A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, nesta segunda-feira (24), o registro definitivo da vacina Comirnaty bivalente contra a Covid-19 da Pfizer.
O imunizante está indicado para a prevenção da Covid-19 e pode ser utilizada por pessoas a partir de 5 anos de idade. A indicação é que o uso seja apenas como dose de reforço, ou seja, só pode ser aplicada em quem já se vacinou contra a doença, com aplicação pelo menos três meses após a última dose tomada.
A vacina já estava sendo utilizada no PNI (Programa Nacional de Imunizações) do MS (Ministério da Saúde) de forma emergencial. Antes do registro definitivo, o produto era usado como dose de reforço para o público acima de 12 anos de idade com comorbidades e para maiores de 18 anos.
Bivalente
De acordo com a Anvisa, vacinas bivalentes dão maior proteção contra a doença, pois contêm uma mistura de cepas do vírus Sars-CoV-2. A Comirnaty bivalente é elaborada com a variante original, que é a cepa Wuhan, somada a uma variante de circulação mais recente, a cepa Ômicron.
No cenário internacional de regulação, a Comirnaty bivalente já tem uso autorizado pela Agência Europeia de Medicamentos (European Medicines Agency – EMA) e pela agência reguladora dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA).
Uma série de reações do nosso corpo, incluindo os sentimentos, é regulada por neutransmissores, substâncias químicas que atuam como mensageiras no sistema nervoso, transmitindo sinais entre os neurônios. Eles podem ser classificados a partir das funções que desempenham, explica a psiquiatra Julia Trindade, da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Veja a seguir quais são os principais neurotransmissores e onde atuam.
Os neurotransmissores excitatórios estimulam a atividade dos neurônios, e os inibitórios, reduzem. Já os modulatórios regulam a intensidade que tais substâncias agirão no cérebro. "Essa divisão é útil porque ajuda a entender o papel que diferentes neurotransmissores podem desempenhar no funcionamento do sistema nervoso e na regulação do comportamento", alega a psiquiatra.
Adrenalina
A endocrinologista Thais Mussi, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), explica que esse neurotransmissores é o responsável pela resposta de "luta ou fuga" em situações de estresse e perigo. A adrenalina aumenta a frequência cardíaca, a pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue, dilata as vias aéreas e as pupilas, preparando o corpo para a ação.
Serotonina
As especialistas afirmam que a serotonina é o neurotransmissor que ajuda na modulação do humor, do sono, do apetite, da função cognitiva, da temperatura corporal e do sistema cardiovascular. Thais afirma que, no apetite, ela ajuda a regular, especialmente, a vontade de carboidratos. Por muito tempo se acreditou que baixos níveis de serotonina estavam associados à depressão, mas essa ideia começou a ser derrubada com novos estudos científicos.
Endorfina
"As endorfinas são neurotransmissores conhecidos como 'hormônios da felicidade', que atuam como analgésicos naturais, proporcionando alívio da dor e promovendo bem-estar", diz a endocrinologista. Julia aponta que esse neurotransmissor é liberado em resposta à dor e ao estresse, mas também durante atividades agradáveis, como exercícios físicos, riso e nas relações sexuais.
Noradrenalina
As especialistas comentam que esse neurotransmissor desempenha um papel fundamental na atenção, em resposta ao estresse, aumentando a atenção, vigilância, frequência cardíaca e pressão arterial. Thais acrescenta que a noradrenalina também regula o humor e os ciclos de sono e vigília.
Neurotransmissores GABA
A psiquiatra esclarece que o GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso, reduzindo as atividades neuronais, o que pode auxiliar no relaxamento, redução da ansiedade, equilíbrio do humor, melhora do sono e alívio da dor. Anormalidades na função e na atividade do GABA estão associadas a várias condições neurológicas e psiquiátricas, incluindo epilepsia, ansiedade e esquizofrenia. "Acredita-se que certas substâncias, como álcool e benzodiazepínicos, atuam aumentando a atividade do GABA no cérebro, o que pode levar a sentimentos de relaxamento e calma, mas também pode contribuir para a dependência dessas substâncias", pontua Julia.
