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O Brasil ultrapassou nesta segunda-feira (20) a marca de 5 milhões de casos prováveis de dengue, com 179 mil casos e 59 mortes registrados durante o fim de semana. São 5.100.766 casos em todo o território nacional. 2.827 mortes foram confirmadas como sendo causadas pela doença e outras 2.712 estão em investigação. Acre e Roraima são os únicos estados que não registraram óbitos.

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Do total de mortes confirmadas, 163 foram em janeiro, 227 em fevereiro, 601 em março e 1.082 em abril. Dados são dos boletins semanais disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Além disso, o coeficiente de incidência no país é de 2.511,9 casos por 100 mil habitantes. O Brasil já bateu os recordes de números de casos prováveis e de mortes registrados pela doença na série histórica. O número mais alto de mortes era de 2023, com 1.179 registros. Já o ano com o maior número de casos era 2015, com 1.688.688.

São Paulo é a unidade da federação com mais óbitos registrados em 2024, com 747, seguido por Minas Gerais (497), Paraná (349), Distrito Federal (343) e Santa Catarina (203). Somadas, as cinco acumulam 75% do total de óbitos. Quando se trata de taxa de incidência, o Distrito Federal é a unidade da federação com maior número, com 9.037,3 casos por 100 mil habitantes. Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Goiás aparecem em seguida, somando 54% do número absoluto de casos.

A faixa etária que mais registra casos de dengue é de 20 a 29 anos, com mais de 935 mil casos, o que representa quase um em cada cinco casos. Na separação por gênero, as mulheres são a maioria a contrair a doença (55%).

R7

REPRODUÇÃO/AGÊNCIA BRASIL - Arquivo

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana um relatório de análise de impacto regulatório sobre produtos de cannabis. O documento trata do cenário regulatório da cannabis para fins medicinais no Brasil e apoia a manutenção da atual estratégia de autorização desses produtos no país.

cannabis

A proposta da diretoria colegiada era discutir a manutenção, o aprimoramento ou a extinção das regras atuais, que são de dezembro de 2019. Em nota, a Anvisa destacou os principais pontos da votação e, consequentemente, do relatório, que apontam necessidade de melhorias na atual resolução, mas mantêm o formato de autorização dos produtos:

Renovação da autorização sanitária por mais cinco anos;

Ampliação das vias de administração, incluindo às vias de administração oral e inalatória, por exemplo, a sublingual e a via dermatológica;

Previsão de tempo para comercialização e esgotamento de estoque;

Faltam estudos clínicos capazes de migrar, no momento, produtos de cannabis para a categoria de medicamentos;

Necessidade de ações, dentro do escopo de atuação da Anvisa, para ampliar o acesso a produtos medicinais obtidos a partir da cannabis em termos de custo, qualidade e disponibilidade;

Desenvolver ações visando à facilitação das atividades de pesquisa científica, englobando desenvolvimento de produto acabado (forma farmacêutica), desenvolvimento analítico, pesquisa pré-clínica e clínica;

Promover ações de divulgação científica para esclarecimento da população acerca das evidências existentes para embasamento do uso racional da cannabis para fins medicinais e dos riscos associados.

Relatora

Na reunião, a diretora relatora da agência, Meiruze Freitas, tratou de pontos como o cenário nacional e internacional da cannabis, o fornecimento de produtos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), preços, a necessidade de pesquisas e as dificuldades existentes para registrar esses produtos como medicamento.

“A avaliação de impacto regulatório apreciado confirma a importância da atual regulamentação para acesso e desenvolvimento de produtos da cannabis, mas ainda há muito a avançar para apoiar a fabricação nacional e o acesso a estes produtos.”

“É preciso ainda maior robustez das informações, especialmente com dados clínicos ou evidências de vida real, de forma a permitir a sua migração para a categoria de medicamento”, avaliou a diretora.

