• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg
  • WhatsApp_Image_2025-06-06_at_12.28.35_2.jpeg

Crianças não podem ser consideradas psicopatas, segundo especialistas. A psquiatra Hilda Morana, especialista em psicopatia e psiquiatra forense pela USP, afirma que o cérebro está em formação até os 17 anos. Nesse período, o chamado transtorno de conduta pode ou não evoluir para psicopatia após a chamada poda sináptica, que ocorre dos 17 aos 25 anos.

A pode sináptica é o mecanismo de substituição de sinapses, ponto de comunicação entre dois neurônios, pouco usadas por novas. "O neurônio nasce com várias possiblidades de conexões e vai escolhendo as conexões que são mais utilizadas. Podemos comparar com um jardim. Você começa a caminhar no jardim e, por onde mais anda, para de nascer grama e se forma uma trilha. A poda sináptica é o caminho que o neurônio daquela pessoa acaba escolhendo", explica o psiquiatra Ênio Roberto de Andrade, especialista em infância e adolescência do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Ele ressalta que, embora desde a infância a criança possa apresentar traços de comportamentos psicopáticos, classificados dentro do transtorno de conduta, o diagnóstico de psicopatia só é permitido, por definição, após os 18 anos. "Com o passar do tempo, esses traços podem aumentar ou diminuir, levando ao desaparecimento do transtorno", afirma.

Segundo ele, cerca de 5% a 10% crianças têm transtorno de conduta, mas apenas uma pequena porcertagem irá evoluir para psicopatia. "É raro", diz.

Hilda explica que a criança ou o adolescente com transtorno de canduta apresenta comportamentos padrões como ser insensível, falar muita mentira, gostar de atividades perigosas que liberem adrenalina como andar em cima do telhado, além de botar fogo em objetos e judiar de animais.

"São muito excitados e não aguentam ficar sentados na sala de aula, por exemplo. Apresentam também uma capacidade fantástica de fazer intriga, são muito convincentes. Não são apenas levados, são cruéis. Podem ter explosão de violência, são muito agressivos", afirma.


"É preciso tomar cuidado ao fazer a avaliação da psicopatia, porque um comportamento ou outro fora da regra não caracteriza o transtorno. O verdadeiro psicopata é sedutor e ninguém descobre. A principal característica desse transtorno é não ter empatia com o sofrimento do outro", acrescenta Andrade.

A psiquiatra dá como exemplo o caso de um paciente. "Ele tem 12 anos e um transtorno de conduta clássica. Roubou dinheiro da bolsa da avó para dar presente para a namorada e, proibido de sair pela mãe, jogou um prato pesado pela janela. A mãe quer castigar. Tirar celular, videogame. Mas castigar não resolve, pois ele fica mais revoltado. A premiação funciona mais que o castigo. O mais adequado é negociar", diz. "No verdadeiro psicopata, o comportamento alterado permanece", completa.

De acordo com os especialistas, o transtorno de conduta é herdado geneticamente e o ambiente, que inclui educação e outros fatores, irão influenciar o desenvolvimento ou não da psicopatia.

"Favorecem o desaparecimento do problema um ambiente onde as regras são claras, há limites, não existe violência e se consegue mostrar que todos os atos trazem consequências. Mas alguns casos, mesmo com uma boa educação, vão continuar com o transtorno", afirma Andrade.

A psiquiatra explica que o exame Pet Scan (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons) ajuda na confirmação do diagnóstico da psicopatia. " A área sub-orbitária do lobo frontal, que é uma área extensa relacionada ao caráter, fica azul na neuroimagem porque quando há o problema, a área não absorve glicose. No transtorno de conduta essa área pode amadurecer", explica.

Segundo ela, existe tratamento à base do anticonvulsivante capaz de fazer uma neuromodulação inibitória, tirando a excitação do paciente. "É uma forma de controlar o comportamento perigoso.", diz. Ela ressalta que só é possível fazer o tratamento com orientação médica.

 

R7

 

 

Um novo estudo, realizado por pesquisadores da Indiana University, descobriu que mulheres e idosos que utilizam diversos medicamentos correm risco maior de sofrer com efeitos adversos resultantes da interação das diferentes substâncias presentes nos remédios. O mais interessante é que a análise, que durou 18 meses, foi conduzida no sistema de saúde brasileiro: mais especificamente, na cidade de Blumenau, no Sul do país.

De acordo com a pesquisa, as mulheres têm 60% mais riscos que os homens de sofrer uma reação adversa fruto dessa interação medicamentosa. No caso dos mais velhos, uma em cada quatro pessoas acima dos 55 anos ingere medicamentos que utilizam drogas que interagem entre si, podendo produzir efeitos colaterais importantes – entre os 70 e 79 anos, isso ocorre com um em cada três idosos.


