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Pesquisadores da NYU (Universidade de Nova York) em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, do Brigham and Women's Hospital e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) desenvolveram uma cápsula eletrônica que pode ajudar no tratamento de doenças metabólicas e neuropsiquiátricas e gastrointestinais.

capsula

O dispositivo demonstrou capacidade de modular os níveis de um hormônio que atua diretamente na sensação de fome. Chamada de FLASH, a cápsula é classificada como "um dispositivo eletrocêutico ingerível para a neuromodulação do eixo intestino-cérebro, a via de sinalização entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso central". As terapias eletrocêuticas têm sido descritas por muitos cientistas como o futuro dos medicamentos tradicionais. Estudos apontam uma variedade de usos para doenças que afetam o sistema nervoso e outros órgãos.

"Uma pílula ingerível que contém componentes eletrônicos em vez de produtos químicos ou drogas é muito promissora”, afirma em comunicado um dos autores do trabalho, o professor Khalil Ramadi, da Universidade de Nova York.

Em um artigo intitulado "Cápsulas eletrocêuticas ingeríveis bioinspiradas, absorventes de fluidos para modulação hormonal reguladora da fome", publicado nesta quarta-feira (26) na revista Science Robotics, a equipe de Ramadi detalha os resultados do estudo de desenvolvimento da tecnologia.

O desenho da cápsula FLASH foi inspirado no lagarto australiano, cuja pele é conhecida pelas microestruturas que coletam água por capilaridade.

Os padrões ranhurados e uma superfície hidrofílica (compatível com água) não deixam que haja interferência fluído gástrico do estômago, obtendo um contato direto do eletrodo com o tecido da parede do órgão.

O dispositivo demonstrou condições de modular os níveis de um hormônio excretado no estômago, a grelina, que é responsável por aumentar os níveis de apetite.

A cápsula é alimentada por baterias ingeríveis que fornecem estimulação por 20 minutos. Elas são excretadas em até duas semanas após a ingestão, conforme testes realizados em animais de grande porte.

Os autores do trabalho consideram que ele possui uma vantagem em relação aos medicamentos hormonais habituais, já que estes têm uma baixa biodisponibilidade (porção ativa do fármaco que entra no organismo) – é por esta razão que a insulina, por exemplo, tem de ser injetada.

“Este desenvolvimento oferece muitos novos caminhos para pesquisas sobre as complexas interconexões entre o cérebro e o intestino e para promover o uso de eletrocêuticos como intervenção clínica”, disse James McRae, outro autor do trabalho.

Ramadi classifica esse tipo de terapia como "a próxima fronteira da neuromodulação".

"O FLASH é um dos primeiros eletrocêuticos ingeríveis que pode regular circuitos neuro-hormonais precisos, evitando o desconforto que os pacientes podem sentir com tratamentos invasivos. Futuros sistemas eletrocêuticos ingeríveis podem ser projetados e personalizados para aplicações específicas além da estimulação gástrica aguda e de curto prazo", afirma o cientista.

R7

O boletim epidemiológico dessa semana destaca dados do novo vacinômetro, que já registrou a aplicação de mais de 9 milhões de doses de vacina contra covid-19. Os imunizantes são usados em pessoas a partir de 6 meses de idade com as doses indicadas para cada faixa etária.

O novo painel foi lançado na semana passada durante implantação do programa Vigilância em Dia. Com os novos painéis, cada município pode verificar sua atual realidade no que diz respeito a imunização de sua população.

Em relação aos casos por covid-19, o Piauí registrou 293 casos da doença na 16ª semana epidemiológica de 2023, o que corresponde ao período de 16 a 22 de abril.

Destes, 72 são de 2023, sendo 03 casos de janeiro, nenhum caso de fevereiro, 02 casos de março e 67 casos de abril. Os 221 casos restantes são represados do ano de 2022, onde os municípios só encerraram as notificações agora.

Segundo o Boletim Epidemiológico do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVIS- PI), a variação de casos nos últimos 14 dias chegou a 176%.

Em relação aos óbitos em decorrência da doença, a média móvel do estado permanece zerada, mais com o registro de duas mortes na semana analisada, totalizando 04 óbitos por covid registrados neste mês de abril.

Durante a última semana epidemiológica, o estado permanece com 15 pacientes internados em leitos clínicos; de 11 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para 12 pacientes e permanecem 03 pacientes internados em leitos de estabilização destinados para o tratamento da Covid-19.

De acordo com o boletim, o Índice de Transmissibilidade (R0) baixou para 0,52 e Taxa de Positividade dos exames RT-PCR enviados ao Lacen se manteve em 18%.

Mpox Em relação à Mpox (Monkeypox), o estado não confirmou casos novos da doença, mantendo 40 casos no Piauí, 04 casos suspeitos e 206 casos descartados.

Veja aqui o boletim.

