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Charles Amaral de Oliveira, médico intervencionista de dor e ex-presidente da Sobramid (Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor), é um dos autores do “Tratado de dor oncológica”, uma obra de 1.240 páginas lançada este ano que, na sua opinião, “vem suprir uma lacuna na literatura científica nacional, democratizando a informação para todos os profissionais que lidam com a questão. Além de médicos, psicólogos e enfermeiros, por exemplo”.

No livro, a dor é descrita como uma “entidade complexa, subjetiva e sujeita às particularidades de cada indivíduo”. Apesar dos avanços da tecnologia, mesmo nos países desenvolvidos os pacientes de câncer não têm acesso a todos os tratamentos que poderiam garantir uma melhor qualidade de vida. “A dor não é tratada como deveria. Depois de três meses, ela já não é mais sintoma, é a própria doença”, afirma. “No contexto da oncologia, o foco em combater a enfermidade coloca a dor num segundo plano, como se ela tivesse que fazer parte do tratamento, como se fosse algo aceitável e natural no curso da doença”, acrescenta.

 

Ele ensina que cerca de 20% dos pacientes de câncer, depois de enfrentar o tratamento, sofrem com dores secundárias quando já estão em remissão. “Quimioterapia, radioterapia, cirurgias e exames diagnósticos podem deixar sequelas, como lesões nos nervos”, explica. Segundo o Inca, 1.2 milhão de brasileiros receberam ou receberão o diagnóstico de câncer no biênio 2018/2019. De acordo com a estimativa de países europeus, não chega a 3% o número de doentes que recebem o tratamento adequado para o controle da dor.

No capítulo “Princípios e conceitos da intervenção em dor”, do qual o doutor Charles é coautor ao lado de André Marques Mansano e Fabrício Dias Assis, os dados disponíveis mostram que, desde que a eutanásia foi legalizada na Holanda, 78% das solicitações foram feitas por pessoas com câncer, a grande maioria com dores. No Canadá, estudo feito em um centro de cuidados paliativos constatou que a dor intensa aumenta em 37% a chance de o paciente ter vontade de morrer. “Entre 60% e 70% dos pacientes com câncer sentem algum tipo de dor. Desses, 44% têm dor severa. A estimativa sobe para 70% no último ano de vida nos casos de doença em fase avançada”, diz.

Há ainda a polêmica que envolve a prescrição de medicamentos potentes. A epidemia de opioides, que vem custando 60 mil vidas por ano nos Estados Unidos, acabou criando uma “opiofobia” entre médicos brasileiros, que temem que seus pacientes se tornem dependentes. O doutor Charles Oliveira esclarece que temos uma situação completamente diferente: “lá os maiores prescritores de opioides são os profissionais de medicina primária. Como os laboratórios podem fazer anúncios desse tipo de droga, os pacientes já chegam na consulta pedindo uma receita, enquanto aqui a prescrição é controlada. O consumo médio norte-americano é de 700 miligramas per capita/ano, enquanto, no Brasil, é de 3,5mg a 5mg/ano”.

Há um arsenal para os intervencionistas da dor, como o bloqueio neurolítico para o câncer de pelve; e a cimentoplastia para metástases ósseas. O paciente com câncer pode ter outras dores associadas e independentes. Um exemplo bastante comum na velhice é a osteoartrite de joelhos. “O controle da dor pode ser feito através do desligamento dos nervos geniculares, que inervam o joelho, por método minimamente invasivo, sem cortes. Com a dor sob controle, o paciente reduz o número de medicamentos, consegue evoluir na fisioterapia e sua qualidade de vida tem um ganho visível”, enfatiza. Infelizmente, a dor não está presente nas aulas dos alunos de medicina. “Em média, são dedicadas 13 horas à discussão do tema nas universidades, e somente agora há alguns cursos que dedicam 100 horas sobre o assunto como uma doença, e não um sintoma. Se o manejo da dor não fez parte da formação do médico, é natural que ele se sinta desconfortável e acabe não prescrevendo de forma adequada”, finaliza.

