Envolvida na investigação de diversos casos de manipulação de resultados ao redor do mundo, a Fifa está preocupada com eventuais casos de armação em jogos da Copa das Confederações, neste ano, e da Copa do Mundo de 2014.
Por essa razão, a entidade pretende dar atenção especial ao tema em evento a ser realizado em Salvador, nos dias 10 e 11 de abril. O workshop será liderado pelo gerente de segurança da Fifa, Serge Dumortier, e contará com membros do Comitê Organizador Local (COL) da Copa e da CBF.
O objetivo do encontro será discutir a integridade do esporte e quais medidas podem ser adotadas para evitar que a armação de resultados contaminem o futebol e as principais competições organizadas pela Fifa.
O workshop foi confirmado nesta sexta-feira no Rio de Janeiro após mesa-redonda organizada para discutir as estruturas de segurança da Copa das Confederações e do Mundial. O evento reuniu ainda integrantes do COL e dos Ministérios da Justiça e da Defesa.
"Nenhuma federação, nenhum país e nenhuma competição está imune a esse problema [da manipulação de resultados]. Mas nunca encontramos nenhuma evidência de armação em jogos de Copa do Mundo. O que não significa que não devemos nos precaver", afirmou Dumortier, que disse estar fazendo palestras com árbitros e times sobre os perigos e eventuais punições para quem participar de esquemas de manipulação de resultado.
O gerente de segurança da Fifa afirmou ainda que a entidade conduz estudo sobre corrupção no futebol há pelo dois anos, quando firmou convênio com a Interpol.
O duelo entre São Paulo e Arsenal, no Pacaembu, já havia terminado, com empate por 1 a 1. Mas, indignado, Luis Fabiano continuava no clima da partida após o apito final. O atacante correu até o círculo central, onde estava o árbitro colombiano Wilmar Roldán, para reclamar de um pênalti não marcado.
Com o dedo em riste, o atacante cobrou o juiz de forma veemente. E, em meio à discussão, acabou sendo expulso. Então, ele descontrolou-se ainda mais e foi necessário que outros jogadores e até policiais interviessem na discussão.
O cartão vermelho tira Luis Fabiano do próximo duelo do clube pela Libertadores, justamente contra o Arsenal, na Argentina. O atacante estava revoltado quando deixou o campo rumo aos vestiários do Pacaembu.
"Alguém gravou isso? Alguém gravou ali no meio? Eu não falei nada para ele. É impressionante a sem-vergonhice", disse o atacante, antes de descer o túnel.
As reclamações de Luis Fabiano ganharam o apoio de Rogério Ceni. "Nós não jogamos bem, mas como esse árbitro não tem como. É o mesmo árbitro que ofendeu o Juan no jogo contra o Libertad, em 2011", afirmou o goleiro.
Conhecido por seu temperamento explosivo, Luis Fabiano traçou como meta para 2013 ser expulso apenas uma vez. Com o cartão vermelho de hoje, o maior artilheiro do São Paulo na Libertadores tem 12 gols, ao lado de Rogério Ceni já chegou à cota estabelecida por ele mesmo.
Racismo e perseguição
Quando a delegação do São Paulo deixava o estádio, já mais calmo, Luis Fabiano voltou a falar sobre o tema. O atacante disse que, durante toda a partida, foi ofendido pelos jogadores do Arsenal e sofreu com uma postura ameaçadora do árbitro.
"O juiz estava sempre estranho, sempre ameaçando, querendo me falar que ia me tirar do jogo. Os jogadores me chamaram de macaquito várias vezes, mas eu não seria idiota de insultar ou xingar o juiz, isso está claro", afirmou.
"Desta vez eu não falei nada. Cada um que tire suas conclusões. O futebol sul-americano é isso mesmo. Na Libertadores a gente tem que jogar contra tudo e contra todos", concluiu o artilheiro.
Defesa
Tão logo a partida terminou, dirigentes e jogadores do São Paulo, além do técnico Ney Franco, saíram em defesa de Luis Fabiano. Para o diretor de futebol do clube, Adalberto Baptista, o ato do jogador não deve causar nenhuma punição além da suspensão automática.
"Todos os jogadores falaram que ele foi falar educadamente sobre o acréscimo. Ele só ficou nervoso depois da expulsão", disse o dirigente. "Ele sói foi cobra-lo por conta do pouco tempo de acréscimo. Acho que não é caso de punição."
