Os trabalhos de construção da Transnordestina, que terá 412 quilômetros de trilhos no Piauí, ligando o município de Eliseu Martins ao porto de Suape, em Pernambuco, estão divididos em duas etapas. A primeira delas, em andamento, corresponde à parte de infraestrutura. A segunda, à de superestrutura, corresponde à colocação de dormentes e trilhos.
No trecho piauiense, já foram construídos 4 mil metros de bueiros e está sendo construída uma ponte sobre o rio Canindé, na localidade Cachoeira, zona rural de Paulistana, com 775 metros de comprimento. A ponte terá 30 pilastras, algumas delas com 45 metros de altura. Mais sete projetos focados na construção de novas pontes e viadutos estão em andamento.
A ferrovia terá dois pátios de manobras no Estado, com previsão de conclusão para 2014. Atualmente, o empreendimento movimenta frentes de serviço nos municípios de Betânia do Piauí, Bela Vista do Piauí, São Francisco de Assis, Campo Alegre do Fidalgo, Curral Novo do Piauí e Nova Santa Rita, áreas atendidas pelo lote de Paulistana.
De acordo com a construtora Odebrecht, responsável pela execução da obra, 50% de toda a infraestrutura foi concluída, tendo como característica importante garantir a inclinação de até 15 metros a cada quilômetro da ferrovia, cuidado necessário para assegurar melhor a qualidade no transporte de cargas.
A construtora confirma que, após concluir a primeira etapa das atividades de infraestrutura no lote de Itaueira, começou a manejar recursos do local para outros lotes, principalmente para as áreas atendidas pelos lotes da região de Paulistana. O processo de transição deverá ser concluído até o fim do mês de maio deste ano.
A Transnordestina, construída em bitola larga e, em alguns trechos, mista, é uma ferrovia de classe mundial, responsável por interligar os estados do Piauí, Ceará e Maranhão, numa extensão total de 1.728 quilômetros. O empreendimento contempla também a instalação de terminais portuários de exportação de granéis sólidos, implantados estrategicamente próximos aos principais mercados consumidores e em portos capazes de operar com navios Cape Size, o que garantirá maior competitividade ao negócio.
A capacidade de transporte de cargas na ferrovia será de 32 toneladas/eixo. A produção e transporte anual chegarão a 30 milhões de toneladas, inicialmente, podendo ultrapassar 100 milhões de toneladas quando estiver totalmente sinalizada. No Piauí, as principais cargas transportadas serão minério e grãos, principalmente da região Sudeste, além de gesso proveniente da região fronteiriça a Pernambuco.