Dopamina
É responsável pela motivação, recompensa, aprendizado e movimento, sendo liberado em atividades que o cérebro interpreta como recompensadoras. Entre elas, ao comer, em relações sexuais e no uso de algumas drogas. "Distúrbios nos sistemas de dopamina têm sido associados a doenças como a doença de Parkinson e a esquizofrenia, e também a comportamentos como o vício", esclarece Julia Acetilcolina
A acetilcolina desempenha funções relacionadas à memória, aprendizado e concentração, assim como ajuda na transmissão de sinais entre nervos e músculos, permitindo a contração de músculos, e regula funções autônomas como frequência cardíaca e digestão. Por fim, a diminuição dessa substância está relacionada a casos de Alzheimer.
Consumir prebióticos, tipos de fibra encontrados em plantas que estimulam bactérias benéficas no intestino, pode ajudar a manter um microbioma intestinal saudável. Em um novo estudo, cientistas estimaram o conteúdo de prebióticos de milhares de alimentos usando literatura preexistente para descobrir quais oferecem o maior teor de prebióticos.
De acordo com o trabalho, os alimentos que oferecem a maior quantidade de prebióticos são folhas de dente-de-leão, alcachofras-de-jerusalém, alho, alho-poró e cebola. Além de apoiarem os micróbios intestinais, os alimentos ricos em prebióticos contêm alta quantidade de fibras, que muitas pessoas não consomem o suficiente.
"Comer alimentos densos em prebióticos é indicado por pesquisas anteriores como benéfico para a saúde", disse Cassandra Boyd, estudante de mestrado da Universidade Estadual de San José, que conduziu a pesquisa com o professor assistente John Gieng.
Segundo a autora, "adotar uma dieta que promova o bem-estar do microbioma ao consumir mais fibras pode ser mais acessível do que você imagina".
Cassandra apresentará as descobertas na Nutrition 2023, a principal reunião anual da American Society for Nutrition, que será realizada até terça-feira (25), em Boston, nos Estados Unidos. O que são os prebióticos
Prebióticos, que podem ser considerados alimentos para o microbioma, são diferentes dos probióticos, que contêm microrganismos vivos. Ambos podem beneficiar potencialmente a saúde do microbioma, mas funcionam de maneiras diferentes.
Estudos têm relacionado o maior consumo de prebióticos com melhor regulação da glicose no sangue, melhor absorção de minerais, como cálcio, e com indicadores de melhor função digestiva e imunológica.
Embora a maioria das diretrizes dietéticas atualmente não especifique uma dose diária de prebióticos, a Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos recomenda a ingestão de 5 g por dia. O estudo
Para o estudo, os pesquisadores utilizaram resultados científicos previamente publicados para analisar o conteúdo de prebióticos de 8.690 alimentos contidos no Banco de Dados de Alimentos e Nutrientes para Estudos Dietéticos, uma fonte muito usada por cientistas para estudar nutrição e saúde.
Aproximadamente, 37% dos alimentos no banco de dados continham prebióticos.
As folhas de dente-de-leão, alcachofra-de-jerusalém, alho, alho-poró e cebola apresentaram as maiores quantidades, variando de cerca de 100 mg a 240 mg de prebióticos por grama de alimento (mg/g).
Outros alimentos ricos em prebióticos são anéis de cebola, creme de cebola, feijão-caupi, aspargo e cereal Kellogg's All-Bran, cada um deles com cerca de 50 a 60 mg/g.
"As descobertas de nossa revisão preliminar da literatura mostram que cebola e alimentos relacionados contêm várias formas de prebiótico, resultando em maior conteúdo total de prebióticos", disse Cassandra.
