Uma pesquisa da Unicamp testou a utilização do vírus da zika para tratamento do câncer de próstata. Segundo os cientistas, o vírus aplicado foi o inativo e as células tumorais tiveram uma inibição de crescimento de até 50%. Agora, o próximo passo é continuar os estudos em camundongos e humanos.
A pesquisa, publicada em uma revista internacional, foi a primeira a utilizar o vírus da zika, que, segundo apontam cientistas, tem relação direta com a microcefalia, no aparelho reprodutor.
O mesmo laboratório da Unicamp já tinha feito a experiência no tratamento de tumores no cérebro e também registrou diminuição da doença.
"Todas as coisas envolvendo sistema biológico e natureza têm seu ladro destrutivo, mas também têm o lado benéfico. O que a gente encontrou? Justamente uma aplicação do lado benéfico disso para o câncer de próstata", disse o pesquisador Rodrigo Catarino. Segundo outra pesquisadora da Unicamp responsável pelo estudo, como o vírus usado foi o inativo, ele funcionou da mesma maneira que uma vacina.
"Ao expor as células de câncer de próstata ao zika inativado, nós chegamos a uma redução dessas células tumorais", explicou Jeany Delafiori.
O câncer de próstata é o segundo que mais mata homens no Brasil, com média de 14 mil óbitos por ano. Segundo especialistas, a melhor forma de prevenção é fazer exames de ultrassom e toque a partir dos 45 anos, além de ter hábitos de alimentação saudáveis e praticar atividades físicas.
O governo federal lançou hoje (12), em cerimônia no Palácio do Planalto, o programa Previne Brasil que altera procedimentos de repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para os municípios. A iniciativa visa incluir mais pessoas nos programas de atenção primária. A expectativa do governo é incluir 50 milhões de pessoas em diferentes programas dos SUS. A previsão é de que os repasses para os municípios tenham um aporte de R$ 2 bilhões, passando de R$ 18,3 bilhões para mais de R$ 20 bilhões.
Segundo o governo, o novo modelo vai aportar mais recursos para os municípios que melhorarem a saúde dos brasileiros, especialmente nos serviços de saúde da atenção primária, que cuida dos problemas mais frequentes, como diabetes e hipertensão, através de consultas médicas, exames e vacinação.
Antes, a distribuição de recursos era feita com base na quantidade de pessoas residentes e de serviços existentes em cada município, sem considerar o atendimento efetivamente prestado pelas 43 mil Equipes de Saúde da Família (ESF) que atuam no país. Atualmente esses profissionais atendem cerca de 90 milhões de pessoas. A avaliação do governo é de que as equipes podem atender até 140 milhões de pacientes.
"Em 30 anos de SUS e até hoje, o repasse de recursos aconteceu pela ótica do per capita, de quantas pessoas moram na cidade, de quantas equipes de saúde da família têm. Essa maneira era muito justificada pela chamada universalidade, de dar um pouco de recursos para cada município. E nós não podemos perder isso de visto. Mas ela criou um mundo dos esquecidos”, disse o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
De acordo com o ministro, essas medidas vão atingir especialmente as pessoas que recebem benefícios sociais, com baixa renda e idosos que, muitas vezes, acabam não sendo contempladas no atendimento de saúde. “Onde estão as pessoas? Cruzamos os diferentes cadastros e encontramos no cadastro do Bolsa Família, do BPC [Benefício de Prestação Continuada], do INSS [Instituo Nacional do Seguro Social], das pessoas que recebem os menores benefícios e são quase 40 milhões de pessoas esquecidas, as mais frágeis e que mais têm a necessidade da atenção básica”, afirmou.
De acordo com o Ministério da Saúde, os recursos serão distribuídos com base em três critérios: o número de pessoas acompanhadas nos serviços de saúde, em especial as pessoas que recebem benefícios sociais, crianças e idosos; foco no tratamento de doenças crônicas como diabetes e redução de mortes de crianças e mães; e ainda a adesão a programas estratégicos, como Saúde Bucal e Saúde na Hora, que amplia o horário de atendimento à população dos serviços, abrindo durante o almoço, à noite ou aos fins de semana.
