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Bactérias podem surgir após anos de uso em próteses cranianas, utilizadas principalmente em casos de AVC (acidente vascular cerebral), traumatismos cranianos e tumores para substituir parte da caixa craniana.

cranioO neurocirurgião André Gentil, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que, de maneira geral, tratam-se de bactérias de baixa virulência que podem se alojar na prótese durante a cirurgia e formar uma camada de proteção, chamada de biofilme, que as isola da ação de antibióticos, criando um ambiente propício para seu lento crescimento.

“Nesses casos, a infecção pode ficar aparente somente após muito tempo, por exemplo, em um momento de queda da imunidade do paciente”, afirma.

Ele explica que uma outra possibilidade de infecção bacteriana se dá quando um novo agente infecciona a região da prótese tardiamente, trazido pela corrente sanguínea ou por meio de uma incisão mal cicatrizada.

“Uma outra complicação tardia que pode ocorrer quando se utiliza osso para a cranioplastia é um tipo de necrose por falta de vascularização, que pode resultar na reabsorção do osso. Esse tipo de complicação parece ocorrer com mais frequência em pessoas que tiveram o osso partido em vários segmentos”, afirma.

O neurocirurgião ressalta que toda infecção deve ser tratada precocemente e de modo adequado para evitar o risco de bacteremia, quando as bactérias atingem a circulação sanguínea, e em situação mais grave, con

De maneira geral, para tratar uma infecção em uma prótese é necessário removê-la por meio de cirurgia e garantir que o antibiótico elimine a bactéria por completo. Segundo o médico, a escolha do antibiótico apropriado e o tempo do tratamento serão guiados pelo exame de cultura do material infectado. “A participação de um infectologista no tratamento é importante”, afirma.

Somente quando não houver mais sinais de infecção será realizada uma nova cranioplastia, ou seja, a colocação de uma nova prótese. Ele explica que isso pode levar semanas e até meses.

“Tratar uma infecção associada a uma prótese sem a retirada da mesma é incomum, porque os agentes infecciosos podem estar protegidos pela formação do biofilme e ficarem imunes a ação dos antibióticos”, afirma.

Não existe material que seja mais imune a infecções, de acordo com o neurocirurgião. “Uma revisão sistemática de toda a literatura médica disponível sobre esse assunto, avaliando mais de 2 mil cranioplastias, concluiu que o tipo de material utilizado não influenciou a taxa de infecções, seja osso autólogo ou material sintético”.

O neurocirurgião explica que as guerras do século 20 e o grande aumento do número de traumas cranianos impulsionaram uma busca por materiais sintéticos, em especial, metais e plásticos.

Cranioplastia tem mais de 500 anos

As cirurgias de crânio estão entre as primeiras da humanidade. Ele explica que há evidências científicas de cranioplastias feitas com metais preciosos pelos povos Incas e cirurgiões no século 16.  A frequência do procedimento aumentou mais ainda a partir do século 19, quando foram desenvolvidas técnicas de autoenxerto, nas quais ossos de outra parte do corpo são utilizados para corrigir a falha craniana.

Os índices de infecção diminuíram à medida em que se aperfeiçoaram as técnicas de assepsia e os cuidados durante e após o procedimento. Apesar da longa história desse tipo de cirurgia, ainda não existe consenso sobre qual o melhor material a ser utilizado.

"Muitos estudos foram feitos para isso, mas nenhum conseguiu comprovar de modo inequívoco um que seja de fato melhor", explica o neurocirurgião.

Já foram estudados alumínio, ouro, prata, platina, chumbo, ligas de metais, aço inoxidável, titânio, celuloide, metil-metacrilato (um tipo de resina de acrílico), polietileno, borracha de silicone, hidroxiapatita, corais e cerâmicas, entre outros.

Ele afirma que os dois materiais atualmente mais utilizados no mundo são titânio e metil-metacrilato. “Mas ambos estão sujeitos a infecção”.

Um estudo do neurocirurgião britânico Anthony Wiggins, baseado em 14 anos de experiência com o uso de cranioplastias de titânio, relatou a ocorrência de infecção em 16% dos pacientes operados.

No geral, existe uma tendência a utilizar o próprio osso do paciente para fazer a reconstrução, mas nem sempre isso é possível, porque depende de uma estrutura de banco de ossos que não está disponível na maioria dos hospitais, segundo Gentil.

