A vacinação contra a mpox começa em março. O Ministério da Saúde informa que vai distribuir 47 mil doses da vacina contra a doença aos estados e ao Distrito Federal.

Segundo a pasta, os imunizantes serão enviados de acordo com o andamento da vacinação e com as demandas de cada unidade federativa. A data do início da imunização ainda não foi definida.

Nessa primeira fase, terão prioridade pessoas com maior risco de evolução para as formas graves como, por exemplo, portadores do vírus da Aids e profissionais de laboratórios. De acordo com o Ministério da Saúde, esse público-alvo inicial representa cerca de 16 mil pessoas. Além desses, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a mpox.

O ministério também informou que a estratégia e o público prioritário para a vacinação foram acordados com os estados, municípios e o DF. Os casos da doença estão em queda em todo o mundo e no Brasil.

Agência Brasil/Reporter da Radio Nacional

O toque retal, o exame mais comum para rastrear o câncer de próstata, pode não ser tão eficaz quanto se imaginava. Pesquisadores descobriram que o método pode estar deixando passar despercebido casos precoces da doença.

O achado foi apresentado nesta quarta-feira (8), no Congresso Anual da Associação Europeia de Urologia, em Milão, na Itália.

"Uma das principais razões para o rastreamento do câncer de próstata é detectá-lo nos pacientes o mais cedo possível, pois isso pode levar a melhores resultados do tratamento. Mas nosso estudo sugere que o exame de toque simplesmente não é sensível o suficiente para detectar esses cânceres em estágio inicial", disse Agne Krilaviciute, a principal autora do estudo, em um comunicado.

No Brasil, o câncer de próstata é o mais incidente em homens, com 71,3 mil novos novos casos em 2022, segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer).

Também é o segundo tipo que mais provoca óbitos em indivíduos do sexo masculino — atrás apenas de câncer de traqueia, brônquios e pulmões —, com 15,8 mil mortes em 2020. No estudo alemão, os cientistas reuniram informações de 46.495 homens, de 45 anos de idade, disponíveis na base de dados de quatro universidades — Technische Universität München, Hannover, Heidelberg e Düsseldorf — entre 2014 e 2019.

Metade dos voluntários passou pelo teste de Antigénio Específico da Próstata (PSA, na sigla em inglês), que mede o nível de glicoproteína — produzida pelas células da próstata – no sangue, logo após terem completado 45 anos.

Já os demais, chamados de grupo de rastreamento tardio, fizeram, inicialmente, apenas o toque retal e, aos 50 anos, o PSA.

Dentre os 6.537 homens que foram submetidos ao exame de toque, 57 apresentaram alguma suspeita da doença e foram encaminhados para uma biópsia. Desse total, apenas três foram diagnosticados com câncer de próstata.

Esse número, porém, quando comparado a outros métodos, como o PSA, foi considerado baixo.

"O toque retal deu resultado negativo em 99% dos casos, e mesmo aqueles considerados suspeitos tiveram uma baixa taxa de detecção. Os resultados que vimos do estudo mostram que o teste de PSA aos 45 anos detectou quatro vezes mais cânceres de próstata", relatou a autora.

Outra forma mais efetiva que o toque retal para detectar a doença de forma precoce é a ressonância magnética.

"A análise separada, que usou exames de ressonância magnética antes das biópsias para localizar cânceres na próstata, mostrou que cerca de 80% deles estão em uma área que deveria ser fácil de alcançar com um dedo, e ainda assim os cânceres não foram detectados pelo exame de toque", explica Krilaviciute.

Uma das possíveis explicações para essa situação é que as mudanças no tecido da próstata, especialmente em homens mais jovens, podem ser tão pequenas que impossibilitam a percepção com o dedo. Além disso, alguns tipos de câncer também ocorrem em áreas de difícil alcance para o dedo.

Vale lembrar que o urologista faz o toque retal para buscar algum inchaço incomum ou caroço no reto que possa indicar um sinal da doença.

