O Secretário de Educação e Cultura do Estado do Piauí, Átila Lira, através da Unidade de Gestão de Pessoas, torna pública a realização do Processo Seletivo Simplificado para contratação de Operador Técnico em Informática dos Polos de Apoio Presencial da UAB/PI, por tempo determinado, consoante às normas contidas no edital.
Os classificados irão desenvolver e operar sistemas, implantar e realizar manutenção de sistemas (software) e de aplicações, selecionar recursos de trabalho, linguagem de programação, ferramentas e metodologias para o desenvolvimento de sistemas.
As inscrições serão realizadas online, entre os dias 08/01/2013 e 17/01/2013, conforme ficha de inscrição apresentada no Anexo IV do edital.
A Coordenadoria Permanente de Seleção (COPESE), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), torna público o resultado final do Exame de Proficiência de Leitura em Língua Estrangeira, edital Nº11/2012, realizado em outubro de 2012.
O presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), Paulo Roberto de Oliveira e Lima, acatou, nesta sexta-feira, 4, o recurso da Advocacia Geral da União (AGU) contra a decisão liminar da Justiça Federal no Ceará para que o Inep antecipasse a disponibilização, de forma imediata, às provas de redação do Enem 2012 devidamente corrigidas. A informação foi divulgada esta noite pela assessoria de imprensa do tribunal, que fica no Recife. Com isso, o prazo para que os alunos tenham acesso às redações volta à data inicial: 6 de fevereiro. Ainda cabe recurso da decisão.
O desembargador baseou sua decisão no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela Subprocuradoria Geral da República, pela União e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), argumento que também constava do recurso apresentado pela AGU. O TAC determina que todos os candidatos terão acesso à "vista pedagógica" automaticamente a partir do dia 6 de fevereiro.
“Na ação [do MPF-CE], não se ataca o descumprimento do ajuste, como se, por exemplo, o Inep não houvesse honrado a palavra dada em juízo e a coisa julgada. Quer-se é que a exibição das provas tenha caráter outro que não o pedagógico, a saber, permitir a interposição de recurso voluntário pelos candidatos, algo que o TAC também afastou. É preciso reconhecer que a postulação feita pelo MPF insurge-se contra aquilo que o Inep e o próprio MPF deliberaram; viola a coisa julgada, portanto, já que pretende impor, à exibição dos documentos, um caráter que ela não deveria ter, tudo para que se viabilizem recursos voluntários que o ajustamento não prevê - e nem, por consequência, o edital do exame”, argumenta Paulo Roberto de Oliveira Lima em sua decisão.
Para o magistrado, antecipar o acesso às redações assim tão perto do prazo de inscrições do Sistema de Seleção Unificada (SisU) seria outro complicador. “Além de não dar ensejo aos recursos voluntários desejados pelo MPF, somente teria a serventia (?) de justificar uma possível ida à Justiça contra as correções dadas às provas. Mas aí o absurdo é manifesto. A uma, porque o acesso ao material está garantido para 06 de fevereiro próximo, o que já atenderia, vá lá, ao propósito cogitado; a duas, porque a jurisprudência consagrada há décadas rechaça a intervenção do Poder Judiciário nos critérios adotados pelas bancas examinadoras dos concursos públicos”.
Para acessar a correção, bastará inserir o CPF ou o número de inscrição do Enem 2012 e a senha individual do candidato.
Duas estudantes, uma no Rio de Janeiro e outra em Pernambuco, tinham conseguido, na Justiça Federal de seus estados, o direito a verem a redação imediatamente. A decisão do TRF-5 atinge a ação que tramitava em Pernambuco, o processo aberto pelo MPF-CE e outras quatro ações individuais que corriam no Ceará. O pedido de liminar para acesso imediato de todos os participantes do Enem à correção foi feito pelo procurador Oscar Costa Filho. A decisão do juiz Danilo Fontenelle Sampaio deveria ser cumprida em até 48 horas.
Na decisão, Oscar Costa Filho pediu ainda que os alunos tenham direito a pedir revisão das provas sem ter que recorrer à Justiça. Essa parte da ação ainda não foi julgada. A ação foi pedida na tarde desta quinta-feira, 3, e julgada em caráter de emergência. A decisão foi divulgada às 16:30h desta quinta.
O procurador solicita que as reclamações sejam preservadas a partir do direito dos candidatos, de terem as reclamações recebidas, processadas e, por fim, respondidas, diante da incompatibilidade entre as notas atribuídas nas redações e os critérios de correção, previamente estabelecidos.
Segundo o procurador, o Inep tem o dever jurídico de receber, processar e responder as reclamações dos que se sentirem prejudicados, em razão das respectivas notas atribuídas não refletirem o espelho dos critérios de correção.
