O avião Skylane fabricado pela Cessna que caiu às 18:40h de segunda-feira na cabeceira da pista do aeroporto de Teresina matando quatro pessoas, havia apresentado pane mecânica em pelo menos cinco oportunidades anteriores, segundo revelação de dois alunos e três pilotos que pediram omissão de seus nomes em provável noticiário. A manutenção, por pertencer a aeronave ao aeroclube de Fortaleza, deveria ser feita por técnicos daquela cidade. Os pilotos revelaram que no Brasil aeronaves de pequeno porte não têm o equipamento conhecido como "caixa preta".
Um especialista do SERIPA-2 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidente), órgão da Aeronáutica, procedente de Recife, estava com chegada marcada para o final da tarde desta terça-feira ou início da manhã de hoje, para fazer a investigação que visa determinar principalmente se a queda foi ocasionada por falha humana ou mecânica.
Pilotos que se encontravam numa lanchonete do bairro Aeroporto que viram a aeronave entrar em processo de "Stol" (quando perde sustentação) acreditam que o avião apresentou uma pane depois do último arremetimento patrocinado pelo piloto, que não se pode dizer ainda com precisão se era Rodrigo, o instrutor, ou o aluno concludente Marcus Escorcio, que encerraria seu curso nesta terça-feira.
Os pilotos que conversaram com este repórter sob compromisso de preservação de seus nomes, disseram não ter dúvidas de que a investigação pode precisar quem pilotava a aeronave. Eles lamentaram o fato de as aeronaves de pequeno porte voarem sem a chamada caixa preta e consideram isso um erro grande.
Revelaram ainda que o avião que caiu em Teresina estava voando há cerca de 30 anos e que o procedimento correto seria levá-lo periodicamente para Fortaleza para sua manutenção. Também disseram que alugadas ao aeroclube do Ceará estavam em Teresina três aeronaves, dois Skylane e outro que não podem dizer com precisão.
Velórios dos corpos das vítimas estão programados para à tarde
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Os corpos de Rodrigo Viana Morais, Marcos Escórcio, Marcos Ronald e Guilherme Rodrigues só deverão ser liberados por volta de 10:00h do Instituto de Medicina Legal de Teresina. Mesmo com a explosão, foi possível que os familiares fizessem o reconhecimento das vítimas apenas visualmente, já que as queimaduras ocorreram principalmente nas pernas.
A investigação do caso da estudante Júlia Rebeca de 17 anos, que foi encontrada morta após divulgação de vídeo na rede social, foi transferida de Parnaíba para a Delegacia de Crimes Virtuais em Teresina. A morte da jovem foi destaque nacional e causou comoção no Estado. A polícia tem provas de que a gravação em que a estudante aparece fazendo sexo foi postada na conta pessoal de Júlia no WhatsApp.