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De janeiro a junho de 2022, o Brasil registrou 122 mil novos casos de sífilis. Nesse período, foram identificados 79,5 mil casos de sífilis adquirida, 31 mil casos em gestantes e 12 mil ocorrências de sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê.

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De 2016 a 2021, o aumento do número de casos foi considerável. Enquanto em 2016 foram registradas 91.506 incidências, com taxa de detecção de 44,6 para cada 1.000 habitantes. Em 2021 foram 167.523, com taxa de detecção de 78,5 para cada 1.000. O número de gestantes infectadas pulou de 38.305 para 74,095, com a taxa de detecção passando de 13,4 para 27,1. A sífilis congênita foi de 21.547 casos para 27.019, com a taxa de detecção aumentando de 7,5 para 9,9 para cada 1.000 habitantes.

Sífilis congênita Segundo o vice-presidente da Comissão de Doenças Infectocontagiosas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Regis Kreitchmann, a sífilis não tratada pode causar abortos de repetição, além de perdas fetais e neonatais repetidas.

"Essas perdas possuem enormes impactos sociais, econômicos e psicológicos para a mulher e a sociedade. A sífilis congênita pode ser eliminada se a mulher for diagnosticada e tratada corretamente”, alerta.

Além disso, ele afirma que é preciso atenção, porque os sintomas são parecidos com os de outras patologias, e assim a doença passa despercebida pelas mulheres.

Nas gestantes, o problema passa para o bebê porque a Treponema pallidum atravessa a placenta, o que pode ocasionar perdas ou lesões fetais irreversíveis. Os impactos no feto podem ser a possibilidade de aborto ou a morte. Sem tratamento, o bebê pode nascer com sífilis congênita, que exige internação para exames e administração de antibióticos.

Mariana (nome fictício para preservar sua imagem) tem 23 anos e descobriu que tinha sífilis na maternidade ao dar à luz uma menina. Poucos dias depois do nascimento de sua filha, os exames detectaram que ela e a bebê estavam com a doença. O tratamento foi iniciado e, segundo Mariana, depois de 12 dias no hospital, não é fácil e é doloroso, principalmente para a criança.

“Ela recebe o medicamento injetável por dez dias. É doloroso para mim ver o sofrimento da minha filha. É incômodo, ela chora. Não é fácil, não foi fácil para mim. Passei muitas noites em claro por causa disso”, lamentou.

O conselho de Mariana para as futuras mães é que elas se cuidem e façam o pré-natal regularmente. “Tem que fazer todos os exames, mas muitas não acreditam e não pensam assim. Acham que fazer mais um exame de sangue é um gasto, então não fazem porque não estão sentindo nada diferente. Eu estava bem, não sentia nada, minha bebê nasceu saudável, e quando fizemos o exame tivemos a surpresa do resultado positivo”, disse.

Segundo a especialista em saúde da mulher, enfermagem e obstetrícia e professora de saúde da mulher da Faculdade Anhanguera Karina Lopes Capi, o aumento dos casos em 2022 pode estar ligado à diminuição da notificação devido ao período da pandemia da Covid-19, “mas não é possível falar em epidemia porque os dados abrangem apenas os seis primeiros meses do ano”.

Karina resslata que, para prevenir a doença, basta usar o preservativo durante as relações sexuais. Para detectar a infecção, já existem os testes rápidos disponíveis nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e, caso o teste seja positivo, o tratamento é feito com a penicilina, a depender do estágio. Durante a gestação, o tratamento da mãe e do bebê envolve o uso do medicamento por via intramuscular, com o número de injeções dependendo do tempo desde o contágio, de uma a três doses. Além disso, o parceiro deve ser tratado com o mesmo regime ou, se preferir, pode optar por um antibiótico oral. É fundamental seguir o tratamento prescrito e realizar exames de sangue para confirmar a eficácia da terapia.

“É importante ressaltar que nem sempre a criança apresenta os sintomas quando nasce. Mas, a partir do momento em que a gente tem uma mãe que foi diagnosticada com sífilis, essa criança precisa ser muito bem acompanhada, porque os sintomas e as manifestações clínicas em geral podem surgir aí nos 3 meses. E precisamos acompanhar de perto até pelo menos os 2 anos de vida”, explicou.

O que é a doença? O terceiro sábado do mês de outubro foi instituído como o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, data voltada a conscientizar a população sobre os riscos da doença e os métodos de prevenção, além de incentivar a participação de profissionais da saúde e administradores de sistemas de saúde em iniciativas que contribuam com essa educação. O destaque deste ano é a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis nas gestantes durante o período pré-natal, nas mulheres e nos homens.

Causada pela bactéria Treponema pallidum, a doença pode apresentar várias manifestações clínicas e diversos estágios — sífilis primária, secundária, latente e terciária. Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem preservativo com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.

Na sífilis primária, o sinal é uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria, que pode ser no pênis, na vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele, que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de cancro duro. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus e pode estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. A ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

Na sífilis secundária, os sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses e há a cicatrização da ferida inicial. Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Pode ainda ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura.

Na fase assintomática, os sinais e sintomas não aparecem, e a doença está dividida entre latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção). A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Já a sífilis terciária pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção, apresentando principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, e pode levar à morte.

Agência Brasil

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Saúde Pública T.H. Chan, de Harvard, concluiu que o consumo de carne vermelha — processada ou não —, mais de uma vez na semana, aumenta as chances do desenvolvimento de diabetes tipo 2, enquanto a ingestão de fontes de proteínas vegetais, como nozes e legumes, ou uma quantidade limitada de laticínios, diminuiu esse risco.

