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horveraoCom o fim do horário de verão, o corpo não precisará mais passar por adaptações fisiológicas, o que é um ganho para a saúde, segundo os especialistas. No entanto, para a cabeça, pode ser o contrário. "Sair do trabalho e ainda estar claro dá a sensação de que é possível fazer alguma coisa. Nesse sentido, o horário de verão pode interferir mais na cuca do que no organismo", afirma o fisiologista Jamiro Wanderley, da Unicamp.


A psiquiatra Carolina Hanna, do Hospital Sírio-Libanês, explica que algumas pessoas podem ficar frustadas com o fim do horário de verão, no entanto, do ponto de vista da saúde mental, o fato é irrelevante. "O Brasil é um país com incidência solar muito alta. Não temos estatísticas expressivas de depressão sazonal. O fim do horário de verão não vai desencadear quadros de depressão", afirma.

"O curioso é que, como se trata de uma regra que funciona para todos, isso gera compartilhamentos de opinão, mexe com o coletivo", completa. 

Wanderley destaca que o corpo humano tem grande capacidade de adaptação. Por essa razão, a vigência do horário de verão não trazia problemas de adaptação de uma forma geral. "Uma pequena parcela apresenta maior dificuldade para se adaptar a dormir mais cedo e acordar mais cedo". No horário de verão, o relógio é adiantado em uma hora.

O fisiologista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ressalta os benefícios para a saúde com o fim do horário de verão.

"Existem evidências científicas de que na primeira semana após o início do horário de verão há um aumento de 3% nas chances de a pessoa ter um infarto agudo do miocárdio. Com a privação do sono na mudança de horário, há também um aumento de risco de acidentes de trânsito, já que as pessoas ficariam mais desatentas", afirma.

Segundo ele, algumas pessoas se beneficiariam com o fim do horário de verão, pois a mudança no horário do nascer e do pôr do sol afeta na regulação do relógio biológico do corpo e no padrão do sono, o que pode deixar algumas pessoas mais mal humoradas.


Louzada diz que, embora nem todos sejam afetados negativamente com o horário de verão, a maioria acaba sentindo pelo menos um efeito negativo da mudança de horário.

 

R7

Foto: Pixabay

sepseA sepse (infecção generalizada) consiste na evolução de uma infecção não diagnosticada e não tratada. Entre crianças a principal doença que evolui para sepse é a pneumonia, de acordo com a pediatra Daniela Souza, do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS).

“É a pneumonia porque a vacina acaba não cobrindo todos os germes que causam a doença”, afirma.

No caso de Arthur Araújo Lula da Silva, neto do ex-presidente Lula, a sepse foi causada pela bactéria Staphylococcus aureus, um germe de pele que entra na corrente sanguínea por meio de cortes e machucados.
“Qualquer diarreia pode evoluir para um quadro séptico. Às vezes, quando a criança cai, machuca a perna e infecciona, essa infecção pode evoluir para uma sepse”, diz.

O médico Luciano Azevedo, presidente do ILAS e professor da Faculdade de Medicina da USP, explica que muitas pessoas são portadoras da bactéria Staphylococcus aureus, estando presente nas cavidades nasais e bucais, sem evoluir para sepse.

"É normal portar essa bactéria. Embora seja agressiva, geralmente, o sistema de defesa do organismo dá conta de combatê-la. O risco de evoluir para sepse ocorre mais em quem tem algum tumor ou toma remédio que causa imunodepressão", afirma Azevedo.

Segundo a médica, a evolução de uma infecção para sepse depende de características genéticas do paciente e dos germes que estão causando a infecção.
Ela afirma que os germes com maior potencial patogênico são o meningococo (associado a meningite) e pneumococo (associado a pneumonia). O Staphylococcus aureus é também bastante agressivo, mas é menos frequente.

Os sinais da sepse são inespecíficos e, inicialmente, se assemelham ao da gripe, como febre e indisposição. Já os chamados sinais clínicos de disfunção orgânica, que aparecem em seguida, consistem em respiração e coração acelerados, alteração no nível de consciência – a criança fica sonolenta e hiperativa –, além de as extremidades ficarem frias.

