Álcool Gel e álcool 70 sumiram das prateleitas do mercado florianense nos últimos dias, seja das farmácias, drogarias, laboratórios e até mesmo dos supermercados e mercadinhos.
A procura das pessoas com o objetico de combater o coronavirus e evitar o contágio da doença foi grande e chegou a formar filas em determinados locais para adquirir os produtos citados no começo da matéria. Cometendo um crime e se aproveitando do desespero do consumidor para adquirir os dois tipos de álcool, muitos dos donos de mercadinhos, supermercados e ainda propriétarios de farmácias e drogarias aumentaram os precos dos produtos em até 300%.
Produtos que estavam ao preço de cerca de R$ 30,00 passou a ser vendido por um valor que se aproximou dos R$ 100,00.
Com medo de ficar sem os produtos em casa, os consumidores não pensavam duas vezes e a única saída era comprar sem reclamar.
As empresas de manipulação de produtos farmacéuticos também foram alvos de quem queria adquirir álcool gel ou mesmo o álcool 70.
Na manhã de hoje, 21, a reportagem do Piauí Notícias flagou essa quantidade de pessoas numa empresa de manipulação do centro de Floriano-PI a espera do produto.
"Fui uma das primeiras pessoas a chegar ao local para adquirir o alcool gel", disse uma senhora horas depois de ter comprado o que queria.
O avanço da epidemia de covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV2) no Brasil impõe a necessidade de isolamento social e cuidados adicionais aos chamados grupos de risco.
Uma vez infectadas, essas pessoas têm mais chances de desenvolverem complicações. As taxas de letalidade da covid-19 entre indivíduos com comorbidades (doenças de base) são mais altas do que a média.
O novo coronavírus mata, em média, 3,7% das pessoas infectadas em todas as faixas etárias. Mas entre indivíduos acima de 70 anos essa taxa pode chegar a 20%.
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Idosos "O caminho que nós temos é um caminho longo, teremos em torno de 20 semanas, a partir do surto epidêmico, que serão extramente duras, para as famílias, para as pessoas. Cuidem dos idosos. É hora de filho, filha cuidar de pai, mãe, avó, tia-avó", clamou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na terça-feira (17).
Pessoas acima de 60 anos são consideradas de risco porque a própria idade já faz com que a capacidade do sistema imunológico de combater infecções seja menor, explica o infectologista Antônio Carlos Nicodemo, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
"O idoso, dependendo da faixa etária, pode ter uma imunossupressão relacionada ao avançar da idade naturalmente. A resposta imune é diferente e deficiente para algumas doenças, mesmo que não tenha doenças relacionadas."
O médico cita como exemplo a situação da Itália, que tem uma grande população idosa e onde a taxa de letalidade da covid-19 é maior do que nos demais países: 10,3%.
"A gente entende que o idoso é mais suscetível a formas graves e com maior risco de óbito, principalmente nas idades mais avançada", ressalta o médico. Algumas doenças crônicas, como diabetes e hipertensão também pode agravar a covid-19.
Nicodemo explica que se o indivíduo for insulinodependente e o nível de glicose no sangue estiver estabilizado, não há grandes preocupações.
O risco maior é para pessoas que, por muito tempo, permaneceram ou permanecem com níveis altos de açúcar no sangue. "Depois de um tempo de evolução, a diabetes causa danos em alguns órgãos ou sistemas do organismo."
Ser infectado pelo coronavírus poderia causar uma sobrecarga, eventualmente, em algum órgão já comprometido.
A situação é semelhante para indivíduos hipertensos. "A hipertensão não controlada, mais severa, causa dano ao coração, dilatação de câmaras, insuficiência cardíaca e mesmo dano renal, fatores que se somam e entram em falência", em uma eventual infecção.
Outras doenças crônicas que preocupam são as pulmonares. Por frequentemente provocar pneumonia, a covid-19 pode agravar quadros pré-existentes.
As mais comuns e graves são enfisema pulmonar e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Mas também entram no grupo de riscos indivíduos com bronquite, incluindo aqueles asmáticos.
"Todas essas pessoas têm algum déficit de função pulmonar", esclarece o médico.
Também já está comprovado que o coronavírus pode evoluir para um quadro chamado miocardite (inflamação do músculo do coração), causada "pelo próprio vírus ou fazendo parte de um quadro inflamatório sistêmico", diz Nicodemo.