 

G1

carbprotEstudo publicado este mês na revista PLOS Genetics apontou que a corrida é o melhor exercício físico para quem tem tendência a engordar. Para quem gosta da ideia de correr, a notícia foi bem-vinda. Para quem não é um grande fã, talvez as perspectivas dos bons resultados possam servir de estímulo para tentar. Em qualquer caso, é necessário cuidar bem da alimentação e da hidratação para garantir o rendimento, o bem-estar e boa recuperação.

“A nutrição diária, semanal e mensal tem grande impacto em todos os treinos. Portanto, é importante pensar na alimentação como um aspecto do treinamento, pois isso ajuda a otimizar as suas corridas, permitindo que os músculos se recuperem e se adaptem à rotina”, explicou Kyle Pfaffenbach, da Eastern Oregon University, nos Estados Unidos, à revista Health.

Pensando na dica da especialista, a Health preparou uma lista do que comer antes, durante e depois de uma corrida para garantir saúde, evitar o ganho de peso e maximizar os resultados do exercício. Confira.

Antes da corrida
A alimentação para quem corre deve considerar não apenas a necessidade do praticante, mas toda a sua disposição para o exercício. Alguns corredores preferem correr até cinco quilômetros por vez, outros vão mais longe. Dependendo da distância e da intensidade da corrida, a dieta pode mudar.
Segundo especialistas, para quem corre menos de seis quilômetros e tem preferência por se exercitar pela manhã, não é necessário fazer uma refeição pré-corrida, pois o corpo terá energia suficiente para impulsionar o funcionamento dos músculos. No entanto, é importante beber água – pelo menos 250mL – já que normalmente pela manhã o corpo está desidratado. Também vale ingerir uma bebida esportiva de baixa caloria.

Para corridas mais longas e intensas a refeição é obrigatória. A dica é escolher carboidratos complexos, como aveia, banana, iogurte desnatado e pão integral (entre 50 a 60 gramas). “Isso enche as reservas de glicogênio [estoque de energia rápida]”, explicou Pfaffenbach. O especialista ainda orienta que depois de comer é importante esperar entre uma hora e meia a duas horas para permitir a digestão e absorção de nutrientes pelo organismo.

Os adeptos do sprint também precisam estar atentos. Por ser um tipo de corrida em que o indivíduo corre o mais rápido possível por curtos períodos de tempo ou distâncias curtas, é preciso ter muita energia para manter o ritmo. Por isso, a dica é focar na alimentação na noite anterior à corrida, caprichando nos carboidratos complexos. Aí vale macarrão (integral), arroz (integral), batata-doce, lentilha e feijão, por exemplo. Capriche, mas sem exageros. “Para performances de alta intensidade é preciso aumentar as reservas de glicogênio no dia que antecede o treino”, comentou Pfaffenbach.
E durante?
Os músculos são capazes de armazenar glicogênio para sustentar uma corrida de 60 minutos. Portanto, para quem vai correr dentro desse período, só é necessário manter a hidratação, dando preferência para bebidas com eletrólitos, pois eles ajudam os músculos a reter fluídos e melhora a recepção de oxigênio, o que permite seu funcionamento adequado. “Colocar os eletrólitos em líquidos, em vez de em um lanche sólido, ajuda a entregá-los aos seus músculos mais rapidamente”, disse Vishal Patel, especialista em treinamento de atletas de elite, à Health.

Corridas mais longas podem exigir reposição de energia: a cada hora a mais de corrida é necessário 30 a 60 gramas de carboidrato para segurar o ritmo. A opção é bebida esportiva com carboidratos e eletrólitos. No final do treino, o corredor pode usar um truque para colocar o cérebro em alerta para evitar dores abdominais causada pela alta ingestão de líquidos: bocheche um pouco de bebida esportiva e cuspa. Isso é suficiente para que o cérebro coloque os músculos para funcionar e mantenha o ritmo da corrida.

