes estão preparadas para que quando todas as vacinas estiverem em solo piauiense, sejam encaminhadas com maior celeridade aos município, proporcionando que os mesmos iniciem sua vacinação” lembra o gestor.

Os imunizantes serão distribuídos aos municípios, pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), de acordo com a resolução da Comissão Intergestora Bipartite (CIB).  50% dos imunizantes serão para a população em geral de 18 a 59 anos, não contempladas nos demais grupos, 30% para grupos estabelecidos Plano Nacional de Imunização e também para 20% dos serviços essenciais escolhidos pelos conselhos municipais de saúde.

Esta semana o Piauí bateu a marca de mais de 500 mil pessoas imunizadas contra a Covid-19, seja porque tomaram as duas doses das vacinas que necessitam de duas aplicações para completar o ciclo vacinal, ou porque receberam o imunizante da Janssen, que só requer uma dose para ficar protegido.

mn

Foto: Sesapi

sinovaccoronaOs anticorpos gerados pela CoronaVac, vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac, caem para um patamar inferior seis meses após a aplicação da segunda dose na maioria das pessoas, uma terceira dose possa ter um importante efeito de reforço, de acordo com um estudo realizado em laboratório.

Em publicação, pesquisadores chineses relataram as descobertas obtidas em um estudo de amostras de sangue coletadas de adultos saudáveis de idade entre 18 e 59 anos, mas ainda não revisada por outros cientistas. De acordo com a publicação, para os participantes que receberam duas doses, com intervalo de duas ou quatro semanas entre elas, somente 16,9% e 35,2% respectivamente ainda tinham um nível de anticorpos neutralizantes acima da marca considerada importante seis meses após a segunda dose.

Essas leituras se basearam em dados de dois grupos envolvendo mais de 50 participantes cada, enquanto o teste aplicou uma terceira dose em 540 participantes no total. Quando participantes de alguns grupos receberam a terceira dose, cerca de seis meses após a segunda, os níveis de anticorpos neutralizantes depois de um período adicional de 28 dias cresceram entre 3 e 5 vezes na comparação com os patamares vistos quatro semanas após a segunda dose, mostrou o estudo.

O estudo foi realizado por pesquisadores da autoridade de controle de doenças da província de Jiangsu, da Sinovac e de outras instituições.

Os pesquisadores alertaram que o estudo não testou o efeito dos anticorpos sobre variantes mais transmissíveis e que mais pesquisa é necessária para determinar a duração dos anticorpos após a terceira dose.

Reuters

Foto: Reuters/Caroline Chia