Especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendaram nesta quarta-feira (15) que a população de todo o planeta tome cuidados extremos nas próximas semanas, em que acontecerão as festas de fim de ano, limitando, por exemplo, as reuniões pelo Natal e realizando testes de Covid-19.
"Para reduzir os riscos, podemos reduzir as reuniões de certo tamanho, devemos garantir que estamos todos vacinados, fazer testes rápidos para ver qual nosso estado atual", afirmou a líder do grupo técnico de luta contra a pandemia da OMS, Maria Van Kerkhove, durante conversa com internautas através das redes sociais.
A especialista indicou que as pessoas devem priorizar atividades ao ar livre; utilizar máscara, se não houver distanciamento social adequado, em caso de encontro em ambiente fechado, que sempre deve ser bem ventilado.
"É preciso reduzir as chances de se infectar e garantir e que todos estejam vacinados, especialmente, se trata-se de alguém que faz parte de grupo de risco", disse o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, no mesmo encontro virtual.
"No mínimo, é preciso debater com a família qual é a correta decisão a tomar nas atuais circunstâncias, observar o nível de vacinação e se é necessário viajar", completou Van Kerkhove.
As declarações são da Coordenadora de Vigilância Sanitária a profissional em saúde Ildenice Azevedo foram nesta manhã de quarta-feira numa entrevista ao Carlos Iran, do Piauí Notícias.
Ainda segundo ela, as manifestações festas com grandes aglomerações ocorreram nos últimos dias e, em várias partes da cidade. O número de contaminadas neste momento chega a 35 pessoas, envolvendo homens, mulheres e crianças. Algumas estão internadas, outras estão em tratamento em casa.
Um caso vem assustando parte da população baronense. A cidade está entrando num estado de alerta, isso após mais de trinta pessoas testarem positivo para o novo coronavírus.
A situação ocorreu nos últimos dias e a gestão teria convocado uma reunião, de forma extraordinária, para essa quarta-feira (15) para tratar do assunto.
O foco da reunião, de acordo com pessoas ligadas a gestão municipal, é discutir o problema e a prefeita Claudimê Lima deve buscar saídas, junto ao pessoal da Saúde e de outros órgãos, que possam amenizar a situação, já que na maioria das cidades maranhenses os casos de COVID 19 tem diminuído.
Medidas duras devem ser tomadas. Ainda de acordo com populares, a multidão que se reuniu numa festa religiosa na semana passada, na zona rural da cidade, teria sido um dos motivos para o aumento de casos de COVID na cidade. Veja o Boletim da segunda-feira, 13.
Pesquisadores do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo) conseguiram isolar a cepa da Ômicron do SARS-CoV-2. Amostras da variante estão sendo cultivadas em células e, dentro de duas semanas, começarão a ser distribuídas para laboratórios com nível 3 de biossegurança (NB-3) e pesquisadores de todas as regiões do Brasil a fim de ajudar a detectar a disseminação da Ômicron pelo país. Além disso, o isolamento permitirá avaliar a eficácia das vacinas aplicadas atualmente na população brasileira.
“É a primeira vez que a Ômicron é isolada no Brasil”, diz Edison Luiz Durigon, professor do ICB-USP e coordenador do projeto, apoiado pela FAPESP.
A cepa foi detectada em um casal de brasileiros que mora na África do Sul e veio ao Brasil a passeio. O casal passou por exames no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, que detectou a infecção pelo coronavírus e encaminhou amostras ao ICB-USP na última quarta-feira (8).
“Essa amostra foi rapidamente sequenciada pelo hospital, que confirmou que era a Ômicron. Pegamos essa amostra e colocamos em cultura de célula”, explica Durigon.
O grupo de pesquisadores do ICB-USP também foi o primeiro a conseguir isolar e cultivar em laboratório a cepa original do SARS-CoV-2 que chegou ao Brasil, no final de fevereiro de 2020. Na época, alíquotas do vírus cultivado em laboratório foram distribuídas para grupos de pesquisa e laboratórios clínicos públicos e privados em todo o país e permitiram o desenvolvimento dos primeiros testes diagnósticos de Covid-19 no Brasil e a realização de estudos sobre a doença.