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As descobertas foram publicadas no The American Journal of Clinical Nutrition.

Para tal conclusão, os pesquisadores analisaram dados de saúde de 216.695 participantes do NHS (Nurses' Health Study), NHS II e HPFS (Health Professionals Follow-up Study). Eles avaliaram a dieta dessas pessoas com questionários de frequência alimentar de dois a quatro anos, durante 36 anos.

Desses participantes, 22 mil deles desenvolveram diabetes tipo 2.

Na análise, foi percebido que aqueles que consumiram carne vermelha tinham 62% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2, quando comparados àqueles que não comeram.

Cada porção diária adicional de carne vermelha processada aumentava o risco da doença em 46%, enquanto cada porção diária adicional ampliava em 24% a chance do desenvolvimento.

Para comparar, os pesquisadores observaram os efeitos da troca de fontes de proteínas. Eles notaram que a substituição de porções diárias de carne vermelha por nozes e legumes, por exemplo, reduzia os riscos de desenvolvimento de diabetes em 30%, enquanto o consumo de laticínios diminuía as chances em 22%.

Assim, os pesquisadores concluíram que limitar o consumo de carne vermelha a uma vez por semana diminuiria as chances do desenvolvimento da doença, como otimizaria a saúde e bem-estar populacional.

R7

Foto: Freepik

O Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Piauí, em parceria com a Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), vai mudar a metodologia das reuniões científicas da Clínica de Obstetrícia.

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A partir de agora, as reuniões vão permitir o acesso remoto de todos os profissionais de saúde do estado para discutir os temas relacionados à obstetrícia. Antes, as reuniões eram destinadas apenas aos residentes e profissionais da Maternidade Dona Evangelina Rosa.

As reuniões científicas acontecem semanalmente na MDER e têm o objetivo de qualificar os profissionais da rede. A reunião desta quarta-feira(18) foi sobre a Sífilis na Gestação.

Segundo a vice-presidente do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Piauí, Joselma Oliveira, os profissionais vão poder interagir com os apresentadores das reuniões e tirar dúvidas.

“O acesso vai ser de maneira ativa através de um link, com direito a interação e esclarecimento de dúvidas, ajudando na qualificação e condução do manejo obstétrico, tanto na atenção primária quanto na média e alta complexidade para reduzir a mortalidade materna infantil e fetal”, afirma.

Os comitês de prevenção do óbito materno, infantil e fetal, mais que uma estratégia de vigilância de óbitos, são instrumentos de controle social da qualidade de atenção à saúde prestada à mulher e à criança. São constituídos por instituições governamentais e da sociedade civil organizada, que desenvolvem ações nas áreas de saúde da mulher, do adolescente e da criança. Funcionam, portanto, como uma importante estrutura de controle social.

Sesapi

Adultos diagnosticados com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) têm quase três vezes mais chances de desenvolver demência do que aqueles que não vivem com essa condição. A conclusão é de um estudo conduzido na Universidade Rutgers (EUA), cujos resultados foram publicados nesta terça-feira (17) no Jama Open Network, jornal da Associação Médica Americana.

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Os pesquisadores acompanharam 109,2 mil membros de uma organização israelense de saúde sem fins lucrativos, nascidos entre 1933 e 1952 e ingressando na coorte em 2003. Nenhum dos participantes tinha TDAH ou demência no início do estudo.

Eles foram acompanhados por 17 anos, com idades iniciais entre 51 e 70 anos. A análise dos dados ocorreu de dezembro de 2022 a agosto de 2023. O desenho do estudo permitiu observar o desenvolvimento de condições ao longo do tempo e controlar fatores de confusão.

A exclusão de participantes com diagnóstico prévio de TDAH ou demência focou na relação entre o TDAH em adultos e o risco de demência. O grande tamanho da amostra aumentou a robustez dos resultados e sua aplicabilidade à população em geral. A descoberta de que o TDAH em adultos está associado a um maior risco de demência é consistente com a maioria dos estudos epidemiológicos anteriores, mas não com todos.

O trabalho publicado hoje sugere que o TDAH em adultos pode estar relacionado a mudanças patológicas (anormais) no cérebro.

Essas alterações cerebrais podem afetar a capacidade do indivíduo de compensar os efeitos do envelhecimento, incluindo processos neurodegenerativos (como a perda de células cerebrais) e cerebrovasculares (problemas nos vasos sanguíneos do cérebro).

Dessa forma, indivíduos com TDAH podem ter uma redução da capacidade que o cérebro tem para lidar com danos ou com o declínio cognitivo.

O estudo ainda sugere um caminho de mão dupla entre o TDAH e a demência, o que significa que um pode influenciar o outro. Por exemplo, o TDAH pode aumentar o risco de demência, mas a demência também pode afetar a expressão ou o curso do TDAH.

Os cientistas identificaram que adultos com TDAH tratados com medicamentos psicoestimulantes não tinham um risco maior de demência, quando comparados aos que não usavam remédios.

No entanto, eles consideram que mais estudos sobre isso precisam ser realizados, com objetivo de entender se os estimulantes modificam a trajetória do comprometimento cognitivo.

"Descobrir se adultos com TDAH têm um risco maior de demência e se medicamentos e/ou mudanças no estilo de vida podem afetar os riscos pode ser usado para informar melhor cuidadores e médicos", afirma o pesquisador Michal Schnaider Beeri, coautor do estudo.

R7

Foto: Freepik