vacinsarampoBrasil assiste agora o retorno do sarampo em alguma regiões e está atento às taxas de vacinação para que a doença não se espalhe pelo território. São dois surtos: em Rondônia (200 casos confirmados e duas mortes) e no Amazonas (263 casos). Casos também foram registrados no Rio de Janeiro.

O Ministério da Saúde acredita que vá conseguir controlar os surtos, mas o aumento das taxas de vacinação nacionais é importantíssimo para garantir o controle da doença.

"O sarampo é uma doença grave. A situação atual é triste porque é uma doença fácil de controlar e que tinha sido controlada. Em 30 anos de profissão, nunca vi a doença no meu consultório", diz Isabela Ballalai, pediatra e presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

De fato, o Brasil recebeu o registro de eliminação do sarampo pela Organização Mundial da Saúde em 1994. Agora, altas taxas de cobertura precisam voltar para que a doença seja controlada e não volte a circular no país.

"No sinal de qualquer dúvida sobre se tomou a vacina ou não, ou se teve a doença no passado, vale tomar a vacina. Na pior das hipóteses, você vai tomar a vacina à toa" -- Isabela Ballalai (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Adultos podem tomar, gestantes devem evitar, e a doença é altamente contagiosa -- com transmissão similar a da gripe. Confira, abaixo, algumas perguntas e respostas importantes sobre a infecção.

Quem pode tomar a vacina?

Pessoas de todas as idades, diz Isabela Ballalai. O Ministério da Saúde, no entanto, disponibiliza duas doses para os indivíduos entre 12 meses e 29 anos. Na rede pública, também é possível a vacinação gratuita até os 49 anos (nesse caso, uma dose é administrada).

"Os indivíduos acima de 50 anos provavelmente já pegaram a doença e já estariam imunizados pelas altas taxas de vacinação nos mais jovens. Mas nada impede que procurem a vacina individualmente", afirma Isabela.

Quem não pode?

Gestantes, casos suspeitos de sarampo, crianças menores de seis meses de idade e pessoas imunocomprometidas (com doenças que abalam fortemente o sistema imune) .

A vacina é segura?

Sim, afirmam o Ministério da Saúde e a SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações). Ela é feita de vírus atenuado (enfraquecido) e em décadas de imunização no mundo inteiro, apenas casos de alergia a produtos do leite contidos na vacina foram reportados.

Hoje, no entanto, hoje há vacinas sem traços de lactoalbumina (proteína do leite da vaca).

Não lembro se tomei a vacina. Devo tomar?

"Na dúvida se teve ou não a doença, ou se tomou a vacina, vale procurar um posto de saúde e se imunizar", informa a especialista.

A vacina tem reforço?

Não. Duas doses valem para a vida inteira. Quem já teve a doença também está protegido.

O que tem dentro da vacina?

A vacina oferecida na rede pública é a tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola.

Dentro da vacina, há os três vírus enfraquecidos, albumina e aminoácidos (proteínas), sulfato de neomicina (medicamento usado contra infecções), sorbitol (um tipo de açúcar derivado do álcool) e gelatina.

Algumas vacinas contêm traços de proteína do leite da vaca.

O que é o sarampo? Quais os sintomas? É grave?

O sarampo é uma doença causada por um vírus, que já foi muito comum na infância, mas está eliminada do Brasil desde os anos 1990 -- apesar dos surtos pontuais desde então.

Os sintomas começam com febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular e corrimento no nariz, informa a Fiocruz. Pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia e convulsões. No limite, a doença provoca lesão cerebral e morte.

Manchas vermelhas na pele são uma característica conhecida da doença. Elas aparecem primeiro no rosto e vão em direção aos pés.

O vírus também pode atingir as vias respiratórias, causar diarreias e até infecções no encéfalo.Todo mundo pode pegar sarampo? Como é a transmissão? Como prevenir?

Sim. "A doença tem distribuição universal", diz o Ministério da Saúde.

"Todo mundo pode pegar, rico, pobre, adulto ou criança", informa Isabella.

A transmissão ocorre diretamente, de pessoa para pessoa, por tosse, espirro, fala ou respiração. Por isso, a doença é considerada altamente contagiosa e a única forma efetiva de prevenção é a vacina.

Tem teste para identificar o sarampo?

O teste para verificar a presença do vírus é feito por meio da identificação de anticorpos específicos contra o micro-organismo. Só é possível fazer o exame, no entanto, na fase aguda da doença -- desde os primeiros dias até quatro semanas após o surgimento das alterações na pele.

Algum grupo está mais vulnerável? Há algum 'grupo de risco'?

Todos podem pegar a doença, mas recém-nascidos estão mais vulneráveis. Gestantes, imunossuprimidos (pessoas com doenças que abalam fortemente a imunidade) e aqueles com grave problema de desnutrição estão mais suscetíveis a infecções graves.

