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asteroscleroseUm estudo divulgado nesta segunda-feira (14) pode tirar ainda mais o sono de quem já dorme pouco. De acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas por noite tem maior risco de aterosclerose – um acúmulo de placas nas artérias por todo o corpo – em comparação com aqueles que têm sono considerado normal, ou seja, de sete a oito horas por noite.

A pesquisa foi publicada no "Journal of American College of Cardiology". Doença vascular crônica e progressiva, que geralmente aparece em adultos e idosos, a aterosclerose é uma inflamação da camada mais interna das artérias, também chamada de túnica íntima – justamente a parte que fica em contato direto com o sangue. Essa inflamação ocorre como consequência do acúmulo e oxidação de lipoproteínas nas paredes arteriais.

"Este é o primeiro estudo a mostrar que o sono objetivamente medido é independentemente associado à aterosclerose em todo o corpo, não apenas no coração", afirma o professor e nutricionista José Ordovás, pesquisador do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares Carlos III, de Madri, e diretor de nutrição do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana Jean Mayer USDA Envelhecimento na Universidade Tufts, em Massachussetts.

Ele lembra que estudos anteriores já mostraram que a falta de sono aumenta o risco de doenças cardiovasculares, bem como favorecem os fatores de risco para problemas cardíacos – como alterações nos níveis de glicose, pressão arterial, inflamações e obesidade.

Considerados os fatores de risco tradicionais para doenças cardíacas, o estudo mostrou que os que dormem menos de seis horas têm 27% mais chance de ter aterosclerose em todo o corpo do que aqueles que dormem de sete a oito horas. E aqueles que têm um sono de má qualidade estão 34% mais propensos a ter a doença em comparação aos que dormem bem – o estudo avaliou a qualidade do sono considerando quantas vezes por noite a pessoa acordou e a frequência de movimentos enquanto estava dormindo.

"É importante destacar isso: um sono mais curto, porém de boa qualidade, pode superar os efeitos prejudiciais de sua menor extensão", comenta o cardiologista Valentin Fuster, diretor-geral do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares Carlos III e editor-chefe do "Journal of American College of Cardiology".

"Há duas coisas que costumamos fazer todos os dias: comer e dormir. Sabemos há muitos anos a relação entre boa nutrição e saúde cardiovascular; no entanto, não sabemos tanto a relação entre o sono e a saúde cardiovascular", acrescenta Ordovás.


Metodologia
Os pesquisadores monitoraram a rotina de 3.974 adultos espanhóis, todos empregados em uma mesma instituição bancária – ou seja, com rotinas profissionais semelhantes. O cardiologista Fuster realizou exames de imagem para detectar a prevalência e as taxas de progressão de lesões vasculares.

Os participantes da pesquisa tinham idade média de 46 anos e todos nunca haviam sido diagnosticados com problemas cardíacos. Dois terços eram homens. Todos utilizaram um aparelhinho para monitoramento constante de atividades e movimentos, durante sete dias. Este dispositivo mediu a rotina de sono deles de uma maneira objetiva e precisa - ao contrário de pesquisas que se baseiam em questionários declaratórios.

Eles foram divididos em quatro grupos: os que dormiam menos de seis horas, os que dormiam de seis a sete horas, os que dormiam de sete a oito horas e os que dormiam mais de oito horas. Todos os participantes realizaram um check-up do coração: ultrassonografia cardíaca 3D e tomografia computadorizada cardíaca.

Segundo os pesquisadores, a maneira como foram determinados os participantes deste estudo é o grande diferencial em relação a outras pesquisas relacionando sono e saúde do coração. Primeiramente, pelo tamanho da amostragem, maior do que o usual. Outra característica interessante foi o fato de que este estudo focou uma população originalmente saudável, enquanto pesquisas assim costumam selecionar pessoas com apneia do sono ou outros problemas.

Outras conclusões

Se dormir pouco pode ser ruim, exagerar também não é um bom hábito. Embora entre os participantes fosse pequeno o número daqueles que dormem mais de oito horas, os pesquisadores concluíram que esse comportamento também estaria associado ao aumento na aterosclerose, sobretudo no caso das mulheres.

