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Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos publicou, nesta sexta-feira (20), um artigo no Jama (Jornal da Associação Médica Americana) em que, mais uma vez, o antiparasitário ivermectina é descartado como possibilidade de tratamento para casos leves e moderados de Covid-19.

ivermectina

A conclusão se deu após a análise de 1.591 pacientes que foram diagnosticados com Covid-19 entre junho de 2021 e fevereiro de 2022. Eles foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro tomou 400 microgramas de ivermectina por quilo durante três dias; o segundo recebeu placebo.

O objetivo do estudo era verificar se a ivermectina era capaz de encurtar a duração dos sintomas ou evitar a hospitalização.

No primeiro critério, verificou-se que o tempo médio de recuperação dos pacientes foi praticamente o mesmo: 12 dias no grupo ivermectina e 13 dias no grupo placebo.

A taxa de hospitalização foi baixa e ficou em 1,2% dos pacientes em ambos os grupos.

"O resultado secundário composto de consultas de urgência ou emergência, hospitalizações ou morte foi semelhante para ivermectina (3,9%) em comparação com placebo (3,6%)", descrevem os autores.

Ao fim, os pesquisadores ressaltam que "esses achados não suportam o uso de ivermectina em pacientes com Covid-19 leve a moderada".

Nenhum estudo respeitado até hoje apresentou resultados que validem a eficácia da ivermectina contra a Covid-19.

Recentemente, uma fake news circulou nas redes sociais alegando que o NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos) indicava o medicamento.

O órgão, todavia, sublinha que a ivermectina pode ser usada somente em ensaios clínicos, e que ensaios clínicos randomizados publicados nos últimos dois anos “mostraram que o uso da ivermectina para o tratamento da Covid-19 não teve benefício clínico”.

No Brasil, as vendas de ivermectina dispararam no primeiro ano da pandemia, apesar de entidades médicas recomendassem que a droga não fosse utilizada como tratamento nem como prevenção.

Houve, inclusive, casos de transplante de fígado em indivíduos que tiveram falência hepática pelo uso indiscriminado do medicamento.

R7

Foto: Divulgação/Merck Sharp & Dohme

 

Estudo publicado na revista Science Advances descreveu, pela primeira vez, um circuito neuromuscular que liga a queima de gordura no músculo à ação de uma proteína no cérebro.

exercicios

Os resultados, obtidos por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo), ajudam a entender como a prática de exercício físico ajuda na perda de peso e reforçam a importância desse hábito para a saúde.

“O trabalho teve como objetivo estudar a ação de uma proteína chamada interleucina 6 [IL-6], que tem característica inflamatória, mas que em algumas situações, como a de exercício físico, assume funções diferentes. Nesse caso, a queima de gordura no músculo”, explica Eduardo Ropelle, professor da FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas) da Unicamp, em Limeira, que coordenou o estudo apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O grupo liderado pelo pesquisador já havia observado que camundongos que tinham a proteína injetada diretamente no cérebro começavam imediatamente um processo de oxidação da gordura no músculo da pata. Essa parte do estudo foi realizada durante o mestrado de Thayana Micheletti, bolsista da FAPESP. Micheletti realizou parte das análises durante estágio na Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.

Com os resultados, os pesquisadores buscaram entender se havia um circuito que ligasse a produção da IL-6 no hipotálamo, parte do cérebro que comanda várias funções, com a quebra da gordura observada no tecido musculoesquelético.

Essa etapa da pesquisa contou com a colaboração de Carlos Katashima, que atualmente realiza estágio de pós-doutorado no LaBMEx (Laboratório de Biologia Molecular do Exercício) da FCA-Unicamp, coordenado por Ropelle.

Estudos prévios indicavam que uma parte específica do hipotálamo, a porção ventromedial, poderia alterar o metabolismo muscular quando estimulada. Ao detectar a presença do receptor de IL-6 naquela parte do cérebro, pesquisadores brasileiros chegaram, então, à hipótese de que a ação da proteína produzida ali poderia desencadear um circuito neuromuscular, favorecendo a queima de gordura no tecido musculoesquelético.

Para demonstrar a existência do circuito, foram realizados vários experimentos. Em um deles, Katashima e os colegas fizeram um corte no nervo ciático, que liga a coluna vertebral ao músculo da coxa, em apenas uma das patas de camundongos.

Quando a IL-6 foi injetada no cérebro, a queima de gordura ocorreu como esperado na pata íntegra, mas não na que tinha tido sofrido o corte do nervo. “O experimento mostrou, portanto, que a queima de gordura muscular só ocorre graças à ligação nervosa entre o hipotálamo e o músculo”, conta Katashima. Receptores bloqueados

Restava aos pesquisadores descobrir como era feita essa ligação entre sistema nervoso e muscular. Para isso, administraram nos camundongos drogas que bloqueiam os chamados receptores alfa e beta adrenérgicos, neste caso responsáveis por receber o sinal nervoso para que o músculo possa desempenhar a função determinada pelo cérebro.

Enquanto o bloqueio dos receptores beta não surtiu tanto efeito, o “desligamento” dos receptores alfa adrenérgicos fez com que a oxidação da gordura no músculo fosse bastante reduzida ou nem sequer ocorresse.

Análises computacionais (in silico) apontaram forte correlação entre o gene da IL-6 no hipotálamo e duas subunidades dos receptores alfa no músculo, alfa2A e alfa2C. Os resultados foram validados quando os pesquisadores injetaram IL-6 no cérebro de camundongos que não produzem esses receptores específicos e os animais não apresentaram quebra de gordura no músculo.