Outro ponto que também será alterado é a forma de cadastramento dos usuários do SUS, feito pelos profissionais de saúde e gestores no Sistema de Informação da Atenção Básica (Sisab). A partir do lançamento do programa, esse cadastramento poderá ser feito também pelo CPF e não apenas pelo Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS). De acordo com o ministério, a alteração vai facilitar que os profissionais de saúde, a exemplo das Equipes de Saúde da Família (ESF) e Agentes Comunitários de Saúde, realizem a busca ativa dos pacientes em casos de retornos sobre exames, consultas, situação vacinal, dentre outros.
"O vínculo do cidadão à equipe permite o planejamento da oferta de serviços nos municípios e o acompanhamento adequado de cada paciente evitando, inclusive, que as pessoas recorram às urgências e emergências dos hospitais para tratar doenças que poderiam ter sido prevenidas na Atenção Primária e, desta forma, não teriam evoluído para estágios mais graves que são mais aflitivos para os pacientes e elevam os custos no SUS", disse o ministério.
Indicadores
Outro ponto que sofreu alteração é a quantidade de indicadores avaliados. Atualmente, 720 indicadores de saúde tem previsão de monitoramento, no entanto, de acordo com o governo, o sistema de registro dessas informações não é alimentado na maior parte dos municípios, o que impossibilita o acompanhamento real das condições de saúde das pessoas.
Pela proposta do Previne Brasil, agora serão monitorados 21 indicadores da saúde da população. Eles precisarão ser informados regularmente para que os municípios possam receber recursos federais. A proposta prevê que, em 2020 serão monitorados 7 indicadores, mais 7 em 2021 e mais 7 em 2022. Entre eles estão a realização de consultas pré-natais e vacinação em crianças. O monitoramento de indicadores será feito a cada quatro meses, a partir de setembro de 2020.
Comportamentos considerados "normais" em pessoas mais velhas, como mau humor e negativismo, exigem tratamento médico, segundo o psiquiatra Henrique Bottura, da Clínica de Psiquiatria Paulista. “Se a pessoa apresenta mudança no comportamento padrão, já é preciso levar ao médico. Às vezes, as mudanças são muito sutis, por isso precisamos estar sempre atentos ao comportamento do idoso”, explica.
Segundo Bottura, muitas vezes a família e amigos atribuem o comportamento a problemas da vida. “O quadro depressivo pode ser a causa do problema, não o contrário. Outro comportamento muito comum em idosos que é tratado como normal é o esquecimento, que, na verdade, pode ser uma perda cognitiva”, afirma.
O psiquiatra explica, que devido ao aumento da expectativa de vida e menor participação da família na supervisão do idoso, a carência dessa população aumenta e, consequentemente, os quadros de ansiedade e depressão. Ele explica, ainda, que o diagnóstico é feito por exclusão.
“É necessário verificar se é uma doença clínica ou se já é um quadro demencial. Um paciente de 70 anos pode ter delirium [estado agudo de confusão mental] por conta de uma infecção urinária. Ele fica confuso e ansioso. Primeiramente, cuidamos do estado clínico do paciente”, afirma. O geriatra Fernando Bignardi explica que, quanto maior a idade da pessoa, maior é a contraindicação ao uso de ansiolíticos, remédios utilizados para controle de ansiedade. Por esse motivo, os tratamentos não medicamentosos são de extrema importância. “O melhor medicamento contra ansiedade é a respiração diafragmática”, afirma.
Na respiração diafragmática, ao inspirar, a barriga é expandida para fora. Já ao expirar, se faz o movimento contrário: a barriga é contraída e não se movimenta o tórax. Esse tipo de respiração, praticada por bebês e na ioga, leva a uma maior concentração de oxigênio no corpo, acalma e relaxa.
