• hospital-de-olhos.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg

 

Tudo começa com uma tosse intensa, coriza e febre. Esses são os sintomas iniciais do Sarampo, doença que já foi considerada muito comum na infância e tinha sido eliminada do Brasil desde 2016, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou que o país estava a um ano sem registro de casos. Hoje, autoridades de saúde observam com preocupação o retorno dessa e de outras doenças consideradas erradicadas no passado e que ameaçam a saúde pública.

epidemia

A febre amarela tomou conta de todos os noticiários no início do ano, mas essa não é o único motivo de alerta. Casos de hepatites também preocupam – a hepatite A teve um aumento de mais de 70%, principalmente entre homens. No mês de junho, o Ministério da Saúde também informou haver um alto risco do retorno da poliomielite em, pelo menos, 312 cidades brasileiras.

Por meio de comunicado, o Ministério da Saúde revelou que as baixas coberturas vacinais identificadas em todo país contribuem para esse cenário. Dados também indicam que a aplicação de todas as vacinas do calendário adulto está abaixo da meta – incluindo a dose que protege contra o sarampo. Entre as crianças, a situação não é diferente. Em 2017, apenas a BCG – vacina que protege contra a tuberculose, atingiu a meta de 90%. A Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) defende que seja feita a vacinação de 95% da população.

Segundo Lorena Souza da Silva, docente na área de atenção farmacêutica, para diminuir esse surto, seria necessário que o Brasil e os países vizinhos reforçassem a vigilância nas fronteiras e revissem os protocolos de vacinação. “A crise que afeta os países vizinhos ao Brasil é imensa e, pode sim, ter contribuído de forma preocupante para este quadro e comprometido a saúde da população bra5sileira”, destaca.

Lorena também explicou que a Lei 13.021 de 2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, propõe que as farmácias sejam também pontos de vacinação. “Seria interessante que as vacinas fossem administradas nas farmácias por profissionais farmacêuticos. Isso facilitaria o acesso da vacina para a população e, consequentemente, daria o suporte necessário para que conseguíssemos reverter esse quadro”, defende Lorena.

Confira agora quais são aos doenças que voltaram a ameaçar o país:

Sarampo – O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Os sintomas incluem febre alta acima de 38,5°C, erupções na pele, tosse e coriza.

Poliomielite – A doença é causada por um vírus que vive no intestino – o poliovírus. A poliomielite, geralmente, atinge crianças com menos de 4 anos mas também pode contaminar adultos. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas e há semelhanças com as infecções respiratórias como febre e dor de garganta, além das gastrointestinais, náusea, vômito e prisão de ventre.

Hepatite A – Também conhecida como hepatite infecciosa, é uma inflamação contagiosa que afeta o fígado e é causada por um vírus que, geralmente, é benigno. Os sintomas da doença começam a aparecer entre 2 a 6 semanas após o contato com o vírus da hepatite A e podem ser confundidos com os da gripe ou de gastroenterite leve.

Rubéola - A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, transmitida pelo vírus do gênero Rubivírus. A doença também é conhecida como sarampo alemão. Os sintomas incluem febre baixa e inchaço dos nódulos linfáticos.

Difteria - Doença transmissível aguda causada por bacilo que, frequentemente, se aloja nas amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele.   A transmissão acontece ao falar, tossir, espirrar ou por lesões na pele. Portanto, pelo contato direto com a pessoa doente.

Fonte: Bárbara Maria – Ascom Educa Mais Brasil

bebeDe acordo com relatório do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade infantil no Brasil subiu 4,8% entre 2015 e 2016, representando o primeiro aumento em 26 anos. A taxa estava caindo desde 1990, quando foram registradas 47,1 mortes para cada 1.000 crianças com menos de 1 ano. No entanto, em 2016 foram contabilizados catorze óbitos de crianças com até 1ano a cada 1.000; em 2015 foram 13,3 mortes.