“O grande problema é que a população desconhece os sinais de sepse e, às vezes, demora para levar o paciente ao hospital. O infarto, se você perguntar na rua, todos conseguem descrever os sintomas, já a sepse, não”, afirma.
De acordo com a pediatra, o risco de morte da sepse é de 5% a 15% em países desenvolvidos, de 20% a 25% em países em desenvolvimento, como o Brasil, e a partir de 35% em países pobres. Ela aponta que a principal razão da mortalidade é o atraso no diagnóstico e no tratamento.

Crianças são mais vulneráveis

Todos estão sujeitos à sepse, no entanto há grupos mais vulneráveis, como crianças abaixo de 1 ano que ainda estão com o sistema imunológico em formação e pessoas com o sistema imunológico comprometido como idosos acima de 65 anos, pessoas com câncer em tratamento com quimioterapia, com HIV ou com doenças crônicas não controladas.

Nesses grupos, a evolução da sepse é mais rápida e o risco de morte, maior. A prevenção no idoso e na criança pode ser feita por meio de vacinação contra a gripe e pneumonia, que evitam os fatores de risco que causam infecção, segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS).

Segundo o órgão, a maioria das pessoas desenvolvem a sepse a partir da chamada infecção comunitária – bactérias do dia-a-dia – como infecção urinária e abdominal e pneumonia.

Mortalidade por sepse é alta no país

O Brasil apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo. São 670 mil casos por ano, sendo que 50% resultam em morte, de acordo com a ILAS. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 31 milhões de casos são diagnosticados por ano, sendo 6 milhões deles fatais.

Em 2017, a órgão reconheceu a sepse como um problema de saúde mundial, instando países-membros, entre eles, o Brasil, a desenvolver melhorias de prevenção, diagnóstico e tratamento.


Sepse é o termo usado desde 1992 para designar a septicemia ou infecção generalizada. Conforme o conhecimento sobre a síndrome foi aumentando, sua definição foi alterada.

Até 2016, sepse era definida como uma resposta inflamatória do organismo a uma infecção. A partir daí, passou a ser uma resposta desregulada do sistema imunológico a uma infecção que promove disfunção orgânica, levando ao risco de morte.

 

R7

Foto: Pixabay

autismMuitas pessoas ainda acreditam que o autismo representa uma espécie de condenação sem volta e que o diagnóstico significa uma vida sem oportunidades – e é exatamente esse tipo de desinformação e mito que alimenta o preconceito. A avaliação é do pediatra e neurologista infantil, Clay Brites.

Para o especialista, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, lembrado hoje (2), ajuda a sociedade a refletir melhor acerca dos avanços e, principalmente, do que ainda precisa melhorar para dar suporte amplo e transdisciplinar e esse grupo de pessoas e suas famílias. A data é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Muitos casos são severos e passam essa impressão mesmo, mas a maioria, não. Ainda vemos muitos casos graves, inclusive, porque estamos assistindo a uma geração passada, em que o diagnóstico foi tardio. Espero que, com as informações recentes, a nova geração tenha outra evolução, bem mais satisfatória, e derrube muitos mitos.”

Em entrevista à Agência Brasil, Brites lembrou que o transtorno atinge 1% das crianças no mundo e leva a prejuízos na percepção e na capacidade de interação social adequada. Isso faz com que a criança com autismo perca boa parte da capacidade de interagir socialmente de forma construtiva, coerente, com reciprocidade, atenção concentrada e compartilhada.

O autismo, segundo o pediatra, também pode levar a comportamentos repetitivos e interesses excessivamente restritos a determinados objetos, contextos e até pessoas. A criança diagnosticada geralmente não apresenta bom contato visual, não olha nos olhos e tem dificuldade para perceber mudanças de comportamento de grupos e de ambientes.

“Essas crianças costumam ter reações corporais anormais frente a situações emocionais ou induzidas pelo grupo como, por exemplo, movimentos de mãos repetitivos. Elas têm muita dificuldade em conversar, só falam aquilo que lhes interessa – qualquer coisa induzida por terceiros ela simplesmente ignora, não dá continuidade.”

“Elas têm uma hiper preferência por objetos, têm distúrbios de sensibilidade, costumam ter medos inexplicáveis ou desproporcionais ao que está acontecendo”, acrescentou.  

Os sintomas começam a aparecer nos primeiros três anos de vida e o ideal é que o diagnóstico seja feito o quanto antes, abrindo caminho para modelos de intervenção comportamentais ou desenvolvimentais – de preferência, abordagens que tenham fundamentação cientifica e um grande número de pesquisa com amostragem populacional significativa.

