Para desenvolver a campanha de combate às Doenças Sexualmente Transmissíveis no carnaval, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) disponibilizou aos municípios do Estado uma nota técnica com todas as recomendações e orientações, principalmente, no que diz respeito à distribuição de preservativo. A principal recomendação é desvincular a necessidade de prescrição médica para a entrega de preservativos, evitando solicitar do usuário documento de identificação e limitar a quantidade a ser entregue.
“O objeito é não constranger a pessoa que tenha interesse em adquirir o preservativo, uma vez que expor a intimidade é assunto delicado para muita gente”, explica a coordenadora estadual de Doenças Transmissíveis, Karinna Amorim. Além disso, também devem ser disponibilizados os preservativos para os indivíduos privados de sua liberdade e buscar mecanismos para ampliar o acesso das populações mais vulneráveis.
Recomenda-se também a abordagem domiciliar, incluindo a entrega de preservativos. “A ideia é que toda a comunidade, sociedade civil e outros agrupamentos sociais estejam envolvidos nas discussões de prevenção e acesso aos preservativos masculinos”, reitera Karinna.
As vitaminas E e o beta-caroteno não fornecem proteção contra o câncer e as doenças cardíacas, avaliou um grupo de trabalho dos serviços de prevenção dos Estados Unidos em um relatório publicado nessa segunda-feira, 24, no qual recomendou que se mantenha uma dieta balanceada.
Ao atualizar um estudo datado de 2003, os cientistas acrescentaram as vitaminas E e o beta-caroteno à lista de complementos ineficazes para combater estas duas doenças, as mais mortais nos Estados Unidos, e advertiram que seu consumo pode, inclusive, causar mais problemas.
"O beta-caroteno pode ser nocivo porque aumenta o risco de câncer de pulmão em pessoas que já têm alto risco" de sofrer da doença, disse o co-presidente do grupo de trabalho, Michael LeFevre, ao apresentar as conclusões do estudo baseado em várias pesquisas prévias.
A presidente do grupo, Virginia Moyer, acrescentou ter concluído que não "há evidência para determinar se tomam substâncias nutritivas, sozinhas ou combinadas, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares ou o câncer".
Apesar das advertências regulares sobre a falta de provas sobre os efeitos das vitaminas, muitas pessoas continuam tomando-as. Entre 2007 e 2010, cerca da metade dos americanos adultos tomava pelo menos um complemento vitamínico.
As mulheres grávidas são aconselhadas em muitas ocasiões a tomar vitaminas contendo ácido fólico, enquanto aos idosos se recomenda que tomem vitaminas D para fortalecer os ossos. Em vez de suplementos, o grupo aconselha manter uma dieta balanceada, com frutas, verduras, cereais, produtos lácteos sem muita gordura e peixe.
A presença de um profissional de saúde durante o parto poderia evitar 950 mil mortes de bebês por ano, segundo relatório da fundação Save The Children. O estudo identificou que 2,2 milhões de mortes ocorreram em 2012 durante o nascimento ou no primeiro dia de vida da criança.
A presença de um médico, enfermeiro ou parteira preveniria 45% dos óbitos durante o parto e 43% daqueles entre recém-nascidos. O relatório destaca que 40 milhões de mulheres não receberam nenhum tipo de assistência profissional ao dar à luz, das quais 2 milhões estavam completamente sozinhas.
A maioria delas são pobres, fazem parte de minorias étnicas, têm poucos anos de estudo ou vivem em áreas rurais.
Carência
A Save The Children estima em 7,2 milhões a carência de médicos, enfermeiros e parteiros no mundo. Além de prover os cuidados necessários durante e após o nascimento, esses profissionais são essenciais para os 10% dos recém-nascidos que precisam de ajuda apenas para respirar.
Dentre os 75 países analisados no relatório, a Somália é onde esse tipo de atendimento é o mais precário: apenas 9,4% dos partos têm a presença de um profissional de saúde. Depois vêm a Etiópia, com 10%, e a República do Chade, com 16,6%. Os melhores índices estão no Uzbequistão, com 99,6%, no Turcomenistão, com 99,5%, e Botsuana, com 99,1%.