Causas

O Ministério da Saúde explicou que o indicador foi afetado pela redução de 5,3% na taxa de nascimento ocasionada pelo adiamento da gestação diante da epidemia de zika que colocou o Brasil em uma emergência sanitária entre novembro de 2015 e maio de 2017.

Além disso, muitos bebês morreram em decorrência de malformação causada pela infecção pelo vírus. Na época, foram registrados 2.753 casos em todo o país. A Região Nordeste foi a mais afetada. Esses fatores provocaram uma redução do denominador usado para o cálculo da taxa de mortalidade infantil.

Ainda segundo o relatório, o fator econômico também influenciou nos resultados: o país continua a se recuperar da recessão que teve início em 2015. Muitas das mortes infantis foram causadas por doenças que poderiam ter sido evitadas caso não tivesse ocorrido a perda de renda das famílias, estagnação de programas sociais e cortes na saúde pública, que prejudicaram serviços de saúde, como a vacinação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado para a queda na cobertura vacinal em todo o mundo, o que pode permitir o retorno de doenças já erradicadas. Além disso, houve uma alta de 12% nas mortes de menores de 5 anos por diarreia, passando de 532 para 597 no mesmo período (2015-2016). As regiões Nordeste (25%), Norte (8%) e Centro-Oeste (47%) foram as que mais registraram crescimento, correspondendo a 74% das mortes.

Perspectivas

De acordo com relatório da Unicef, apesar do aumento das taxas de mortalidade infantil, o Brasil ficou abaixo da média da América Latina, que registrou dezoito óbitos de crianças por 1.000 nascimentos entre 2015 e 2016. A previsão é que o Brasil mantenha a taxa mais alta (13,6), mas nenhum número oficial de 2017 foi divulgado até o momento.

 

Veja com AFP

Wathiq Khuzaie/Getty Images/Veja

Os chamados IBP (inibidores de bomba de prótons) são comercializados desde os anos 1980 e costumam ser usados no tratamento de problemas como úlceras de estômago e duodeno, gastrites, doença do refluxo gastroesofágico, como prevenção de úlceras induzidas pelo uso de anti-inflamatórios ou AAS, no tratamento de esofagite eosinofílica e, junto com uso de antibióticos, no tratamento de erradicação do Helicobacter pylori, uma bactéria que pode levar a úlceras e câncer gástrico. Atualmente, no Brasil, são comercializados seis medicamentos desse tipo: omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazol e dexlansoprazol.


De acordo com o gastroenterologista Ricardo Barbuti, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esses medicamentos inibem o funcionamento da chamada bomba de prótons da célula parietal, um tipo de célula do estômago. Essa bomba é a responsável pela produção de ácido clorídrico no estômago. Além de diminuir a produção do ácido, os IBP podem também atuar como imunomoduladores, podendo agir em doenças imunomediadas, por exemplo, esofagite eosinofílica e mesmo na prevenção do câncer de esôfago.


omeprazolEsse tipo de remédio pode causar câncer de estômago? Foram publicados recentemente trabalhos tentando mostrar a associação do uso desses medicamentos com surgimento de câncer gástrico. Contudo, de acordo com o gastroenterologista, essas pesquisas são passíveis de críticas, principalmente por serem retrospectivas e de incluírem no grupo pacientes com várias outras comorbidades que aumentam risco de câncer gástrico, como tabagismo e obesidade. De fato, o uso de IBP pode aumentar o risco de câncer em pacientes infectados pelo H. pylori, por isso, a recomendação é que seja feita a erradicação da bactéria em pacientes que vão usar IBP de forma contínua.


O gastroenterologista explica que esses estudos mostram um aumento do risco de câncer de estômago muito pequeno. "O que se tem que ter em mente é não usar IBP quando não é necessário. Uma vez usando, a realização de endoscopias digestivas altas de tempos em tempos deve ser feita", afirma. Os IBP inclusive têm se mostrado eficazes em reduzir o adenocarcinoma de esôfago.