Ele informa que a prática de guardar o osso na região da gordura abdominal ainda existe, mas parece estar associada a um maior índice de infecção e reabsorção.

“A vantagem de utilizar o mesmo osso, além do formato ser ideal, é estimular um processo chamado osteocondução, no qual células osteoprogenitoras ao redor do defeito craniano promovem regeneração óssea. Porém, um estudo recente analisando 950 implantes ósseos verificou que a ocorrência de reabsorção chegou a 20% e foi a principal causa de necessidade de reoperação”, afirma.

Pesquisas recentes sobre materiais sintéticos buscam alternativas que também permitam algum tipo de regeneração óssea, em um processo chamado de osteoindução.

Também têm sido estudadas formas de reproduzir o formato do osso original com materiais sintéticos baseado em exames de tomografia computadorizada, utilizando técnicas semelhantes a impressoras 3D, em um procedimento chamado de prototipagem. De acordo com o neurocirurgião, o principal fator limitante dessa técnica, por enquanto, é seu alto custo.

 

R7

Foto: Flickr/EquipeMM

A visão é um sentido dinâmico e muda conforme o tempo. Os oftalmologistas Emerson Castro e Newton Kara José Junior demarcaram os principais problemas, de acordo com cada etapa da vida.

Infância: cerca de 6% de todas as crianças até a idade escolar têm algum problema na visão. Para 95% dos problemas há solução. De todos os problemas, os mais comuns são: hipermetropia fisiológica, ambliopia, estrabismo e catarata congênita.

Atenção aos sinais de problemas na infância:

Reflexo do olho branco
Baixo rendimento escolar
Apertar os olhos para enxergar
Grudar o rosto no computador ou no livro para enxergar
Reclamar que não está enxergando
Dispersão na sala de aula
Adolescência e adulto jovem: os problemas estão relacionados ao fator genético. A miopia aparece mais nessa fase. Outro problema que pode surgir é o astigmatismo.

Aos 40 anos: é comum acontecer a famosa vista cansada, ou presbiopia. Mas é preciso ficar alerta também com o glaucoma, um problema silencioso, que não apresenta sintomas, mas pode levar à cegueira.

Idoso: após os 50 anos, alguns problemas podem surgir como a catarata. Nem sempre é preciso operar. A degeneração da parte mais nobre da visão – degeneração macular relacionado à idade (DMRI), também pode surgir.

 

G1 Bem Estar

cancerprostataAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a inclusão de indicação terapêutica do medicamento Xtandi (enzalutamida) para o tratamento de homens com câncer de próstata não metastático resistente à castração. O produto será comercializado na forma farmacêutica de cápsula gelatinosa, com concentração de 40 miligramas (mg).

O produto tem registro na Anvisa desde dezembro de 2014, com indicação aprovada como antineoplásico para o tratamento de câncer de próstata metastático resistente à castração, em adultos que são assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos, após falha de terapia de privação androgênica. Também tem uso aprovado para tratamento de câncer de próstata metastático resistente à castração em adultos que já tenham recebido terapia com docetaxel.

Segundo a agência, estudos realizados pela indústria apontam que o Xtandi apresentou melhora na sobrevida livre de metástases. Testes indicaram que o medicamento reduziu em 70,8% o risco de agravamento da doença quando comparado ao placebo, além de ter aumentado a mediana da sobrevida livre de metástases de 14,7 meses (no grupo placebo) para 36,6 meses no grupo da enzalutamida (diferença de 21,9 meses).

Tratamento

Após a avaliação inicial e diagnóstico de câncer de próstata, a maior parte dos homens passa por tratamento local primário, com intenção curativa. A terapia de privação androgênica, por meio da castração cirúrgica ou medicamentosa, é frequentemente iniciada em homens com aumento do antígeno prostático específico, depois da realização de terapia primária.

Após a terapia de privação androgênica, o próximo estado clínico mais frequente no atual modelo de progressão da doença é o câncer de próstata resistente à castração. Homens com este quadro podem ter doença metastática ou não-metastática.

 

Agência Brasil

Fatores genéticos influenciam até 50% do alcoolismo, de acordo com o psiquiatra Guilherme Kortas, pesquisador médico do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).

