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acesovacinaA desigualdade no acesso às vacinas contra a covid-19 entre países ricos e pobres "aumentou" e tornou-se "grotesca". É o que afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (22).

"Em janeiro, declarei que o mundo estaria à beira de um fracasso moral catastrófico se uma ação urgente não fosse tomada para garantir uma distribuição justa das vacinas contra o coronavírus. Temos os meios para evitar essa falha, mas é surpreendente como pouco foi feito para evitá-lo", disse.

Segundo um balanço da Agência AFP (Agence France-Press), com base em fontes oficiais, até 20 de fevereiro, cerca de 45% das 200 milhões de doses haviam sido aplicadas nos países do G7 (Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão). O grupo é composto por sete países ricos e democráticos que respondem por apenas 10% da população mundial.

Para tentar reverter este quadro, os membros do G7 anunciaram, em reunião realizada em 19 de fevereiro, que vão dobrar o apoio à vacinação, que chegará a U$ 7,5 bilhões (R$ 41.364.391.777,97) sobretudo por meio do programa Covax, administrado pela OMS, para levar doses suficientes de vacinas para países com menos recursos. Ao que tudo indica, no entanto, a medida ainda não surtiu o efeito esperado.

 

R7 com AFP

oxigenaçaoPor ser uma doença que atinge principalmente o pulmão, a covid-19 costuma causar dificuldades respiratórias na grande maioria dos pacientes que necessitam de internação. Mas a queda dos níveis de oxigênio do sangue pode ocorrer sem que a pessoa perceba e mesmo assim representando um risco à saúde.

Médicos explicam que algumas causas podem levar a esse quadro da redução da saturação de oxigênio, mas reforçam, principalmente, que ocorre apenas em cerca de 15% entre todos que têm covid-19.

Conforme o coronavírus se instala no corpo, ele provoca inflamações. Há quem tenha sintomas leves ou moderados. Outros experimentam sinais mais intensos da doença, principalmente após o sétimo dia.

É a partir do início da segunda semana da covid-19 que um pequeno percentual de pacientes pode apresentar queda dos níveis de oxigênio do sangue sem perceber, explica presidente da SBPT, Irma de Godoy.

"A pessoa jovem tem uma reserva respiratória muito grande, porque têm pulmões sadios. Para ela sentir a falta de ar que a preocupe, normalmente demora mais tempo. Às vezes, a pessoa tem uma atividade laboral que ela fica mais sentada, não vai perceber essa queda de oxigênio. Só vai perceber quando tiver uma queda muito grande desses níveis de oxigênio. Aí já pode haver um comprometimento maior [dos pulmões]."

Por que isso ocorre? O diretor da Divisão de Pneumologia do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), Carlos Carvalho, acrescenta que a falta de oxigenação do sangue na covid-19 pode ter duas razões — ou ser um misto das duas.

A primeira delas é pela própria inflamação causada pelo vírus quando ele entra nas vias respiratórias.

"O vírus vai causar vermelhidão e inchaço nos vasos sanguíneos do pulmão, vai entupir esses alvéolos e não vai permitir que o ar chegue nos alvéolos para entrar em contato com o sangue e fazer a troca gasosa."

Outro motivo é pelo fato de o coronavírus ter uma atividade de coagulação, provocando entupimento dos vasos sanguíneos pulmonares.

Em quadros assim, o pneumologista diz que até mesmo exames de imagem, como tomografia ou radiografia, vão mostrar que os pulmões estão "relativamente preservados".

"Mas como não passa sangue ali, o oxigênio que está no ar não consegue penetrar na corrente sanguínea porque os vasos sanguíneos estão entupidos. Aí você vai olhar o teste de oxigenação do sangue e dá muito baixo."

Como saber? A médica pneumologista Elnara Negri, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, reforça a necessidade de fazer o monitoramento da taxa de oxigênio com um oxímetro após a primeira semana de sintomas, que é justamente quando há risco de algumas pessoas (em torno de 15%) terem complicações.