“Agora, estamos preparando alíquotas da cepa ômicron para poder distribuir para laboratórios e grupos de pesquisadores que queiram padronizar novos testes para identificar essa variante rapidamente em outras cidades e Estados”, afirma Durigon.
A previsão é de que no período de duas semanas haverá um estoque suficiente de vírus cultivado para dar início à distribuição pelo país. “Para os laboratórios que estão necessitando com mais urgência, conseguimos enviar algumas alíquotas mais rapidamente”, diz Durigon.
Neutralização por efeito citopático
O isolamento da cepa original do SARS-CoV-2 e da variante Ômicron foi feito por meio de uma técnica de reação de neutralização por efeito citopático, conhecida como VNT, que os pesquisadores do ICB aprimoraram durante a epidemia de zika vírus no Brasil.
“Com a chegada do SARS-CoV-2 ao Brasil, conseguimos isolar o vírus e usá-lo como controle padrão de neutralização”, disse Durigon em palestra no Simpósio sobre a Coronavac, realizado pelo Instituto Butantan e a indústria farmacêutica Sinovac Biotech, produtora do imunizante, entre os dias 7 e 9 de dezembro.
Para isolar o vírus, as amostras clínicas dos pacientes são incubadas em cultura de células Vero e levadas para uma estufa, onde permanecem entre 48 e 72 horas. A partir de 48 horas, os pesquisadores observaram que o SARS-CoV-2 causa mudanças (efeitos citopáticos) bastante características nas células hospedeiras.
“As células ficam bastante arredondadas. Algumas variantes do SARS-CoV-2 causam até sincícios [formação de células multinucleadas por fusão de células uninucleadas ou por muitas divisões celulares incompletas de células]”, afirma Durigon. “Após 72 horas, conseguimos isolar 100% das amostras com relativa facilidade”, diz.
A técnica de neutralização também foi empregada para avaliar a produção de anticorpos neutralizantes no soro ou plasma de convalescentes da Covid-19.
Nesse ensaio, o soro ou o plasma sanguíneo do paciente é diluído de maneira seriada e incubado com quantidades conhecidas do vírus. A mistura de soro e vírus é então transferida para as culturas de células Vero e o efeito citopático do vírus é avaliado depois de 72 horas. O resultado é reportado como a maior diluição do soro capaz de neutralizar o efeito citopático do vírus.
“O plasma de pacientes convalescentes, com altos títulos de anticorpos neutralizantes, ainda é usado hoje no tratamento de pacientes com COVID-19 em estado grave e no tratamento precoce, nos primeiros sete dias de infecção”, explica Durigon
Os pesquisadores também empregaram a técnica VNT para avaliar a quantidade de anticorpos neutralizantes induzidos pela CoronaVac.
Os resultados de dois estudos, com a participação de 580 e 866 indivíduos vacinados com o imunizante, respectivamente, demonstrou que, após a segunda dose, a CoronaVac induz a produção de anticorpos neutralizantes em títulos altos, chegando até 640 para as cepas Wuhan, P1 (gama), P2 (zeta) e delta. Os títulos atingem um pico entre 30 e 60 dias após a segunda dose. Depois há um decaimento, mas ainda são detectáveis até cinco meses após a vacinação, e a memória imunológica perdura.
“Diferentemente de vacinas que estão sendo usadas para induzir a produção de anticorpos contra a proteína spike – usada pelo SARS-CoV-2 para se conectar com o receptor da célula humana e viabilizar a infecção –, a CoronaVac também induz anticorpos contra a nucleoproteína do vírus. Isso aumenta muito a imunidade geral”, avalia Durigon.
O acompanhamento de alguns pacientes vacinados com a CoronaVac e que contraíram a doença posteriormente também indicou que esses indivíduos, mesmo após seis meses terem recebido a segunda dose da vacina, apresentam resposta muito rápida à infecção, com aumento abrupto dos títulos de anticorpos neutralizantes.
“Essa resposta rápida à infecção permitiu que esses pacientes apresentassem quadros leves da doença. Nenhum deles precisou ser internado”, afirmou Durigon.
A ideia, agora, é avaliar se a variante ômicron é capaz de escapar ou não dos anticorpos de pacientes que receberam as diferentes vacinas aplicadas no país.