O sono, junto com a alimentação e atividade física, faz parte de uma tríade da qualidade de vida. Agora, cientistas descobriram que a falta dele representa um alto risco de você sofrer um infarto.

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Em um estudo apresentado durante o Congresso Mundial de Cardiologia, pesquisadores da Universidade de Alexandria, no Egito, revelaram que indivíduos que sofrem de insônia podem ter até 69% mais chances de ter um ataque cardíaco, em comparação com quem não tinha o distúrbio do sono. A autora do estudo, Yomna E. Dean, e seus colegas realizaram uma revisão sistemática de outros estudos relacionados, totalizando 1.226 artigos científicos com dados de 1,1 milhão de adultos.

Deste total, 13% (153,8 mil) apresentavam insônia, definida com base em diagnóstico médico ou em sintomas (dificuldade em adormecer, dificuldade em manter o sono ou acordar cedo e não conseguir dormir de novo).

O estudo não incluiu indivíduos com apneia obstrutiva do sono, outra doença que é fator de risco para problemas cardiovasculares. Mesmo desconsiderando outros fatores de risco para infarto, como idade, comorbidades e tabagismo, por exemplo, os pesquisadores encontraram uma associação estatisticamente significativa entre insônia e ataque cardíaco.

As comorbidades, todavia, acabam se somando ao risco da própria insônia. No caso de indivíduos com diabetes e o distúrbio do sono, a probabilidade de infartar dobra.

“Nosso estudo mostrou que pessoas com insônia são mais propensas a ter um ataque cardíaco, independentemente da idade, e ataques cardíacos ocorreram com mais frequência em mulheres com insônia", afirmou Yomna em comunicado.

Os autores ainda chamaram atenção para o tempo de sono. Indivíduos que relataram dormir menos de cinco horas por noite tiveram chance aumentada em até 1,56 vez de sofrer um ataque cardíaco, em comparação com aqueles que dormiam de seis a oito horas.

Yomna defende que a comunidade médica se esforce para demonstrar à população a importância do sono.

"Precisamos fazer um trabalho melhor para educar as pessoas sobre o quão perigoso [a falta de um bom sono] pode ser", diz.

R7

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O Governo Federal lançou nesta segunda-feira (27), através do Ministério da Saúde, o Movimento Nacional pela Vacinação, uma campanha que pretende resgatar o status brasileiro de país com altos índices de cobertura vacinal. Com o lema "Vacina é vida. Vacina é para todos", a iniciativa pretende ampliar a cobertura vacinal de todas vacinas disponíveis no Sistema Público de Saúde (SUS).

O Presidente Lula demonstrou preocupação com os níveis descrescentes de imunização na população brasileira nos últimos anos e destacou a ineficiência do governo passado e os movimentos negacionistas amplificados na sociedade durante a pandemia de Covid-19 como responsáveis pela problemática.

"Em 2015, o Brasil atingiu uma média de 95% de pessoas completamente imunizadas dentro do público-alvo de cada vacina do Programa de Imunizações, média que chegou a preocupantes 60,8% em 2021. Depois de um triste período de negacionismo e descrença na nossa ciência, o governo federal e o Ministério da Saúde voltarão a cuidar do povo brasileiro", ressaltou o presidente no Twitter

A primeira etapa da campanha consistirá na ampliação da cobertura vacinal de COVID-19, com aplicação de doses de reforço bivalentes em pessoas com maiores riscos de desenvolver formas graves da infecção. Este tipo de vacina protegerá contra a cepa original do coronavírus e as subvariantes ômicron, sendo considerada uma atualização mais eficiente das primeiras vacinas contra a infecção.

Serão vacinados idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Segundo o Governo Federal, 18 milhões de brasileiros fazem parte desse grupo e por isso o Ministério da Saúde já distribuiu 19 milhões de doses para todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.

No evento de lançamento da campanha, na cidade de Guará do Distrito Federal, o Presidente Lula recebeu uma dose da vacina bivalentes aplicado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Etapas da vacinação contra COVID-19 em 2022:

Fase 1: Pessoas com 70 anos ou mais, moradores de instituições de longa permanência (ILP), imunocomprometidas, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;

Fase 2: 60 a 69 anos;

Fase 3: Gestantes e puérperas;

Fase 4: Profissionais da saúde.

