Pessoas que sofrem de insônia podem ter um risco aumentado de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e AVC (acidente vascular cerebral), segundo pesquisa publicada na segunda-feira (19) na revista científica Circulation, da Associação Americana do Coração.
De acordo com o estudo, aproximadamente 30% da população mundial têm insônia.
Os pesquisadores identificaram que "variantes genéticas para insônia estavam associadas a chances significativamente maiores de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral isquêmico - particularmente acidente vascular cerebral de grande porte".
Por outro lado, eles não conseguiram concluir se a insônia é a causa ou se apenas está associada aos problemas cardiovasculares, explicou a professora Susanna Larsson, do Karolinska Institutet, em Estocolmo (Suécia), principal autora do estudo.
Susanna também alerta que é preciso identificar o que está provocando a insônia e tratar. "O sono é um comportamento que pode ser alterado por novos hábitos e gerenciamento do estresse".
Apesar dos avanços da ciência, um problema que aflige milhões de pessoas em todo o mundo está longe de ter uma solução definitiva: a calvície.
Novos estudos caminham para um tratamento que depende apenas do uso do sangue do próprio paciente.
Trata-se do o plasma rico em plaquetas, técnica desenvolvida há algumas décadas, mas que passou a ser estudada mais a fundo nas terapias para calvície.
Na maioria dos países, incluindo o Brasil, o PRP, como é conhecido, tem aplicações apenas experimentais, ou seja, é usado em ambientes de estudo.
A técnica consiste na centrifugação de uma pequena quantidade de sangue do indivíduo. Depois do procedimento, é possível obter uma maior concentração de plaquetas.
As plaquetas representam o componente mais importante quando o objetivo é promover a cicatrização, apresentando propriedades anti-inflamatórias e regenerativas.
O plasma coletado é então injetado nos folículos pilosos, em um processo que é repetido mensalmente durante três meses e depois a cada três ou seis meses.
A AAD (Associação Americana de Dermatologia) destaca que "há mais esperança no horizonte, uma vez que uma quantidade crescente de pesquisas indica que o procedimento conhecido como terapia de plasma rico em plaquetas pode fornecer um tratamento eficaz".
Em casos acompanhados por médicos norte-americanos, os pacientes deixaram de perder cabelos e os folículos aumentaram de espessura, proporcionando eventual renascimento capilar, observa a AAD.
"Como qualquer procedimento e medicação, o PRP tem riscos e deve ser feito com muito cuidado. A grande pergunta hoje em dia é: funciona? Existem várias evidências que o PRP pode ter um papel coadjuvante, mas não é a cura definitiva", explica o médico dermatologista Leonardo Spagnol Abraham, coordenador do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Abraham observa que o principal risco do PRP é justamente a possibilidade de contaminação do sangue.
"O sangue é um dos ambientes mais propícios para a proliferação de bactérias. O risco existe na manipulação incorreta, contaminação, troca desse material."
Atualmente, o tratamento convencional inclui o uso de medicamentos orais e tópicos. Alguns pacientes, no entanto, não se adaptam ou preferem não fazer uso.
Existe também a possibilidade de transplante e implante capilares, um procedimento cirúrgico, com alto custo, mas resultado duradouro.
Nossos olhos merecem todo cuidado, cautela, carinho e atenção. O mundo nos chega, principalmente, pelos olhos. Graças ao que enxergamos norteamos nossa vida e também nossas emoções. Quem não se emociona ao ver uma criança dar seus primeiros passos, um ato de respeito e amor ao próximo ou um por do sol, por exemplo?
Enxergar bem é um presente que temos que valorizar todos os dias. Por isso, cada vez que nossos olhos aparecem com qualquer problema, a preocupação é grande. Nos dias secos e em tempos de muitas viroses, os olhos vermelhos são frequentes. Quando se preocupar? Quais são os principais sinais em cada situação?
Por que os olhos ficam vermelhos?
A conjuntiva é uma membrana muito delicada e fina que recobre as pálpebras e a parte “branca” dos olhos. Pode se inflamar por várias razões, sendo as infecções e a alergia as mais comuns. Os vasos sanguíneos locais ficam dilatados, produzindo a conhecida “vermelhidão” e dando muito desconforto.
Esta inflamação é genericamente chamada de “conjuntivite”. Parece que tem “areia” nos olhos. Por isso o corpo faz com que as pessoas “pisquem” mais e produzam mais lágrimas para lubrificar e hidratar a região inflamada, na tentativa de diminuir e aliviar o mal-estar.
Como saber se a conjuntivite – ou vermelhidão nos olhos – tem causa alérgica ou infecciosa?
