criançasonoO potencial para surgimento e agravamento de problemas de sono durante e após a pandemia é alto, especialmente para crianças e adolescentes, informa um editorial escrito por dois especialistas de sono, um dos Estados Unidos e outro da Inglaterra, e publicado no periódico científico The Journal of Child Psychology and Psychiatry.

Segundo o texto, além de as crianças apresentarem risco elevado para o surgimento de distúrbios do sono e saúde mental, o sono é crucial para o bem-estar. Os jovens que já apresentam psicopatologias possuem uma predisposição ainda maior para esse tipo de distúrbio nesse período de mudança e incerteza promovido pela pandemia.


Entre as condições que aumentam o risco para distúrbios do sono estão ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e transtorno do espectro do autismo, segundo os especialistas.

“É indiscutível que as considerações sobre o sono façam parte das pesquisas e iniciativas clínicas destinadas a compreender e mitigar o impacto da pandemia de covid-19 em crianças e adolescentes”, afirmam no artigo.

Um estudo produzido por pesquisadores chineses e norte-americanos publicado em 27 de julho no Journal of Sleep Research avaliou os padrões de sono, distúrbios do sono e fatores associados em crianças pré-escolares chinesas.

As crianças estavam na faixa etária de 4 a 6 anos e moravam na cidade de Zunyi, no norte da China. Os dados foram comparados com uma pesquisa similar feita em 2018. Essa pesquisa mostrou que as crianças estavam indo dormir e acordando mais tarde, tendo o sono noturno mais longo e cochilos diurnos mais curtos.

 

As crianças que tinham rotina para dormir, uso reduzido de dispositivos eletrônicos, dieta regular, ambiente familiar harmonioso e comunicação entre pais e filhos aumentada, tinham menos distúrbio de sono.

O artigo destaca que o sono interrompido e insuficiente tem sido associado à disfunção do sistema imunológico e por isso sua importância.

A pesquisa mostrou que as crianças iam dormir, em média, 57 minutos mais tarde do que em 2018, isso, nos dias de semana. Já aos finais de semana o tempo era de 30 minutos mais tarde. O horário de acordar ficou uma hora e 52 minutos mais tarde em dias úteis e uma hora mais tarde aos fins de semana.

Quanto aos cochilos, em 2018, 79,8% das crianças dormiam durante o dia, esse número diminuiu para 27,5% em 2020. Porém, o tempo de sono durante um período de 24 horas foi o mesmo.

Outra conclusão, inesperada para os pesquisadores, é que os distúrbios de sono diminuíram, incluindo sonolência diurna, despertar noturno, resistência para deitar e ansiedade do sono.

Uma das maneiras da pandemia afetar o sono das crianças e adolescentes é pela própria covid-19. Apesar dos sintomas normalmente serem leves nesse grupo, eles podem ter impactos no sono, além disso, o isolamento pode resultar em comportamentos sedentários e consumo de alimentos que alteram o peso.
“Crianças e adolescentes também podem experimentar níveis aumentados de estresse, dadas as mudanças generalizadas na situação financeira da família, preocupações com a saúde e incerteza sobre o futuro. Isso também pode resultar em dificuldades para dormir”, afirmam no editorial.

Algumas características da quarentena podem desestabilizar o ciclo de melatonina do corpo, que controla o sono. “O corpo perde uma pista biológica de que é hora de adormecer.”

A diminuição da exposição à luz solar pode dificultar o estabelecimento de uma rotina de sono consistente. “Isso pode causar mais flexibilidade no tempo de vigília, mais sono e mais oportunidades para cochilos diurnos prolongados.”

Aulas online podem aumentar a quantidade de atividades realizadas no quarto ou na cama, prática que não é recomendada, já que esse ambiente deve ser associado ao relaxamento.

E por último, o aumento no tempo de telas, inclusive no período pré-sono, o que também confunde o ciclo de melatonina.

Apesar dos fortes indícios de que a pandemia pode ter piorado o sono de crianças e adolescentes, os autores apontam que algumas pessoas desse grupo podem ter se beneficiado. Crianças mais noturnas podem ter aproveitado melhor a flexibilidade fornecida pelo aprendizado em casa.

Com menos tempo gasto em transporte e a não necessidade de acordar muito cedo para ir à escola, alguns adolescentes podem ser capazes de estabelecer e manter uma programação mais alinhada com seu ciclo natural de sono.
“Os jovens que vivenciam a vitimização dos colegas ou o fracasso acadêmico podem descobrir que a interrupção da escolaridade e das atividades pessoais proporciona um alívio para esses fatores de estresse. Isso pode, por sua vez, reduzir a ruminação ou o desconforto na hora de dormir, o que pode interferir no início e na qualidade do sono.”

O artigo informa que é possível que o sono melhore em certos aspectos, como a duração e piore em outros, como a estabilidade, e enfatizam a necessidade de realizar estudos e pesquisas científicas sobre esse tema.

“À medida que esta pandemia se desenvolve, permanecem grandes incertezas e riscos para a saúde e o bem-estar de crianças e adolescentes. Apoiar nossos jovens para que tenham uma boa noite de sono é apenas uma maneira de ajudá-los a enfrentar os dias incertos que virão.”

 

R7

Foto: Pixabay

O médico Gilson Osório, por meio de um video, revela que foi contaminado pelo novo coronavírus. O profissional em saúde fez a comunicação direcionada ao povo de Bertolínia, mas o mesmo tem muitos amigos em Floriano.

gilson

Dr. Gilson já está no isolamento e cumprindo as normas que são direcionadas a uma pessoa que é afetada pela doença- COVID-19. 