O estudo também concluiu que consumo de álcool e cafeína estão ligados a um sono de má qualidade. "Muitas pessoas acham que o álcool é um bom indutor de sono, mas há um efeito que precisa ser levado em conta", afirma Ordovás. "Se uma pessoa toma bebidas alcoólicas, ela pode acordar depois de um curto período de sono e ter dificuldade em voltar a dormir. E, quando consegue, geralmente é um sono de má qualidade."

O café, por sua vez, é daquelas substâncias que ora aparecem como vilãs, ora como benéficas para a saúde. De acordo com Ordovás, mesmo que algumas pesquisas mostrem que ingerir a bebida pode trazer efeitos positivos ao coração, tudo depende da maneira como a pessoa o metaboliza. "Dependendo da genética, se você metabolizar o café mais rapidamente, isso certamente não afetará seu sono", comenta. "Mas se você metabolizá-lo lentamente, a cafeína pode afetar o sono e aumentar as chances de doenças cardiovasculares."

"A medicina está entrando em uma fase fascinante. Se até agora tentávamos entender as doenças cardiovasculares, estudos como este nos ajuda a começar a entender a saúde cardiovascular", compara Fuster.

 

BBC

Foto: C_Scott/Pixabay

hepatitecO Ministério da Saúde corre contra o tempo para tirar de seus estoques um medicamento essencial para tratar pacientes com hepatite C e que está prestes a vencer, o sofosbuvir.

Nesta semana, a pasta enviou aos Estados alerta de que vai mandar uma quantidade do remédio para que o início do tratamento seja feito até dia 25. Se a data-limite não for cumprida, perderá a validade.


Ao todo, são 2,2 mil tratamentos que têm de ser usados até 28 de fevereiro. Caso contrário, o prejuízo será de R$ 18 milhões - a pasta pagou US$ 49,46 por comprimido em 2017, época da compra.

Coordenações estaduais que aguardam a chegada dessas drogas desde o ano passado protestaram contra os prazos. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que algumas coordenações regionais avaliam recusar o tratamento, alegando não haver tempo suficiente para distribuir os remédios. Isso ocorre sobretudo onde há grande número de atendidos.
"A distribuição é praticamente inviável", diz a coordenadora do Programa de Hepatite da Secretaria de Saúde paulista, Sirlene Caminada. Ela observou que, mesmo que o cronograma da pasta seja cumprido, será preciso prazo para que as drogas sejam distribuídas nos serviços das cidades. Há ainda necessidade de uma consulta antes da entrega do remédio ao cadastrado.

A secretaria diz ainda estudar qual resposta dará ao governo federal. O jornal apurou que Pernambuco também considera os prazos difíceis de cumprir. O receio é de que os Estados recebam e, sem condições de distribuir, arquem com a responsabilidade da perda de validade. Mas o ministério afasta o risco de o sofosbuvir se perder. Conforme a pasta, a droga será enviada aos centros até esta sexta-feira, 11, e haverá tempo para a distribuição.

Ansiedade

Enquanto remédios estão próximos do vencimento, inúmeros pacientes aguardam desde 2018. Em São Paulo, são 8 mil. A estimativa é de que sejam 15 mil com hepatite C na fila da medicação no País. "É um direito garantido pelo governo. Imagine a ansiedade das pessoas em saber que têm a doença e direito ao tratamento, mas não há remédios", afirma Sirlene. Só na quarta-feira, 9, ela diz ter recebido três telefonemas de pacientes ansiosos.


Além de questionar prazos, São Paulo quer outra garantia: remédios suficientes para completar os esquemas. O tratamento varia segundo o tipo do vírus e a gravidade. Geralmente é feita a associação de drogas. Um dos esquemas prevê combinar sofosbuvir com daclastavir. O tratamento pode ser de 12 ou 24 semanas, conforme o paciente.

"Mesmo na opção de tratamento mais curto, não há remédio suficiente. O quantitativo enviado pelo ministério consegue atender à demanda de um mês. E as 8 semanas adicionais?", questiona Sirlene. O tratamento não pode ser interrompido. Caso contrário, há risco da perda da eficácia. A terapia só é iniciada quando há estoque suficiente para todo o esquema.

O ministério garante haver medicamentos para completar os esquemas. Segundo a pasta, os tratamentos restantes serão enviados pelos fornecedores. Numa primeira etapa, serão distribuídos remédios para atender 5.337 pacientes, que aguardavam na fila desde 2018. A maioria vai receber medicamentos com validade para 2020.