Depois da corrida
A refeição pós-treino deve ser feito dentro de uma hora após a finalização do exercício. Escolha uma refeição com muita proteína e um pouco de carboidrato. A proteína ajuda a restaurar os músculos e o carboidrato reabastece os estoques de glicogênio. Entre as escolhas assertivas estão: leite com achocolatado, vitamina de banana e morango (com uma colher de proteína em pó) ou uma barra de cereal com proteína.

 

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Foto: iStock/Getty Images

A dor das decepções é real. O nosso cérebro processa essas experiências como fatos que prejudicam o nosso equilíbrio e bem-estar. Por isso, a sensação de dor aparece e o nível de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, diminui.

Todos nós já nos perguntamos por que a decepção dói tanto. Não é surpreendente saber que essas experiências alteram significativamente o equilíbrio do universo neuronal contido em nosso cérebro.

Os neurologistas apontam que os mecanismos da depressão compartilham processos e estruturas com os que compõem a decepção.

Do ponto de vista neuroquímico, a decepção é quase igual à frustração. Sabemos também que essas duas são, possivelmente, as realidades emocionais que mais experimentamos no dia a dia.]

Nós as sentimos quando, de repente, o computador apresenta algum problema, especialmente quando mais precisamos dele. Sentimos desapontamento quando alguém que queremos ver cancela o compromisso, e assim por diante.
Nós nos sentimos frustrados quando nosso carro se recusa a ‘pegar’, ou quando não recebemos uma resposta para aquela oferta de emprego à qual nos candidatamos.

A nossa vida diária é cheia de frustrações e decepções; algumas mais leves e outras mais severas. No entanto, todas elas deixam uma marca.

Seja como for, há algo óbvio que os neurocientistas descobriram recentemente. Antes de cada desapontamento, ocorre um “disparo” neuronal que, de repente, provoca uma diminuição na serotonina, na dopamina e nas endorfinas.

Todas essas moléculas responsáveis ​​pelo nosso bem-estar reduzem, por um momento, a sua presença em nosso cérebro. Vejamos mais alguns dados abaixo.
A neurociência explica por que a decepção dói
Jean Paul-Sartre dizia que todo sonhador está condenado a viver um grande número de decepções. Às vezes, criamos altas expectativas. A maioria de nós já colocou em ‘bolsos alheios’ um excesso de desejos, ideais e virtudes excessivas.

As pessoas falham conosco, é verdade, mas também é verdade que nós mesmos somos igualmente falíveis, que decepcionamos e nos decepcionamos.

Essa realidade psicológica faz parte da vida e, no entanto, o nosso cérebro não a “digere” bem. Esse órgão, regido acima de tudo por princípios sociais e emocionais, sempre busca segurança, sentir-se parte de algo ou de alguém de maneira estável e previsível.

Por exemplo, se temos um bom amigo, esperamos que seja sempre. Se temos um parceiro, também esperamos que ele seja sincero, que não haja possibilidade de mentiras ou traições.

No entanto, em um dado momento, o ideal de segurança que temos pode desmoronar. A razão pela qual a decepção dói tanto é explicada da seguinte forma, de acordo com a neurociência.

A habênula cerebral: o centro das nossas decepções
Roberto Malinow, professor de neurobiologia da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, conduziu um estudo com a sua equipe para entender o complexo mecanismo da decepção.

Algo que eles conseguiram demonstrar foi o grande envolvimento da habênula cerebral em processos como a decepção e a depressão.
Assim, quando uma pessoa se sente desapontada, o glutamato e o GABA são liberados imediatamente através da habênula. Se o cérebro enviar uma grande quantidade desses neurotransmissores, a sensação de desapontamento será maior.

Ou seja, é o nosso cérebro que interpreta o impacto da experiência e modula a intensidade da nossa dor emocional.

 

amenteémaravilhosa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos 37% da população brasileira, cerca de 60 milhões de pessoas, convivem com a dor gerada pela má postura ao manusear os smartphones. O número já é mais do que a média mundial que é de 35%.

Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os celulares ativos já somam 230 milhões no Brasil, um crescimento de 10 milhões em comparação com 2018 .O Brasil tem mais dispositivos digitais do que brasileiros, uma média de dois smartphones, notebooks, computadores ou tablets por habitante.