Sesapi

Um estudo realizados por pesquisadores da Universidade de Zhejiang, na China, mostrou que o consumo frequente de frituras, em especial, de batatas fritas, está associado a risco 7% maior de desenvolver depressão e de 12% no desenvolvimento de ansiedade. Para a constatação, os pesquisadores analisaram 140.728 pessoas acima dos 11 anos, excluindo os participantes diagnosticados com depressão nos primeiros dois anos do estudo.

batatafrita

A partir daí, os estudiosos puderam observar um total de 8.294 casos de ansiedade e 12.735 casos de depressão entre aqueles que consumiam frituras. Eles conseguiram, ainda, perceber que, as pessoas que consumiam batatas fritas tinham um risco de esenvolver depressão 2% maior quando comparados àqueles que ingeriam carnes brancas fritas.

Segundo os pesquisadores, homens jovens que tinham esse tipo de alimentação eram mais propensos ao desenvolvimento de tais problemas de saúde mental.

O vilão, de acordo com os achados, é a acrilamida, substância contaminante que é gerada no processo de fritura dos alimentos, aumentando os riscos de ansiedade e depressão. Para confirmar os efeitos da substância, os estudiosos submeteram peixes-zebra à acrilamida - dado o conhecimento prévio de que eles eram vulneráveis ao seu efeito tóxico.

Com a submissão, os peixes passaram a viver em zonas mais escuras dos tanques e a nadar mais distantes de outros da mesma espécie, atestando os altos níveis de ansiedade que eles passaram a enfrentar.

Os autores explicam - a exposição crônica à acrilamida induz à inflamação de neurônios e desregula determinados metabolismos cerebrais que desempenham papéis importantes na modulação de comportamentos ansiosos e depressivos.

Assim, eles esperam que sejam desvendadas as associações da acrilamida quanto à saúde mental e alertam para a redução do consumo de alimentos fritos.

R7

Foto: Freepik/ KamranAydinov

Os principais problemas de saúde mental de jovens têm origem na pobreza, na violência e preconceitos de gênero, revela estudo que ouviu adolescentes no Brasil, na Índia e no Quênia. A pesquisa foi feita pela ONG (organização não governamental) Plan International, que defende os direitos das crianças e a igualdade para as meninas. O estudo destacou alguns dos motivos das preocupações com a saúde mental de adolescentes e possíveis soluções, além da relação entre saúde mental e DCNTs (doenças crônicas não transmissíveis). "O dado mais relevante da pesquisa é que os fatores externos que afetam a saúde mental e o bem-estar de jovens estão significativamente relacionados ao gênero", diz a coordenadora do Programa Adolescente Saudável na Plan International Brasil, Angélica Duarte.

"Jovens de ambos os sexos ouvidos pela pesquisa afirmam que meninas são particularmente afetadas pelo baixo status na sociedade, pela falta de autonomia e pelo risco de sofrer violência baseada em gênero. A pressão e as expectativas relacionadas aos meninos também são fontes de sofrimento quando eles não correspondem ao padrão esperado da sociedade”, completou.

O Estudo sobre Saúde Mental e Bem-estar de Adolescentes ouviu 67 adolescentes em grupos focais, sendo 19 no Brasil, 25 na Índia e 23 no Quênia. Entre os jovens de 10 a 19 anos, 15 foram selecionados para fazer entrevistas em profundidade.

A pesquisa é parte do Programa Adolescente Saudável, uma iniciativa de investimento comunitário global da AstraZeneca desenvolvida em parceria com a Plan International. Jovens que responderam à pesquisa disseram que os principais fatores que levam ao sofrimento emocional são externos, causados pelo ambiente em que vivem. Entre os causadores de estresse estão a pobreza, a violência física e/ou sexual e preconceitos de gênero, que impedem as meninas de alcançar suas aspirações, e os meninos, de expressar emoções ou buscar apoio.

Entre as meninas, as restrições enfrentadas pela falta dificuldade de gerenciar o período menstrual, sobretudo pela falta de acesso a produtos para esse ciclo, também contribuem para que elas se sintam isoladas e deprimidas.

"Com os meninos, há uma demanda para serem 'machos'. Desde que são crianças, há essa exigência. Apesar de eu ainda ser criança e ser normal ter a voz fina, as pessoas diziam: 'engrosse essa voz, fale como um homem! Seja homem'. Eles estimulam os meninos assim. Os meninos não podem chorar ou expressar emoções. E isso afeta sua vida adulta. Eu vi pesquisas que dizem que uma grande porcentagem de homens têm dificuldade para expressar suas emoções", diz um dos brasileiros ouvidos na pesquisa.

Segundo Angélica Duarte, apesar das diferenças entre os países, todos os entrevistados disseram que questões externas como pobreza e violência baseada em gênero têm forte impacto na saúde mental e no bem-estar dos jovens.

"Ainda que as violências e desigualdades se manifestem de maneiras diferentes em cada país e cultura, estes são fatores externos que desempenham papel significativo na saúde mental dos jovens." Apoio

A pesquisa também apontou que os jovens não conseguem alcançar uma saúde mental positiva sem o apoio dos adultos que são importantes em sua vida. O estudo destaca que jovens adolescentes não sentem que têm os recursos necessários para lidar com problemas de saúde mental por conta própria. Dependendo do contexto, o apoio vem de pessoas importantes, como mães, pais e professores, além de líderes comunitários.

