A busca por ioga, tai chi chuan e outras atividades coletivas entre as chamadas práticas integrativas complementares no SUS (Sistema Único de Saúde) cresceu 46%, segundo o Ministério da Saúde.
A procura por esse tipo de serviço passou de 216 mil para 315 mil, entre 2017 e 2018, de acordo com a pasta. No total, a rede pública oferece 29 práticas integrativas, que podem ser realizadas coletivamente ou individualmente. A quantidade de procedimentos registrada no SUS mais que dobrou, subindo de 157 mil para 355 mil, o que representa um aumento de 126% em um ano.
Mais de 6,6 milhões de pessoas participaram das atividades no último ano – em 2017, foram 4,9 participantes, o que equivale a um aumento de 36%.
As práticas integrativas complementares são consideradas de apoio a tratamentos médicos estabelecidos nos âmbitos da Atenção Básica, das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e dos atendimentos especializados, segundo o Ministério.
Esse tipo de atividade foi incorporado ao SUS em 2006. As primeiras a serem oferecidas foram acupuntura, homeopatia, medicina antroposófica, termalismo e fitoterapia.
Atualmente, há também arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturoterapia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, ioga, apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.
O Ministério ressalta que as atividades são reconhecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como práticas integrativas complementares, que recomenda sua adoção nos sistemas nacionais de saúde. Segundo a pasta, 25 mil estabelecimentos oferecem o serviço pelo SUS, 13% a mais que em 2017.
CFM não apoia as práticas pelos SUS
Em março do ano passado, quando o Ministério ampliou a oferta de práticas integrativas complementares pelo SUS, o Conselho Federal de Medicina (CFM) se manifestou sobre o assunto, posicionando-de contra a adoção desse tipo de atividades pela rede pública.
A entidade argumenta que as práticas não apresentam fundamento na Medicina Baseada em Evidência (MBE), "ignorando a integração da habilidade clínica com a melhor evidência científica disponível".
"A aplicação de verbas nessa área onera o sistema, é um desperdício e agrava ainda mais o quadro do SUS com carências e faltas", afirmou Carlos Vital, presidente do CFM, por meio de nota publicada no portal da entidade.
Mais de 700 pacientes renais crônicos estão internados na rede pública aguardando vaga para realizaram a diálise fora do hospital.
O levantamento foi feito este ano pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em conjunto com suas unidades regionais e divulgado nesta quinta-feira (14), Dia Mundial do Rim. “O levantamento é uma estimativa. O número real pode ser superior”, afirma a nefrologista Andrea Pio de Abreu, secretária-geral da SBN.
“Esses pacientes não possuem, portanto, critérios para se manterem internados, além da necessidade de realizar diálise. Essas vagas estão ocupadas e poderiam ser liberadas para outros pacientes que possuem realmente critério de internação”, completa.
Contatado pelo R7, o Ministério da Saúde afirmou não dispor dessa informação. Um paciente com problema renal crônico que não faça diálise corre risco de morte, segundo a nefrologista. A diálise é um procedimento realizado por meio de uma máquina que filtra o sangue, removendo toxinas como ureia e creatinina, em pacientes com funcionamento do rim abaixo de 15%. Além disso, retira o excesso de água do organismo em pacientes que não conseguem eliminá-la pela urina.
Esse déficit de vagas em unidades de diálise se deve, segundo a secretária-geral da SBN, à demora no credenciamento de clínicas e à falta de investimento financeiro do governo. "O número de pacientes cresce, mas o de unidades, não", diz.
Cerca de 130 mil pessoas fazem diálise no país, de acordo com a SBN. A cada ano, há um aumento de 30 e 70 mil pacientes. O Ministério da Saúde afirma que o SUS dispõe de 26.676 equipamentos para hemodiálise, uma modalidade da diálise, com capacidade para atender até 160 mil pessoas. "Em dezembro de 2017, a pasta redefiniu o recurso financeiro anual destinados ao custeio da nefrologia no montante de R$ 3,17 bilhões por ano. Também houve a expansão de 45% da rede de serviços habilitados para a assistência dos doentes renais crônicos no período: passou de 488 para 707. Cabe informar ainda que são feitos reajustes regulares na tabela SUS voltada a esse atendimento", afirmou o Ministério por meio de nota.
Hipertensão é a doença que mais leva à diálise
A doença renal crônica é um problema de saúde pública mundial, de acordo com a nefrologista. Ela avança, assim como suas principais causas, que são o diabetes e a hipertensão. No Brasil, a hipertensão é a doença que mais leva à diálise.
A pressão alta, a longo prazo, provoca lesões no rim, principalmente vasculares, segundo a médica. "O rim é afetado pela pressão alta e também é responsável por regular a pressão. Se há uma doença renal crônica, isso aumenta ainda mais a pressão, provocando um ciclo vicioso", explica a nefrologista. Já o diabetes descontrolado altera a estrutura do glomérulo, unidade funcional do rim onde ocorrem a filtragem do sangue e a formação da urina. A nefrologista explica que, como a hipertensão e o diabetes são assintomáticos, a doença renal demora 10 anos em média para ser percebida. A maior parte dos pacientes é diagnosticada após os 50 anos.
Paciente percorre 17 km para fazer diálise
Estima-se que 1 em cada 10 pessoas tenham doença renal crônica. "Muitos não sabem que têm porque é preciso que a doença esteja em estágio avançado para produzir sintomas. É possível o paciente ter perdido 50% da função renal e não sentir nada", afirma. Foi o caso do veterinário Nei Celso Fatuch, 70. Aos 18 anos, ao sentir mal-estar depois de uma partida de futebol, descobriu no hospital que seu rim direito não estava mais funcionando.
