sprassycovidUm spray nasal desenvolvido para estimular o sistema imunológico contra resfriados e gripes mostrou em testes pré-clínicos que pode retardar a reprodução viral da covid-19, conforme revelou nesta segunda-feira (28) a empresa australiana de biotecnologia que investiga seu uso.

A Ena Respiratory, que desenvolve este produto denominado INNA-051, indicou em comunicado que os testes realizados com furões, coordenados pelo subdiretor de Saúde Pública da Inglaterra, Miles Carroll, revelaram uma eficácia de 96%.


A empresa australiana também indicou que o estudo, publicado hoje no site portal de pesquisas biomédicas bioRxiv, forneceu provas de que a molécula sintética INNA-051 pode ser utilizada como método de terapia antiviral preventiva, além de complementar os programas de vacinação.

O diretor administrativo da Ena Respiratory, Christophe Demaison, disse que as pessoas expostas ao novo coronavírus "têm grande probabilidade de eliminá-lo rapidamente com o tratamento, garantindo que a doença não se desenvolva para além dos sintomas moderados".

Além de beneficiar as pessoas mais vulneráveis, esse spray, que seria aplicado uma ou duas vezes por semana, também evitaria que pessoas infectadas transmitissem a doença para outras, acrescentou o executivo da empresa, esperando que os testes clínicos comecem em menos de quatro meses.

A Ena Respiratory informou que obteve cerca de 11,7 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 45,7 milhões) de investidores locais para continuar o trabalho, enquanto aguarda o progresso nos estudos de toxicidade e a concessão de licenças.

 

EFE

Foto: Flickr

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse à China que apoia e compreende que o país inicie a administração de vacinas contra coronavírus experimentais enquanto os testes clínicos ainda estão em andamento, disse uma autoridade de saúde chinesa nesta sexta-feira (25).

A China fez contato com a OMS no final de junho e lançou seu programa emergencial em julho, de acordo com Zheng Zhongwei, autoridade da Comissão Nacional de Saúde do país.


Centenas de milhares de trabalhadores essenciais e outros grupos limitados de pessoas que se considera correrem risco alto de infecção receberam a vacina, embora sua eficácia e segurança ainda não tenham sido plenamente estabelecidas, já que os testes clínicos de estágio avançado estão incompletos.

"No final de junho, o Conselho de Estado da China aprovou o plano de um programa de uso emergencial de vacina contra coronavírus", disse Zheng em uma coletiva de imprensa.

"Após a aprovação, em 29 de junho, fizemos contato com os representantes relevantes do escritório da OMS na China e obtivemos apoio e compreensão da OMS", disse.

O representante da OMS na China não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

A cientista-chefe da agência, Soumya Swaminathan, disse em Genebra neste mês que autoridades reguladoras nacionais podem aprovar o uso de produtos médicos em suas próprias jurisdições na situação atual de emergência, mas descreveu a medida como uma "solução temporária".

A solução de longo prazo está na conclusão dos testes de estágio avançado, disse a autoridade da OMS.

 

reuters

Dois estudos publicados pela revista Science na quinta-feira (24) indicam que 14% dos infectados pelo novo coronavírus que manifestam sintomas graves possuem deficiências imunológicas que podem ser causadas por fatores genéticos ou de origem autoimune.

De acordo com uma das pesquisas, liderada pela Universidade Rockefeller, de Nova York, e pelo Hospital Necker for Sick Children, de Paris, 10,2% de um total de 987 pacientes com pneumonia grave causada pela covid-19 apresentavam, no início da infecção, anticorpos que bloqueavam a ação das glicoproteínas conhecidas como interferons (IFNs) tipo I.

Os IFNs são produzidos pelas células humanas e têm função determinante na defesa do organismo, interferindo na replicação celular dos patógenos.

Isso significa que o próprio sistema imunológico do indivíduo impede uma resposta adequada contra o vírus e, além disso, poderia explicar a maior vulnerabilidade de homens e de pessoas com mais de 65 anos, o que justifica, em parte, que a resposta individual ao SARS-CoV-2 varie tanto de pessoa para outra.

Os pesquisadores identificaram que, em alguns casos, os anticorpos contra os interferons tipo I foram detectados em amostras de sangue coletadas antes de os pacientes serem contaminados pelo patógeno e, em outros, foram encontrados pela primeira vez nos estágios iniciais da covid-19.

Dos 101 pacientes que apresentaram esses anticorpos, 95 eram homens, o que sugere a presença de algum fator genético que, de certa forma, poderia favorecer o aparecimento desse fenômeno em indivíduos do sexo masculino.

Nesse sentido, a hipótese "favorita" dos cientistas é a de que as mulheres estariam mais protegidas contra este fator autoimune devido à recessividade do cromossomo X (XX), ao contrário dos homens (XY).

Uma evidência que deu força a esta teoria foi o caso de uma das mulheres que participou do estudo. Ela possui uma rara condição que silencia um dos cromossomos X e estava entre os pacientes em estado grave e com anticorpos contra os IFNs tipo I.

Por outro lado, cerca da metade dos pacientes que possuíam os anticorpos tinha mais de 65 anos, enquanto, entre os mais jovens, o índice foi de apenas 38%, o que pode indicar um aumento desse fator imunológico com a idade.

O estudo também investigou a presença desses anticorpos em um grupo de controle com pacientes assinomáticos ou com sintomas leves, e nenhum deles apresentou esses anticorpos. E apenas 0,33% das mais de 1.200 pessoais saudáveis analisadas testaram positivo.

A descoberta permitirá identificar quais pessoas infectadas pelo coronavírus Sars-CoV-2 têm maior probabilidade de desenvolver sintomas graves e facilitará a adaptação de tratamentos os portadores de anticorpos contra IFNs tipo I.