“A importância está em ajudá-los a adquirir competências suficientes e a tempo de poderem ser mais funcionais e socialmente melhores adaptados nos anos mais difíceis que se seguirão, ao adentrarem na escola ou no trabalho.  Nesse processo, a intervenção precoce e a oportunidade de oferecer os melhores modelos auxilia na preservação ou até no ganho de capacidade intelectual e de linguagem social verbal e não verbal.”

Livro

Clay Brites e a esposa, a psicopedagoga Luciana Brites, são autores do livro Mentes Únicas. A proposta é colocar à disposição informações que ajudem a nortear a família, a escola, os profissionais e as instâncias de gestão e de Justiça sobre como proceder com pessoas com autismo.

Com linguagem acessível, a publicação, segundo ele, mostra que o autismo, ao contrário do que muito pensam, não é o fim de tudo e que, apesar de todas as dificuldades, o conhecimento é fator fundamental para que crianças dentro do espectro tornem-se seres humanos realizados dentro de suas particularidades.

 

Agência Brasil

Foto: Tania Rego/Agencia Brasil

 

vacmeningO sarampo voltou a preocupar no Brasil. A cobertura vacinal diminuiu e o sarampo retornou, acometendo pessoas suscetíveis. Importante saber que o sarampo é uma doença que, além das “pintinhas vermelhas” que todos conhecem, pode também causar uma pneumonia e/ou problemas neurológicos graves.

A meningite meningocócica é outra doença que assusta pela rapidez com que acomete adultos ou crianças. Em questão de horas pode levar uma pessoa saudável a óbito.

A gripe sempre preocupa a todos pois a cada ano vem com uma “cara” diferente e o outono é o período em que todos devem começar a se proteger.

Há vacinas para estas três doenças e é sabido que as crianças devem tomar. Tudo certo. E os adultos? Devem? Podem? Até qual idade estão indicadas? Vamos entender.

A vacina do sarampo é distribuída gratuitamente na rede pública e está junto com outras duas: caxumba e rubéola. Por isso se chama vacina tríplice viral: protege contra estas 3 doenças causadas por vírus: sarampo, caxumba e rubéola. A primeira dose deve ser dada aos 12 meses e uma dose de reforço aos 15 meses de idade. Quem já tomou duas doses está protegido. E quem não tomou? De 1 aos 29 anos de idade todos devem tomar as duas doses, com intervalo mínimo de 1 mês entre as mesmas. De 30 a 59 anos basta 1 dose para se proteger. Não está indicada para maiores de 60 anos, crianças com menos de 6 meses de idade e para quem está com qualquer situação que leve à imunodepressão. Portanto, adultos até 59 anos podem tomar.

A vacina da meningite meningocócica tipo C é distribuída gratuitamente na rede pública. As que contém outros sorogrupos (ACWY e B) só estão disponíveis na rede privada. Podem ser administradas a partir de 3 meses de idade. Adolescentes devem necessariamente receber estas vacinas, pois são considerados de risco, pois habitualmente convivem em grupos em festas, viagens ou esportes. Há estudos de eficácia para adultos até os 50 anos de idade e o número de doses necessárias vai depender do tipo de vacina e da idade da pessoa.


A vacina da gripe 2019 já está chegando nas clínicas privadas e na rede pública. Importante saber que todo ano esta vacina muda sua composição, pois os vírus mais comuns sofrem mutações constantes e mudam também. Por isso, a cada ano a organização Mundial de Saúde define e atualiza a composição da vacina, de acordo com os subtipos mais prevalentes no hemisfério sul. Este ano a vacina tetra contem o H1N1, H3N2, e dois Influenza B. A trivalente só não contém um dos influenza B. Está indicada para crianças acima de 6 meses de idade e principalmente para idosos, com mais de 60 anos, que são grupo de risco.

Para lembrar, a vacina é gratuitamente distribuída para os seguintes grupos: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes e mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias, pessoas com mais de 60 anos, profissionais de saúde, professores da rede pública e particular, população indígena, portadores de doenças crônicas, pessoas com imunossupressão, pessoas com trissomias, como Síndrome de Down, pessoas privadas de liberdade ou em instituições socioeducativas.

Vacinem-se. É nossa melhor e mais eficaz forma de proteção, em todas as idades.

 

G1

Foto: divulgação tua saude