"Tive que retirá-lo, mas vivo até hoje com um rim só. Há apenas um ano e meio comecei a fazer diálise porque comecei a ter problema no outro rim", conta.
Fatuch mora em Curitiba e percorre 17 km, entre os bairros de Bacacheri e Portão, para realizar a diálise. "Minha sorte é que posso dirigir", diz. Ele faz o procedimento três vezes por semana, durante quatro horas.
Os critérios para a escolha de uma unidade de diálise tão longe de casa foi a cobertura do plano de saúde e por se tratar de clínica especializada. "Gosto do ambiente", diz.
SUS oferece exames de rastreio
O exame de rastreio de doenças renais é simples e de fácil acesso na rede pública, segundo a nefrologista. Ela explica que se tratam dos exames de urina e de creatinina no sangue. "Eles conseguem mostrar se já existe alguma alteração no rim", diz.
"Muitas vezes é possível retardar a progressão da doença renal com medidas simples, como controle da glicemia no sangue, no caso de diabéticos, e controle da pressão, em pessoas com hipertensão. Na hipertensão, vale ressaltar que não basta tomar o remédio, é preciso fazer o controle da pressão", completa. Segundo ela, a taxa de mortalidade da doença renal crônica é alta, mas, como apresenta muita variação, de acordo com a região do Brasil, é difícil precisá-la. "Com a diálise, os pacientes vivem 20, 30 anos. O que influencia é se ele tem um bom acesso para a diálise e se outros órgãos estão funcionando de maneira adequada. Além disso, se ele segue as recomendações nutricionais e hídricas, ingerindo até 800 ml de líquido por dia, e se toma os medicamentos", afirma.
A diálise substituti algumas funções do rim, mas outras, como a produção de hormônios que evitam anemia e doenças ósseas, não. Por isso é necessário também o uso medicamentos e de hormônios.
Ela ressalta que o paciente não pode ficar mais de três dias sem fazer diálise. "Quando for viajar, precisa se informar sobre clínicas de referência no local do destino", orienta.
Segundo a médica, é possível fazer diálise e ter qualidade de vida. O acompanhamento de um nefrologista e o apoio familiar ajudam nesse processo. "O papel de cada um é importante para suporte", diz.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) e as doenças cardíacas estão matando menos as mulheres com idade entre 30 e 69 anos no país. Estudo do Ministério da Saúde mostra que no período de 2010 a 2016 a taxa de óbitos por AVC caiu 11% e por doenças cardíacas 6,2%.
Os dados do estudo Saúde Brasil 2018, divulgados hoje (8), registra que o índice para AVC caiu de 39,5 para 35,2 óbitos por 100 mil habitantes do sexo feminino. As doenças cardíacas apresentaram queda de 55 para 51,6 óbitos por 100 mil.
Apesar da queda, as duas doenças continuam sendo as que mais matam a população feminina entre 30 e 69 anos. As doenças cardíacas e o AVC são classificadas como doenças crônicas não-transmissíveis, sendo preveníveis. Esse grupo tem quatro fatores de risco em comum que são o tabagismo, a atividade física insuficiente, o uso nocivo do álcool e a falta de alimentação saudável.
No Brasil, as doenças crônicas não-transmissíveis corresponderam a 54% de todas as mortes, no ano de 2016. Na faixa etária de 30 a 69 anos, representaram 56,1% dos óbitos. O Ministério da Saúde tem um plano de ações estratégicas para o enfrentamento dessas doenças. O plano tem como uma das principais ações a expansão da Atenção Básica.
O governo Federal publicou nesta quarta-feira (6) uma portaria no DOU (Diário Oficial da Nação) em que pacientes de risco acima de cinco anos também têm direito à vacina - até o momento era oferecida apenas para crianças abaixo dessa idade.
“Fica incorporada a vacina pneumocócica conjugada 13-valente contra doenças pneumocócicas em pacientes de alto risco acima de 5 anos de idade nos Centros de Referência Imunobiológicos Especiais - CRIE (vivendo com HIV/AIDS, oncológicos, transplantados de médula óssea e de órgãos sólidos), no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS”, diz a publicação. Ainda segundo o DOU, o prazo máximo para efetivar a oferta ao SUS é de 180 dias.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a vacina pneumocócica 13-valente (conjugada) “é indicada para proteção de crianças entre 6 semanas e 6 anos de idade, contra os sorotipos (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F) da bactéria chamada Streptococcus pneumoniae, causadora de doenças pneumocócicas, como meningite (infecção da membrana que recobre o sistema nervoso central), sepse (infecção e falência de múltiplos órgãos), bacteremia (infecção na corrente sanguínea), pneumonia (infecção dos pulmões) e otite média (infecção dos ouvidos).”
A vacina faz com que o organismo crie anticorpos contra a doença, fazendo com que as crianças fiquem protegidas. Ainda de acordo com Anvisa, o uso é contraindicado para crianças alérgicas a qualquer dos componentes da vacina.
A meningite pneumocócica é um dos tipos de mengite, causada pelo germe da pneumonia, o pneumococo. A que levou o neto do ex-presidente Lula, Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, à morte na última sexta-feira (1º), foi a meningite meningocócica, originada por bactéria. Existem 12 sorotipos dessa bactéria, sendo a C a mais comum no Brasil. Não foi divulgado qual Arthur teria contraído.
O SUS dispnonibiliza a vacina contra meningite meningocócica C, a mais comum no país, a crianças até 5 anos.