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Uma em cada cinco redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 foi corrigida por três corretores contratados pelo Ministério da Educação. Dados divulgados pela pasta nesta quinta-feira, 3, mostram que 4.113.558 redações foram corrigidas no exame deste ano, e 826.798 entraram no sistema de terceira correção --o que acontece quando a nota final dos dois primeiros corretores tem discrepância de 200 pontos ou mais, ou quando a nota em cada uma das cinco competências difere em mais de 80 pontos.

 

Ainda de acordo com o MEC, 1,82% das redações foi entregue em branco e 1,76% teve nota zero, o que acontece caso o estudante quebre uma das regras da prova (como escrever com caneta preta, com um número mínimo de linhas ou copiar os textos usados como base).

 

Das mais de 826 mil redações com discrepância, 100.087 redações, após a terceira correção, foram encaminhadas ainda para uma banca examinadora, caso previsto para as provas que mantêm uma discrepância mesmo após a terceira correção. Segundo o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa, "os números ficaram dentro do previsto nas simulações realizadas por técnicos do Cespe/UNB [responsável pela aplicação da prova] e pela comissão de especialistas do Inep, composta por pesquisadores e membros da Associação Brasileira de Avaliação (ABAV)".

 

Revisão da correção

O edital do Enem não prevê a possibilidade de recurso administrativo por parte dos candidatos insatisfeitos com a nota. Mas uma estudante do Rio que prestou o Enem procurou a Justiça e conseguiu, na quarta-feira, 2, o direito de ver a correção de sua redação. De acordo com a advogada Isadora Girão, do escritório Rezende de Almeida, que representa a garota, um dos três juízes de plantão na 9ª Vara Federal deferiu na quarta-feira, 2, o pedido de tutela antecipada para que a candidata receba, até a sexta-feira, 4, a vista da correção de sua redação.

 

A estudante é a primeira a conseguir antecipar a vista da redação do Enem 2012 --o pedido foi julgado na 9ª Vara Federal no mesmo dia que foi protocolado. Um pedido na 31ª Vara Federal de Minas Gerais acabou não sendo deferido. Segundo a equipe de plantão, o juiz se considerou incompetente para julgar o pedido. Após a decisão da Justiça Federal no Rio, porém, Isadora disse que recebeu cerca de 20 candidatos do Enem a procuraram e que, nesta quinta-feira, 3, ela deve entrar com mais solicitações de antecipação da vista pedagógica.

 

Procurada pelo reportagem, a assessoria de imprensa do Ministério da Educação afirmou que o governo vai recorrer dessa e de outras possíveis decisões judiciais. Segundo a pasta, a Advocacia-Geral da União vai apresentar a defesa do ministério. O MEC afirmou que todos os candidatos terão acesso à "vista pedagógica" automaticamente a partir do dia 6 de fevereiro. Para acessar a correção, bastará inserir o CPF ou o número de inscrição do Enem 2012 e a senha individual do candidato.

 

Um abaixo-assinado pedindo uma nova correção contava, na noite de quarta-feira, 2, com mais de 11 mil assinaturas. Em Maceió (AL), um grupo de estudantes conseguiu uma reunião na quarta com o Ministério Público Federal em Alagoas, na qual foi entregue a petição .

 

Vista pedagógica

A divulgação da vista da correção faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o MEC e o Ministério Público Federal em agosto de 2012. O MEC afirmou, na época, que não havia uma ferramenta digital devidamente testada que comportasse a consulta pretendida na edição de 2011 do Enem. Na edição atual, o ministério disse que o dia 6 de fevereiro é o prazo para que as redações sejam digitalizadas e carregadas no site de resultados do Enem.

 

A partir deste ano, a redação passou a ser corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final é composta de cinco notas, que avaliam competências específicas do candidato.

 

A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 200 pontos ou mais na nota final atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1.000), ou de 80 pontos ou mais em pelo menos uma das competências, a redação passa por um terceiro corretor, em um mecanismo que o Inep chama de "recurso de oficio". Se a discrepância persistir, uma banca certificadora composta por três avaliadores examinará a prova.

 

Essas regras de correção significam que não há recurso administrativo para que o candidato possa solicitar ao MEC uma revisão da nota divulgada, porque ela já é a pontuação final. A alternativa, então, é recorrer à Justiça.

