Nesta quarta-feira, 27, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou o mais recente boletim epidemiológico sobre a pandemia do novo coronavírus no Piauí. O estado registrou quatro óbitos em decorrência da Covid-19 nas últimas 24 horas e contabiliza agora 138 mortes pela doença e 4.243 casos confirmados.
Os óbitos registrados são de residentes de Água Branca (mulher, 90 anos), Teresina (dois homens, de 69 e 71 anos, além de uma mulher, de 54 anos). Todos os pacientes tinham comorbidades relacionadas como problemas pulmonar, cardiovascular ou hipertensão.
Os municípios de Campo Alegre do Fidalgo, e Santana do Piauí registraram casos positivos pela primeira vez, elevando para 147 a quantidade de municípios piauienses com casos de Covid-19. Milton Brandão, que aparecia na lista de cidades com casos positivos, sai do sistema. A pessoa, embora natural do município, mora em São Paulo.
Dos 277 casos confirmados nesta quarta, são 143 homens e 134 são mulheres com idades entre 2 anos a 89 anos.
Até agora foram registrados 758 casos confirmados entre pessoas com mais de 60 anos. O percentual de mortalidades nessa faixa etária é de 71,74%.
Pesquisadores das faculdades de Medicina (FMRP) e de Odontologia (FORP) da Universidade de São Paulo (USP), do campus de Ribeirão Preto, estão criando uma forma de combater a covid-19 a partir da edição genética.
O método usa ferramentas de biologia molecular e bioinformática com o objetivo de desestabilizar a entrada do vírus e impedir uma infecção. Os cientistas conseguiram modificar a proteína ACE2, que o novo coronavírus usa para entrar nas células humanas.
“O sistema possibilita simular a inserção de mutações específicas na região do gene ACE 2 que codifica a parte da proteína que adere ao vírus, sem prejudicar as funções fisiológicas da molécula”, diz à Agência Fapesp Geraldo Aleixo Passos, professor da FORP e da FMRP-USP e coordenador do projeto.
A pesquisa ainda se encontra em fase de testes, mas Passos afirma que durante a pesquisa foi possível modificar apenas a região que interage com o vírus, o que significa um bom resultado, mas não necessariamente uma solução para a pandemia.
“Podem existir outras regiões da ACE2 que interagem com o SARS-CoV-2, mas atacamos a que é mais conhecida”, explica.
Até o momento medicamentos candidatos a combater o vírus pela inibição dessa entrada do gene na célula tem como efeito colateral o aumento da pressão arterial, como a cloroquina.
O próximo passo da pesquisa é realizar testes em vitro com grupos de virologistas.
A Secretaria de Estado da Saúde, divulgou na noite desta terça-feira, 26, os números atuais da Covid no Piauí e bateu recorde de mortes nas últimas 24 horas: 15 óbitos. Os municípios que registraram óbitos são Barras, Buriti dos Montes, Campo Maior, Demerval Lobão, Esperantina, Parnaíba e Teresina.
De acordo com o boletim epidemiológico, as pessoas que faleceram em decorrência do novo coronavírus são 10 do sexo masculino e 5 do sexo feminino. Os homens tinham 74 anos (Barras); 65 anos (Buriti dos Montes); 82 anos (Campo Maior) e 47 anos, 55 anos, 62 anos, 63 anos, 67 anos, 69 anos, 69 anos (Teresina).
Já as mulheres tinham 76 anos (Demerval Lobão), 74 anos (Esperantina), 74 anos (Parnaíba) 82 anos e 85 anos (Teresina). Com exceção de um paciente de 63 e um de 69 anos, da capital, os demais tinham comorbidades relacionadas.
Dos 246 novos casos divulgados no boletim nesta terça, são 135 mulheres e 111 homens, com idades que variam de 1 mês a 98 anos.