Aqueles que tomaram apenas a primeira dose das vacina contra COVID-19, não poderão receber a bivalentes, devendo tomar a segunda dose antes

Os demais grupos, a partir dos 12 anos, serão incentivados a tomar uma dose de reforço da monovalente. É recomendado que tomem uma dose de reforço quem tiver menos de 40 anos e duas doses de reforço quem tiver mais de 40 anos .

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Um estudo publicado na revista General Psychiatry descobriu que ter relacionamentos ruins durante a meia-idade (entre os 40 e os 55 anos) pode aumentar o risco de doenças crônicas na velhice. Essa relação é ainda mais evidente entre as mulheres.

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Dentre esses relacionamentos, estão parceiros, família, amigos, colegas de trabalho e outras conexões sociais. "Nossas descobertas têm implicações significativas para o gerenciamento e intervenção de doenças crônicas. Primeiro, no nível individual, essas implicações podem ajudar a aconselhar as mulheres sobre os benefícios de iniciar ou manter relações sociais diversificadas e de alta qualidade durante a meia-idade até o início da velhice", dizem os pesquisadores, em comunicado. Atualmente, diversas evidências científicas indicam fortes relações entre redes sociais bem estabelecidas e uma melhora do bem-estar durante o envelhecimento.

Para avaliar diretamente essa ligação, mas de um ponto de vista diferente, os pesquisadores analisaram 7.694 voluntárias do estudo longitudinal australiano de saúde da mulher e tentaram entender até que nível a satisfação delas com seus relacionamentos afetava a saúde. A pesquisa analisou mulheres entre 18 e 23 anos; 45 e 50 anos e 70 e 75 anos a cada três anos desde 1996 – o estudo transcorreu até 2016. Os dados foram obtidos a partir de diversos questionários.

As voluntárias classificavam os níveis de satisfação em cada um dos cinco tipos de relacionamento em uma escala de quatro pontos. Além do mais, também indicavam se haviam desenvolvido alguma das seguintes doenças crônicas: diabetes, pressão alta, doença cardíaca, AVC (acidente vascular cerebral), DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), asma, osteoporose, artrite, câncer, depressão e ansiedade.

Ter duas ou mais dessas doenças, ou apresentar outra condição a partir de uma das doenças listadas, foi considerado pelos pesquisadores como multimorbidade (múltiplas doenças).

Além das informações de estilo de vida e hormonais, os cientistas incluíram o país de nascimento, estado civil, residência, escolaridade, renda, peso, atividade física, consumo de álcool, tabagismo e estado da menopausa no estudo. No total, 58% das mulheres (4.484) tiveram múltiplas doenças crônicas a longo prazo (após 20 anos de monitoramento). Esses casos eram mais propensos a apresentar menor escolaridade, baixa renda, obesidade, tabagismo, serem fisicamente inativos e ter menopausa induzida cirurgicamente.

Considerando apenas o contentamento com relacionamentos amorosos, os pesquisadores descobriram uma relação interessante: quanto maiores os níveis de satisfação, menores os riscos de multimorbidade a longo prazo.

Em comparação a mulheres que relataram um nível alto de satisfação com as relações, aquelas que passaram por experiências ruins tiveram mais do que o dobro de probabilidade de desenvolver doenças crônicas na velhice.

De acordo com o estudo, a influência das relações foi equivalente a de fatores de risco bem estabelecidos, como sobrepeso ou obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool.

Se considerados todos os cinco tipos de relacionamento, apenas o de amizade não exerce influência direta sobre a incidência das doenças.

"No nível da comunidade, as intervenções com foco na satisfação ou qualidade do relacionamento social podem ser particularmente eficientes na prevenção da progressão de condições crônicas", pontuam os cientistas.

O estudo é observacional, portanto não estabelece uma relação de causa e efeito. Os resultados também se basearam em memórias das pessoas e não consideraram relacionamentos sociais do início da idade adulta.

Além disso, como a base de dados incluiu apenas mulheres australianas, as descobertas podem ser limitadas a esse grupo. Mas, em suma, a pesquisa serve de alerta e referência para outros estudos.

"Nos níveis nacional e global, as conexões sociais (por exemplo, satisfação no relacionamento social) devem ser consideradas uma prioridade de saúde pública na prevenção e intervenção de doenças crônicas", concluem os cientistas.

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