O período que antecede a menopausa, chamado de climatério, pode ser decisivo para definir a saúde cardiovascular das mulheres, segundo um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que analisou como a duração do ciclo menstrual nessa fase pode indicar problemas futuros.

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O estudo, feito com um grupo de 428 mulheres, identificou três comportamentos distintos durante o climatério: 61% não apresentaram mudanças na duração do ciclo menstrual, 21,8% experienciaram um aumento tardio ao menos dois anos antes da menopausa e 16,2% sofreram um aumento precoce cinco anos antes. Para os pesquisadores, um ciclo mais longo nesse período pode ser considerado um marcador da saúde vascular e contribuir para identificar a propensão a problemas de saúde após a menopausa. O cardiologista Yuri Brasil, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que o climatério, que pode durar até dois anos, provoca uma série de alterações hormonais no organismo, o que eleva o risco de as mulheres desenvolverem problemas como doença coronariana, insuficiência cardíaca e até mesmo AVC (acidente vascular cerebral).

“Essas alterações acontecem nos níveis de estradiol e progesterona, os dois hormônios principais, além do próprio hormônio tireoidiano. Por isso as mulheres que já têm histórico de doença cardiovascular passam a ter esse risco aumentado e quem não tem pode desenvolver”, afirma o especialista. O principal impacto ocorre devido à diminuição dos níveis de estrogênio, hormônio que tem como função dilatar as artérias e, por consequência, proteger o coração. Com essa baixa, as mulheres ficam até 30% mais suscetíveis a infartos durante o período da menopausa, conforme explica o cardiologista. Nesse sentido, o especialista ressalta a importância do acompanhamento especializado durante essa fase da vida das mulheres.

“É muito importante que, desde o momento em que a mulher passou do estágio do climatério até parar de menstruar, ela procure um cardiologista e faça os exames de rotina no mínimo uma vez por ano, porque as alterações hormonais aumentam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, ainda mais se a mulher tiver histórico familiar”, afirma.

Os principais sintomas de que pode haver algum problema, segundo Yuri Brasil, são dores no peito, falta de ar, palpitações e desmaios. Caso algum desses sinais seja observado, é importante consultar um especialista.

“Se algum problema for diagnosticado, o médico cardiologista vai solicitar os exames que julgar necessários. Caso seja uma insuficiência cardíaca, por exemplo, hoje em dia existem medicações que conseguem reverter o quadro. Se for uma doença arterial coronariana, a obstrução das artérias do coração, pode-se realizar um cateterismo. Cada caso é individualizado”, afirma o especialista.

A melhor maneira de evitar esses problemas, de acordo com o cardiologista, é manter hábitos saudáveis, como a prática de atividade física e a alimentação balanceada, sem excessos. Além disso, é importante que o check-up seja feito ao menos uma vez por ano.

R7

Foto: reprodução Freepik

 

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou nesta quarta-feira (8) que a variante Ômicron do coronavírus parece apresentar uma taxa maior de reinfecções, mas causa sintomas menos graves.

omicron

"Os dados preliminares da África do Sul sugerem um risco aumentado de reinfecção pela Ômicron, mas são necessários mais dados para tirar conclusões mais fortes. Também há evidências que sugerem que a Ômicron causa sintomas menos graves do que a Delta", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em um encontro com a imprensa em Genebra. A fim de obter rapidamente um quadro mais preciso das características da variante, ele instou todos os países a contribuírem para sua avaliação, transmitindo seus dados à OMS.

Ao mesmo tempo, solicitou que os países continuem seus esforços no campo da vacinação e respeito pelos gestos de barreira. A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, também se referiu a estudos preliminares publicados nos últimos dias que parecem mostrar que a variante Ômicron torna a vacina Pfizer/BioNTech menos eficaz, mas pediu o máximo de cautela na interpretação dos dados.

"Há uma grande variação na redução da eficácia dos anticorpos que vai de quatro a cinco vezes menos a 40 vezes menos nesses diferentes estudos", que se limitam ao seu efeito sobre os anticorpos, "quando sabemos que o sistema imunológico é algo muito mais complexo", ressaltou. "É prematuro concluir que a redução da atividade de neutralização de anticorpos deve resultar em uma diminuição significativa da eficácia das vacinas", acrescentou.

AFP

Foto: REUTERS/Dado Ruvic

O Governo do Piauí decidiu manter o prazo de cinco meses de intervalo para a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, atendendo parecer da Anvisa. A agência reguladora também já repassou orientações para que o Governo de São Paulo reavaliasse a mesma decisão de antecipar a dose.

De acordo com a Anvisa, existem poucos dados sobre a aplicação da dose extra, mas eles costumam indicar intervalo de seis meses. O Ministério da Saúde, no entanto, estabelece o prazo de cinco meses.

Na nota, a agência diz não saber se os benefícios superam os riscos para o uso de reforço no intervalo de quatro meses para todos os adultos com 18 anos ou mais, independentemente da vacina ofertada e do esquema vacinal primário.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, o Governo do Piauí sempre priorizou a Ciência e vai continuar seguindo. “A nota da Anvisa estimulou para que nós pudéssemos manter o prazo que já estava estabelecido anteriormente”, diz o gestor.

Sesapi

A farmacêutica Pfizer anunciou nesta quarta-feira (8) que três doses do imunizante contra a Covid-19 produzido em parceria com a BioNtech são capazes de neutralizar a variante Ômicron do novo coronavírus. Segundo a empresa, a partir da terceira aplicação os anticorpos neutralizantes da nova cepa aumentam cerca de 25 vezes, na comparação com a proteção após duas doses.

De acordo com resultados apresentados pelo laboratório, o soro obtido de vacinados um mês após receber a vacinação de reforço neutralizou a variante Ômicron em níveis que são comparáveis ​​ao observado para a proteína de pico Sars-CoV-2 de tipo selvagem após duas doses. “Embora duas doses da vacina ainda possam oferecer proteção contra doenças graves causadas pela cepa Ômicron, fica claro a partir desses dados preliminares que a proteção é melhorada com uma terceira dose de nossa vacina”, disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer, no comunicado oficial da empresa.

No comunicado, a farmacêutica afirmou que duas doses ainda protegem contra a forma grave da Covid-19 causada pela cepa identificada na África do Sul no mês passado, já que 80% dos antígenos da spike (parte do vírus responsável pela entrada na célula humana), reconhecida pelas células T (responsáveis por funções imunológicas de efetuação de respostas antivirais), não foram afetados pelas mutações da Ômicron.

Mesmo com os resultados preliminares dos estudos, a Pfizer e a BioNtech afirmaram que continuarão o planejamento, começado no dia 25 de novembro, de produzir um imunizante adaptado às mutações da nova variante. As empresas esperam que os primeiros lotes estejam prontos para entrega em 100 dias, dependendo da aprovação regulamentar.

R7