Um estudo publicado na revista científica BMC Pregnancy and Childbirth constatou que gestantes que tiveram SRAG (BMC Pregnancy and Childbirth) em decorrência de infecção por Covid-19 apresentaram quatro vezes mais chances de ter morte fetal.

A investigação foi realizada por pesquisadores Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, da UFBA (universidade Federal da Bahia), do Cidacs/Fiocruz Bahia (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia), da UFRB (Universidade do Recôncavo da Bahia) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine. Para tal, os pesquisadores analisaram dados de gestantes que foram internadas com sintomas respiratórios a partir do Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos), do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) e do Sivep (Sistema de Vigilância Epidemiológica da Síndrome Respiratória Aguda Grave) entre janeiro de 2019 a junho de 2021.

Neste período, foram registrados 479.038 nascimentos, 333 mortes de gestantes, 6.841 mortes fetais, além de 13.077 mulheres em idade reprodutiva que tiveram SRAG.

Durante o estudo, as mulheres foram classificadas em dois grupos: exposto e não exposto. No primeiro, foram registradas 765 mulheres com SRAG na gestação durante a pandemia de Covid-19. Já o segundo grupo foi formado por mulheres que estiveram grávidas no período anterior à pandemia e não registraram SRAG - um total de 200.214 gestantes. Das 765 gestantes que foram internadas com SRAG, 37,38% (286) foram encaminhadas para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 16,6% (127) precisaram de ventilação mecânica. Além de quadruplicar as chances de morte fetal, os pesquisadores observaram um risco maior quando o parto foi vaginal (7,06 vezes maior), quando houve internação na UTI (8,79 vezes maior) e quando houve a necessidade de ventilação mecânica, quando o risco saltou para 21,22 vezes mais.

Os pesquisadores concluíram que, quanto maior a gravidade do quadro, maior era a chance de morte do bebê. Isso porque, devido à maior demanda metabólica da gestação, menor é a tolerância das mulheres grávidas à falta da oxigenação no sangue.

“Se o funcionamento pulmonar da gestante está prejudicado pela síndrome respiratória aguda grave, a oxigenação do feto pode ficar deficiente, levando ao sofrimento fetal e até o óbito”, explica Rita Sauer, pesquisadora principal do estudo.

Ela continua, afirmando que "o parto vaginal em mulheres com síndrome respiratória aguda grave também elevou a chance de morte do feto, provavelmente porque o trabalho de parto demanda um grande gasto energético do organismo materno”.

Assim, os médicos devem ter um monitoramento rigoroso em tais casos, além de adotar medidas preventivas. “A Covid-19 pode ser perigosa em qualquer momento da gestação, mas esse estudo mostrou que a maioria dos casos de síndrome respiratória aguda grave ocorreu no terceiro trimestre da gravidez. Este achado alerta para a necessidade de maiores cuidados, principalmente a partir das 27 semanas de gestação”, completa a pesquisadora.

Ela finaliza, alegando que, caso as gestantes apresentem quaisquer sintomas respiratórios, é imprescindível que busquem auxílio médico, sendo tratadas e monitoras até o fim dos sintomas.

R7

A Organização Mundial da Saúde (OMS), está pedindo cuidado no manuseio das plataformas geradas por inteligência artificial (IA), como Bard, ChatGPT, entre várias outras. Essa tecnologia de ponta tem se expandido e crescido no mercado rapidamente. O uso dessa ferramenta, sem dúvidas traz benefícios em diversas áreas profissionais. Mas tem sido motivo de preocupação nos órgãos da saúde.

A OMS emitiu um comunicado pedindo cautela no uso desses aparelhos que estão sendo usados frequentemente, e salientou a necessidade de analisar os perigos do uso indevido desta tecnologia. De acordo com a agência das Nações Unidas (ONU), informou que na área da saúde a ferramenta não está tendo o cuidado que normalmente é realizado no uso da tecnologia. Os novos modelos de linguagem precisam ser usados de forma consciente, assim como os seus mecanismos de controle. O que preocupa os órgãos responsáveis, é a adoção precipitada dessa tecnologia. Um sistema não testado pode levar a erros irreparáveis cometidos pelos profissionais da área da saúde.

De acordo com a OMS, as informações presentes na inteligência artificial podem ser tendenciosas, e propícias a gerar informações falsas ou imprecisas. O que gera risco à saúde dos pacientes. O alerta foi dado, pois a ferramenta apresentada é capaz de responder perguntas de forma fácil, mas não é confiável. Visto que, pode haver erros graves, especialmente no contexto da saúde.

A instituição afirma que a ferramenta pode gerar e disseminar informações falsas. Mas reconhece que com o uso adequado, a inteligência artificial pode auxiliar os pacientes, profissionais da área da saúde, cientistas e pesquisadores. A tecnologia pode ajudar a medicina em ambientes de pouco recursos e aumentar a capacidade de diagnóstico. Entretanto, a organização finaliza que a base de perigos e benefícios precisa ser estudada e que o uso generalizado na área da saúde pode gerar riscos aos envolvidos. A ferramenta deve ser usada de forma transparente e inclusiva e essa tecnologia precisa ser supervisionada e passada por uma avaliação rigorosa.