Bottura aponta a psicoterapia, o suporte-sócio familiar, a alimentação saudável e a inserção de atividades físicas na rotina como outras formas de tratamento. Nos casos mais graves, quando o quadro atrapalha a vida do idoso, é necessário administrar fármacos. O psiquiatra afirma que em idosos não se pode utilizar calmantes, pois esse tipo de medicamento pode diminuir o nível de consciência. Antidepressivos são utilizados como alternativa, segundo ele.
Ainda não se sabe a causa específica para os problemas de saúde mental em idosos. Bottura explica que a solidão e o envelhecimento do sistema nervoso podem ser fatores que favorecem esses quadros. Bignardi afirma que a doença costuma ser decorrente da falta de um propósito de vida. “A maior parte das doenças crônicas acontecem por conta do estilo de vida. A meditação pode ajudar o idoso a encontrar um propósito e melhorar o estilo de vida”, afirma o geriatra.
A TPM – a famosa tensão pré-menstrual – faz parte da vida de muitas mulheres. Tem quem ache que TPM é frescura, mas não é. Em algumas mulheres, os sintomas são mais leves, mas em outras, a tensão pré-menstrual pode vir de forma grave.
Tem até mulheres que confundem a TPM com depressão, como explicou a psiquiatra Carmita Abdo no Bem Estar no É de Casa. “Os sintomas, por vezes, são bastante semelhantes. A diferença é que a TPM é algo que aparece cerca de uma semana, cinco, dez dias antes mulher menstruar e depois desaparece. Quando o fluxo começa, os sintomas da TPM começam a desaparecer”.
Já a depressão é a perda do prazer em viver, muitas vezes sem relação com um fato triste. A pessoa perde interesse no que gostava de fazer e em aspectos básicos da vida, dormir, comer. Sintomas da TPM Os sintomas podem ser mais físicos ou mais emocionais. Entretanto, em geral eles se misturam.
Físicos
Insônia Dor de cabeça Palpitação Cansaço Tontura Inchaço (mama, pernas, abdômen) Dor nas mamas e pernas Constipação Cólicas mais acentuadas por conta da distensão abdominal Emocionais
Oscilação de humor Ansiedade Nervosismo Humor deprimido Choro fácil Os hormônios são os culpados por todos os sintomas. “Os responsáveis são os hormônios. Eles regulam a concentração e a capacidade da mulher se adequar às mudanças. São eles: progesterona e estrogênio”, explicou a ginecologista Flávia Fairbanks.
De acordo com Fairbanks, nos ciclos espontâneos (mulheres que não têm bloqueio hormonal induzido por contraceptivos) existe um sobe e desce de hormônios, principalmente nos períodos pré-ovulatório e pré-menstrual.
Como diminuir os sintomas da TPM? Existem medidas higieno-dietéticas que ajudam a diminuir os sintomas e que podem ser feitas por qualquer mulher, como:
Dormir bem Tomar bastante água Fazer exercício físico Alimentação adequada Evitar o sal Estudos mostram que, se a mulher tiver esse controle, a TPM pode ter uma melhora de até 45%.
Doenças que pioram na TPM Enxaqueca Síndrome do pânico Depressão Bulimia Compulsão Transtorno de ansiedade E TDPM? A semelhança entre TPM e TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual) é que acontecem e terminam no mesmo período. A diferença é a intensidade dos sintomas e a natureza mais psíquica dos sintomas de TDPM e mais físicas na TPM. No TDPM os sintomas são intensos e afetam os relacionamentos.
O TDPM afeta de 3% a 8% das mulheres. Mas o diagnóstico não é fácil. Há muitos critérios para avaliar e não há exames laboratoriais. Alguns sintomas: depressão, melancolia, irritabilidade, desânimo, descontrole emocional, choro, ira, distúrbio de apetite e insônia.
Os sintomas cessam no início do fluxo menstrual. O tratamento exige disciplina, porque, se tomada de forma correta, a medicação garante melhora dos sintomas e estabilidade do humor.