A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos publicou um novo documento informando que é "mínima a probabilidade" de embalagens e alimentos transmitirem o coronavírus.
Publicado no dia 18 no site da FDA e assinado também pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o documento informa que não há evidência comprovada de que alimentos ou embalagens de alimentos estejam associados ou são uma fonte provável de transmissão do coronavírus.
"Considerando os mais de 100 milhões de casos da Covid-19, não vimos evidências epidemiológicas de alimentos ou embalagens de alimentos como a fonte de transmissão da SARS-CoV-2 para humanos", explica o documento.
A publicação garante que existe um "consenso científico internacional esmagador" de que "os alimentos consumidos e as suas embalagens são altamente improváveis de espalhar o SARS-CoV-2".
Os cientistas ainda lembram que a Covid-19 é uma doença respiratória e é transmitida de pessoa para pessoa, não sendo um vírus transmitido por alimentos.
"É particularmente importante observar que a Covid-19 é uma doença respiratória transmitida de pessoa para pessoa, ao contrário dos vírus transmitidos por alimentos ou gastrointestinais, como o norovírus e a hepatite A, que costumam deixar as pessoas doentes por meio de alimentos contaminados", diz a nota.
A farmacêutica indiana Bharat Biotech afirmou nesta segunda-feira (22) que consegue adaptar rapidamente a Covaxin para combater as novas variantes da covid-19. Só é necessário conhecer o sequênciamento genético das mutações.
Nos últimos meses, a Índia confirmou a presença das variantes identificadas pela primeira vez no Brasil, Reino Unido e África do Sul, que acredita-se serem responsáveis pelo aumento dos casos nos estados de Maharashtra e Kerala.
A Índia registrou mais de 11 milhões de infecções por coronavírus, o número mais alto do mundo depois dos Estados Unidos, e cerca de 156 mil mortes.
"Como estamos vendo um enorme ressurgimento de casos, estamos coletando amostras e tentando sequenciá-los", disse Nivedita Gupta, vice-diretor-geral do Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), uma instituição estadual, na conferência BioAsia.
O ICMR e a Bharat Biotech desenvolveram a Covaxin, primeira vacina indiana contra a covid-19, que, juntamente com a Oxford, está sendo usada na campanha de imunização da Índia.
A Índia é o maior fabricante mundial de imunizantes e as empresas prometeram produzir bilhões de doses de vacinas contra o SarsCov2.
O presidente da Bharat Biotech, Krishna Ella, disse que precisaria principalmente de dados do ICMR ou da Organização Mundial da Saúde sobre a sequência genética de qualquer variante para produzir rapidamente uma vacina eficaz.
Ela acrescentou que um produto adequado à variante sul-africana poderia ser fabricado em 15 dias e não exigiria nenhuma alteração no processo de produção.
A vacina desenvolvida pelo laboratório belga Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, para proteger da covid-19 é administrada em apenas uma dose e está na terceira e última fase de testes no Brasil, com 7.560 voluntários.
A empresa já recebeu da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a Certificação de Boas Práticas de Fabricação, um dos documentos exigidos para o pedido de uso emergencial ou de registro da vacina no país, mas ainda não realizou nenhuma das solicitações.
A documentação segue em submissão contínua, processo adotado pela Anvisa para acelerar a liberação das vacinas contra a covid-19, o qual permite a análise dos dados de estudos com o imunizante por etapas, assim que eles são gerados, e não apenas ao final, quando todas as informações forem reunidas.
O infectologista Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, explica que o imunizante é fabricado por meio da tecnologia do adenovírus vetor, assim como a vacina de Oxford, que já está em aplicação no Brasil.
Conforme descrito pela Janssen, os adenovírus são um tipo de vírus que causam o resfriado comum que, ao serem modificados para desenvolver a vacina, não se replicam e não causam resfriado. Quando a pessoa recebe a vacina composta do adenovírus, o corpo inicia um processo de defesa e produz anticorpos contra aquele invasor, o que cria uma memória no corpo contra o coronavírus.
“Outra parte do processo envolve o código genético do próprio SARS-COV-2. Ele possui em sua superfície externa uma espécie de coroa, formada pelos chamados ‘spikes’, ou espigões, que são os responsáveis pela ligação do vírus às células do corpo humano. Para produzir a vacina candidata da Janssen, um pedaço da proteína ‘S’, presente nesses espigões, é colocado dentro do adenovírus (que é o vetor, ou transportador)”, explicou a empresa por meio de nota.
O imunizante não necessita de refrigeração abaixo de zero, o que o torna compatível com os canais de distribuição padrão de vacinas, facilitando sua distribuição. “A grande vantagem é ser uma vacina de dose única, o que permite imunizar o dobro de pessoas”, afirma Kfouri.
A Johnson & Johnson anunciou que a vacina foi 72% eficaz na prevenção da doença nos Estados Unidos e alcançou uma taxa de 66% de eficácia global, em um teste realizado em três continentes e com variantes múltiplas do vírus.
No dia 8 de janeiro, o laboratório notificou um evento adverso grave ocorrido com um voluntário brasileiro durante os testes da vacina. Por razões éticas, o evento em si não foi divulgado e, de acordo com a Anvisa, as vacinações não foram interrompidas porque todos os voluntários já haviam recebido o imunizante.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciou, neste domingo (21), que a vacinação contra Covid-19 para idosos a partir dos 85 anos será iniciada nesta semana. De acordo com o gestor, o estado vai receber um novo lote de doses de imunizante na quinta-feira (25) que vão garantir a imunização de um novo grupo.
"Vamos retomar a vacinação, garantir a vacinação de quem tem mais de 85 anos, depois descer para quem tem mais de 80 anos. Atender ao plano nacional da imunização e salvar vidas", disse
O governador afirmou que o Fórum dos Governadores decidiu que os estados vão comprar vacinas. "Queremos garantir as condições de antecipar vacinação para salvar vidas", declarou.
Na quarta-feira (17), após reunião virtual entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Wellington afirmou que todos do grupo de risco da Covid-19 serão imunizados contra a doença até abril.