O técnico em eletrônica José Arnaldo Moraes Silva não sabe mais o que fazer para criar os cinco filhos. Há seis meses a mãe abandonou os filhos levando o cartão do Bolsa Família. O benefício era a única fonte para garantir a alimentação, vestuário e educação das crianças.
O valor, em torno de R$ 340, está fazendo falta porque José Arnaldo, mesmo tendo profissão definida, precisa se dividir entre os cuidados com a casa, os filhos e os eletrodomésticos que conserta.
"Eu trouxe a oficina para casa para poder cuidar das crianças. Mas eu não sei se aperto um parafuso ou fico na cozinha para mexer a panela com o feijão que está queimando", conta.
A família mora em uma casa alugada e com o que José Arnaldo ganha não está conseguindo pagar o aluguel.
"Tenho um cadastro na ADH e já fui lá três vezes, levando as crianças, para ver se consigo uma casa. Mas até agora nada", lamenta.
O técnico em eletrônica afirma que a mulher está morando em uma casa e trabalhando. "Ela está gastando o dinheiro das crianças com outras coisas. Se ela está trabalhando, porque esse dinheiro do Bolsa Família não pode ser repassado para mim, para eu cuidar das crianças. Se fosse eu que tivesse abandonado a casa e os meninos sem pagar uma mesada para eles, já estaria preso", afirma.
O pai diz que já procurou o CRAS, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o Conselho Tutelar e ninguém deu um direcionamento ao caso. "A assistente social só me disse que quem tem que ficar com o cartão é ela porque ela é que é a titular. Eu acho que quem tem que ficar com o cartão é quem está cuidado das crianças", diz
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José Arnaldo afirma que a situação é desesperadora e pede que alguém do governo do Estado ou da prefeitura olhe por ele.