Representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) participam em Brasília, da 17ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (ExpoEpi), que acontece até sexta-feira, dia 10.
Do Piauí, participam a Superintendente de Atenção à Saúde e Municípios da Sesapi, Leila Santos e a Diretora de vigilância e Atenção à Saúde, Cristiane Moura Fé. O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Jarbas Barbosa, realizou a abertura do evento.
A ExpoEpi é considerada o maior evento do país de vigilância em saúde e celebra dois marcos históricos: 20 anos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e os 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro.
Para a superintendente da Sesapi, Leila Santos, o evento é de suma importância porque orienta os gestores a trabalharem de forma integrada a política de vigilância em saúde.
“A vigilância em saúde tem que se aproximar cada vez mais da comunidade, integrando as ações. Ela provou sua importância durante o período da pandemia, quando ajudou a salvar muitas vidas”, enfatiza.
Aquela sensação de coceira e incômodo na garganta que pode ou não passar após uma tentativa de tosse — os pigarros são, nada mais, do que o acúmulo de muco, saliva ou secreções das vias respiratórias na garganta, afirma o otorrinolaringologista Iulo Barauna, do Hospital Edmundo Vasconcelos.
"Pigarro não deixa de ser uma tosse com catarro, que não é normal. É uma eliminação de secreção através de uma tosse menos intensa. Você pode estar expelindo secreções das vias aéreas superiores, como rinite e sinusite, ou como na bronquite crônica, em que há uma produção maior de muco", explica Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Em algumas ocasiões, os especialistas alegam ser comum haver pigarros, como em gripes, resfriados, sinusites e em pessoas tabagistas, que passam a ter um espessamento da saliva. Além disso, a ingestão de alguns tipos de alimento também pode gerar o incômodo, que é cessado rapidamente, assim como na desidratação e refluxo gastroesofágico.
A mudança de clima é outro fator que pode ocasioná-los. Barauna explica que o ar gelado e o seco, comuns no inverno, também promovem o acúmulo das secreções na garganta, gerando os pigarros.
Fiss reforça que nem só condições benignas podem causar os pigarros. Essas tosses, que podem ser acompanhadas de rouquidão, podem indicar câncer nas cordas vocais, garganta, pulmão ou esôfago.
"A maioria dos pigarros não está relacionada a condições malignas. Mas, em uma pessoa tabagista e que inicia sintomas de pigarro e desconforto na garganta, a possibilidade de uma origem maligna deve ser considerada e consequentemente investigada", acrescenta o otorrinolaringologista. Os médicos alegam que a persistência dos pigarros, somada a outros sintomas, como sangramentos, dores locais, dificuldade para engolir ou perda de peso inexplicada, é motivo para que se consulte um médico para verificar o prognóstico.
A análise dos pigarros consiste em uma avaliação médica completa, incluindo exames físicos com otorrinolaringologista, e pode exigir exames de precisão, como endoscopia local (nasofibrolaringoscopia) ou tomografia da região. Os médicos podem, ainda, colher uma amostra do pigarro para análise laboratorial para determinar causas subjacentes.
O tratamento dependerá da causa, incluindo hidratação adequada, uso de umidificador de ar e distanciamento de fatores irritantes, como álcool e cigarro, que são os mesmos cuidados para a prevenção. Em casos de câncer, as abordagens podem variar entre cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.
O tratamento da hepatite C no SUS (Sistema Único de Saúde) ganhará uma nova opção com alto percentual de cura a partir de novas entregas realizadas pelo Farmanguinhos/Fiocruz (Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz). A Fiocruz divulgou nesta quarta-feira (8) que o laboratório público entregou 800,8 mil unidades farmacêuticas dos medicamentos sofosbuvir e daclatasvir ao Ministério da Saúde.
Essa é a primeira vez que Farmanguinhos disponibiliza esses medicamentos ao SUS, o que se deu por meio de uma parceria de transferência de tecnologia com a farmacêutica Blanver S.A.