Próximos passos

Segundo a Anvisa, o relatório é uma etapa de análise de um problema regulatório e de alternativas regulatórias, mas, nesta etapa, ainda não há uma proposta objetiva de alterações na regulamentação.

“As próximas etapas serão conduzidas pelo diretor Romison Motta, sorteado para ser o relator do processo de revisão”, informou a agência.

Agência Brasil

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), por meio da Coordenação de Imunização, realizou nesta quinta-feira (16), uma reunião com os municípios para atualizar as informações sobre a nova vacina monovalente, SpikeVax, contra a Covid-19, produzida pela farmacêutica Moderna. O evento ocorreu de forma virtual e contou com a participação de mais de 265 profissionais de saúde dos municípios piauienses.

vacinapi

A reunião teve como objetivo principal orientar os gestores de saúde sobre as práticas de manuseio do imunizante, esquemas vacinais, identificação de grupos prioritários, métodos para solicitações das doses e procedimentos para registro das vacinas. A SpikeVax foi recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destacando-se por sua eficácia e segurança.

Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde fez mudanças no Calendário Nacional de Vacinação, incluindo a vacinação contra a Covid-19 para crianças de seis meses até menores de cinco anos. Adicionalmente, a recomendação atual sugere que pessoas de cinco anos ou mais, pertencentes a grupos prioritários, recebam uma dose anual ou semestral do imunizante. Os indivíduos com alto risco de desenvolver formas graves da doença são incentivados a se vacinar independentemente do número de doses já recebidas anteriormente.

Bárbara Pinheiro, coordenadora de Imunização da Sesapi, ressaltou a importância da atualização com as orientações aos profissionais de saúde de cada município . “As crianças e pessoas do grupo prioritário agora fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação para a Covid-19. É crucial que mantenhamos os profissionais de saúde informados sobre as novas orientações de manuseio e registro das vacinas,” explicou.

Leila Santos, superintendente de Atenção Primária à Saúde e Municípios da Sesapi, lembra sobre a importância da imunização. “É vital que toda a população, especialmente os grupos prioritários, acessem os postos de saúde e se protejam contra a Covid-19. A vacinação tem sido uma ferramenta essencial para reduzir os casos de internações e óbitos causados pelo vírus,” afirmou.

Sesapi

Estudo feito por pesquisadores da Fundação do Câncer aponta que o tabagismo responde por 80% das mortes por câncer de pulmão em homens e mulheres no Brasil. O trabalho foi apresentado nesta quinta-feira (16) pela fundação no 48º encontro do Group for Cancer Epidemiology and Registration in Latin Language Countries Annual Meeting (GRELL 2024, na sigla em inglês), na Suíça.

tabagismo

Em entrevista, o epidemiologista Alfredo Scaff, consultor médico da Fundação do Câncer, disse que o estudo visa apresentar à sociedade dados que possibilitem ações de prevenção da doença. “O câncer de pulmão tem uma relação direta com o hábito do tabagismo. A gente pode dizer que, tecnicamente, é o responsável hoje pela grande maioria dos cânceres que a gente tem no mundo, e no Brasil, em particular.”

Cigarro eletrônico Alfredo Scaff acredita que o cigarro eletrônico poderá contribuir para aumentar ainda mais o percentual de óbitos do câncer de pulmão provocados pelo tabagismo. “O cigarro eletrônico é uma forma de introduzir a juventude no hábito de fumar.” O epidemiologista lembrou que a nicotina é, dentre as drogas lícitas, a mais viciante.

O consultor da Fundação do Câncer destacou que a ideia de usar cigarro eletrônico para parar de fumar é muito controvertida porque, na maioria dos casos, acaba levando ao vício de fumar. “E vai levar, sem dúvida, ao desenvolvimento de cânceres e de outras doenças que a gente nem tinha.”

O cigarro eletrônico causa uma doença pulmonar grave e aguda, denominada Evali, que pode levar a óbito, além de ter outro problema adicional: a bateria do cigarro explode e tem causado queimaduras graves em muitos fumantes. “Ele é um produto que veio para piorar toda a situação que a gente tem em relação ao tabagismo.”

