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Ees são bem pequenos, com tamanho médio entre três e cinco milímetros, mas representam um enorme avanço para o estudo do cérebro humano, suas doenças e reações a drogas e medicamentos.

São os minicérebros ou organoides, agregados tridimensionais de neurônios criados em laboratório a partir de células epiteliais (da pele) reprogramadas. Eles reproduzem, em parte, as estruturas, tipos celulares e respostas fisiológicas encontradas no cérebro.

Segundo Lívia Goto, pós-doutoranda do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), da equipe do laboratório Stevens Rehen, pioneiro no desenvolvimento de minicérebros no Brasil, esses organoides apresentam algumas características semelhantes às observadas no cérebro humano em formação, principalmente no que diz respeito à organização das camadas primordiais e aos tipos celulares.

"Nesse sentido, são bons modelos para estudar alguns dos processos fisiológicos, bioquímicos e metabólicos observados no tecido cerebral", diz.

Os minicérebros são feitos a partir de células da pele ou da urina de um voluntário, induzidas em laboratório a voltarem ao estágio de células-tronco, com potencial de se transformarem em qualquer tecido do corpo humano – são, por isso, chamadas células-tronco de pluripotência induzida (iPS). Em seguida, em um líquido com nutrientes semelhantes aos do ambiente de desenvolvimento do embrião humano, são transformadas em neurônios e outras células do sistema nervoso.

Rehen, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do IDOR, explica que já existem no mundo organoides de intestino, rins, testículos, pâncreas, pulmão e coração, que são utilizados atualmente em pesquisas biomédicas.

"Dentre todos os desenvolvidos, entretanto, talvez aqueles que aguçam mais a curiosidade sejam os cerebrais", diz.

Ele ressalva, no entanto, que eles estão longe de ser um cérebro, porque, entre outros motivos, não têm – pelo menos, por enquanto – consciência, nem pensamentos nem memória. Além disso, têm apenas cinco milhões de neurônios ante os 86 bilhões do ser humano.

De acordo com Rehen, apesar das limitações, os minicérebros são um bom modelo para estudo de tecido humano vivo. "Com eles é possível fazer uma série de descobertas sobre alterações celulares e moleculares do tecido cerebral exposto, por exemplo, a agentes causadores de doenças", explica.

"Mas não só isso. Os organoides cerebrais também servem para entendermos quais são as respostas dos neurônios a medicamentos ou a substâncias que podem vir a se tornar um novo remédio, como é o caso dos psicodélicos."

Estudos com minicérebros geraram resultados concretos

Isso não é apenas teoria. Rehen já tem resultados concretos nessas áreas. Num trabalho realizado em 2016 no IDOR, em parceria com a UFRJ e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ele e sua equipe identificaram a relação entre o vírus da zika e microcefalia.

"Em laboratório, infectamos organoides cerebrais com o vírus e observamos que ele matava, em uma semana, as células neurais, comprometendo o correto desenvolvimento do cérebro", conta.

De acordo com ele, esse flavivírus, originário da África, causa lesões no DNA, o que faz com que as células parem de se multiplicar e morram, comprometendo a formação do cérebro.

Os organoides foram úteis ainda para a identificação de dois medicamentos que poderão ser eventualmente utilizados por mulheres grávidas, em caso de nova epidemia. O trabalho foi publicado na prestigiosa revista "Science".

O grupo de Rehen também vem estudando o efeito de substâncias psicodélicas - com potencial de dar origem a novos medicamentos no futuro - sobre neurônios humanos. Apesar de algumas delas serem consumidas há muito tempo, pouco se sabe sobre seus eventuais efeitos terapêuticos.

Um exemplo pesquisado por Rehen é a dimetiltriptamina, presente, em duas formas distintas, no sapo Bufo alvarius e a ayahuasca, chá que altera a consciência, também conhecida como daime ou santo-daime.

"Quase mil proteínas foram alteradas, a maior parte associada à neuroplasticidade, redução de inflamação e de neurodegeneração", conta. "O estudo demonstra o potencial clínico pouco explorado dos psicodélicos na medicina."

Pouco conhecidos do público, organoides tem uma história antiga na ciência

Apesar de serem ainda pouco conhecidos do público em geral, os organoides têm uma história mais antiga do que se poderia imaginar. "As culturas tridimensionais de tecido nervoso têm sido estudadas desde a década de 1950, passando por diversos aprimoramentos a partir de células animais", diz Lívia.

"No Brasil, Fernando Mello e Rafael Linden foram pioneiros na criação de modelos tridimensionais da retina (que é parte do cérebro)."