O estado do Piauí mais uma vez é destaque nacional pelos avanços na Educação. A revista Exame, em sua edição eletrônica de 22 de dezembro e na edição impressa nº 1032, aborda o avanço do estado na Educação Básica, medido através dos números positivos do Ideb, que subiu 6 posições desde 2005. Confira na íntegra a matéria publicada.
Lição de casa benfeita
Dedicadas a ensinar a ler, a escrever e a fazer contas, escolas públicas de comunidades carentes em estados mais pobres, como o Piauí, conseguem avançar na educação
Patrícia Ikeda
São Paulo - Se existe algo que marcou a vida da dona de casa Maria de Jesus Luz, foi ouvir pela primeira vez o filho João Gabriel, de 8 anos, ler um texto completo, sem vacilar na pronúncia das palavras. "Numa tarde de junho, ele chegou da escola e leu uma receita de bolo de chocolate porque queria que eu fizesse", diz Maria de Jesus. "Foi emocionante. No começo do ano, ele mal entendia o que lia."
Mãe e filho vivem na área rural de Teresina, capital do Piauí, um dos estados mais pobres do Brasil. O PIB é igual ao do Congo, e a renda per capita, de 367 reais, é a segunda pior do país. Mas o Piauí tem se destacado numa área em que o Brasil patina - a educação. Foi o estado que mais galgou posições no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb.
Foram seis colocações desde a criação do indicador em 2005 - saiu da 23a posição, de uma lista de 27, para a 17a. A nota do estado, de 4,4, ainda é baixa - a média nacional é 5 -, mas os exemplos de superação de escolas locais, com orçamentos muito apertados, chamam a atenção.
"A maioria dos estudos pedagógicos se concentra em avaliar as falhas das escolas para evitar erros", diz Karina Rizek, coordenadora de Projetos Educacionais do Instituto Natura, que pesquisa o sucesso de escolas piauienses. "No Piauí, estamos vendo o que deu certo para replicar."
A receita por lá é tão simples quanto a de um bolo caseiro. João Gabriel estuda na Bom Princípio, uma escola de 1o ao 5o ano, com sete salas de aula, sem biblioteca nem refeitório. Mas no ranking do Ideb ela é a melhor do estado, dedicada aos primeiros anos do ensino. A nota é 7,7.
O que faz a diferença é o currículo e como ele é aplicado. Apesar de oferecer ciências, geografia e história, as prioridades são o português e a matemática. Ou seja: ensinar a ler, a escrever e a calcular. Quem dá sinais de que está ficando para trás vai direto para as aulas de reforço.
O filho de Maria de Jesus terminou 2011 com problemas e começou 2012 numa jornada escolar dupla. Além das aulas pela manhã, por seis meses retornou à escola três tardes por semana. Nesses dias, por 4 horas se dedicou a resolver exercícios e a participar de jogos educativos, acompanhado de perto pela professora. O corpo docente é um ingrediente à parte.
As 13 professoras dedicam um terço da carga horária ao aperfeiçoamento de sua formação: preparam aulas com acompanhamento de uma pedagoga e frequentam quinzenalmente os cursos oferecidos pela Secretaria de Educação do município. "Professores qualificados são insubstituíveis", diz Luiz Cláudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, responsável pelo Ideb.
Outras escolas com a mesma estratégia de se concentrar no básico também avançam, mesmo quando precisam contornar limitações mais severas. A escola Cícero Barbosa Maciel, em Pedra Branca, no Ceará, tem um orçamento tão apertado que depende da boa vontade da comunidade.
Há quatro anos, os familiares fizeram um mutirão para consertar 50 carteiras, numa demonstração de que estão dispostos a apoiar a instituição. "Cerca de 60% dos pais são analfabetos, mas querem participar da educação dos filhos como podem", diz a diretora Maria Ducilene da Silva. A Cícero tem nota 8,1 no Ideb.
Na Escola Municipal São Miguel, em Quixaba, no sertão de Pernambuco, as aulas de reforço são obrigatórias e ocorrem onde for possível: na biblioteca, nos corredores e até embaixo das árvores do jardim. "Nosso trabalho é transformar alunos em leitores competentes, não importa o sacrifício", diz a secretária de Educação do município, Adiene de Medeiros.
Nos últimos dois anos, a nota da escola foi de 5,2 para 7,8. "Recursos são importantes, mas dinheiro não garante qualidade", diz o economista Gustavo Ioschpe, especialista em educação. "Escolas que fazem o básico com pouco são a prova disso." O Congresso brasileiro quer obrigar que o dinheiro do pré-sal seja destinado à educação. Exemplos como o da Bom Princípio, porém, mostram que nada substitui uma lição de casa benfeita.