Tem tratamento?

Segundo o Ministério da Saúde, não há tratamento específico para o sarampo. É recomendável a administração de vitamina A para reduzir casos fatais.

Já nos casos sem complicações mais graves, é recomendável manter a hidratação, uma boa alimentação e o controle da febre.

 

G1

Foto: Valdo Leão/Secom

sentadaMulheres que passam mais tempo sentadas têm maior chance de se tornarem frágeis na velhice e viver menos. Essa é a conclusão de um estudo da Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália.

Publicado no American Journal of Epidemiology, o estudo analisou cerca de 5.500 mulheres sedentárias acima de 60 anos durante 12 anos. Para realizar a análise, classificou o período de tempo sentado em três categorias: baixo (até 3,5 horas por dia), médio (até 5,5 horas por dia) e alto (mais de 10 horas por dia).

As mulheres que apresentaram maior nível de sedentarismo, ou seja, que permaneciam cerca de 10 horas sentadas por dia, corriam mais risco de se tornarem frágeis na velhice.

Isso significa menor capacidade para se recuperar de doenças e de ferimentos, segundo o pesquisador. “Também está ligado ao aumento do risco de hospitalização, quedas e mortalidade prematura”, explica.

O pesquisador Paul Gardiner, do Centro de Pesquisa em Serviços de Saúde da Universidade de Queensland, afirmou, por meio de comunicado, que o estudo comprovou que mulheres correm mais riscos de se tornarem vulneráveis que os homens na velhice.

Mas, segundo Gardiner, os efeitos de ficar sentado por muito tempo podem ser revertidos. O estudo demonstrou que as participantes que reduziram o tempo sentada em duas horas diárias tiveram o risco dessa vulnerabilidade diminuído.

“Para excluir completamente o aumento desse risco, as mulheres devem tentar permanecer sentadas em níveis baixos ou médios, além de se manterem fisicamente ativas”.

 

R7

Foto: Pixabay

alcoolPraça da Estação, Região Central de Belo Horizonte. Enquanto passageiros apressados saem da estação de metrô e atravessam a Avenida dos Andradas para começarem a rotina de trabalho, Robenilton Barreiros dos Santos já perdeu a noção de dia e horário, e só não se esquece do caminho do bar, onde habitualmente busca “a branquinha” para “levar a vida”.

O álcool mata, todos os anos, 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo, número que representa 5,9% das mortes. Os dados, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que o consumo da bebida chegou a 8,9 litros por pessoa no Brasil em 2016, superando a média internacional, que era de 6,4 litros.

Por trás dos olhos marcados pelas rugas, dentes amarelados e cabelos grisalhos, ele esconde a verdadeira idade. Apenas 39 anos. “Acho que são umas sete da manhã, né. Eu bebo tanto que fico confuso. Tenho família, casa, mas larguei de mão. Pareço velho, mas não sou não. A bebida faz isso com a gente. Leva tudo de bom embora”, disse.

Do outro lado da capital, na Regional Nordeste, uma dona de casa de 42 anos sofre com o mesmo problema. “Eu comecei a beber com uns treze anos de idade, por causa de algumas amizades. Na época, era muito bom. Há sete anos eu comecei com a cachaça e estou assim até hoje. Eu já entrei em coma alcóolico, tive delírios, fiquei internada em vários hospitais. Eu preciso parar com isso, mas não sei se consigo. Sei lá. Um dia eu ainda vou parar”, contou.

O psiquiatra e coordenador do Centro de Referência em Drogas (CRR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia, explica que o álcool é uma doença do cérebro, e que deixa várias marcas no organismo.

“A primeira marca está ligada com liberação de dopamina, substância que dá a sensação de prazer. Ou seja, com o passar do tempo o cérebro passa a associar os bons momentos com a bebida, e a partir daí o sujeito entende que só dá para ter prazer com o consumo da substância”, disse.

Como uma segunda consequência grave, o médico explica que o álcool é convertido no fígado para uma substância chamada aldeído. Essa substância tóxica é a responsável por problemas de saúde provocados pelo álcool, como a cirrose.

Cristiano de Oliveira Nascimento tem 32 anos e começou a beber aos quinze. Ele conta que, quando mais novo, consumia bebidas mais caras, como uísque e vodca. Com o tempo e a dependência da bebida alcoólica, essa realidade mudou.

“Hoje, eu não tenho mais trabalho e nem dinheiro para beber coisas caras. Aí, eu acabo tomando a cachaça mesmo. Em qualquer boteco a gente compra uma barrigudinha por dois, três reais. Eu bebo todos os dias, então tem que ser a mais barata mesmo”, disse.

