alcoolA pandemia da covid-19 aumentou ainda mais a preocupação em relação ao consumo excessivo de bebidas alcóolicas, já que causa sérios danos ao sistema imunológico, abrindo caminho para o novo coronavírus. Com isso, o dia 18 de fevereiro, que marca o combate ao alcoolismo, ganha, neste ano, um significado ainda maior.

O psiquiatra Luiz Scocca, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), afirma que os alcoolistas se tornam um grupo de risco como são os idosos, diabéticos ou pessoas com doenças crônicas. “As bebidas tiram nossa arma natural contra a infecção. Os usuários estão em desvantagem e se tornam um grupo de risco”. O especialista ainda explica: “O álcool diminui vários fatores de proteção imunológicas, destrói glóbulos brancos, anticorpos e toda a série de componentes que o corpo tem como imunoprotetores.”

 

Para agravar a situação, a pandemia e o isolamento social aumentaram o consumo de álcool. De acordo com uma pesquisa feita pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), com mais de 12 mil pessoas em 33 países das Américas, 35% dos entrevistados com idades entre 30 e 39 anos disseram beber muito com maior frequência no período.

Os momentos de estresse, preocupação e ansiedade são marcados pela maior procura por substâncias que diminuem, mesmo que temporariamente, esse desconforto. “A frase afogar as mágoas tem um pouco de verdade. Mesmo não sendo bom beber, as pessoas consomem para sair um pouco da realidade. O que é péssimo, já que o álcool tem um efeito muito curto para esse esquecimento e gera danos muito graves ao organismo”, alerta Scocca.

Riscos para adolescentes
Outra situação de atenção levantada pelo especialista é o aumento do consumo de bebidas entre os adolescentes. O psiquiatra da USP ressalta que o isolamento fez com que os pais bebessem muito mais dentro de casa e o álcool ficou mais presente na vida dos filhos. “Os adolescentes e crianças então vendo pais consumirem muito mais em casa. As pessoas aprendem com os exemplos, os pais são exemplo. Para piorar, ainda há pais que acham que se o jovem beber em casa não é problema. Dizem que ensinam os mais novos a consumirem com responsabilidade. Mas isso é um absurdo”, diz Scocca.

Os efeitos do álcool também são mais sentidos por crianças e adolescentes, o que os deixam mais suscetíveis às consequências. “Na faixa etária mais jovem, as pessoas têm menos noção dos perigos, ficam embriagados mais rápido, oque aumenta o risco de infecção de doenças graves, como covid-19, doenças sexualmente transmissíveis e até gravidez indesejada. A primeira coisa que se perde é noção de cuidados”, conta o psiquiatra.

Como diminuir o consumo?
Uma das grandes dificuldades no combate ao alcoolismo, segundo o médico, é o acesso fácil às bebidas. Em qualquer estabelecimento comercial é encontrado bebidas e muitas vezes por preço bem baixos, destaca.

Para Scocca, políticas públicas mais severas contribuiriam para a conscientização e consequentemente reduziria o número de pessoas doentes. “O alcoolismo é uma doença, por enquanto, sem cura. A informação é negligenciada no Brasil. A comunicação e explicação, por meio de campanhas, ajudaria no combate. Além disso, é preciso uma fiscalização mais severa sobre a venda e preços aplicados às bebidas”, afirma.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) sugere diretrizes para o aumento de campanhas e prevenção. Além de um controle maior sobre a compra e o uso do álcool.

 

R7

Foto: Pixabay

O Estado do Piauí não corre o risco de interromper a segunda fase da vacinação contra a Covid-19 por falta de doses. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde(Sesapi), através do Superintendente de Atenção Primária a Saúde e Municípios da Sesapi, Herlon Guimarães.

 

“O Estado do Piauí teve a cautela de guardar as doses da segunda fase para não correr o risco de não imunizar a população. Só estamos fazendo a distribuição para os municípios na época exata da aplicação da segunda dose e seguimos sem risco de interrupção da campanha”, diz Herlon.

 

De acordo com o superintendente, o Piauí está seguindo todas as orientações técnicas do Ministério da Saúde para não haver o risco de interrupção da campanha. Alguns Estados utilizaram as doses que seriam usadas na segunda fase e avançaram na imunização dos grupos prioritários. Agora, falta vacina pra continuar.