Mutações genéticas agravam infecção pelo novo coronavírus

A outra pesquisa publicada na quinta-feira (24) pela Science também encontrou falhas genéticas que resultaram em respostas inadequadas dos interferons nos infectados pelo novo coronavírus.

O estudo, que contou com a participação de hospitais espanhóis, sequenciou o DNA de 659 pacientes hospitalizados com pneumonias graves causadas pelo SARS-CoV-2, e também formou um grupo de controle com 534 infectados assintomáticos ou com sintomas leves.

Os pesquisadores procuraram diferenças entre os dois grupos analisando 13 genes conhecidos por impactarem produção e também da ação de interferons tipo I, quando apresentam falhas.

Segundo as análises, 3,5% dos doentes em estado grave apresentaram raras alterações em oito dos 13 genes apresentaram mutações. Além disso, nos pacientes que tinham amostras de sangue disponíveis, foi possível comprovar números extremamente baixos de interferons.

Enquanto isso, nenhum dos integrantes do grupo de controle apresentou alterações genéticas.

"Durante os últimos 15 anos, mutações nesses 13 genes já foram descritas em casos específicos e excepcionalmente graves de outras infecções virais, como influenza ou encefalite causada pelo vírus da herpes", explicou o integrante do grupo de pesquisa em imunologia do instituto de pesquisa Vall d'Hebron (VHIR), de Barcelona (Espanha), Roger Colobran.

"O que nos surpreendeu neste estudo é a alta frequência com que encontramos essas alterações em pacientes com covid-19 grave", acrescentou Colobran.

Por sua vez, a geneticista do Instituto de Pesquisa Biomédica Bellvitge (Idibell), Aurora Pujol, afirmou que "agora que sabemos uma das causas moleculares de alguns jovens terem desenvolvido formas graves da doença, será possível adaptar as opções terapêuticas, como o tratamento com interferons".

Segundo Pujol, a lista de mutações descoberta também podem ser relevante para o combate a outros vírus e tende a crescer à medida que mais estudos sejam conduzidos.

"Pacientes com covid-19 com maus prognósticos e que não apresentam nenhuma dessas alterações podem ter alguma patologia anterior não diagnosticada ou outras suscetibilidades genéticas que causam uma resposta imune incorreta", esclareceu a especialista.

 

R7

bebmorrecovidNessa quinta-feira, 24, o Piauí contabilizou mais 12 mortes por covid-19. Entre os óbitos está o de um bebê de três meses, a vítima mais nova do coronavírus no estado.

Os principais números desta quarta-feira (23/09)

- 12 mortes confirmadas / 2.085 no total

- 598 casos confirmados / 93.399 no total

- Média dos últimos 7 dias: 10 mortes / 565 casos

- UTIs: 211 internados (ocupação de 57,18%)

A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) informou que o bebê do sexo feminino era de Teresina e possuía cardiopatia congênita - problemas cardíacos estão entre as comorbidades que tornam pacientes parte do grupo de risco para o coronavírus.

Das 2.085 mortes registradas desde março, 13 são de crianças e adolescentes de até 19 anos.

Em maio, um bebê de dois meses também perdeu a vida para a covid-19, mas no município de Timon (MA), vizinho da capital piauiense. Um outro caso foi registrado em Iguatu (CE) - um bebê de três meses com síndrome de Bartter.

Novos óbitos

O número de municípios com vítimas da covid-19 subiu para 172. Riacho Frio entrou na lista com a morte do único morador que havia infectado pelo coronavírus até hoje - ele tinha doença cardiovascular.

Dos 12 óbitos contabilizados nesta quinta-feira, seis são da capital e seis do interior.

- Itainópolis - 1 (mulher, 35 anos)

Total do município: 3

- Padre Marcos - 1 (mulher, 62 anos)

Total do município: 3

- Picos - 1 (mulher, 76 anos)

Total do município: 67

- Pimenteiras - 1 (mulher, 25 anos)

Total do município: 2

- Regeneração - 1 (mulher, 55 anos)

Total do município: 2

- Riacho Frio - 1 (homem, 81 anos)

Total do município: 1

- Teresina - 6 (mulheres, 03 meses, 56, 62 e 68 anos; homens, 99 e 100 anos)

Total do município: 995

Os números podem incluir tanto mortes ocorridas nesta quinta-feira como de dias anteriores, mas que somente agora tiveram o resultado do exame do coronavírus recebido pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi). Os casos e óbitos de todos os municípios estão na tabela em nosso gráfico diário.

Casos confirmados

Em relação ao boletim da Sesapi do dia anterior, o Cidadeverde.com verificou aumento de casos em 79 municípios, sendo a maioria deles em:

- Teresina - mais 209 casos

Total do município: 31.004

- São Raimundo Nonato - mais 39 casos

Total do município: 1.233

- Parnaíba - mais 31 casos

Total do município: 6.704

- Floriano - mais 28 casos

Total do município: 2.521

- Piripiri - mais 23 casos

Total do município: 2.308

O levantamento do Cidadeverde.com usa dados divulgados pela Sesapi e compara os números mais recentes com os do dia anterior. Por isso, pode haver divergência com os boletins divulgados pelas prefeituras, a depender de quando esses números são contabilizados pelo órgão estadual. Os casos e óbitos de todos os municípios estão na tabela em nosso gráfico diário.

Situação hospitalar

O número de leitos para pacientes com covid-19 que estão ocupados voltou a registrar redução mais acentuada: de 532 para 511 em relação ao dia anterior.

Também houve recuo nas internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que passaram de 220 para 211.

Os outros leitos ocupados são clínicos (297) e de estabilização (3).

O total de altas médicas chegou a 4.448 - mais 47 em relação ao dia anterior.

 

cv