Além de perder o trabalho, ele ainda carrega prejuízos na saúde e no convívio familiar. “Eu caio muito, não tenho mais firmeza nas pernas. Tomo remédio para cuidar da pressão e para conseguir dormir. Mas o pior não é isso. O pior é que eu perdi várias pessoas na minha vida, vários parentes. Eu peço perdão a todos, porque eu ainda quero mudar. Isso que eu passo não é vida pra ninguém não”, lamentou.

Para Frederico Garcia, a grande dificuldade de alertar a sociedade sobre os riscos da bebida alcóolica, é que nem todas as pessoas serão dependentes. Além disso, ele pondera que o consumo do álcool é socialmente aceitável, e que por isso os dependentes têm dificuldades de entender que precisam de ajuda.

“Entre as pessoas que experimentarem uma droga, cerca de 10 a 15% ficarão dependentes, ou seja, não é a maioria. Mas, é preciso tratar a situação como um problema de saúde e que precisa ser solucionado”, pontou.

Além da dependência, que gera danos graves para o usuário, o álcool é associado a mais de 130 doenças, e é um fator de risco importante para doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, câncer.

De gole em gole

Veja abaixo os efeitos do álcool em crianças e adolescentes, mulheres e idosos:

Crianças e Adolescentes

Consumo antes dos 16 anos aumenta significativamente o risco de beber em excesso na idade adulta;

Sequelas neuroquímicas, emocionais, déficit de memória, perda de rendimento escolar, retardo no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades, entre outros problemas;

Maior exposição a situações de violência sexual;

O alcoolismo entre 12 e 19 anos também eleva a chance de envolvimento acidentes de trânsito, homicídios, suicídios e incidentes com armas de fogo.

Mulheres

Mais vulneráveis aos efeitos do álcool devido a diferenças na composição biológica entre os gêneros;

Maior chance de ter problemas relacionados ao álcool com níveis de consumo mais baixos e/ou em idade mais precoce do que os homens;

Aumento do câncer de mama e de ovário

Idosos

Apresentam quadros de depressão, irritabilidade, confusão mental;

Sofrem deficiências nutricionais associadas ao uso crônico de álcool, que pode levar a quadros neurológicos e demenciais;

Maior risco de problemas cardiovasculares

A ingestão de álcool em idosos pode provocar efeitos mais acentuados se comparado aos jovens de mesmo sexo e peso.

 

G1

Fonte: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool

Foto: Reprodução/TV Globo

virusH1N1, subtipo do vírus causador da gripe, foi responsável por 66% das mortes por gripe neste ano no Brasil, mostram dados do Ministério da Saúde. O subtipo também provocou 59,7% dos casos. Ao todo, o Brasil registrou 3.558 infecções e 608 mortes.

O Ministério da Saúde explica que o vírus H1N1 está circulando mais no território brasileiro. A pasta diz ainda que todos os subtipos são igualmente preocupantes, sem uma maior letalidade em nenhum deles.

No ano passado, diz a pasta, o H3N2 foi responsável pelo maior número de casos -- o número também é reflexo de uma maior circulação do vírus no território.

Os dados foram registrados entre janeiro e 23 de junho, diz o Ministério da Saúde. O vírus da gripe (o influenza) é dividido em tipos e subtipos. As letras (A e B, por exemplo) referem-se ao tipo, já as formas (H3N2, H1N1) são subtipos.

Veja os óbitos e casos divididos por tipo e subtipo do influenza:

H1N1: 2124 casos e 399 mortes;

H3N2: 728 casos e 102 mortes;

Influenza B: 296 casos e 40 mortes;

Influenza A não subtipado: 410 casos e 67 mortes.

Segundo o Ministério da Saúde, a maior parte das mortes ocorreu em pessoas com doenças que aumentam o risco de complicações do vírus. Muitos eram cardiopatas, tinham diabetes ou já estavam com problemas respiratórios.

A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,29% para cada 100.000 habitantes, informa a pasta.

Campanha nacional, cobertura e doses restantes

A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou no dia 23 de abril e foi até sexta-feira (22). Na segunda-feira (25), algumas cidades com estoque da vacina expandiram a vacinação por orientação do Ministério da Saúde.

Crianças entre 5 e 9 anos e adultos entre 50 e 59 anos passaram a ter indicação gratuita nessas regiões em que há disponibilidade de doses.

Grupo com indicação de vacinação gratuita (depende da disponibilidade de doses nas cidades):

Professores da rede pública e privada;

Profissionais de saúde;

Crianças entre 6 meses e nove anos;

Gestantes;

Mulheres com parto recente (com até 45 dias);

Adultos entre 50 e 59 anos;

Idosos a partir de 60 anos;

Povos índigenas;

Portadores de doenças crônicas;

População privada de liberdade (inclui funcionários do sistema prisional e menores infratores).

No total, o Ministério da Saúde conseguiu atingir 86,1% do público-alvo até sexta-feira (25). Gestantes e crianças tiveram a menor cobertura (73,4% e 73,2%).

 

G1