“Uma descoberta importante desse estudo foi ter associado esse circuito neuromuscular ao chamado afterburn, que é a queima de gordura que acontece depois que paramos de fazer exercício. Isso já foi dado como secundário, mas, na verdade, pode durar horas e deve ser considerado de fundamental importância no processo de perda de peso”, aponta Ropelle.

“Mostramos que o exercício físico, além de produzir IL-6 no músculo, como já se sabia, também aumenta o conteúdo dessa proteína no hipotálamo. Portanto, os efeitos provavelmente são muito mais duradouros do que apenas durante a atividade em si. Isso mostra mais uma vez a importância do exercício físico numa intervenção contra a obesidade”, encerra Katashima.

Agência Fapesp

Foto: Pixabay

As vacinas contra o câncer podem ser acessíveis aos pacientes na próxima década, de acordo com a equipe por trás de um dos trabalhos mais bem-sucedidos contra a COVID-19. Os professores Ugur Sahin e Ozlem Tureci disseram que estão hesitantes em dizer que podem encontrar uma cura para o câncer, mas que tiveram "avanços" nos quais continuarão trabalhando.

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Eles falaram que o desenvolvimento e o sucesso da vacina Pfizer/ BioNTech contra o coronavírus, que se tornou amplamente implementada na pandemia, "devolve nosso trabalho de câncer", segundo a dupla.

O casal – entrevistado no domingo (16) no programa Laura Kuenssberg, da BBC – co-fundou a BioNTech em Mainz, na Alemanha, em 2008, e trabalhou para ser pioneiro em imunoterapias contra o câncer adaptadas a pacientes individuais.

O uso da tecnologia de mRNA veio à tona na pandemia, e o casal disse que a experiência ajudou a estimular seu trabalho. Enquanto as vacinas convencionais são produzidas usando formas enfraquecidas de um vírus, os mRNAs usam apenas o código genético de um vírus.

Uma vacina do mRNA é injetada no corpo, onde entra nas pilhas e diz-lhes para criar os antígenos que são reconhecidos então pelo sistema imunitário e prepará-lo para lutar a doença. Perguntado quando as vacinas contra o câncer podem ser acessadas por muitos pacientes em todo o mundo, o Prof. Sahin disse que isso poderia acontecer "antes de 2030".

Tureci disse a Kuenssberg: "O que desenvolvemos ao longo de décadas para o desenvolvimento de vacinas contra o câncer tem sido o vento colateral para o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus, e agora a nossa experiência nesse desenvolvimento devolvem ao nosso trabalho com o câncer”, declarou.

A professora disse ainda: "Nós aprendemos como melhorar, fabricar vacinas mais rapidamente. Nós aprendemos em um grande número de povos como o sistema imunitário reage para o mRNA", prosseguiu. Ela comentou que os procedimentos também ajudaram os desenvolvedores a aprender sobre as vacinas de mRNA e como lidar com elas.

Ela acrescentou: "Isso definitivamente vai acelerar também a nossa vacina contra o câncer". Tomando uma abordagem positiva, mas cautelosa, Prof. Tureci disse: "Como cientistas, estamos sempre hesitantes em dizer que teremos uma cura para o câncer. "Temos vários avanços e continuaremos a trabalhar neles", comentou.

Em agosto, a Moderna disse que estava processando a BioNTech e seu parceiro, a gigante farmacêutica norte-americana Pfizer, por violação de patente sobre a vacina da COVID-19 da empresa.

Perguntado sobre isso, o Prof. Sahin disse que as suas inovações são originais e que eles gastaram 20 anos de pesquisa no desenvolvimento desse tipo de tratamento e, além disso, que seguiriam lutando por sua propriedade intelectual.

3 min de leitura R7

Foto: Reprodução/Andre Pain/AFP

A pressão alta é um estado crônico que afeta 30% dos brasileiros e está associada a maior chance de desenvolver problemas cardiovasculares, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, engana-se quem acredita que o coração é o único órgão prejudicado pela doença. Pesquisas mostram que ela também está associada ao declínio cognitivo, o que inclui a demência e a perda de memória.

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Ainda afirmou o especialista cardiologista Osni Moreira Filho, atuando na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que a pressão elevada, acima de 140×90 mmHg, favorece o aparecimento de pequenas lesões dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e a ocorrência de pequenos derrames, comprometendo a circulação do sangue que leva oxigênio para o órgão. Como consequência, ocorre a morte dos neurônios e a perda da função cerebral.

Os malefícios podem ser percebidos em diversos domínios da função cognitiva como, por exemplo, a capacidade de manter o foco, realizar planejamentos, armazenar informações, se comunicar e ser capaz de reconhecer as pessoas. Segundo Osni, a pessoa que tem tendência a desenvolver o Alzheimer e é hipertenso corre uma chance maior de antecipar o desenvolvimento da doença. “Se a pessoa controlar a pressão, os casos graves podem ser adiados. Então é muito significante monitorar e tratar a pressão alta”, afirmou durante o 77º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado no Rio de Janeiro.

Uma pesquisa brasileiro publicada entre as colaborações entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) apontou que idosos hipertensos têm 168% mais chance de desenvolver algum tipo de demência.

Outro estudo divulgado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) relacionou a hipertensão a uma diminuição cognitiva e memória acelerada em adultos de qualquer idade.

A mesma pesquisa, relevada como artigo na revista Hypertension, em dezembro de 2020, também afirma que a pré-hipertensão, condição em que o paciente tem a pressão entre 121 por 81 a 139 por 89 na maior parte do tempo, também está ligado ao declínio cognitivo acelerado.

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Foto: Reprodução pexels