 

Candidatos insatisfeitos

Desde a sexta-feira, 28, quando a nota do Enem 2012 foi divulgada, milhares de candidatos se uniram para pressionar o MEC a revisar a correção das redações. Um candidato criou, no Facebook, na própria sexta, um grupo para reunir pessoas interessadas em entrar na Justiça para conseguir uma nova correção. Em cerca de quatro horas, o grupo já reunia quase 200 membros, mas, na noite desta quarta-feira, já eram mais de 29 mil os integrantes que se dizem indignados com a nota. O grupo promoveu protestos em diversas cidades do Brasil nesta quarta e promete mas manifestações na sexta-feira, 4.

 

Na maioria dos casos, candidatos insatisfeitos argumentam que levaram o rascunho da redação do Enem para casa e o mostraram a professores. Estes, depois de examinar o texto, teriam dito que suas notas seriam mais altas do que o resultado divulgado nesta sexta.

 

G1

afro312013Grupos e lideranças do movimento negro irão realizar no próximo dia 9 na Secretaria Estadual de Educação uma ação pedindo a aplicação institucional da Lei 10.639 que reza sobre o ensino de conteúdos referente à cultura afro-brasileira nas escolas de todo o país. Eles pretendem levar um bolo que lembrará a uma década da sanção da lei pelo então presidente Lula e convidar o secretário Átila Lira a participar e se comprometer com a causa.

 

De acordo com Artenildes Silva, integrante do grupo Afoxá, o texto prevê a implementação de conteúdos dentro de disciplinas como História, Artes, Língua Portuguesa e Literatura. Para ela, isso refletiria de forma positiva na sociedade, como um todo.

 

“O racismo interfere na sociedade brasileira, é um atraso social. As pessoas não se respeitam, não se valorizam, isso causa reflexo. Essa iniciativa deveria partir inclusive não do movimento, mas da secretaria. É preciso trabalharmos a cultura negra desde cedo porque você não pode amar o que você não conhece”, pontua.

 

Silva explica que já existem algumas iniciativas no Piauí neste sentido, mas que estas sempre partem de professores e são restritas a datas que lembram a história afro-brasileira. “Há alguns trabalhos mais visíveis. Hoje você vê a autoestima bem melhor. No meio da juventude é possível ver os jovens com seu o estereótipo e participando de discussões, ou ações, mas ainda é tudo muito tímido”, avalia.

 

A ativista diz que o Piauí é rico em cultura afro e que esta precisa ser mais divulgada. “Temos as manifestações culturais em Amarante e em quilombolas ao longo de todo o estado. As regiões de matrizes africanas não são conhecidas e possuem uma imagem pejorativa porque ninguém conhece. A  É preciso abordar (a temática negra) desde cedo, assim como se faz com a cultura eurocêntrica. Na escola de dança do estado, por exemplo, há o ensino do balé, mas não há espaço para a dança afro. Precisamos mudar isso”, declara.

 

 

cidadeverde

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação anunciou nesta quarta-feira, 2, os números referentes à redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012. Foram corrigidas 4.113.558 redações. Estavam em branco 1,82%; com nota zero, 1,76%. Entre as motivações para a falta de nota estão texto insuficiente ou com cópia do texto motivador.

 

Para um terceiro corretor foram encaminhadas 20,10% das redações — 826.798. Para a banca de examinadores, o índice ficou em 2,43% do total de redações, ou 100.087.

 

“Os números ficaram dentro do previsto nas simulações realizadas por técnicos do Cespe/UnB [Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília] e pela comissão de especialistas do Inep, composta por pesquisadores e membros da Associação Brasileira de Avaliação (Abav)”, disse o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa.

 

Competências — A correção da prova de redação do Enem avalia cinco competências:

1. Domínio da norma padrão da língua escrita

2. Compreensão da proposta de redação e aplicação de conceitos das várias áreas do conhecimento para o desenvolvimento do tema nos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo

3. Capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista

4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação

5. Elaboração de proposta de intervenção para o problema abordado, respeitados os direitos humanos.

 

A pontuação atribuída a cada competência pode variar até 200 pontos. A nota máxima da redação é de mil pontos. As provas de redação do Enem de 2012 foram examinadas por dois corretores, sem que um conhecesse a nota atribuída pelo outro. Caso a diferença na nota final tenha sido superior a 200 pontos, o texto foi avaliado por um terceiro corretor.