"O câncer em estágio inicial pode não ter tamanho e rigidez para ser palpável", alertou Peter Albers, autor sênior do estudo e urologista da Universidade de Düsseldorf. Para que se aumentem as chances de encontrar a doença, os pesquisadores recomendam que os programas governamentais integrem o PSA e o exame de ressonância magnética na triagem de câncer de próstata.

Segundo o urologista, substituir o toque retal também pode fazer com que mais homens compareçam às consultas e estejam dispostos a rastrear a doença, já que são métodos menos invasivos.

"Na Alemanha, por exemplo, a taxa de participação é inferior a 20% no programa de triagem para homens de 45 a 50 anos. Se em vez disso fossem oferecidos testes de PSA, mais deles poderiam estar dispostos a vir", exemplifica Albers.

A recomendação médica geral é que homens acima de 50 anos façam periodicamente consultas para o rastreamento de câncer de próstata.

No caso de negros, obesos mórbidos ou com histórico familiar (parentes de primeiro grau) desse tipo de tumor, os exames devem começar aos 45 anos.

R7

 

Conhecido por inúmeros benefícios, o mel é um ingrediente que se faz presente em muitos lares brasileiros. Entretanto, onde há crianças, o produto pode não apenas se fazer essencial, como até salvar vidas. Isso porque o mel é um grande aliado nos acidentes em que os pequenos engolem pilhas e baterias, por exemplo, de brinquedos.

De acordo com um estudo de 2019, feito por pesquisadores do Hospital Infantil da Filadéfia e do Nationwide Children's Hospital, ambos nos Estados Unidos, o mel seria um importante protetor dos tecidos esofágicos e gastrointestinais quando houvesse tal tipo de ingestão.

"O mel age como um revestimento protetor, pela sua viscosidade, e retarda a geração de hidróxido", explica a farmacêutica bioquímica Eliane de Castro, do Ciatox do HCFMUSP (Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Entretanto, apesar de ajudar, o mel não substitui a retirada imediata da bateria alojada no esôfago.

"As pilhas e baterias são constituídas por solução eletrolítica (hidróxido de sódio ou de potássio) e metais pesados (mercúrio, prata, zinco, cádmio, lítio etc.). Quando engolidas ou aspiradas, podem causar impactação no esôfago, causando dificuldade para engolir, vômitos, falta de ar, febre e queimaduras graves, além do risco de necrose ou perfuração dos órgãos", afirma Eliane.

De acordo com o farmacêutico bioquímico Alaor Aparecido Almeida, do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Instituto de Biociências da Unesp (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"), as ocorrências são mais comuns com pilhas e baterias do tipo disco, entre crianças de 2 a 8 anos, mas também ocorrem com idosos.

Quando o incidente acontece com baterias com diâmetro de 6 mm a 12 mm, há maior recorrência de lesões leves a moderadas, que totalizam cerca de 8% dos casos. Já nos casos de baterias com diâmetro entre 15 mm e 25 mm, as lesões vão de moderadas a graves em cerca de 25% das ocorrências.

Constatada a ingestão ou aspiração de bateria ou pilha, pais ou adultos responsáveis devem cessar a alimentação da criança e buscar o atendimento médico.

Durante a espera até o atendimento, pode ser recomendada a ingestão do mel, administrado em 10 ml (duas colheres de chá) por via oral a cada dez minutos, até completar seis doses, entre o tempo decorrido da ingestão e a chegada ao hospital.

Entretanto, o mel só é recomendado para crianças a partir de 2 anos de idade. A orientação ocorre porque, até 1 ano de idade, há o risco de botulismo infantil, causado por esporos da bactéria Clostridium botulinum, eventualmente contidos no mel e muito agressivos para o lactente. "O desenvolvimento dos órgãos ainda incompletos torna esse grupo etário mais vulnerável ao botulismo infantil", afirma Eliane.

Os médicos advertem que a utilização do mel, no entanto, só deve ser feita se já houver o ingrediente em casa. Caso não haja, eles orientam a ida imediata ao hospital, sem parar para comprá-lo.

Almeida alega que o procedimento para a retirada da bateria é de caráter de urgência, antes de completar 6 horas de exposição, visto que estudos apontam para possível perfuração esofágica após esse tempo.