O Brasil está na quarta posição, com 98,9% dos partos assistidos por um profissional. É o melhor índice dentre os seis países da América Latina e do Caribe analisados no estudo. "O Brasil vem fazendo seu dever de casa e implementando políticas, como o programa Saúde da Família, que encaminham para postos de atendimento gestantes pobres e que vivem em áreas de difícil acesso", afirma Denise Cesário, gerente de programas e projetos da fundação Abrinq/Save the Children.
"Isso permite fazer o acompanhamento pré-natal e encaminhar os casos complexos, que requerem mais exames e atenção", afirma Cesário. "Metade das mortes de crianças menores de um ano podem ser evitadas assim."
O estudo mostra que a maiores taxas de mortalidade nesta faixa etária são encontradas justamente onde esse tipo de atendimento é precário, como a África, o leste do Mediterrâneo e o sudeste asiático.
Obstáculo
Segundo a Save the Children, as mortes de crianças no parto e no primeiro dia de vida representam o maior obstáculo para a queda nas taxas de mortalidade infantil. Entre 1990 e 2012, o número de mortes de crianças antes de completar cinco anos caiu pela metade no mundo: passou de 12,6 milhões para 6,6 milhões. Desse total, um terço ocorreu entre o parto e antes de completar o primeiro dia de vida.
De acordo com a organização, seria necessário dobrar o ritmo do aumento do número de partos atendidos por profissionais para que todos os nascimentos tenham esse tipo de assistência até 2025. Caso contrário, a meta só será atingida em 2043
O cozimento de carne no forno, na grelha ou em frigideira libera substâncias químicas que podem aumentar o risco de desenvolver demência, sugerem pesquisadores norte-americanos. Os chamados Produtos de Glicação Avançada (os AGE, da sigla inglesa Advanced Glycation Endproducts) têm sido associados a doenças como a diabetes tipo 2.
Ratos alimentados com uma dieta rica em AGEs apresentaram acúmulo de proteínas perigosas no cérebro e tiveram a função cognitiva prejudicada.
Especialistas afirmaram que os resultados são "convincentes", embora não forneçam "respostas definitivas".
AGEs são formadas quando proteínas ou gorduras reagem com açúcar. Isso pode acontecer naturalmente ou durante o processo de cozimento.
Pesquisadores da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova York, testaram o efeito da AGEs em camundongos e pessoas. A experiência com animais, divulgada na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que uma dieta rica em AGEs afeta a química do cérebro.
Isso leva a um acúmulo de proteína defeituosa beta-amilóide - uma característica da doença de Alzheimer. Os ratos que comeram uma dieta baixa em AGEs foram capazes de impedir a produção da proteína.
Por outro lado, os ratos realizaram bem menos tarefas físicas e mentais depois de dietas ricas em AGEs. Uma análise de curto prazo de pessoas com mais de 60 anos sugere uma ligação entre altos níveis de AGEs no sangue e o declínio cognitivo.
Tratamento eficaz
O estudo concluiu: "relatamos que a demência relacionada à idade pode ser causalmente associada a altos níveis de alimentos com Produtos de Glicação Avançada . "O mais importante, a redução da AGEs derivados de alimentos, é viável e pode ser uma estratégia de tratamento eficaz."
Derek Hill, professor da University College London, comentou: "os resultados são convincentes". "Como a cura para a doença de Alzheimer continua a ser uma esperança distante, os esforços para evitá-la são extremamente importantes, mas este estudo deve ser visto como incentivador à continuidade dos trabalhos de pesquisa, mesmo sem fornecer respostas definitivas."
"Mas isso é motivo para otimismo - o estudo acrescenta evidências e sugere que o uso de estratégias de prevenção pode reduzir a incidência da doença de Alzheimer e outros tipos de demência na sociedade, o que poderia ter um impacto muito positivo em todos nós".
Simon Ridley, da organização Alzheimer's Research UK, disse: "diabetes havia sido previamente associada a um risco maior de demência, e este pequeno estudo fornece uma nova visão sobre alguns dos possíveis processos moleculares que podem ligar as duas condições".
"É importante notar que as pessoas envolvidas neste estudo não sofrem de demência. Como o tema ainda não foi suficientemente estudado, nós ainda não sabemos como a quantidade de AGEs em nossa dieta pode afetar o nosso risco de demência".