 

No Piauí, a orientação é aplicar a segunda dose com 28 dias depois da primeira. O superintendente explica que a pessoa que toma a vacina só está completamente imunizada com 10 dias após a segunda dose, que é quando o organismo produz anticorpos que combatem o novo coronavírus. “O Brasil tem a capacidade de distribuição das doses e experiência em campanhas de vacinação, mas é preciso que tenhamos mais doses disponíveis para avançar em número de pessoas imunizadas”, explica Herlon.

 

Sesapi

O primeiro estudo de “desafio humano” da Covid-19 começará nas próximas no Reino Unido, anunciou o governo nesta quarta-feira (17). No teste, os voluntários jovens e saudáveis são infectados deliberadamente com o coronavírus.

Os pesquisadores querem entender como o vírus afeta as pessoas. Para isso, o estudo será feito com 90 voluntários de 18 a 30 anos. Eles serão expostos ao coronavírus em um ambiente seguro e controlado.

“Esses estudos ajudarão a acelerar o conhecimento dos cientistas sobre como o coronavírus afeta as pessoas e pode, eventualmente, promover o rápido desenvolvimento de vacinas”, explicou o secretário de negócios Kwasi Kawarteng.

Os voluntários serão expostos à versão "original" do coronavírus, e não às variantes mais contagiosas que surgiram recentemente. Médicos e cientistas irão monitorar de perto o efeito do vírus em voluntários e estarão disponíveis para cuidar deles 24 horas por dia.

O ensaio tentará avaliar a menor quantidade de vírus necessária para causar uma infecção, com o objetivo de desenvolver vacinas e tratamentos para a doença. “Nosso objetivo final é estabelecer quais vacinas e tratamentos funcionam melhor no combate a essa doença, mas precisamos de voluntários para nos apoiar nesse trabalho”, disse o investigador-chefe do Imperial College London, Chris Chiu.

 

G1

A vitamina D não teve efeito no tratamento de pacientes hospitalizados com covid-19, nem mesmo em dose alta. É o que mostra um estudo brasileiro, conduzido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), publicado nesta quarta-feira (17) no JAMA (Jornal da Associação Médica Americana).

A pesquisa analisou dados de 237 pacientes hospitalizados com quadros moderados ou graves de covid-19, entre 2 de junho e 27 de agosto de 2020.
Metade deles foi escolhida aleatoriamente para receber uma dose única oral de 200.000 UI (unidades internacionais) de vitamina D3. O restante tomou placebo. Nenhum dos participantes sabia em qual grupo estava.

Trata-se do primeiro estudo duplo cego randomizado a analisar a relação da vitamina D com a covid-19.

Ao final, os pesquisadores concluíram que "o tempo médio de internação não foi significativamente diferente entre os grupos de vitamina D3 e placebo".

Além disso, também não houve diferença significativa entre os grupos em relação à admissão em unidade de terapia intensiva, necessidade ventilação mecânica ou mortalidade.

O artigo trata justamente de uma suplementação que vem sendo apontada como um possível benefício contra a covid-19.

É conhecido que a vitamina D pode aumentar a imunidade inata e adaptativa, sendo a deficiência dela um fator de risco potencial para doenças não transmissíveis e doenças agudas do trato respiratório, incluindo infecções virais como é a covid-19, salientam os autores.

"Foi sugerido que os níveis séricos ideais de 25-hidroxivitamina D podem ter propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias e possivelmente beneficiar pacientes com covid-19. No entanto, os benefícios da suplementação de vitamina D3 para pacientes com covid-19 permanecem especulativos e apenas parcialmente apoiados por estudos observacionais e 1 ensaio clínico não randomizado de pequena escala", observam.

Vale ressaltar que a dose utilizada no estudo é muito superior ao máximo recomendado por entidades médicas: entre 400 UI e 2.000 UI por dia.

Na semana passada, outro estudo demonstrou que o tratamento com zinco e vitamina D também é ineficaz para casos leves da infecção pelo coronavírus.

 

R7