A OMS (Organização Mundial da Saúde) repercutiu nesta quarta-feira (22) os estudos recentes que indicam que a vacinação contra a Covid-19 pode estar associada a uma menor probabilidade de ataques cardíacos e outros problemas cardiovasculares em pessoas infectadas com o coronavírus.

vacina

"As novas pesquisas aumentam as evidências sobre os benefícios da vacinação e das doses de reforço", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao se referir às descobertas apresentadas nesta semana por pesquisadores da Escola de Medicina Icahn de Mount Sinai (Nova York, Estados Unidos).

"As descobertas, mais uma vez, destacam por que os governos devem continuar a vacinar e a oferecer doses de reforço a sua população, especialmente aos grupos de maior risco, como idosos e profissionais de saúde", ressaltou o diretor.

"Embora o mundo esteja em uma posição muito melhor do que há três anos [quando a pandemia começou], não devemos subestimar os riscos do coronavírus. Portanto, é importante investir em seu estudo para desenvolver vacinas que ofereçam maior proteção e reduzam a transmissão", completou.

No mundo todo, foram administradas 13,3 bilhões de doses de vacinas contra a Covid (mais de uma e meia por habitante do planeta), das quais cerca de 70% da humanidade recebeu pelo menos uma inoculação.

EFE

Denis Balibouse/Reuters

Uma pesquisa realizada pela Mayo Clinic (organização sem fins lucrativos) encontrou uma forte ligação entre o distúrbio comportamental do sono REM e a DCL (demência com corpos de Lewy), o terceiro tipo mais comum da doença.

A demência com corpos de Lewy é caracterizada pelo depósito anormal de proteínas (chamadas corpos de Lewy) nas células nervosas. Os principais sintomas, segundo o manual MSD, são perda de memória, desorientação e problemas para se recordar, pensar, compreender, se comunicar e controlar o comportamento. Uma pesquisa realizada pela Mayo Clinic (organização sem fins lucrativos) encontrou uma forte ligação entre o distúrbio comportamental do sono REM e a DCL (demência com corpos de Lewy), o terceiro tipo mais comum da doença.

A demência com corpos de Lewy é caracterizada pelo depósito anormal de proteínas (chamadas corpos de Lewy) nas células nervosas. Os principais sintomas, segundo o manual MSD, são perda de memória, desorientação e problemas para se recordar, pensar, compreender, se comunicar e controlar o comportamento. No entanto, o distúrbio compromete esse período e faz com que a pessoa tenha pesadelos vívidos, nos quais ela pode gritar, chorar, dar socos ou pontapés, por exemplo. Isso interfere diretamente no sono, já que causa episódios repetidos de despertar.

Os cientistas conseguiram comprovar que os sintomas e os problemas de movimento da DCL podem se manifestar no sono anos antes de a condição ser, de fato, diagnosticada. Eles também descobriram que, de forma geral, os homens que apresentam o distúrbio comportamental do sono REM têm cinco vezes mais probabilidade de desenvolver a DCL, em comparação com outros fatores de risco, como alucinações.

"O preditor mais forte para considerar se um homem está desenvolvendo DCL é se ele realiza seus sonhos durante o sono", escreveram.

Essa relação é mais fraca entre as mulheres, mas não deixa de ser um alerta.

"Pode aparecer três décadas ou mais antes de um diagnóstico de demência com corpos de Lewy ser feito em homens", pontuaram no documento.

Vale ressaltar, porém, que esses resultados indicam uma forte ligação entre as condições, mas não são determinantes, ou seja, nem todos com distúrbio comportamental do sono REM terão DCL.

R7

Uma forma muito grave de mpox, doença anteriormente conhecida como varíola do macaco, foi detectada em pacientes com Aids, de acordo com um estudo publicado na terça-feira (21).

"Uma forma grave e necrotizante de mpox (poderia) tornar-se uma doença definidora de Aids", escrevem os autores deste estudo da Lancet.

A varíola, que se espalhou pelo mundo em 2022 antes dter reduzida sua disseminação, afetou principalmente homens que mantinham relações com homens.

Nessa população há uma proporção maior de pessoas infectadas pelo HIV, vírus que em seu estágio mais avançado desencadeia a Aids, que afeta a imunidade do paciente e o torna vulnerável a outras doenças.

Os pesquisadores estavam interessados ​​nos riscos particulares representados pelo mpox em pacientes já infectados com HIV e analisaram cerca de 400 pessoas que estavam infectadas com HIV e mpox.

Eles identificaram uma forma muito grave da doença, que descreveram como "mpox fulminante". Essa manifestação, concentrada em pacientes com infecção avançada pelo HIV, causa necrose maciça da pele, genitais e pulmões.

Dos pacientes examinados, 27 morreram. Todos eles ultrapassaram o limite geralmente aceito para falar de Aids: menos de 200 linfócitos T CD4 por mm3 de sangue.