Brasileira, Curral Novo do Piauí, Guadalupe, Milton Brandão, São João da Fronteira e Várzea Branca entraram na lista de municípios com os primeiros casos confirmados do novo coronavírus.
Agora, são 146 cidades que possuem casos registrados de Covid-19. Campo Largo, que constava na relação, sai da lista de municípios com casos positivados, por conta da inconsistência de dados na notificação.
No total, o Piauí possui 3.966 casos positivos de Covid-19 e 134 mortes pela doença.
Com a aproximação do inverno, a atenção à saúde deve ser redobrada, pois as baixas temperaturas podem influenciar diretamente no sistema vascular da população, uma vez que, na tentativa de manter o corpo aquecido, os vasos sanguíneos se contraem em um mecanismo chamado vasoconstrição. Consequentemente, o sangue tem mais dificuldade para circular e chegar às partes extremas do corpo, como pernas e pés.
Por isso, pessoas que moram em regiões mais frias, naturalmente, devem preocupar-se com a saúde vascular durante todo o ano.
Essas condições deixam o organismo mais propício a desenvolver o fenômeno de Raynaud, em que o estreitamento dos vasos sanguíneos reduz o fluxo sanguíneo para as extremidades e determina uma diminuição da oxigenação dos tecidos. "A pele pode ficar fria, pálida ou cianótica (arroxeada). Sintomas como dor e formigamento persistentes, além de feridas nos dedos, devem alertar para a necessidade de avaliação com um cirurgião vascular, pois denotam maior gravidade do quadro”, afirma o médico Luciano Amaral Domingues, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.
De acordo com o especialista, a doença acomete de 3% a 5% da população, mas as probabilidades aumentam em mulheres jovens e pessoas que sofrem com estresse emocional e ansiedade. Outros problemas vasculares, como a doença arterial obstrutiva periférica (Daop), a isquemia cardíaca e a hipertensão podem se agravar nos períodos de frio intenso. Fatores preexistentes como a obesidade, colesterol alto, diabetes e tabagismo também contribuem para o surgimento de doenças cardiovasculares.
Exercícios físicos
Luciano Domingues destaca que exercícios físicos são aliados na manutenção da circulação sanguínea. É importante que, mesmo no inverno e com a situação de isolamento social, as pessoas pratiquem exercícios físicos regularmente em casa, para evitar o comprometimento da circulação sanguínea, sobretudo as que têm predisposição à trombose venosa profunda.
“As principais dicas para a diminuição desse risco são manter a hidratação corporal, bebendo bastante água, evitar bebidas alcoólicas, tabagismo e o uso de roupas muito apertadas. E, principalmente, fazer caminhadas, mesmo dentro de casa, exercícios na ponta dos pés com extensão e flexão, assim como movimentos para alongar as pernas, mesmo estando sentado”, afirma o médico.
Segundo Domingues, nas baixas temperaturas, o aquecimento e o alongamento antes das atividades físicas são indispensáveis. Também é indicado acompanhar a frequência cardíaca, pois é comum que no frio o coração trabalhe mais intensamente para manter o calor do corpo. Então, ao perceber que os batimentos estão muito acelerados, deve-se fazer uma pausa ou diminuir o ritmo das atividades.
A doença não tem relação com a covid-19, que é causada pelo novo coronavírus. “O fenômeno de Raynaud não parece ter relação com contágio ou gravidade da covid-19”, salientou o médico.
Tratamento de varizes
Apesar dos inúmeros cuidados, o frio pode ser um aliado na diminuição dos sintomas de alguns problemas vasculares. E, também, favorável ao tratamento de vasinhos e varizes, uma vez que o paciente, após os procedimentos, deve evitar a exposição ao sol.
“O frio não é só o vilão nas doenças vasculares. Varizes, linfedema [inchaço causado por deficiência na drenagem da linfa] e pacientes com sequelas de tromboses em geral têm mais sintomas no verão, pois o calor que gera a vasodilatação pode agravar os sintomas”, explica Domingues.