Eliane explica que, iniciado o atendimento médico, a bateria é localizada por meio de exame de raio-X. Detectada, a bateria é extraída, geralmente, por meio da realização de uma endoscopia.

Após a retirada, a criança deve ser mantida em observação pelos pais — para que possam relatar possíveis novos sintomas e buscar novo atendimento médico — e ter uma dieta leve.

Por fim, a recomendação para que não haja esse tipo de problema é evitar oferecer brinquedos com pilhas a crianças menores de 5 anos anos, e, se ofertados, que sejam aqueles em que as baterias não são facilmente removíveis; manter trancados os locais de armazenamento de controles remotos, relógios e supervisionar quando brincam com brinquedos eletrônicos; verificar se os compartimentos das baterias estão bem fechados e, se necessário, lacrá-los; e realizar o descarte adequado das pilhas e baterias, sempre fora do alcance da criança.

R7

Foto: Freepik

A celulite infecciosa ou celulite bacteriana, como é chamada, é um problema grave na pele e que requer atenção médica rápida quando aparece. Diferente da celulite comum encontrada na maioria das pessoas, por exemplo, a celulite infecciosa causa dor e inchaço e sem tratamento a mesma pode trazer complicações graves com risco à vida.

É uma condição comum e geralmente inofensiva, que afeta mais de 2 milhões de brasileiros. Em alguns casos essa inflamação atinge camadas mais profundas da pele, resultando em celulite infecciosa. Dr. Josué Montedonio, cirurgião plástico referência no litoral de São Paulo explica como a cirurgia plástica pode ajudar em casos mais graves.

“A celulite infecciosa é uma enfermidade que pode acontecer em pacientes que possuem cortes na pele, seja pela realização de uma cirurgia ou até mesmo uma picada de inseto não tratada ou com lesões na pele como micoses e dermatites contam com maiores chances de contrair a doença, que permitirá bactérias penetrar a pele e infectar camadas mais profundas. Dentre as mais comuns e encontradas nestes casos estão a Staphylococcus ou Streptococcus que são bactérias presentes na nossa pele. Assim elas podem se colonizar em tecidos mais profundos, causando infecções localizadas que podem vir a se disseminar pelo corpo do paciente”, explica Dr. Josué sobre a condição que afetou o ator Rafael Cardoso.

Os sintomas gerais que indicam uma infecção são dor, calor no local, vermelhidão e inchaço que pode se alastrar

O tratamento para esse modelo de infecção generalizada é, em suma, clínico, com uso de antibióticos via oral. Em casos mais graves o paciente pode vir a ser internado para administrar medicação intravenosa com monitorização. Os riscos de sequelas são baixos se tratados desde os primeiros sintomas, ao retardar, pode resultar em quadros mais sérios como endocardite e outros tipos de infecção.

O cirurgião pontua que quando falamos de celulite infecciosa o quadro mais frequente é o de erisipela, que pode levar a linfangite, onde ocorre o inchaço dos tecidos linfáticos, o paciente apresenta febre e mal-estar. Com o diagnóstico e tratamento adequado, o paciente costuma apresentar uma boa remissão, mas em caso de progressão, pode ocorrer necrose, necessitando de ressecção do tecido morto, tornando-se necessária a intervenção cirúrgica.

Então a cirurgia plástica é uma ferramenta de apoio a casos graves de celulite infecciosa, onde a progressão do quadro provoca abscessos que precisam ser drenados, ressecção de tecido infeccioso ou até necrosado, levando até a septicemia, que é uma infecção generalizada. A progressão dessas bactérias pode ir além da reparação plástica, se muito extensa e alcançarem tecidos mais profundos podem resultar na amputação do membro.

Dr. Josué finaliza pontuando que “a celulite infecciosa pode ser mais comum em pacientes que já tenham alguma imunodepressão, diabetes ou problemas linfáticos, que apresentem comprometimento da vascularização, então é necessária uma atenção extra para que o diagnóstico seja feito precocemente”.

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