"A partir do sexto dia é importante começar a medir a oxigenação de manhã e à noite e também perceber se a febre retorna."

O nível de oxigênio do sangue em uma pessoa normal deve estar em 97%, 98%. Abaixo de 93%, os médicos entendem que já pode ser um sinal de alerta.

Entenda o que é o oxímetro e como usá-lo

A presidente da SBPT ressalta que alguns indivíduos só procuram atendimento médico quando sentem falta de ar.

"O jovem também tem uma resistência maior a procurar atendimento médico, ele considera que não tem fatores de risco e não vai ter complicação. Normalmente, ele vai ao hospital quando sente a falta de ar, o que vai acontecer depois que o indivíduo já tiver uma diminuição muito grande da quantidade de oxigênio no sangue."

Elnara pondera ainda que a falta de ar é um sintoma é um indicativo de "uma fase mais avançada".

"Se for um quadro em que a pessoa está passando mal, não tem jeito, é melhor ir para o pronto-socorro", recomenda a médica, ao alertar que situações como essa não se resolvem naturalmente.

 

R7

Foto: Divulgação

astrazenecaintraApós analisar amostras de sangue de pacientes afetados, pesquisadores da Alemanha identificam mecanismo que pode ativar formação de coágulos em casos raros após a vacinação. Descoberta indica caminho para tratamento. Pesquisadores da Universidade de Medicina de Greifswald (UMG), na Alemanha, descobriram a possível causa para o raro surgimento de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam a vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, afirmou a instituição nesta sexta-feira (19/03).

De acordo com o diretor do departamento de Medicina Transfusional da UMG, Andreas Greinacher, em alguns vacinados o imunizante produziria uma resposta imunológica que ativa plaquetas sanguíneas que podem causar a trombose. Essa reação acontece normalmente quando o corpo cura uma ferida, quando o sangue coagula e fecha o machucado.

Após analisar amostras de sangue de seis pacientes que desenvolveram trombose após serem vacinados, os pesquisadores descobriram que o imunizante ativou um mecanismo que causa a formação de coágulos sanguíneos no cérebro.

Segundo a emissora pública alemã NDR, os cientistas destacam que o mecanismo foi claramente identificado, o que possibilita o desenvolvimento de um tratamento, e sugerem que, nesses casos, os pacientes recebam um medicamento para combater a trombose. Esse tratamento, porém, só deve ser aplicado em vacinados que desenvolveram os coágulos sanguíneos, e não de maneira profilática.

Na quinta-feira, pesquisadores da Noruega anunciaram que chegaram a uma hipotése semelhante. Os cientistas acreditam que a formação de coágulos sanguíneos pode ocorrer devido a uma forte resposta imunológica. Os especialistas ressaltaram, porém, que essa suspeita é, até o momento, apenas uma hipótese.

Greinacher anunciou que o resultado da pesquisa de sua equipe será submetido à revisão de outros especialistas e posterior publicação na revista especializada The Lancet. A conclusão do estudo também foi comunicada ao Instituto Paul Ehrlich, responsável pela regulação e aprovação de medicamentos na Alemanha.

Vacinação temporariamente suspensa Após relatos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas, diversos países europeus suspenderam o uso do imunizante. Médicos e especialistas em saúde pública da Europa criticaram a decisão, reiterando que estudos clínicos e a vacinação de milhões de pessoas no Reino Unido mostraram que a vacina é segura, e que não havia indícios de relação causal entre a vacina e coágulos.

Nesta quinta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu que a vacina da AstraZeneca é "segura e eficiente", porém, recomendou que seja informado aos vacinados que ela pode, em casos raros, causar trombose cerebral entre mulheres com menos de 55 anos.

Logo após o anúncio da EMA, alguns países europeus que haviam suspendido o uso da vacina da AstraZeneca comunicaram a retomada da aplicação do imunizante nesta sexta-feira, entre eles Alemanha, Itália, Lituânia, Letônia, Chipre e França.

