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A resposta global à Aids está "sob ameaça" por causa de uma reação sem precedentes contra os direitos humanos que está estigmatizando os grupos de maior risco de infecção pelo HIV, alertou a chefe do programa de Aids da ONU (Organização das Nações Unidas).

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Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids, disse que os países onde existem leis contra pessoas LGBTQ, ou que criminalizam o trabalho sexual ou o uso pessoal de drogas, são, em grande parte, os lugares que estão registrando um aumento nas novas infecções.

Estigma, discriminação e falta de educação sexual abrangente também são um problema, afirmou ela.

"Esse retrocesso — anti-direitos humanos, antidemocrático, anti-igualdade de gênero — tem colocado nosso trabalho sob ameaça", disse ela à Reuters em uma entrevista em Londres, antes do lançamento de um novo relatório da organização que ela lidera.

A Unaids tem como meta acabar com a doença como uma ameaça à saúde pública até 2030, o que Byanyima disse que ainda é possível, com vários países, especialmente na África, no caminho certo ou perto de suas metas. Mas em outras regiões, como o leste da Europa e o norte da África, as infecções estão aumentando.

"Estamos dizendo que isso pode ser alcançado. Isso não é o mesmo que dizer que será alcançado", declarou ela.

Globalmente, havia 39 milhões de pessoas vivendo com Aids em 2022, incluindo 1,3 milhão de recém-infectados. Quase 30 milhões delas estão recebendo tratamento, mas ainda houve 630.000 mortes devido a doenças relacionadas à Aids no ano passado, de acordo com dados do Unaids.

O novo relatório pede que o trabalho das organizações comunitárias seja reconhecido e financiado para ajudar a combater o estigma e a retaliação mais ampla, sob o título "Deixem as comunidades liderarem".

Byanyima disse que também há outros desafios, como financiamento e "grandes batalhas" com empresas farmacêuticas para garantir que novos produtos possam ser disponibilizados em países de baixa renda a um preço acessível.

Reuters

Foto: Freepik

A emergência de saúde pública por conta da pandemia de Covid-19 acabou, mas o vírus ainda segue infectando e sofrendo mutações. Em agosto deste ano, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso no Brasil da cepa EG.5 do coronavírus, uma subvariante da Ômicron, conhecida popularmente como Éris.

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Atualmente, essa é a cepa que está prevalecendo globalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já registrou casos do tipo em ao menos 51 países. Além disso, em 2023, até o dia 18 de novembro, foram registrados 1.717.492 casos de Covid-19 no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

Infelizmente, trata-se de um vírus que veio para ficar e deemos aprender a conviver com ele. Diante desse cenário, é preciso reforçar a proteção ao máximo. A vacinação continua sendo a melhor forma de prevenção dos casos graves que levam à hospitalização e óbitos, incluindo as variantes predominantes até o momento, principalmente nos grupos de maior vulnerabilidade, como idosos, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos.

Os imunizantes são seguros e continuam disponíveis de graça à população. Procure uma Unidade Básica de Saúde e atualize o seu esquema vacinal. De acordo com o Ministério da Saúde, todas as pessoas acima de 6 meses de idade devem ser vacinadas.

Porém, mesmo vacinado, há chance de contrair o vírus. Por isso, o Ministério também recomenda que todos fiquem atentos aos sintomas. Caso sejam similares aos de uma gripe, é fundamental que seja feito um teste. Sendo o resultado positivo, idosos (65+) e pessoas com comorbidade acima de 18 anos possuem tratamento gratuito pelo SUS (o tratamento só pode ser ministrado até o 5º dia de sintomas).

Para toda a população acima de 18 anos de idade, e para as pessoas dos grupos prioritários a partir de 12 anos de idade, que já tenham tomado duas doses da vacina monovalente, está disponível nas Unidades de Saúde a vacina bivalente, que traz uma proteção a mais: protege contra o vírus original e suas variantes. Para reduzir a transmissão do vírus, além da vacinação, o Ministério da Saúde continua reforçando a importância do conjunto de medidas não farmacológicas de prevenção e controle, que devem ser utilizadas de forma complementar:

  • Higienização das mãos com álcool 70% ou água e sabão;
  • Ventilação, limpeza e desinfecção adequada de ambientes;
  • Isolamento dos casos confirmados de Covid-19.

Os grupos de maior risco de agravamento pela doença, além dessas orientações, devem continuar a seguir as medidas de prevenção e controle não farmacológicas, incluindo o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou aglomerações.

R7

Foto: MYKE SENA/MS

Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado em maio deste ano, já mostrava o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue, e, na última semana, foram confirmados quatro casos na cidade de Votuporanga, no interior paulista. O primeiro caso, detectado em uma mulher de 34 anos, chamou atenção pela intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina.

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Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga, ações de bloqueio, que incluem a identificação da circulação do sorotipo, suspeitaram de mais sete casos. O resultado das amostras colhidas mostrou que, dos sete, três eram do tipo 3 da dengue, todos em pessoas do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos. Os casos ocorreram na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade. Os quatro pacientes estão em casa e passam bem.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que não há registro desse tipo da doença nem óbito em outros municípios do estado de São Paulo. Em nota, o governo estadual disse que monitora o cenário epidemiológico com plano de contingência, que é feito todos os anos, independentemente da linhagem.