O título desta matéria foi alterado na quarta-feira, (1º) às 15h00, que anteriormente era “Histórico familiar aumenta em 50% chance de desenvolver alcoolismo”.

Ele explica que filhos de pessoas com dependência de álcool têm de 3 a 4 vezes mais risco de desenvolver a doença.

O alcoolismo, doença causada pelo uso crônico e dependente do álcool, afeta cerca de 6% da população brasileira, o que equivale a cerca de 12 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Celebridades como os atores Anthony Hopkins e Ben Affleck revelaram recentemente a luta que enfrentaram para largar o vício.

Segundo o psiquiatra Arthur Guerra, especialista em dependência química e presidente-executivo do Cisa, atualmente, o alcoolismo não é mais definido pela frequência ou quantidade de bebida alcoólica ingerida, mas pelos danos que a bebida causa para a pessoa e para aqueles à sua volta, seja pela saúde ou acidentes de trânsito e até mortes que podem ser provocadas nestas ocasiões. “Tem gente que bebe todos os dias e não tem dependência e tem gente que bebe uma vez por mês e tem dependência”, afirma.
De acordo com Kortas, o fator genético não é o único causador do alcoolismo. Fatores ambientais, como a exposição precoce, ou seja, pessoas que consomem álcool na adolescência, por exemplo, têm 5 vezes mais chance de desenvolver problemas relacionados ao álcool em comparação com as que começam a beber já na fase adulta - após os 21 anos.

O médico ainda alega que pessoas que fazem maior consumo de bebidas alcoólicas – cinco doses, sendo cada uma equivalente a 30 ml de destilado, 300 ml de cerveja ou 110 ml de vinho, por exemplo, dentro de duas horas em uma mesma ocasião para homens, e quatro doses dentro de duas horas na mesma ocasião para mulheres – também têm maior probabilidade de desenvolver a doença.

Guerra explica que a pessoa que sofre com alcoolismo acha que tem a situação sob domínio e conseguirá se controlar e beber o quanto quiser, mas perde o controle quando entra em contato com a bebida. Essa negação do problema faz parte do estado clínico do paciente. “O paciente precisa querer ajuda para se tratar e cabe ao médico orientá-lo a fazer o tratamento. Para a pessoa ficar bem, ela precisa querer parar de beber”, esclarece. O médico ainda afirma que chantagens emocionais e ameaças não funcionam como maneira de “incentivo” ao tratamento da dependência.
O alcoolismo, que possui os graus leve, moderado e grave, não deve ser confundido com uma “noite de bebedeira”, e a quantidade de ingestão depende do limiar de cada pessoa.

Quem quer fazer o tratamento deve recorrer a uma unidade de pronto-atendimento, já que a dependência se trata de uma emergência psiquiátrica. Em casos de dependência, quando há uma interrupção abrupta do consumo, a pessoa pode enfrentar efeitos de abstinência em fase inicial, como coração acelerado, tremores, insônia e irritabilidade.

Casos mais graves podem gerar também alucinações e crises convulsivas. Nesses casos, o tratamento é realizado à base de medicamentos específicos com vitaminas e benzodiazepínicos para prevenir lesões neurológicas e ainda podem ocorrer internações hospitalares. Já no caso de graus mais leves é possível recorrer a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e receber atendimento ambulatorial.
O tratamento principal contra o alcoolismo é feito à base da abstinência e, muitas vezes, por conseguir ficar meses sem o álcool, o paciente acredita ter controle doença e pode ter recaídas.

Além da abstinência, o tratamento é individualizado e pode ter receituário médico. Entre os medicamentos mais comuns para tratar o alcoolismo estão o Dissulfiram, medicação que causa o efeito antabuse - reação de desconforto no organismo quando usa álcool – e Naltrexona, medicação que diminui a sensação de prazer do álcool, fazendo a pessoa diminuir seu consumo. Esses tratamentos são realizados aliados à ajuda psicológica e grupos de apoio, como o Alcoólicos Anônimos, que conta apenas com voluntários e integrantes, sem a influência de psicólogos.

Guerra ressalta que o apoio emocional por parte da família e que o exemplo, como não beber na frente a pessoa, são as melhores maneiras de ajudar e incentivar o dependente químico durante o tratamento. Em casos de idosos que fazem o tratamento, é necessário avaliar a administração medicamentosa mediante a outros eventuais problemas que possam ser encontrados.

 

R7

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