Por isso, profissionais da saúde estão alertando os usuários com relação à postura ao utilizar os aparelhos. Se não for corrigida, pode gerar dor crônica e lesões que podem até precisar de cirurgia.

A ortopedista do Grupo Notedrame Intermédica, Liége Mentz-Rosano, explicou que o uso do celular faz com que a pessoa fique em uma posição viciosa, levando o pescoço a fazer uma flexão, que eleva o peso carregado pela região.

“Quando ficamos em uma posição neutra de zero graus, é exercida uma força de cinco quilos. À medida em que vamos dobrando o pescoço e fazendo uma curva, o ângulo aumenta e a pressão exercida ao chegar em 30 graus será de 18 quilos. Aos 60 graus, chega em 30 quilos”, destacou.

Segundo Liège, isso leva à sobrecarga nos discos, que são como borrachinhas entre cada vértebra, que servem como amortecedores para evitar lesões quando são feitos movimento de impacto, além de serem fundamentais para a mobilidade.

“Essas lesões causadas pelo uso excessivo do celular podem levar à degeneração do disco, que vai formando uma barriga, que nada mais é do que a hérnia de disco. Essas hérnias podem resultar na compressão dos nervos, ocasionando perda de força, formigamento braços, artrose precoce nas pessoas mais jovens, degeneração não só no disco, mas na parte óssea”, disse Liége.

A médica explicou ainda que muitas vezes as lesões da cervical podem levar o indivíduo a sentir dores fortes de cabeça, sem associar os fatos. “Muitas vezes as pessoas têm dor de cabeça e não sabem que é do pescoço. Temos inclusive, visto um aumento grande na incidência de pessoas mais jovens, adolescentes, jovens adultos e até crianças que relatam dor no pescoço e dores de cabeça por conta da lesão.”

Prevenção

Liége reforçou que a prevenção é a melhor forma para evitar esses problemas. Além de manter a postura correta ao manusear o celular, levando-o a uma posição neutra em que se consiga olhar discretamente para baixo, utilizar apoios, ou transferir os aplicativos possíveis para o computador, é preciso fazer exercícios de fortalecimento e alongamento de uma a mais vezes por dia. “Quando fortalecemos a musculatura anterior e posterior, fortalecemos as estruturas do pescoço. Isso protege e ajuda na correção postural.”

De acordo com o responsável técnico de hospital Anderson Benine Belezia, há diferentes métodos de imagem para avaliar a coluna cervical. O primeiro é uma radiografia simples da região, exame simples pelo qual é possível avaliar as estruturas ósseas e ver sinais que podem sugerir problemas no disco intervertebral. O segundo é uma tomografia computadorizada, que tem a maior capacidade de avaliação das estruturas ósseas. Já o terceiro, a ressonância magnética é o que tem melhor capacidade de avaliação de danos nos discos interverterias (hérnias principalmente), podendo avaliar eventuais compressões nervosas e da medula com maior precisão que outros métodos.

“Nos três exames, o médico radiologista avalia as alterações presentes ou não, correlacionando com os dados clínicos informados pelo médico solicitante ou pelo próprio paciente, e fornece uma descrição detalhada dos achados de imagem que poderão nortear o tratamento e manejo clínico ou cirúrgico do paciente”, explicou Belezia.

A nutricionista Jessica Ramos contou que tem o hábito de utilizar o celular de 12  a 15 horas por dia. Foi depois de concluir seu mestrado – momento em que teve mais tempo para ficar no celular – que começou a sentir mais dores no pescoço, irradiando para o ombro e braço. “Até meus dedos doem ao digitar. Eu acredito que esteja associado ao uso excessivo do celular. A médica me pediu para fazer alguns exames e me passou medicações leves. Agora estou tomando mais cuidado com a postura, tentando usar o fone de ouvido nas ligações e quando mando mensagem colocar a postura mais ereta possível”, disse.

 

Agência Brasil