Gastos O estudo indica que o câncer de pulmão representa gastos de cerca de R$ 9 bilhões por ano, que envolvem custos diretos com tratamento, perda de produtividade e cuidados com os pacientes. Já a indústria do tabaco cobre apenas 10% dos custos totais com todas as doenças relacionadas ao câncer de pulmão no Brasil, da ordem de R$ 125 bilhões anuais.

“O tabagismo não causa só o câncer de pulmão, mas leva à destruição dos dentes, lesões de orofaringe, enfisema [doença pulmonar obstrutiva crônica], hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral [AVC] ou derrame. Ele causa uma quantidade enorme de outras doenças que elevam esses valores significativos de gastos do setor público diretamente, tratando as pessoas, e indiretos, como perda de produtividade, de previdência, com aposentadorias precoces por conta disso, e assim por diante”, afirmou Alfredo Scaff.

Para este ano, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima o surgimento no Brasil de 14 mil casos em mulheres e 18 mil em homens. Dados mundiais da International Agency for Research on Cancer (IARC), analisados por pesquisadores da Fundação do Câncer, apontam que, se o padrão de comportamento do tabagismo se mantiver, haverá aumento de mais de 65% na incidência da doença e 74% na mortalidade por câncer de pulmão até 2040, em comparação com 2022.

O trabalho revela, também, que muitos pacientes quando procuram tratamento já apresentam estágio avançado da doença. Isso ocorre tanto na população masculina (63,1%), como na feminina (63,9%). Esse padrão se repete em todas as regiões brasileiras.

Região Sul O estudo constatou que na Região Sul o hábito de fumar é muito intenso. O Sul brasileiro apresenta maior incidência para o câncer de pulmão, tanto em homens (24,14 casos novos a cada 100 mil) quanto em mulheres (15,54 casos novos a cada 100 mil), superando a média nacional de 12,73 casos entre homens e 9,26 entre mulheres.

“Você tem, culturalmente, um relacionamento forte com o tabagismo no Sul do país, o que eleva o consumo do tabaco na região levando aí, consequentemente, a mais doenças causadas pelo tabagismo e mais câncer de pulmão”, observou Scaff.

Apenas as regiões Norte (10,72) e Nordeste (11,26) ficam abaixo da média brasileira no caso dos homens. Já em mulheres, as regiões Norte (8,27 casos em cada 100 mil pessoas), Nordeste (8,46) e Sudeste (9,82) ficam abaixo da média brasileira.

O Sul também é a região do país com maior índice de mortalidade entre homens nas três faixas etárias observadas pelo estudo: 0,36 óbito em cada 100 mil habitantes até 39 anos; 16,03, na faixa de 40 a 59 anos; e 132,26, considerando maiores de 60 anos. Entre as mulheres, a Região Sul desponta nas faixas de 40 a 59 anos (13,82 óbitos em cada 100 mil) e acima dos 60 anos (81,98 em cada 100 mil) e fica abaixo da média nacional (0,28) entre mulheres com menos de 39 anos: 0,26 a cada 100 mil, mesmo índice detectado no Centro-Oeste.

Em termos de escolaridade, o trabalho revelou que, independentemente da região, a maioria dos pacientes com câncer de pulmão tinha nível fundamental (77% para homens e 74% para mulheres). A faixa etária de 40 a 59 anos de idade concentra o maior percentual de pacientes com câncer de pulmão: 74% no caso dos homens e 65% entre as mulheres.

Embora as mulheres apresentem taxas mais baixas de incidência e de mortalidade do que os homens, a expectativa é que mulheres com 55 anos ou menos experimentem diminuição na mortalidade por câncer de pulmão somente a partir de 2026. Já para aquelas mulheres com idade igual ou superior a 75 anos, a taxa de mortalidade deve continuar aumentando até o período 2036-2040.

Agência Brasil

Foto: Reprodução/Record Brasília