Dificuldades na Europa e no Brasil A vacina da AstraZeneca foi aprovada para uso na União Europeia no final de janeiro, porém vem enfrentando dificuldades. Inicialmente, houve dúvidas sobre sua eficácia em pessoas com 65 anos ou mais, depois sanadas com a divulgação de um novo conjunto de dados de ensaios clínicos.

O bloco comprou 400 milhões de doses da vacina, mas a farmacêutica foi forçada a reduzir as entregas previstas devido a problemas de produção.

No Brasil, a vacina de Oxford foi a principal aposta feita pelo governo do presidente Jari Bolsonaro para imunizar sua população, por meio de um acordo assinado em julho de 2020 entre a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A previsão inicial da Fiocruz era entregar 30 milhões de doses ainda em 2020, o que não se confirmou. Houve atrasos na importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da China, e as primeiras doses do imunizante vieram prontas da Índia e foram aplicadas em brasileiros apenas em 23 janeiro deste ano.

Em seguida, um problema no equipamento da Fiocruz que coloca lacres de alumínio nas vacinas novamente atrasou o cronograma. A fundação espera entregar nesta semana o primeiro lote da vacina produzida no Brasil, com 1 milhão de doses, e em seguida elevar o ritmo de entrega.

Por esse motivo, cerca de 80% das doses de vacinas contra a covid-19 aplicadas no Brasil até agora são da chinesa Coronavac, produzida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, segundo cálculo da Rede Análise Covid-19.

 

DW

Foto: Thomas Brégardis/MAXPPP/dpa/picture alliance

casoscovidPiauí registrou nas últimas 24 horas total de 20 mortes e 1270 novas casos devido a Covid-19. O estado mantem no mês de março número altíssimo de óbitos por semana, novos casos e todas as medias moveis da doença em alta. Os dados foram divulgados pela Secretária de Estado da Saúde (Sesapi) na noite desta quinta-feira (18).

A capital segue tendo maior número de mortes. Nas últimas 24 horas perderam a vida quatro mulheres e três homens entre os números repassados.

Dos 1.270 casos confirmados da doença, 698 são mulheres e 572 são homens, com idades que variam de quatro meses a 95 anos. Oito homens e doze mulheres não resistiram às complicações da Covid-19. Elas eram naturais de Campo Maior (46 anos), Parnaíba (69 anos), Pimenteiras (89 anos), Rio Grande do Piauí (73 anos) e Teresina (42, 47, 56 e 80 anos). Já as do sexo feminino eram de Alvorada do Gurgueia (83 anos), Campo Maior (44 e 61 anos), Capitão de Campos (91 anos), Castelo do Piauí (72 anos), Parnaíba (69 anos), Pimenteiras (60 anos), Piripiri (54 anos), Teresina (61, 65 e 75 anos) e Valença do Piauí (64 anos). Três vítimas não possuíam doenças preexistentes.

Os casos confirmados no estado somam 190.385 distribuídos em todos os municípios piauienses. Já os óbitos pelo novo coronavírus chegam a 3.740 e foram registrados em 217 municípios. Ao total foram vítimas da doença: 2.167 homens e 1.573 mulheres.

Dos leitos existentes na rede de saúde do Piauí para atendimento à Covid-19, há 1.188 ocupados, sendo 762 leitos clínicos, 389 UTIs e 37 em leitos de estabilização. As altas acumuladas somam 10.986 até o dia 18 de março de 2021.

A Sesapi estima que 185.457 pessoas já estão recuperadas ou seguem em acompanhamento médico.

Campanha de vacinação

O vacinômetro, ferramenta utilizada pelo Governo para acompanhar a evolução da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Piauí, aponta que 126.451 pessoas já receberam a primeira dose de vacina no estado e 41.396 a segunda dose do imunizante.

O Painel de Monitoramento da Vacinação contra a Covid-19 pode ser acessado através do site www.saude.pi.gov.br. Os dados são atualizados a cada 15 minutos a partir da inserção de registros no sistema de informação da campanha pelos estabelecimentos de saúde.

 

cv