Essas mortes representam grande parte das centenas de óbitos registrados no quadro da epidemia de mpox, entre várias dezenas de milhares de casos.

Para os pesquisadores, essas conclusões devem levar as autoridades de saúde a buscar prioritariamente vacinar as pessoas afetadas pelo HIV contra a mpox.

Eles pediram para adicionar essa forma grave de mpox à lista de doenças características da Aids.

A lista inclui cerca de quinze patologias consideradas especificamente perigosas em caso de infecção avançada pelo HIV.

AFP

Na última quinta-feira (16), a família de Bruce Willis, de 67 anos, anunciou que o astro de Hollywood foi diagnosticado com demência frontotemporal. A condição neurodegenerativa ainda não tem cura e pode estar ligada a hábitos de risco, como alcoolismo.

Esse tipo de demência, mais comum em indivíduos entre 45 e 65 anos, é causado por desequilíbrios no cérebro que geram aglomerados de proteínas dentro das células cerebrais. Esse acúmulo impede que as células da região funcionem corretamente. A longo prazo, conforme os aglomerados aumentam, a área e as funções cerebrais ficam cada vez mais comprometidas.

A progressão da doença, segundo Fabiano de Abreu, pós-doutor em neurociências pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, mostra que o quadro de afasia que o ator enfrentou em 2022 pode já ter sido um sinal da doença.

"Apesar de poder surgir em decorrência de outras condições, como infecções cerebrais e AVCs, a afasia também pode estar relacionada à demência frontotemporal, por isso, o diagnóstico de afasia já acende um alerta de que condições mais perigosas também podem estar presentes", explica o neurocientista. Fernando Freua, médico neurologista e especialista em doenças neurológicas raras e neurogenética da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, acrescenta que "as duas condições podem estar relacionadas, [já que] a afasia, na verdade, é um sintoma. O nome da doença, propriamente, é afasia primária progressiva. Afasia é, [por exemplo], uma dificuldade de linguagem". Em março de 2013, Bruce foi capa da revista GQ internacional e contou detalhes sobre os problemas que teve com alcoolismo e um pouco sobre a saída do vício. Segundo o ator, ele bebia vodca direto da garrafa todos os dias. Essa situação também pode ter influenciado o desenvolvimento da doença, segundo os médicos.

"É interessante observar que, mesmo Bruce Willis sendo uma pessoa que passou grande parte da vida exercitando a neuroplasticidade cerebral através da leitura e memorização de roteiros, existem outros fatores que podem desencadear essa situação, como o alcoolismo, com o qual o ator lutou, ou até mesmo fatores genéticos", diz Abreu.

Os principais sintomas da demência frontotemporal são dificuldade de comunicação e de memória, alterações na personalidade, redução do foco e atenção, pensamentos abstratos e, em alguns casos, dificuldade de movimentação, para engolir e de fala.

A forma mais efetiva de prevenir a doença, comumente esporádica, é estar atento e evitar os fatores de risco.

"As demências em geral podem ser causadas por fatores genéticos, por isso, ter membros da família com doenças neurodegenerativas já acende um alerta, mas o estilo de vida também influencia bastante: hábitos como o uso excessivo de celulares e redes sociais, abuso de substâncias, como álcool, cigarro, drogas, dormir pouco, sedentarismo, obesidade, entre vários outros", exemplifica Abreu.

Essa atenção se torna ainda mais importante quando se considera que não há cura para a demência frontotemporal. Bruce deve ser submetido a tratamentos para amenizar os sintomas, como fisioterapia — para combater os problemas motores —–, fonoaudiologia (reduzir os impactos na fala e respiração), além de realizar mudanças no estilo de vida. Outra forma efetiva de evitar a doença é adotar hábitos que estimulem o exercício mental.

"Jogos de lógica, leitura de livros físicos, dormir oito horas por noite, prática regular de atividades físicas, evitar alimentos processados e optar por dietas mais naturais e balanceadas, preservar os momentos de lazer e evitar o contato excessivo com ambientes estressantes [são cuidados básicos]", lista o neurocientista da Universidade da Califórnia.

Fernando Freua afirma ainda que a alimentação está intimamente ligada à incidência de demência. Dietas como a do mediterrâneo, baseada no consumo de gordura boa, são benéficas.

A família também desempenha papel importante, pois "geralmente quem começa a desconfiar de que há algo acontecendo é o entorno, são os parentes ou as pessoas que convivem com aquele indivíduo — começam a identificar algum padrão de mudança de comportamento e algum grau de inadequação social", conta Freua.

Vale ressaltar que a memorização e leitura praticadas de forma constante por Bruce Willis nos últimos anos não foram em vão. De acordo com Abreu, esse histórico pode diminuir a gravidade dos sintomas durante a progressão da doença.

"O exercício cerebral [também] pode ter ajudado a mantê-lo ativo por mais tempo, evitando, por exemplo, o surgimento precoce da doença", finaliza o especialista da universidade americana.

R7