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Uma vacina experimental contra o vírus chikungunya "mostra sinais de fornecer fortes respostas protetoras em humanos", de acordo com os resultados de um ensaio clínico de fase dois, publicado nesta quarta-feira pela revista "Science Translational Medicine".

chicungunya

Pesquisadores americanos examinaram as respostas imunitárias em amostras de soro de um ensaio clínico envolvendo 20 pessoas, que receberam a imunização, seguida por uma dose de reforço aos 28 dias. Os anticorpos isolados de vacinados também protegeram camundongos contra chikungunya e outros vírus relacionados, apoiando novos ensaios clínicos com esta vacina.

O vírus chikungunya, transmitido por mosquitos, pertence à família dos alfavírus, que causam artrite e dores que às vezes podem durar anos. É comum em países em desenvolvimento e suas epidemias são um grande fardo na Ásia, África e Américas.

Outros alfavírus, como a encefalite equina oriental, são ainda mais perigosos porque podem se espalhar para o cérebro, mas atualmente não há vacina aprovada contra esses patógenos. Uma equipe de pesquisadores liderada por Saravanan Raju, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, demonstrou que essa vacina experimental, chamada PXVX0317, "pode induzir respostas imunológicas promissoras em humanos", acrescenta a publicação.

A vacina é baseada em partículas semelhantes a vírus, que se assemelham a vírus em sua estrutura e organização, mas, sendo desprovidas de material genético viral, não são de natureza infecciosa.

A vacina gerou altos níveis de anticorpos neutralizantes e células B específicas para chikungunya, que duraram até seis meses.

Além disso, os autores geraram anticorpos monoclonais de três vacinados e descobriram que alguns dos anticorpos protegiam camundongos do vírus chikungunya e vírus relacionados Mayaro e Ross River. "Nosso trabalho estabelece que a vacina PXVX0317 pode induzir clones de células B que codificam anticorpos neutralizantes potentes cuja atividade inibitória é comparável com aos isolados de humanos naturalmente infectados", conclui a equipe.

Esses resultados, acrescentam os pesquisadores, “demonstram a amplitude inibitória e a atividade da resposta da célula B humana induzida pela vacina contra o vírus do chikungunya e potencialmente contra outros alfavírus relacionados”.

Agência EFE

Foto: Divulgação/Fiocruz

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia indicam que, nos últimos cinco anos, profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde) afastaram pelo menos 1,3 milhão de brasileiros do risco de cegueira por glaucoma. A doença é a maior causa evitável de cegueira no mundo. De acordo com a entidade, entre 2019 e 2022, tratamentos clínicos e cirúrgicos contra a doença beneficiaram, em média, 289 mil pacientes de todas as regiões brasileiras anualmente.

O Nordeste acumula o maior volume de procedimentos no período, com uma média anual de 143,3 mil pessoas atendidas com pelo menos uma das duas abordagens terapêuticas. Na sequência aparecem, com as seguintes médias: Sudeste, com 112,5 mil casos; Sul, com 19,9 mil; Norte, com 12,3 mil; e Centro-Oeste, com quase 2 mil pacientes atendidos.

De acordo com o levantamento, no topo do ranking de produtividade estão as seguintes médias por ano: Minas Gerais, com 70,5 mil pacientes beneficiados; Bahia (56,9 mil casos); São Paulo (36 mil); Pernambuco (32,8 mil); e Paraíba (18 mil).

Cirurgias

“Além dos tratamentos clínicos, pacientes com glaucoma, com maior comprometimento, também puderam recorrer a diferentes tipos de cirurgia por meio do SUS na tentativa de frear o avanço da doença. No período analisado, a cada dia, 45 pessoas que lutam contra o glaucoma reduziram o risco da cegueira dessa forma”, destacou o conselho.

Os dados mostram ainda que o SUS registra um total de 68.250 cirurgias para glaucoma. Em 2022, foram 19.592 intervenções, quase 20% a mais do que foi realizado em 2021. Já em 2020, ponto alto da emergência em razão da pandemia de covid-19, o volume de procedimentos desse tipo caiu 25% em relação ao ano anterior.

A doença

Segundo o conselho, o glaucoma surge em consequência do aumento da pressão intraocular, que gera perda da visão pela destruição gradativa do nervo óptico, estrutura que conduz as imagens da retina ao cérebro. “A depender do quadro do paciente, as intervenções clínicas e ou cirúrgicas podem suspender a progressão da doença, mas não são capazes de recuperar a parcela da visão já comprometida.”

Estudos estimam que de 1 a 2% da população mundial convivem com o glaucoma. As projeções indicam que 111,8 milhões de pessoas podem sofrer com a doença até 2040 em todo o mundo.

Agência Brasil