Se o risco aumenta tanto, por que esses dois grupos recebem tantas prescrições? “Os resultados nos surpreenderam, são até chocantes, já que não se trata de um segredo que a combinação de muitas drogas deve ser evitada”, afirmou Luis Rocha, professor da Indiana University e principal responsável pelo estudo. “Nós já esperávamos um risco aumentado para os idosos, que usam um número maior de medicamentos, mas não tão alto”, completou.

As drogas mais comumente prescritas numa combinação potencialmente perigosa eram omeprazol (para diminuir a secreção gástrica, em casos de refluxo, por exemplo), fluoxetina (antidepressivo) e ibuprofeno (anti-inflamatório para o tratamento de dor). Os pesquisadores reconheceram que, no âmbito do sistema público de saúde, a falta de opções de remédios de última geração pode ser um fator extra para gerar efeitos indesejados. Náusea, tontura, perda de apetite e de peso, fraqueza muscular, depressão e delirium são alguns dos sintomas que não podem ser ignorados.

O problema não se restringe ao Brasil. Um em cada três hospitais nos EUA relata efeitos adversos em medicamentos. Em Ontário, no Canadá, foi estimado um custo de 12 milhões de dólares (quase 50 milhões de reais) por ano em incidentes dessa natureza. No Reino Unido, dois milhões de idosos tomam pelo menos sete remédios e a norma é incorporar novas drogas sem revisar as anteriores que já estavam sendo consumidas. A interação medicamentosa aumenta as chances de quedas, que podem ser fatais para os mais velhos.

 

G1

uteroA cirurgia de retirada do útero, chamada de histerectomia, aumenta o risco de ansiedade e depressão, de acordo com um estudo realizado pela Clínica Mayo, nos Estados Unidos, publicado no periódico médico Menopause.

A pesquisa mostrou que o risco de depressão aumenta 26% e, de ansiedade, 22% após a operação. O risco é ainda maior em mulheres mais jovens. Observou-se que abaixo dos 35 anos, a chance de depressão sobe para 47% e de ansiedade, para 45%.


Cerca de 4% a 6% das mulheres serão afetadas por um dos problemas. O motivo da cirurgia, que varia entre mioma, distúrbios menstruais e prolapso uterino, não interferiam no resultado. As cirurgias não estavam relacionadas ao câncer.

Para chegar a essas conclusões, foram analisados dados de 2.094 mulheres por cerca de 21 anos que retiraram o útero, preservando os ovários, em comparação a um número similar de mulheres, da mesma faixa etária, que não realizaram a operação.


O ginecologista André Luiz Malavasi, diretor da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estados de São Paulo), explica que tanto a falta de hormônios gerada pela histerectomia quanto o que o útero representa para a mulher podem estar relacionados a esses resultados.

"A depressão é inerente à redução do estrógeno e o impacto de retirar o útero, que traz a fertilidade para a mulher, também pode levar ao problema", diz.

"O estudo traz à tona a questão, mas não diferencia se a depressão ou a ansiedade foram causadas pela falta de estrogênio ou pelo impacto da retirada do órgão reprodutor", completa.

Ele afirma que, embora os ovários sejam preservados, a retirada do útero interfere na produção de hormônios femininos, pelo impacto na vascularização dos ovários.

O ginecologista ressalta a diferença do efeito de uma cirurgia desse tipo no âmbito psicológico de mulheres mais jovens e mais velhas, levantado pelo estudo. "A histerectomia para uma mulher de 30 anos, que não tem filhos, tem uma conotação muito mais forte do que para uma mulher de 50 anos, para a qual o impacto é menos proeminente", finaliza.

 

R7

Foto: Pixabay

Será que existe uma hora pior (ou melhor) ao longo do dia para ficar doente? Para alguns cientistas, a resposta é sim.

Pesquisas sugerem que o ritmo circadiano — ciclo fisiológico de aproximadamente 24 horas que regula a atividade das células e tecidos, com base na nossa exposição à luz e à escuridão — pode influenciar nossa recuperação física de infecções e lesões.

De acordo com os cientistas, nas "horas ativas" do sistema imunológico, os anticorpos apresentam uma resposta melhor às infecções.

Queimaduras sofridas durante a noite, por exemplo, podem levar cerca de 11 dias a mais para cicatrizar do que as diurnas.

Descobertas como essa estão abrindo novas perspectivas para o tratamento de doenças.

Cientistas acreditam que uma compreensão melhor do ritmo circadiano pode permitir aos médicos administrar medicamentos e tratamentos nos pacientes nas horas do dia em que tendem a ser mais eficazes — e menos propensos a causar danos.

 

R7