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Em que momento a fixação com organização, segurança e limpeza, por exemplo, pode virar um transtorno? O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é mais frequente do que se imagina. O que acontece é que muitas pessoas escondem por causa da vergonha ou medo de serem consideradas ‘esquisitas’.

 

O diagnóstico não é difícil. Com observação e muita conversa fica fácil entender os sintomas. A psiquiatra Maria Conceição do Rosário mostrou o que a medicina já descobriu sobre o transtorno.

 

Hoje, em cada 150 crianças no mundo, uma tem TOC. A pediatra e consultora Ana Escobar explicou porque é importante perceber os sinais desse transtorno logo no início, ainda na infância. Pesquisas mostram que quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor é a evolução.

 

Um exame clínico é feito para descobrir se a pessoa tem TOC. É feita uma análise dos comportamentos – o quanto é repetitivo: vezes, horas e dias. Não existe relação entre trauma e TOC. Geralmente há picos de incidência na infância e pré-adolescência, que vai até os 25 anos, em média, mas também há diagnóstico com início tardio, entre 40 e 50 anos.

 

Situações mais comuns em crianças:

 

   Gostam de comer tudo separado, onde a comida não pode se misturar (normal até os seis anos, depois pode indicar TOC);

 

   Dormir sempre do mesmo jeito, na mesma posição;

 

   Organização dos brinquedos sempre a mesma, com uma certa ordem;

 

   Ler e reler várias vezes, ou escrever, apagar e reescrever várias vezes;

 

   Arrumar o material escolar de forma simétrica;

 

   Não querer usar o banheiro da escola.

 

Situações mais comuns em adultos:

 

   Limpeza excessiva e repetitiva;

 

   Organização excessiva;

 

   Pensamentos que causam incômodo.

 

G1

ativfisicaVejamos se você consegue acertar uma pergunta que quase 150 médicos, nutricionistas e preparadores físicos responderam erroneamente.

 

Quando alguém faz exercício e perde peso, para onde vai a gordura perdida?

 

As opções são:

 

   A gordura se converte em energia ou calor;

 

   A gordura se transforma em músculo;

 

   A gordura se torna dióxido de carbono e água.

 

Se você respondeu as opções 1 ou 2, não se preocupe: você está no mesmo grupo de 147 especialistas que também erraram um questionário feito pelo cientista Ruben Meerman, pesquisador da Escola de Ciências Biomoleculares da Universidade de New South Wales, na Austrália.

 

A resposta mais comum foi a de que a gordura se converte em energia. O problema é que isto vai de encontro à lei da conservação da matéria, à qual obedecem todas as reações químicas.

 

Sobre a opção 2, Meerman diz que é impossível que a gordura se transforme em músculo.

 

A resposta correta é a 3, refletindo a função dos pulmões como o "principal órgão excretor de gordura", segundo explica Meerman em um estudo publicado no periódico "British Medical Journal" em 2014.

 

   "A água formada pode ser expulsa através da urina, das fezes, do suor, da respiração ou de outros fluidos corporais".

 

   "Se você perde 10 quilos de gordura, 8,4 sairão por meio dos pulmões e os 1,6 quilos restantes se tornarão água", escreveu Meerman em meados de março no portal "The Conversation".

 

   "Em outras palavras, praticamente exalamos todo o peso que perdemos".

 

Por que os médicos erraram?

 

Dos 150 especialistas consultados, apenas 3 responderam corretamente.

 

Meerman conduziu a consulta entre especialistas australianos, mas, segundo falou à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), a mesma concepção equivocada é compartilhada nos Estados Unidos, Reino Unido e em vários países europeus.

 

"A forma como as universidades atualmente ensinam sobre o metabolismo se centra exclusivamente na energia na molécula metabolizada", explicou Meerman à BBC Mundo.

 

Meerman se refere a isto como o "mantra da energia que entra - energia que sai". Em seu estudo, ele menciona que os cursos de bioquímica nas escolas focam muito na produção de energia.

 

Exalar gordura

 

O pesquisador defende também que, além das comidas e bebidas que ingerimos, também devemos levar em conta o oxigênio que inalamos.

 

Por exemplo, se no seu corpo ingressam 3,5 quilos de comida e água, mais 500 gramas de oxigênio, no total são 4 quilos que devem sair.