Um dos participantes da pesquisa lamentou a falta de diálogo em casa. "É difícil. Você pode até sentir vontade de falar, mas os jovens não querem falar. Dizem que você é 'maricas', se quiser conversar. Não tenho com quem conversar, apenas um amigo, que uma vez impediu que eu me matasse. Eu não falo muito com meus pais, porque eles não aceitam muito. Então, eu não falo nada, para a gente não brigar", afirma outro menino participante.

"Muitos jovens falaram sobre a falta de adultos confiáveis para compartilhar problemas, destacando que muitos são incapazes de ouvir sem recorrer ao julgamento ou à violência", ressalta a coordenadora do Programa Adolescente Saudável.

"Pais e responsáveis têm papel fundamental na criação de um ambiente seguro para que os jovens possam expressar sentimentos, problemas e inquietações sem se sentirem julgados ou ameaçados. Familiares também podem procurar apoio em serviços de saúde e orientar os próprios jovens a usar esses recursos, mas estabelecer um espaço de diálogo e acolhimento familiar é igualmente importante na promoção do bem-estar dos jovens", afirma Angélica. Álcool e drogas

A pesquisa revela que comportamentos de risco para as DCNTs, como tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo e alimentação pouco saudável, são estratégias para controlar o estresse, a ansiedade, a depressão, a insatisfação e o tédio.

Para os adolescentes que responderam à pesquisa, tais comportamentos levam a uma espiral emocional descendente da qual é difícil sair. "Eles fazem isso para desviar a tristeza para outras coisas. Acham que vai ajudar", disse um dos participantes. As normas de gênero também impactam a saúde mental de adolescentes, revelou a pesquisa. Na prática, as meninas têm menos liberdade para fazer o que querem e os meninos não compartilham seus sentimentos, nem buscam ajuda de outros jovens, parentes e profissionais. Há ainda o medo de que uma fraqueza compartilhada com outras pessoas possa ser usada como arma contra eles.

"O estudo mostrou que adolescentes do Brasil classificam a saúde mental positiva como sendo a sensação de se 'sentirem leves' e a saúde mental precária, como os momentos 'em que a pessoa não está se sentindo equilibrada ou quando não consegue lidar com os problemas da vida'. Assim, reconhecem que as pessoas têm problemas diferentes e a forma como lidam com eles lhes trará uma qualidade de vida melhor ou pior", afirma Angélica. Adolescente saudável

Para abordar a saúde mental e a saúde em geral de jovens, desde 2010, o Programa Adolescente Saudável já treinou mais de mil educadores pares no Brasil, divulgando informações de saúde sobre a prevenção de DCNTs e fatores de risco.

Os educadores pares treinados multiplicaram seus conhecimentos para mais de 130 mil jovens com informações de saúde, contribuindo para mudanças comportamentais sustentáveis. O programa também alcançou mais de 4 milhões de jovens por meio de conteúdos em redes sociais e campanhas de conscientização.

O Programa Adolescente Saudável (chamado de PAS no Brasil e de YHP no resto do mundo) é uma iniciativa de investimento comunitário global desenvolvida em ambientes urbanos com foco em jovens de 10 a 24 anos na prevenção das DCNTs mais comuns: câncer, diabetes, doenças cardíacas e respiratórias e saúde mental.

Executado em parceria pela Plan International e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) com base em pesquisas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, o programa combina ações de âmbito local, pesquisa e advocacy direcionadas aos fatores de risco, como tabagismo, uso nocivo do álcool, sedentarismo, dietas pouco saudáveis e exposição à poluição do ar, que podem levar a DCNTs na vida adulta.

Desde 2010, a Plan International implementa o PAS no Brasil, na Colômbia, no Egito, na Índia, na Indonésia, em Mianmar, no Quênia, no Reino Unido, na Tailândia, no Vietnã e na Zâmbia. Recomendações

Com base nos problemas citados, a pesquisa da Plan International Brasil diz o que os jovens precisam fazer para melhorar a saúde mental:

  • Buscar e receber o apoio necessário, sem estigma e sem vergonha. Os problemas emocionais são comuns e muito debilitantes;
  • Promover discussões abertas sobre saúde mental e bem-estar nas famílias, escolas, instituições religiosas e outros lugares onde jovens se reúnem;
  • Acesso a serviços de apoio, que precisam incluir uma ampla gama de serviços, como planejamento familiar ou tratamento de acne;
  • Proporcionar aos jovens formas saudáveis de lidar com o estresse, como a zumba, para que assim possam fazer mais exercícios, se divertir e fugir do tédio e da tristeza, diz uma das participantes do estudo;
  • Reconhecer que a adolescência e a fase de crescimento são momentos muito estressantes para jovens. 

Agência Brasil