João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol. foi na mesma linha. "Acho que ele não deu causa hoje. O grande prejuízo hoje foi a arbitragem. Pelas informações que tenho, ele não se dirigiu de forma ofensiva ao árbitro."
O técnico Ney Franco, em entrevista coletiva, também ficou do lado do atacante. "O Luis Fabiano está trabalhando muito bem esta coisa de cartão. Torço para que tenha sido injustiça da arbitragem mesmo, porque ele está se esforçando. A expulsão do Luis Fabiano, pelas informações que estamos colhendo, foi injusta, e eu acredito nisso pela forma como foi a partida", avaliou.
Assim como vem acontecendo há algum tempo com times brasileiros que jogam em casa contra estrangeiros na Taça Libertadores, o Atlético-MG se deparou com uma retranca na Arena Independência nesta quinta-feira, mas conseguiu furá-la e venceu o The Strongest por 2 a 1 pelo grupo 3 da Taça Libertadores.
A vitória foi a terceira do Galo no torneio, o que mantém o vice-campeão brasileiro como um dos dois times que ainda têm 100% de aproveitamento no torneio continental. O outro é o Tijuana, que na quarta-feira derrotou o Corinthians no México.
A equipe do técnico Cuca ia dando de cara com um muro, mas conseguiu o primeiro gol no começo do segundo tempo, com Jô. Ronaldinho, que não convertia uma cobrança de pênalti havia três tentativas, desta vez acertou e marcou o segundo. Melgar descontou já nos acréscimos.
Assim, o Atlético disparou na liderança da chave, com nove pontos. O segundo colocado é o São Paulo, que também nesta quinta empatou em 1 a 1 com o lanterna Arsenal de Sarandí. Os argentinos somaram seu primeiro ponto e estão em último, atrás também do Strongest, que tem três.
De quebra, a equipe de Belo Horizonte chegou a 40 partidas de invencibilidade como mandante, 27 delas no Independência. A última derrota nessa condição aconteceu em dezembro de 2011, num clássico contra o Cruzeiro.
Brasileiros e bolivianos voltarão a se encontrar já na próxima quarta-feira. O embate desta vez acontecerá na altitude de La Paz, no estádio Hernando Siles.
Após julgamento na tarde desta quinta-feira, a Conmebol comunicou que a punição ao Corinthians de jogar com portões fechados como mandante na Libertadores foi revogada. Com isso, o Timão poderá ter torcida já no próximo jogo, na quarta-feira, contra o Tijuana, no Pacaembu. Em contrapartida, o clube recebeu multa de 200 mil dólares (R$ 400 mil) e sua torcida não poderá comparecer a jogos fora de casa pelos próximos 18 meses
A decisão, que deveria ter saído na quarta, foi adiada para esta quinta pelo Comitê Disciplinar da entidade sul-americana. O órgão foi formado pelo uruguaio Adrián Leiza, o colombiano Orlando Morales e o chileno Carlos Tapia. O presidente, Caio Cesar Vieira Rocha, por ser brasileiro, não participou do julgamento.
Na quarta passada, diante do Millonarios (COL), o Timão já não pôde contar com torcida, mas quatro torcedores entraram no Pacaembu porque portavam uma ordem judicial que permitia a presença deles. Já na última quarta, em Tijuana, torcedores do Timão entraram no estádio Caliente infiltrados no meio da torcida mandante. Membros da uniformizada Camisa 12 chegaram a estender uma faixa, mas a peça foi retirada pela polícia local.
A punição que imperava era uma medida cautelar da Conmebol, no dia 21 de fevereiro. O Corinthians havia entrado com um recurso para tentar anular a punição duas vezes e não obteve sucesso. O clube achou injusto ser o culpado pela morte do torcedor boliviano Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, no duelo entre San José e Timão, em Oruro (BOL), pela primeira rodada da Libertadores. O jovem morreu ao ser atingido por um sinalizador naval atirado por um torcedor corintiano.
Desde o dia do jogo, 12 corintianos estão presos em Oruro, indiciados como responsáveis ou cúmplices do homicídio. Em São Paulo, o menor H.A.M., de 17 anos, apresentou-se à Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, assumindo ser o autor do disparo que matou Kevin. A polícia boliviana, no entanto, ainda duvida das versões apresentadas pelo menor e pelos 12 indiciados e não define quando eles serão liberados para voltarem ao Brasil.