Rehen, por sua vez, lembra que, em 2008, o japonês Yoshiki Sasai criou em seu país os primeiros organoides que lembravam olhos ou partes do cérebro. "O hiato em virtude de sua morte prematura (suicidou-se ao ver seu nome associado a uma fraude científica) foi preenchido em 2013", diz.

"Na Áustria, Madeline Lancaster e Juergen Knoblich foram pioneiros ao produzir minicérebros humanos mantidos em suspensão."

Ele próprio começou a estudar a formação da retina a partir de estruturas tridimensionais na década de 1990. Nos anos 2000, nos Estados Unidos, Rehen desenvolveu modelos tridimensionais para o estudo do cérebro de camundongos, que ajudaram na descoberta de fatores capazes de influenciar a geração dos giros e sulcos (dobramentos) do cérebro. A partir de 2014, já de volta ao Brasil, adaptou a receita de Lancaster para criar os primeiros minicérebros no país.

De acordo com ele, "esse avatar biológico vivo" tem facilitado bastante as pesquisas sobre a neurogênese normal e associada a enfermidades. "Células-tronco de pacientes com doenças neurodegenerativas ou transtornos mentais podem ser usadas para criar minicérebros, que crescem por meses em laboratório, para estudá-las e melhor entendê-las", explica.

Hoje já há vários resultados concretos mundo afora. Rehen conta que nos Estados Unidos, por exemplo, utilizando organoides cerebrais, Flora Vaccarino revelou um desbalanço neuroquímico associado ao autismo e "Kristen Brennand descobriu alterações num receptor celular que facilitará a identificação de medicamentos para a esquizofrenia".

Além disso, Fred Gage transplantou minicérebros para o interior do sistema nervoso de roedores. "O objetivo era fazer com que vasos sanguíneos do animal nutrissem o tecido humano", explica Rehen. "Ele observou que houve troca de informação entre organoide e cérebro."

Ele explica que os minicérebros não se desenvolvem da mesma forma que o nosso órgão maior. E tampouco possuem consciência.

"Mas já é possível mantê-los vivos por mais de nove meses, período que coincide com o tempo de uma gestação humana", diz. "Paola Arlotta, de Harvard, por exemplo, gerou organoides cerebrais sensíveis a luz, algo que poderá - no futuro - permitir a comunicação entre eles e os cientistas."

 

BBC

Três crianças da rede municipal de ensino de Floriano foram detectadas com glaucoma. Esse foi apenas um dos dados colhidos através de um mutirão realizado nesta semana, cuja iniciativa faz parte de um convênio entre o Hospital de Olhos Bucar e a Prefeitura Municipal de Floriano.

Ao todo, foram feitas cerca de 130 consultas, principalmente com crianças da zona rural e que estudam na rede municipal. Elas estavam acompanhadas de professoras, o que, para o Oftalmologista Walter Bucar, do Hospital de Olhos, facilitou bastante o trabalho clínico. “As professoras narravam as dificuldades dos alunos”, disse ele.

Além de Walter Bucar, o mutirão contou ainda com os trabalhos de mais duas oftalmologistas – Dra. Virgínia e Dra. Flávia Barradas. A iniciativa beneficiou crianças provenientes de localidades distantes, bem como muitos adultos que também passaram por consultas e exames.

“Essas pessoas vieram de ônibus, fizeram as consultas e exames, almoçaram, tiveram oportunidade de ficar um pouco no ambiente recreativo do hospital, e retornaram para suas casas sabendo se tinham ou não algum problema de visão”, acrescentou Dr. Walter.

Ainda segundo o médico, além do glaucoma em 3 crianças, o que não deixa de ser uma doença grave e que deve ser tratada precocemente, muitas já apresentavam o chamado “olho preguiçoso”, ou seja, a necessidade do uso de óculos.

 

Da redação

O Hospital de Olhos Bucar já atendeu a mais de mil pacientes, em uma ação da prefeitura de Floriano, no combate a problemas relacionados a saúde ocular. O número de pessoas atendidas, através dessa ação, vai ultrapassar duas mil. Na primeira fase passou por consultas e exames, o público da chamada “demanda reprimida”, que já aguardam atendimento, com agendamento prévio. O procedimento de consultas e exames oftalmológicos é totalmente gratuito e é realizado com recursos próprios do município, através do Hospital de Olhos Bucar, que venceu o processo licitatório.

Walter

Além das consultas, os pacientes que necessitam, ainda passam por exames, muitos deles de alto nível e que custariam caro, no atendimento particular, e nas situações mais graves, cirurgias também são realizadas.
Para participar do programa, o paciente deve ir à Unidade Básica de Saúde mais próxima, para realizar a consulta com o médico, que irá encaminhar o paciente para o agendamento da consulta oftalmológica. A catarata e o glaucoma têm sido os problemas mais diagnosticados. O atendimento também garante fotocoagulação retiniana a laser para prevenção da cegueira por diabetes.