De acordo com a Fiocruz, a dengue tem quatro sorotipos, e a infecção por um deles cria imunidade contra o mesmo sorotipo, mas o indivíduo pode contrair dengue se tiver contato com um sorotipo diferente. Como poucas pessoas contraíram o tipo 3, há risco de epidemia, porque há baixa imunidade contra esse sorotipo. “O problema é que os sintomas da dengue tipo 3 são os mesmos do tipo 1 e 2. Como muitas pessoas já tiveram os tipos 1 e 2, ao ter o tipo 3, podem desenvolver uma forma grave da doença, o que pode gerar superlotação das unidades de pronto atendimento e hospitais", diz o infectologista Kleber Luz, coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia. Por isso, alerta o cientista, é preciso ter maior vigilância sobre as formas graves da doença. "Do ponto de vista clínico, não há diferença, mas o que chama mais atenção é a gravidade do caso, por ser uma infecção sequencial. No México e na América Central, por exemplo, a doença tem causado mais mortes”, acrescenta Kleber Luz.

Entre os sintomas de alerta da doença estão: febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente, acompanhados também de sangramento na gengiva, no nariz ou na urina. Ao perceber qualquer sintoma, a pessoa deve procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima. As formas de prevenção são as já conhecidas pela população: limpeza dos quintais para evitar água empoçada, que é criadouro do inseto, e receber os agentes de saúde para fazer a vistoria em possíveis focos do mosquito Aedes aegypti.

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Foto: REPRODUÇÃO SITE/MINISTÉRIO DA SAÚDE

Dados de 2022 mostram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. Foram 100,38 mortes de mães pretas para cada 100 mil nascidos vivos, contra 46,56 de mães brancas. No caso das pardas, a incidência é de 50,36.

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O levantamento consta na Pesquisa Nascer no Brasil II: Inquérito Nacional sobre Aborto, Parto e Nascimento, elaborada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz, divulgada nesta quinta-feira (23). De acordo com o estudo, a diferença de mortalidade materna entre negras e brancas é uma realidade constante no país.

Em 2016, as mortes maternas de negras somavam 119,4 por 100 mil nascidos vivos, enquanto as de mulheres brancas eram 52,9. Durante a pandemia, em 2020 e 2021, as proporções aumentaram: 194,8 em mulheres negras e 121 para brancas em 2021. No ano anterior, 127,6 negras e 64,8 brancas.

O indicador apura mortes registradas em até 42 dias após o fim da gestação, provocadas por causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério.

Brasil assumiu compromisso das Nações Unidas de reduzir a razão para 30 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos até 2030. Causas O estudo aponta uma série de causas para a mortalidade materna maior entre a população feminina negra e parda. Entre elas, pré-natal tardio, doenças, gestação precoce, local de internação e peregrinação para conseguir fazer o parto.

Pré-natal tardio: 13,4% das mulheres pretas e pardas iniciaram o atendimento no segundo trimestre da gravidez – considerado tardio. Entre as brancas, o percentual é de 9,1%.

Morbidade: quanto à presença de uma doença na gestação, as gestantes negras apresentam os maiores percentuais. Hipertensão arterial grave (58,5% negras, 54,8% pardas e 50,1% brancas) e pré-eclâmpsia grave (26,5% negras, 25% pardas e 16,9% brancas).

Idade da gestação: a maioria das grávidas pretas e pardas tem entre 10 e 19 anos, 15,9% e 13,8%, respectivamente. As gestantes brancas são maioria nos casos de gestações após 35 anos, 18%.

Local de internação: mulheres pretas e pardas se internam mais em hospitais públicos para parto ou aborto em comparação às brancas: 66,9%, 63% e 55,2%. Por região, Nordeste tem índices mais altos de gestantes pardas (31%) e o Sudeste, de brancas (39,6%) e pretas (41,6%).

Peregrinação para o parto: Quase 20% das mulheres pardas e 19% de pretas tiveram de procurar atendimento médico em mais de uma unidade de saúde para o parto. A mesma situação foi enfrentada por 14% das brancas.

Ações O Ministério da Saúde informa que várias medidas estão sendo adotadas para reverter esse cenário.

Uma das prioritárias é a construção de 30 maternidades e 30 centros de parto normal, previstos no Novo PAC, programa de investimento do governo federal, no valor de mais de R$ 93,8 milhões. No total, o PAC na Saúde desembolsará R$ 30,5 bilhões nos próximos quatro anos em melhorias na rede pública.

Outras medidas são a contratação de 30 mil profissionais pelo Mais Médicos, até o fim do ano, que poderão oferecer pré-natal e acompanhamento das gestantes em regiões de maior vulnerabilidade social e repasse de R$ 870 milhões, neste ano, a estados e municípios para custeio de equipes multiprofissionais (nutricionistas, fisioterapeutas, pediatras, psicólogos, ginecologistas e farmacêuticos).

Agência Brasil

Foto: Freepik