Segundo a Fiocruz, a combinação sofosbuvir e daclatasvir produzida por seu instituto representará uma economia de cerca de R$ 40 milhões ao ano ao SUS para o tratamento da hepatite C.
Farmanguinhos já produz o medicamento ribavirina para o tratamento de hepatites virais e agora será o primeiro laboratório público no país a produzir medicamentos associados ao sofosbuvir, que é efetivo contra diferentes tipos de vírus causadores da hepatite.
Além disso, o instituto estabeleceu recentemente um acordo para fornecer o ravidasvir, que também trata a hepatite C, em parceria com a DNDi e a farmacêutica egípcia Pharco Pharmaceuticals.
Medicamentos como o sofosbuvir e daclatasvir são as recomendações preferenciais da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o tratamento da hepatite C.
Entre 2000 e 2021, o Brasil confirmou 718.651 casos de hepatites virais, segundo o Ministério da Saúde. O Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais detalha que 168.175 (23,4%) foram de hepatite A, 264.640 (36,8%) de hepatite B, 279.872 (38,9%) de hepatite C e 4.259 (0,6%) de hepatite D.
Virar a noite acordado é, na maioria das vezes, algo desgastante e cansativo. Mas e se a ciência afirmar que ficar uma noite sem dormir pode ser um ótimo jeito de ter um bom humor e efeito antidepressivo por alguns dias?
Foi o que constataram cientistas da Northwestern University, em Illinois (EUA). Os achados da pesquisa foram publicados no científico Neuron.
“Curiosamente, as mudanças no estado de humor após a perda aguda de sono parecem muito reais, mesmo em indivíduos saudáveis. Mas os mecanismos exatos no cérebro que levam a esses efeitos permanecem pouco compreendidos”, afirma Mingzheng Wu, autor principal do estudo.
Para entender os mecanismos envolvidos nessa sensação após uma noite sem dormir, a autora correspondente Yevgenia Kozorovitskiy induziu a perda de sono aguda em alguns ratos sem predisposição genética a transtornos do humor, como os humanos.
Após uma noite sem dormir, o comportamento dos animais se alterou, tornando-os mais agressivos, hiperativos e hipersexuais quando comparados aos animais que tiveram uma noite de sono.
A partir disso, os pesquisadores analisaram a atividade dos neurônios que fazem a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de recompensa no cérebro, e perceberam que os níveis eram maiores entre os animais que não dormiram.
Foram verificadas quatro regiões do cérebro que oferecem dopamina — o córtex pré-frontal, o núcleo accumbens, o hipotálamo e o corpo estriado dorsal. Foi constatado que as três primeiras partes estavam envolvidas na secreção da substância nos casos de privação de sono.
Para averiguarem ainda mais os resultados, os cientistas "silenciaram" sistematicamente as reações à dopamina. As respostas antidepressivas apareceram apenas depois das respostas dopaminérgicas no córtex pré-frontal medial.
Enquanto isso, o núcleo accumbens e o hipotálamo se mostraram menos ligados ao efeito antidepressivo e mais à hiperatividade.
Os comportamentos hiperativos e hipersexuais desapareceram horas depois. No entanto, o efeito antidepressivo permaneceu por alguns dias, o que sugere que a plasticidade sináptica no córtex pré-frontal poderia ser melhorada.
Em análise dos neurônios individualmente, o efeito foi confirmado: as células do córtex pré-frontal formaram pequenas saliências chamadas espinhas dendríticas, características altamente plásticas que mudam em resposta à atividade cerebral. Ao desmontar a comunicação neuronal, o efeito antidepressivo foi revertido.
“O efeito antidepressivo é transitório, e sabemos a importância de uma boa noite de sono”, advertiu Yevgenia, que recomenda às pessoas que não deixem de dormir para melhorar o humor. “Eu diria que é melhor você ir à academia ou dar uma boa caminhada. Este novo conhecimento é mais importante quando se trata de combinar uma pessoa com o antidepressivo certo.”