A pesquisadora atesta ainda que "diferentes formas de cebola e alimentos relacionados aparecem em uma variedade de pratos, tanto como temperos quanto como ingredientes principais".
"Esses alimentos são comumente consumidos pelos americanos e, portanto, seriam um alvo viável para aumentar o consumo de prebióticos", considera.
Com base nas descobertas da equipe, Cassandra concluiu que uma pessoa precisaria consumir aproximadamente metade de uma cebola pequena (120 g) para obter 5 g de prebióticos.
Produtos que contêm trigo ocupam uma posição mais baixa na lista. Alimentos com pouco ou nenhum conteúdo de prebiótico incluem lácteos, ovos, óleos e carnes.
Os pesquisadores esperam que o estudo forneça uma base para ajudar outros cientistas a avaliar o impacto dos prebióticos na saúde e informar as futuras diretrizes dietéticas.
Eles ressaltam que mais pesquisas são necessárias para entender como o cozimento afeta o conteúdo de prebióticos e para avaliar melhor os alimentos que contêm múltiplos ingredientes.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual do Michigan, nos EUA, revelou que mulheres com histórico de endometriose apresentaram maiores concentrações de cádmio na urina, indicando uma possível ligação entre o metal pesado e o desenvolvimento da doença. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira no periódico científico Human Reproduction.
O cádmio é um tipo de metal que pode ser prejudicial para a saúde e tem uma característica especial, sendo chamado de "metaloestrogênio", porque pode agir de forma semelhante ao hormônio estrogênio em nosso corpo. Nos Estados Unidos, segundo o artigo, muitas pessoas acabam entrando em contato com o cádmio sem perceber, principalmente ao inalarem a fumaça do cigarro ou ao comerem alimentos contaminados, como espinafre e alface.
Embora outras pesquisas já tenham explorado a possível conexão entre o cádmio e a endometriose, este estudo é o mais abrangente ao utilizar a medição do metal na urina para avaliar a exposição ao longo do tempo.
Para conduzir essa pesquisa, os cientistas utilizaram dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES, na sigla em inglês), que representa a população dos Estados Unidos entre 1999 e 2006.
Eles restringiram a população estudada a pessoas com idades entre 20 e 54 anos, que também tinham informações sobre o diagnóstico de endometriose.
Os pesquisadores analisaram os dados e classificaram os níveis de cádmio em quatro grupos, conhecidos como quartis.
O primeiro quartil representa a menor exposição ao metal, e o quarto quartil representa a maior exposição.
Os resultados indicaram que as participantes que estavam no segundo e terceiro quartis tinham duas vezes mais chances de terem sido diagnosticadas com endometriose em comparação com aqueles no primeiro quartil.
Além disso, as concentrações urinárias de cádmio no quarto quartil mostraram um aumento de 60% na prevalência de endometriose.
"Ao observar os fatores de risco ambientais, como o metal cádmio, estamos nos aproximando da compreensão dos fatores de risco para essa condição”, disse em comunicado a primeira autora do estudo, Mandy Hall, analista de dados do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade Estadual do Michigan.
No Brasil, a endometriose afeta uma em cada dez mulheres. Um estudo feito pela SBE (Sociedade Brasileira de Endometriose) mostrou, neste ano, que 57% das pacientes com a doença sofrem com dores crônicas; e em 30% dos casos há infertilidade.
A endometriose é uma condição médica na qual o tecido semelhante ao revestimento do útero, chamado endométrio, cresce fora do útero. Essas áreas de tecido endometrial podem ser encontradas em órgãos próximos, como os ovários, trompas de falópio e outros órgãos pélvicos.
A endometriose pode causar dor intensa durante o período menstrual e relações sexuais, além de outros sintomas como sangramento irregular e infertilidade em algumas mulheres.
É uma condição crônica e pode afetar significativamente a qualidade de vida das pacientes, exigindo tratamento médico adequado.