Segundo o médico oftalmologista, responsável pelo Hospital de Olhos Bucar, Walter Bucar, muitos idosos, que não tinham acesso a este tipo de atendimento, estão realizando a consulta pela primeira vez. “Atendi a uma família inteira, sete pessoas, com glaucoma, que viriam a cegar, caso não fosse dado o diagnóstico e prescritos os colírios”, afirmou. Até o momento, cerca de 40% dos atendidos, precisam de óculos e aproximadamente 60% necessitam realizar exames. A partir do diagnóstico preciso do estágio de glaucoma, e tratamento adequado, muitos casos de cegueira irreversíveis são evitados, disse o médico oftalmologista.

Além de idosos, muitas crianças têm sido atendidas, algumas em parceria com a secretaria municipal de Educação. Na última semana cerca de 80, da região do distrito Amolar, passaram por consultas e exames, muitas delas, já revelavam dificuldades no rendimento escolar, por problemas na visão. Alunos da APAE de Floriano também foram atendidos pela ação.

 

ascom

O “Dr. Google” é considerado a fonte menos qualificada para fazer qualquer diagnóstico de saúde. Pelo menos, entre especialistas. No entanto, um estudo publicado recentemente no periódico científico Medical Journal of Australia sugere exatamente o contrário. Segundo a pesquisa, fazer uma busca na internet sobre os sintomas, antes de procurar o serviço emergencial, pode ser útil para garantir um atendimento mais eficaz.
A explicação é a seguinte: a busca rápida permite que o paciente esteja melhor preparado para fazer perguntas, o que pode melhorar a comunicação com o médico. Entretanto, os pesquisadores alertam que a rede deve ser consultada apenas em casos de emergência mais leves onde não há risco de vida, como o aparecimento de dores estranhas e prolongadas, por exemplo.

Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisa reuniu informações de 400 participantes que frequentavam clínicas especializadas em tratamento de disfunção erétil. Os pesquisadores avaliaram com que frequência eles buscavam informações sobre saúde na internet e se havia benefícios reais na prática. Os resultados mostraram que 49% dos pacientes faziam pesquisas online regularmente; e 34,8% deles admitiram consultar a internet antes de comparecer ao atendimento de emergência.

De acordo com a pesquisa, a área de saúde é a segunda temática mais pesquisada na plataforma Google, representando quase 5% do total mundial de mais de dois trilhões de pesquisas realizadas em 2016.

Prós e contras
Embora os médicos suspeitem que o paciente faça uma busca na internet antes de aparecer no consultório, eles alertam que esse hábito pode ser prejudicial já que as informações costumam causar preocupação desnecessária. Esse fato foi confirmado pela pesquisa australiana: 40% dos entrevistados concordaram que obter informações sobre saúde na internet os deixava preocupados ou ansiosos.
Por outro lado, os participantes disseram que uma rápida consulta à rede geralmente teve um impacto positivo na visita ao médico. “Os pacientes relataram ser mais capazes de fazer perguntas informadas, comunicar-se de forma eficaz e compreender o médico”, disseram os pesquisadores. Além disso, 78,9% dos participantes afirmaram que as informações adquiridas através do Google não reduziu a confiança no diagnóstico médico e 91,1% disseram ter seguido à risca o tratamento recomendado pelos profissionais de saúde.

Os pesquisadores também avaliaram os conhecimentos de saúde provindos da rede usando um questionário específico. A análise das respostas mostrou que as pessoas que pontuaram mais alto nessa avaliação apresentaram maior probabilidade de ter pesquisado os próprios sintomas antes procurar a emergência. Para a equipe, isso pode ser um indicativo de que esses indivíduos estão mais propensos a procurar ajuda profissional mais cedo e garantir o diagnóstico precoce, qualquer que seja a doença.

Outro dado importante apontou que a maioria dos sites visitados era de hospitais e clínicas especializadas, enciclopédias online e páginas universitárias, demonstrando que os pacientes não estavam recorrendo às redes sociais, uma das principais fontes de fake news.

Reconhecimento médico
Apesar das descobertas, os pesquisadores afirmam que não foi possível determinar a opinião dos profissionais de saúde em relação a busca por informações na internet, uma vez que os entrevistados eram todos pacientes. Entretanto, eles comentam que dado o aparente impacto positivo para os participantes, os médicos de consultório e de emergência devem considerar esta alternativa e estarem preparados para discutir informações de saúde online com os pacientes.

Eles ainda dizem que procurar informações na rede pode ser de grande ajuda, mas demanda cautela. Além disso, as recomendações médicas devem sempre ser seguidas, afinal, eles estudaram para isso.

 

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