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Renata Castro enfatiza que a atividade física traz benefícios para todos, e mais ainda para os cardíacos. “Melhora o prognóstico de pessoas com doença cardíaca, desde que elas sejam bem orientadas. Isso quer dizer que existem pessoas com doenças que precisam primeiro ser controladas ou tratadas, para depois ficarem livres para fazer atividade fisica”.

A médica destaca que, entre algumas dessas pessoas, há questões que precism ser observadas, entre as quais a de não ultrapassarem limites de treinamento. “Isso é sempre orientado pelo cardiologista, de acordo com o quadro clinico da pessoa”.

O ideal para o paciente que tem doença cardíaca, coronariana, ou insuficiência cardíaca, é fazer primeiro um teste de esforço e, em seguida, com base no resultado, receber orientação sobre sua atividade física. “Aí, fica muito mais simples entender o aumento da frequência cardíaca que pode acontecer durante o exercício e como o médico vai orientar o treinamento desse paciente", diz a médica.

Ela aponta muitos pontos positivos da prática de exercícios físicos pelo paciente cardiopata, fazendo uma atividade ao ar livre, ou no meio de outros individuos, mesmo que seja dentro de uma academia e com uso de máscara. "O cuidado vai ser na orientação, na prescrição desse treinamento.”

Gás carbônico

A cardiologista explica que, nos exercícios aeróbicos, de maior intensidade, a máscara não implica a respiração do gás carbônico contido nas gotículas de ar que são expelidas. “O ar que a gente inspira, mesmo sem máscara, tem 21% de oxigênio e quase todo o restante é nitrogênio. Tem um pouquinho de gás carbônico nisso aí, mas é uma quantidade muito pequena. Quando a gente expira, esse ar fica um pouco mais rico de gás carbônico, mas não significa que não tenha oxigênio ali. O gás carbônico vai estar diluído nessa quantidade grande de ar.”

Renata reconhece, no entanto, que, com a máscara, existe uma chance de reinalação do gás carbônico, embora “muito pequena". "Até porque a máscara não veda completamente a passagem do ar, tanto na entrada [inspiração], como na saída [expiração]”.

Ela afirma que ainda não se comprovou que a pequena quantidade de ar que fica dentro da máscara seja suficiente para gerar algum malefício pela reinalação de gás carbônico. Segundo a médica, pode-se dizer que a máscara não representa perigo, especialmente para pacientes que tenham alguma cardiopatia. “Não representa. Ela representa um desconforto, que todos nós estamos vivenciando, mas um perigo, com certeza, não. Pelo contrário. Para o paciente cardiopata, é extremamente importante o uso da máscara.”

Procurado pela Agência Brasil, o Conselho Federal de Educação Física (Confef) informou que não poderia participar da reportagem nesta quarta-feira (8), devido à realização de uma reunião plenária virtual com todos os representantes da entidade.

No município do Rio de Janeiro, as academias de ginástica voltaram a funcionar no dia 2 deste mês.

 

Agência Brasil