Ele já está sendo medicado e afirma que estará afastado das suas funções por 14 dias para evitar que outras pessoa sejam contaminadas, diz mais, que não está sentindo nada.

Da redação



 

vacinacriaça73% dos pediatras brasileiros afirmam que as crianças estão deixando de ser vacinadas por causa da pandemia de Covid-19, mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19) pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

"Nós consideramos que as crianças não devem deixar de cumprir seu calendário vacinal durante a pandemia. Elas precisam ser vacinadas", ressaltou a pediatra Luciana Rodrigues Silva, presidente da SBP.
A médica frisou que não cumprir o calendário vacinal pode levar ao ressurgimento de outras doenças, como a pólio e o sarampo. (No ano passado, o Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo, e mais mortes de crianças ocorreram no país neste ano por causa da doença).

"Muitas crianças deixaram de ir ao posto se vacinar por desinformação, por medo de seus familiares, de contaminação. A ida ao posto, desde que seguidos os protolocos de higiene, distanciamento, não tem problema nenhum", afirmou Luciana.
Ainda de acordo com o estudo, que aplicou um questionário a 1.575 médicos em todo o país, 88% dos pediatras disseram que as crianças apresentaram alterações comportamentais. As oscilações de humor foram apontadas como a alteração mais frequente (3 a cada 4 respostas).

"Crianças precisam de estímulos: brincadeira, atividade fisica – na pandemia, elas também ficaram confinadas, o que foi prejudicial não só para maior irritabilidade, perda de atenção, como maior tempo de tela em frente aos computadores, aos telefones", afirmou Luciana.

Ao todo, 951 pediatras e 574 ginecologistas em todos os estados do país e no Distrito Federal responderam às perguntas, entre 20 de julho e 16 de agosto.
Entre os ginecologistas, mais de 80% disseram que as gestantes têm medo de pegar Covid-19 nas consultas de pré-natal, e 3 a cada 4 afirmaram que as pacientes temem ser infectadas na internação para o parto.

"A mulher grávida tem um risco muito maior de agravamento da doença do que se ela não estivesse grávida. No Brasil, nós temos um índice de mortalidade materna por Covid assustador – e isso é certamente pela assistência inadequada que nós damos às grávidas de forma geral. Por isso elas estão falecendo mais", afirmou o diretor científico da Febrasgo, César Eduardo Fernandes.
Apesar dos riscos próprios da gravidez, a pesquisa apontou que o maior temor entre as mães foi o de passar a Covid-19 para o bebê ainda na barriga, segundo uma outra pergunta, de resposta aberta.

"A grávida não está preocupada com ela – ela coloca suas preocupações pessoais em segundo plano. Nenhuma grávida falou: 'eu tenho medo de pegar Covid porque eu tenho medo de morrer'. O medo é com os riscos que traz ao bebê – medo de ir às consultas, de internar pro parto", afirmou César.


O ginecologista frisou a necessidade de realização, no tempo adequado, do pré-natal, inclusive para evitar outras doenças, como a sífilis congênita. Cerca de metade dos especialistas (52%) disseram que as pacientes atrasaram o início das consultas na gravidez durante a pandemia.

"Tem que fazer o diagnóstico [da sífilis materna] antes de 14 semanas de gestação. Se a paciente atrasa o pré-natal – faz com 16, 20 semanas – os danos já estão feitos. É importante realizar os exames no tempo correto", destacou César.

 

G1

 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse na manhã desta quarta-feira (19), que casos ativos de Covid-19 devem ser registrados no Brasil até 2021.

"Como essa epidemia ainda vai durar alguns meses e seguramente atravessaremos o ano com casos ativos, então, a vacina será muito útil nesse sentido", afirmou Covas durante uma ação de testagem em moradores da Brasilândia, na Zona Norte da capital paulista.

A região concentra o segundo maior número de mortes registradas no município, segundo dados da Prefeitura de São Paulo.

 

Covas também acredita que uma vez liberada a vacina, o programa nacional irá aplicar metodologia similar a da imunização contra a gripe e deverá, ao menos inicialmente, excluir quem já teve a doença ou contato com o vírus.

"Imagino que com o nível de prevalência que nós temos hoje isso não chegaria a mais de 80 milhões [doses]. Uma boa parcela da população lá no começo do ano já teria sido acometida pela infecção", afirmou Covas.

"Até pode vacinar, não necessariamente necessita. Num primeiro momento (de vacinação), aqueles que não tiveram a infecção e, num segundo momento, aqueles que tiveram. Vamos acompanhar. Obviamente o indivíduo que já teve a infecção tem uma proteção natural, existe uma certa dúvida de isso é protetor, por quanto tempo, mas já existe essa proteção."

O Instituto Butantan é parceiro de um laboratório para a produção da Coronavac, vacina chinesa contra o coronavírus que está em fase final de testes. A previsão é a de que o instituto receba, até o final do ano, 15 milhões de doses. Além das doses já prontas, o Instituto também receberá material para poder dar início ao processo de produção da vacina localmente.

Covas acredita que, com as doses suficientes, a campanha de vacinação possa ser concluída até a metade do próximo ano.

"Normalmente uma campanha dura de 3 a 4 meses. É um tempo que a gente tem muita história, nesse prazo, existe uma logística muito grande. (...) O Ministério [da Saúde] tem alguns projetos em andamento, com a AstraZeneca, um projeto possível com o Butantan, e a secretaria de estado, mas isso ainda não está consolidado, então isso depende muito do quantitativo de vacinas que o Ministério vai conseguir incorporar."

 

G1/Bem Estar