 

"Do contrário, se ganharia peso", escreve Meerman.

 

Segundo ele, "perder peso requer desbloquear o carbono armazenado nas células de gordura".

 

Ao respirar, produzimos gás carbônico, então, se respiramos mais, perdemos mais desta gordura convertida em carbono?

 

"Infelizmente, não", diz Meerman. "Respirar mais do que o necessário só causará hiperventilação, levando apenas a náuseas ou um desmaio".

 

   "A única maneira pela qual você conscientemente pode aumentar a quantidade de dióxido de carbono produzida pelo seu corpo é movendo os músculos".

 

Além dos exercícios, Meerman menciona outras formas por meio das quais produzimos dióxido de carbono.

 

Por exemplo, uma pessoa com 75 quilos produz cerca de 590 gramas de dióxido de carbono em repouso.

 

   "Nenhuma pílula ou poção poderá aumentar essa cifra", diz o pesquisador.

 

Dormindo, uma pessoa exala cerca de 200 gramas de dióxido de carbono. Por outro lado, somente o fato de uma pessoa se vestir faz dobrar o ritmo do metabolismo. Caminhar, cozinhar ou varrer triplica.

 

Assim, a chave para perder peso está em "comer menos e se mover mais".

 

   "Qualquer dieta que dê menos combustível do que você queima fará a coisa funcionar", conclui.

 

BBC

Foto: skeeze/Pixabay

Um novo estudo realizado nos Estados Unidos, com participação brasileira, revela que os níveis de determinados aminoácidos no organismo podem ser utilizados como marcadores para o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

 

De acordo com os autores da pesquisa, publicada recentemente na revista científica Genomic and Precision Medicine, a descoberta poderá ser uma importante ferramenta para rastrear os problemas cardiovasculares de forma antecipada.

 

Segundo eles, essas doenças se desenvolvem em longo prazo durante a vida de uma pessoa, de forma silenciosa - isto é, quando aparecem os sintomas, o problema já está em estágio avançado - e por isso é importante descobrir novas ferramentas que ajudem a antecipar o diagnóstico.

 

Em julho de 2017, o cardiologista brasileiro Paulo Harada, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da Universidade de São Paulo (USP), já havia publicado, em parceria com cientistas da Universidade de Harvard (Estados Unidos), um estudo que revelava um novo marcador capaz de prever o risco futuro de diabetes, mesmo antes do exame mostrar glicose alta.

 

Desta vez, os pesquisadores analisaram aminoácidos de cadeia ramificada que tem sido apontados como marcadores de risco futuro de diabetes e descobriram que o nível desses aminoácidos também está associado ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em mulheres.

 

Segundo Harada, a associação é especialmente forte nos pacientes que desenvolveram diabetes ao longo do estudo. "Ou seja, esses aminoácidos demarcaram um caminho comum entre o desenvolvimento do diabetes e das doenças cardiovasculares", disse Harada ao Estado.

 

Os aminoácidos de cadeia ramificada - isoleucina, leucina e valina - são considerados aminoácidos essenciais, porque não são produzidos pelo organismo e precisam ser obtidos na dieta. Embora esses aminoácidos sejam utilizados em nutrição esportiva, segundo Harada, o estudo não permite dar nenhuma recomendação sobre redução ou aumento do seu uso.

 

"Não sabemos se as alterações nos níveis desses aminoácidos são apenas um termômetro, ou se eles são um fator causal das doenças cardiovasculares. Por isso não há como fazer nenhuma recomendação para aumentar ou reduzir a ingestão desses aminoácidos.Nosso estudo não trata desse aspecto e não permite tirar conclusões sobre isso", alerta Harada.

 

Segundo Harada, o estudo foi possível graças às novas tecnologias de metabolômica - que é o estudo do conjunto das moléculas produzidas no organismo quando alguma substância é metabolizada.

 

"Com essas técnicas, podemos analisar centenas, às vezes milhares de moléculas de uma vez, a fim de determinar quais têm alguma relevância. Analisando os aminoácidos de cadeias ramificadas, mostramos que sua ocorrência em altos níveis nos permite prever um maior risco cardiovascular", disse Harada.

 

Como os pesquisadores também observaram que a associação entre o nível dos aminoácidos e as doenças cardiovasculares é mais forte nos pacientes que desenvolveram diabetes, o estudo também demarcou um caminho comum entre as duas doenças.