A prioridade, porém, é distribuir as drogas que vencem em fevereiro. Na primeira etapa, os medicamentos serão direcionados aos pacientes que precisam de 12 semanas de tratamento.

O prazo de validade curto para o sofosvubir é atribuído a um descompasso na compra dos remédios usados no tratamento. O sofosvubir havia sido adquirido em 2017, em uma compra maior, e esperava nos armazéns do ministério a chegada do daclastavir, outro remédio. Mas por atrasos na licitação, a compra só foi feita em novembro, por pregão emergencial. Foram comprados 15 mil tratamentos.

Os prazos do daclastavir também não são folgados. A primeira remessa precisa ser usada até maio e as demais têm validade para 2020. Na compra, cada Daclatasvir 30mg custou US$ 10,42 (R$ 39). Já a última compra do sofosbuvir foi em dezembro, com valor R$ 32,85 cada. O remédio válido até 2020 começa a ser entregue este ano.

Queixa

Carlos Varaldo, do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, questiona os valores da última compra e o fato de a primeira remessa do remédio daclastavir ser com prazo de validade baixo. "A cada ano diminuem os atendidos", diz. Segundo ele, em 2016 houve 36.627 tratamentos para hepatite C e 25.988 em 2017 . "E em 2018, foram 13 mil, quando a promessa era bem maior."

 

Agência Estado

André Luiz D. Takahashi/Prefeitura de Votuporanga/Fotos Públicas

infecçaoA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o registro do genérico levofloxacino hemi-hidratado na forma solução injetável para infusão. O remédio é indicado para tratar infecções bacterianas, como infecções no trato respiratório, infecções de pele, infecções do trato urinário e infecção nos ossos.

“Com o registro do medicamento genérico, a Anvisa garante que o produto possui qualidade, eficácia e segurança comprovadas, sendo equivalente terapêutico ao medicamento de referência”, informou, por meio de nota, a agência reguladora.

Outro benefício da concessão do registro, de acordo com o comunicado, é a redução do custo do tratamento, já que medicamentos genéricos devem entrar no mercado com valor pelo menos 35% menor que o do medicamento de referência.
 

 

 

Agência Brasil

Foto: divulgação

polioHá 30 anos, o vírus selvagem da poliomielite paralisava cerca de 350 mil crianças em mais de 125 países todos os anos. Dados divulgados hoje (4) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em 2018, apenas 30 casos da doença foram notificados em dois países – Afeganistão e Paquistão. O mundo, segundo a entidade, está à beira de um sucesso sem precedentes na saúde pública: a erradicação global da doença.

“A OMS e seus parceiros da Iniciativa Global para Erradicação da Pólio se comprometem a apoiar integralmente os governos do Afeganistão e do Paquistão para combater a doença em seus últimos redutos e livrar-se dessa doença debilitante de uma vez por todas”, destacou a organização, por meio de comunicado.


De acordo com a nota, a erradicação da pólio exige altas coberturas vacinais em todo o planeta para que se consiga bloquear a transmissão de um vírus extremamente contagioso. Infelizmente, segundo a OMS, algumas crianças permanecem sem acesso às doses adequadas por motivos diversos, incluindo falta de infraestrutura, localidades remotas, migração, conflitos, insegurança e resistência à vacinação.


“A meta das equipes em solo no Afeganistão e no Paquistão é muito clara: localizar e vacinar todas as crianças antes que o vírus chegue até elas. Esses países alcançaram enorme progresso. Há 20 anos o poliovírus paralisava mais de 340 mil crianças em todo o Paquistão. Em 2018, apenas oito casos foram reportados em alguns distritos.”


A OMS destacou, entretanto, que o processo de erradicação da pólio deve ser um esforço no sentido “tudo ou nada” e que uma possível falha em acabar com esses últimos redutos poderia resultar no ressurgimento da doença, chegando a até 200 mil novos casos em todo o mundo num prazo de dez anos.

“Estamos no caminho certo para alcançar o sucesso. Um Paquistão e um Afeganistão livres da pólio significam um mundo livre da pólio”, concluiu a organização, citando que a erradicação da doença poderia economizar entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões, sendo a maioria em países de baixa renda. “E os benefícios humanitários serão sustentados para as gerações futuras: nenhuma criança jamais seria afetada novamente por essa terrível doença”.

 

Agência Brasil

Marcelo Camargo/Agência Brasil