Esse tipo de remédio pode causar demência? Os IBP podem causar demência se o paciente evoluir para deficiência de vitamina B12. Essa vitamina, uma vez ingerida, para ser absorvida precisa se ligar a uma substância chamada de fator intrínseco, que é secretada junto com o ácido clorídrico. Havendo diminuição da secreção de ácido, ocorre também menor liberação de fator intrínseco, que dificulta a absorção de vitamina B12. Em usuários crônicos de IBP, o índice de vitamina B12 no organismo deve ser acompanhado, se seus níveis diminuírem, a vitamina deve ser reposta. A deficiência de vitamina B12 pode a longo prazo, levar à demência. Caso seus níveis sejam monitorados, não há motivo para preocupação.


Esse tipo de remédio pode ser de uso contínuo? Estes medicamentos são seguros para serem usados a longo prazo, desde que bem indicados e desde que o paciente seja acompanhado. Os IBP, como qualquer outro medicamento, podem causar efeitos adversos que passam por aumento do número de bactérias no intestino e dificuldade de absorção de ferro, vitamina B12, zinco, magnésio e eventualmente vitamina D. Isto tudo precisa ser monitorado pelo clínico que prescreve estes fármacos. Também é importante destacar que estes medicamentos não perdem eficácia quando usados a longo prazo.

 

R7

frioA chegada de uma massa de ar polar baixou as temperaturas nos últimos dias, chegando a menos de 0°C no Sul do país. Mas, para cada pessoa, o frio se apresenta de uma maneira diferente.

De acordo com o fisiologista Everardo Carneiro, professor-titular de biologia estrutural e funcional da Unicamp, a percepção do frio está relacionada a condições genéticas, metabolismo, produção de hormônios, quantidade de gordura do corpo e receptores, que são terminações nervosas da pele que detectam a temperatura.

Os hormônios da tireoide (T3 e T4), que regulam o metabolismo do corpo, são um dos principais responsáveis por algumas pessoas sentirem mais frio que outras.

De acordo com Carneiro, os hormônios T3 e T4 “respondem” ao frio. Isso significa que a temperatura mais baixa aumenta sua quantidade. O aumento desses hormônios provoca o aumento do metabolismo, o que faz com que uma pessoa sinta menos frio.

Caso a pessoa tenha problemas na produção desses hormônios, como o hipotireoidismo – baixa produção do hormônio T4 e alta do hormônio tiroestimulante (TSH), que incentiva a produção dos hormônios T3 e T4 –, seu metabolismo será mais lento e,  consequentemente, sentirá mais frio.

O endocrinologista Rogério Siliciani, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que homens tendem a sentir menos frio que as mulheres porque têm maior massa muscular, o que reflete em um maior gasto energético, que é transformado em calor corporal.

O gasto energético também está relacionado à percepção de frio, independentemente do sexo. As pessoas que se movimentam mais também sentem menos frio do que as mais sedentárias, já que há uma produção maior de calor corporal. "Quanto mais parado for o indivíduo, mais sensação de frio ele tem", afirma Siciliani.

Quanto mais gordura subcutânea, maior será a resistência à perda de calor. A idade também pode influenciar na percepção do frio. Siciliani esclarece que bebês nascem com mais gordura marrom, que está relacionada ao maior gasto energético e maior geração de calor, e, ao longo da vida, a pessoa perde esse tecido adiposo. Já os idosos sentem mais frio pela diminuição da gordura marrom e por terem menos massa muscular.

"Outro motivo é o fato de no Brasil, por não ter predominância do tempo mais frio, as pessoas se agasalham inadequadamente. Pela falta de agasalho apropriado, as mãos, por exemplo, ficam mais geladas porque, para reter calor, o coração bombeia menos sangue para as extremidades", diz Carneiro.

Para evitar essa sensação, seria necessária uma proteção mais adequada. Carneiro explica que, assim como os pêlos, as roupas ajudam a manter a temperatura corporal. A roupa não fornece calor, mas sim mantém o calor produzido pelo próprio corpo.

 

R7

Foto: reprodução