Por isso, pessoas que tenham histórico de infarto agudo do miocárdio e outras doenças cardiovasculares precisam ter proteção extra contra o coronavírus. A miocardite pode levar à morte.
"O estresse agudo da infecção [pelo coronavírus] sobrecarrega outros setores do organismo, inclusive o coração", afirma o infectologista.
"Às vezes tem o pulmão preservado, mas tem uma doença no rim ou no coração e a situação pode se agravar se a pessoa pegar a covid-19", explica.
Indivíduos com sinusite e rinite, alérgicas ou crônicas, não são considerados como grupo de risco.
Imunossuprimidos
O organismo de pessoas imunossuprimidas tem menor capacidade de lidar com vírus e bactérias. O mais comum é em pessoas em tratamento contra câncer que fazem quimioterapia e radioterapia.
Algumas doenças autoimunes, como o lúpus, exigem medicamentos que diminuem a imunidade do paciente.
Pessoas que fizeram transplante de órgãos também precisam tomar medicamentos imunossupressores — pois diminuem a atividade do sistema imunológico para não haver rejeição do órgão. Com isso, ficam mais vulneráveis em caso de infecção por coronavírus.
Em relação aos pacientes portadores do vírus HIV, o infectologista diz que a principal preocupação é em relação àqueles que não têm controle da carga viral.
"Preocupa o indivíduo que não tem diagnóstico, que já pode ter algum comprometimento do sistema imune. Os pacientes aderentes, com vida saudável, e que tomam a medicação, de modo geral, estão em risco igual ao de outras pessoas imunocompetentes."
A geriatra Luciana Pricoli Vilela grava um vídeo explicando sobre algumas situações do Corona Vírus em relação as suas vitimas. A Dra. passa uma certa tranquilidade quanto a pandamia.
Pesquisadores dos Estados Unidos, seguindo o exemplo de cientistas de outros países, iniciaram estudos para descobrir se remédios genéricos amplamente disponíveis e de baixo custo podem ser usados para ajudar a tratar a doença causada pelo novo coronavírus.
Atualmente, não existem vacinas nem tratamentos para a doença respiratória altamente contagiosa Covid-19, por isso os pacientes só podem receber cuidados paliativos por enquanto.
Mas um teste com 1,5 mil pessoas liderado pela Universidade de Minnesota foi iniciado nesta semana para verificar se a hidroxicloroquina, usada para tratar a malária, pode evitar ou reduzir a severidade do Covid-19. Dois outros testes estão estudando o remédio para pressão arterial losartana como tratamento possível para a doença.
O medicamento para malária, também sendo testado na China, Austrália e França, foi elogiado no começo desta semana pelo executivo-chefe da Tesla, Elon Musk, que se recuperou da malária no ano 2000 depois de usá-lo.
Além de ter um efeito antiviral direto, a hidroxicloroquina suprime a produção e liberação de proteínas envolvidas nas complicações inflamatórias de várias doenças virais.
"Estamos tentando alavancar a ciência para ver se podemos fazer algo além de minimizar os contatos", disse o doutor Jakub Tolar, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota e vice-presidente de questões clínicas. "Os resultados são prováveis em semanas, não meses".
A maioria das pessoas infectadas com o novo coronavírus só desenvolve sintomas leves semelhantes aos da gripe, mas cerca de 20% pode ter doenças mais graves que podem levar a uma pneumonia, exigindo hospitalização.
O vírus de disseminação rápida, que surgiu na China em dezembro e agora está em mais de 150 países, já infectou mais de 214 mil pessoas e matou mais de 8.700 em todo o mundo.
Especialistas dizem que pode demorar um ano ou mais para se preparar uma vacina preventiva, por isso tratamentos eficientes são necessários com urgência.
Na terça-feira (17), uma equipe francesa disse que os resultados iniciais de um teste de hidroxicloroquina com 24 pacientes mostrou que 25% dos que receberam o remédio ainda portavam o coronavírus depois de seis dias -- a taxa foi de 90% entre os que receberam um placebo.
Também nesta semana, a Universidade de Minnesota lançou dois testes com a losartana: um para medir se a medicação diminui o risco de falência dos órgãos de pacientes com Covid-19 que foram hospitalizados e outro para verificar se o remédio consegue limitar a necessidade de hospitalizações.