Vamos entender as principais características de cada uma:
Conjuntivite alérgica Em geral vem acompanhada de muita coceira nos olhos e na região das pálpebras, que também podem ficar mais inchadas e vermelhas. Na conjuntivite alérgica há pouca quantidade de secreção e dificilmente os olhos amanhecem “grudados” e lotados daquela secreção amarelada. Não é contagiosa. Lavar os olhos com soro fisiológico sempre ajuda. Se os sinais forem desconfortáveis e não melhorarem rapidamente, fale com um médico.
Sinais de alerta: muita coceira, vermelhidão e inchaço sem secreção.
A conjuntivite infecciosa, por sua vez, pode ter origem viral ou bacteriana. Veja as diferenças:
Conjuntivite viral É em geral a que mais inflama a conjuntiva. O olho acometido fica extremamente vermelho, dolorido, difícil para abrir e com muito edema – inchaço- das pálpebras superiores e inferiores. Geralmente há produção de uma secreção esbranquiçada. É muito contagiosa. Basta a pessoa levar as mãos aos olhos, cumprimentar alguém que na sequência coloca as mãos nos próprios olhos e pronto! A chance de pegar é muito grande.
Importante: muitas doenças virais podem, em suas fases iniciais, produzir inflamação – ou conjuntivite- nos olhos. O sarampo é uma delas. Portanto, se juntamente com a conjuntivite houver febre, mal-estar, dores pelo corpo ou dor de cabeça, procure uma avaliação médica. Sinais de alerta: edema (inchaço) importante, pouca secreção que em geral é branca, pouca coceira e muita vermelhidão. Especial atenção a sintomas gerais associados como febre, dor de cabeça ou dores pelo corpo.
Conjuntivite bacteriana Também inflama bastante os olhos, deixando a parte branca bem vermelha e as pálpebras inchadas. Geralmente começa em um olho e passa para o outro depois. A característica principal é a produção de uma secreção amarelada em bastante quantidade que “remela” e faz com que os olhos “grudem” pela manhã. Pode coçar e também fica difícil abrir os olhos; a luz atrapalha muito, que é o que chamamos de fotofobia. Também é muito contagiosa.
Sinais de alerta: inchaço, vermelhidão, pouca coceira e muita secreção amarelada que faz “grudar” os olhos pela manhã. Fique “de olho” nestes sinais e sintomas e procure um médico para uma avaliação e orientações específicas, precisas e individuais. Lembre-se que o medicamento que “curou” um amigo pode ser contraindicado para você.
Sim, perdoar faz bem à saúde. E não apenas em sentido figurado. Abaixo, entrevista com a psicanalista paulistana Suzana Avezum:
O perdão protege o coração? Minha pesquisa comprovou isso avaliando o contrário: a dificuldade de perdoar aumenta o risco de infarto. Observei dois grupos com perfil similar em termos de idade, sexo, condição econômica e estilo de vida. Mas em um deles todos tinham infartado; no outro, não. No primeiro, todos tinham uma característica em comum: passaram por situações em que não haviam perdoado. A mágoa provocada pelo não perdão gera um stress que não é momentâneo: retorna ao longo da vida, sempre que a situação é lembrada. Por defesa, o corpo aumenta a quantidade de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que, em excesso, fazem mal. O bombardeamento a longo prazo arruína o coração.
Existe um perfil de quem perdoa com mais facilidade? As pessoas com fé e os altruístas têm mais facilidade em perdoar. Os egocêntricos, menos. Mas essas são características muito abstratas, vagas. O perdão, na verdade, está desvinculado da religião. Trata-se de uma atitude. A decisão de perdoar tem base no fato de que o ato traz bem-estar a quem perdoa. O outro pode não merecer o perdão, mas quem sofre é quem não perdoa. O perdão ainda é entendido como um ato de fraqueza, mas é a maior dádiva que podemos conceder a nós mesmos, não ao outro.
É possível aprender a perdoar? Há profissionais especializados nisso, sobretudo nos Estados Unidos. Digo que é possível treinar. O primeiro passo é admitir que sentimos raiva, o que muita gente nega. Enfrente seus sentimentos. Depois pense em por que a outra pessoa fez o que fez. Coloque-se no lugar dela. E não necessariamente para estimular a reconciliação: é, repito, algo que você tem de fazer em benefício próprio. E digo mais: não é preciso esquecer a mágoa para conseguir perdoar. O normal é lembrar-se para o resto da vida do que causou a dor. Perdoar é pensar no problema não mais como um machucado, e sim como uma cicatriz. Ela está lá, mas não dói mais. Pense nas campanhas de cigarro. Depois de tantas ações que divulgaram que o hábito faz mal, as pessoas passaram a fumar menos. Tenho certeza de que, se houvesse campanha em favor do perdão, ele seria mais aceito.