 

"Há uma sobreposição bem evidente entre as duas doenças. De um lado, grande parte dos diabéticos têm risco maior de sofrer de uma doença cardiovascular - que é uma das principais causas de morte nesse grupo. Por outro lado, grande parte das pessoas que têm problemas cardiovasculares também apresenta diabetes", disse.

 

Como essa associação já era conhecida, ela foi o ponto de partida para o estudo, com foco no aspecto sobre o qual havia poucos dados disponíveis: as doenças cardiovasculares. Segundo Harada, houve uma associação do alto nível dos aminoácidos com risco futuro de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral e revascularização coronariana.

 

"A parcela de 20% dos pacientes que tinham o marcador em níveis mais elevados apresentou também um risco 30% maior de desenvolver essas doenças cardiovasculares em um período de 18 anos, em comparação à parcela de 20% dos pacientes com níveis mais baixos do marcador", afirmou Harada.

 

Visão privilegiada. Para confirmar se os níveis de aminoácidos realmente estavam funcionando como marcadores para o risco de doença cardiovascular associada à diabetes, os cientistas fizeram ajustes em modelos estatísticos para outros marcadores que servem exclusivamente para identificar riscos cardiovasculares - como PCR e HDL. O teste resistiu ao ajuste e a associação foi anulada.

 

"Ou seja, descobrimos que esses aminoácidos marcam exatamente esses riscos e não outras coisas. Por isso percebemos que esse marcador tem o potencial para acrescentar algo: está enxergando coisas que outros marcadores não vêem."

 

Assim como as doenças cardiovasculares, o diabete também é um processo lento e insidioso, que acaba iludindo os exames tradicionais: quando eles detectam o problema, ele já está em estágio avançado.

 

"É um processo que se estende pela vida toda e parecia absolutamente silencioso. Mas os marcadores que estamos identificando estão mostrando que há uma forma de rastrear essas doenças de forma bastante antecipada", afirmou o cientista.

 

Além de Harada, participaram do estudo Joann Manson, Deirdre Tobias, Patrick Lawler, Olga Demler, Paul Ridker, Susan Cheng e Samia Mora.

 

O Estadão

zikaPesquisa publicada nesta quarta-feira (4) na "Science Translational Medicine" mostrou que as alterações associadas ao zika devem persistir por anos. Ainda, em experimentos em macacos, pesquisadores identificaram que as anomalias no cérebro foram consistentes com mudanças de comportamento.

 

Por esses achados, a recomendação de especialistas associados ao estudo é que crianças com anomalias provocadas pelo vírus da zika devem ser acompanhadas a longo prazo.

 

O estudo norte-americano comprovou o que já se percebe com muitas das crianças brasileiras -- por aqui, elas são acompanhadas por equipes multidisciplinares: neurologistas, pediatras, fisioterapeutas, cardiologistas, oftalmologistas, entre outros.

 

O experimento foi realizado no Centro de Infecções em Crianças Emory, uma fundação localizada em Atlanta, nos Estados Unidos. Cientistas demonstraram que seis macacos infectados com zika durante seu desenvolvimento fetal tiveram anomalias similares a infecções por citomegalovírus e HIV.

 

   "As alterações neurológicas e comportamentais encontradas em macacos persistiram meses depois que o vírus saiu da corrente sanguínea", disse Ann Chahroudi, principal autora do estudo, em nota.

 

"Por isso, recomendamos mais do que o simples monitoramento de crianças", completa.

 

Em exames de imagem, cientistas verificaram que os macacos tinham alterações cerebrais consistentes com as mudanças de comportamento observadas.

 

Além de anomalias persistentes, eles observaram outras regiões cerebrais alteradas indiretamente pela inflamação deflagrada pelo vírus.

 

Muitos estudos brasileiros já observaram a persistência das anomalias em crianças. Os testes com o zika vírus em macacos, no entanto, vão permitir que as anomalias sejam acompanhadas mais de perto e que tratamentos sejam testados ao longo do tempo.

 

   "Temos esperança de que nosso futuro nosso estudo possa limitar o efeito do vírus da zika no cérebro em desenvolvimento", concluiu Chahroudi.

 

G1

Foto: Royal Swedish Academy of Sciences

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