 

Em anos anteriores, isso ocorria quando a discrepância entre as duas primeiras notas superava os 300 pontos. Caso a nota atribuída pelos dois corretores em uma competência tivesse diferença maior que 80 pontos, de 200 possíveis, a correção passaria por uma terceira aferição.

 

A partir do exame de 2012, é acionada uma banca examinadora de excelência caso a diferença entre as notas dos três avaliadores permaneça superior a 200 pontos. Composta por três professores, a banca é responsável pela atribuição da nota final ao participante. Esta resultará da média aritmética daquelas atribuídas pelos avaliadores.

 

Na hipótese de a nota do primeiro corretor ser de 640 pontos e a do segundo, 480 — diferença inferior a 200 pontos —, a nota final da redação do candidato será a média aritmética das duas. No entanto, caso a de um corretor, em uma competência, seja 160 e a de outro, 40, a redação será encaminhada ao terceiro avaliador. Se a terceira nota, na mesma competência, se aproximar daquela atribuída por um dos dois corretores anteriores, não haverá necessidade de intervenção da banca examinadora. A avaliação mais baixa será eliminada.

 

O estudante terá nota zero na redação se fugir ao tema proposto, apresentar estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo, entregar folha em branco ou com sete linhas ou menos, copiar os textos motivadores e reproduzir impropérios, desenhos ou palavras de desrespeito aos direitos humanos.

 

Capacitação — Para atuar na avaliação das provas do Enem, os corretores passaram por dois meses de treinamento presencial e a distância, no qual foram abordadas as especificidades de cada competência e o conjunto do texto. Nas duas semanas seguintes à prova, os profissionais passaram por nova capacitação, voltada para a correção do tema de 2012 — O Movimento Imigratório para o Brasil no Século 21. Os examinadores foram submetidos a pré-teste de avaliação da capacidade de proceder à correção de acordo com o padrão estabelecido pela banca examinadora.

 

A divulgação do espelho das provas na internet é parte do termo de ajustamento de conduta firmado pelo MEC com o Ministério Público Federal. De acordo com o item 15.3 do edital do Enem, as vistas da prova de redação têm finalidade exclusivamente pedagógica. Não serão aceitos outros recursos além dos especificados no edital.

 

Inep

ribeiro312013José Inácio Ribeiro da Silva Júnior, 18 anos, estudante do Centro Cultural de Línguas Padre Raimundo José (Ccl) embarca dia 08 de janeiro para os Estados Unidos, em viagem patrocinada pela Embaixada Americana, através do programa Jovens Embaixadores.

 

Júnior faz parte dos 37 estudantes brasileiros da rede pública de ensino que participarão de intercâmbio nos Estados Unidos. Os alunos foram escolhidos entre 16,5 mil candidatos, de todos os Estados brasileiros, que se inscreveram em seleção feita pela Embaixada. Criado há 11 anos, o projeto leva alunos com perfil de liderança e voluntariado para um intercâmbio de três semanas no país.

 

Para Júnior, após meses de preparação a sensação é a de dever cumprido. "Estou com muitas expectativas acerca dessa grande e inesquecível experiência que vivenciarei nos Estados Unidos", diz.

 

Júnior Ribeiro esteve na Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), onde foi recebido pelo secretário da Educação, Átila Lira, que garantiu uma ajuda de custo para o aluno. "A Embaixada arca com os custos de hospedagem e alimentação, mas outras necessidades básicas têm que ser supridas por nós mesmos. Por isso entrei em contato com a Seduc e o secretário Átila foi muito receptivo e garantiu que vou receber a ajuda antes da viagem", explica Júnior.

 

Na primeira semana de viagem os estudantes escolhidos vão visitar escolas e projetos sociais em Washington, DC. Depois, serão divididos em subgrupos para diferentes cidades americanas, onde ficarão hospedados em casas de famílias locais, vão frequentar aulas em colégios de ensino médio e participarão de atividades de voluntariado.

 

Seduc