O Santos está insatisfeito com o VAR do Campeonato Brasileiro. Depois dos gols anulados do seu ataque contra o Flamengo e de sofrer outros dois gols contra o Vasco justamente com a influência da tecnologia, o clube da Baixada Santista não ficou parado e mandou uma reclamação para a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
"Encaminhamos ofícios com lances, material desenvolvido pela análise de desempenho mostrando situações, questionamentos. Resultado não muda, mas clamamos por mais critérios, regulamentos mais tratados", comentou Pedro Doria, membro do Conselho de Gestão do Peixe, em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta quinta-feira.
Os lances ocorridos nas partidas contra o Santos eram extremamente complexos. Por isso, a análise dos responsáveis pelo VAR levou mais tempo do que o normal, deixando os jogos paralisados por um tempo considerável.
"Se em cinco minutos não se define, não podemos esperar mais tempo. É inadmissível. Precisa ter um tempo balizador. Se em dois ou três minutos não se tomou decisão, a decisão é do árbitro", questionou Pedro Doria.
Em duas rodadas, o Santos perdeu cinco pontos no Campeonato Brasileiro jogando em casa. Por isso, o técnico Cuca também se mostrou muito irritado com o VAR e a arbitragem do Brasileirão. O Peixe também questiona lances das derrotas contra Internacional e Palmeiras.
Não é a primeira vez no ano que uma expulsão muda completamente a característica do Fluminense em uma partida. Primeiro, na derrota por 3 a 0 para o Volta Redonda, logo depois da paralisação, quando Egídio recebeu o cartão vermelho aos 16 minutos. Desta vez, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro, Hudson levou o segundo amarelo aos 39 da etapa inicial. Logo nos primeiros movimentos já dava para perceber a dificuldade iminente de um time que já vinha se complicando na marcação. O resultado: empate por 1 a 1 com o Atlético-GO e uma equipe desconectada, com erros individuais custando caro.
O que dá para tirar de positivo vem apenas do primeiro tempo. Diferentemente do que vinha acontecendo nos jogos depois da paralisação da pandemia, o Flu, enfim, tem opções ofensivas, já demonstradas na boa sequência recente. Michel Araújo foi o principal responsável pela criação e o gol deu a Evanilson uma confiança que faltava nas últimas partidas, quando ele vinha perdendo oportunidades claras. Mas a dificuldade defensiva em vários momentos e a falta de atenção de alguns jogadores já antecipava os problemas que viriam a seguir.
A expulsão acabou com qualquer tranquilidade que o Fluminense tinha. E, não se engane, mesmo sem fazer um jogo brilhante, o Atlético-GO mal ameaçou o domínio tricolor antes do intervalo. Tudo mudou nos 45 minutos finais, quando virou um grande ataque contra defesa. Dodi, destaque nos jogos anteriores, tentou resolver sozinho e se complicou. Nino cometeu erros que não costuma fazer, como no lance do segundo cartão de Hudson, quando deixou o companheiro em situação delicada. Michel Araújo, com um grande jogo, deixou vários espaços atrás desde o início e perdeu a bola que originou no empate, quando segurou desnecessariamente a posse dentro da área. Um festival de decisões erradas;
Claro que uma expulsão está dentro de circunstâncias especiais de cada jogo. No entanto, o Flu já pode começar a tirar lições pensando principalmente no jogo de ida da Copa do Brasil, em duas semanas, quando receberá novamente o Atlético-GO no Maracanã. Não bastará apenas repetir o que foi feito no primeiro tempo, apesar de Odair Hellmann acreditar que este é o caminho. O Tricolor precisará errar menos se quiser sair com um bom resultado da partida em casa para não se complicar fora.
- Temos que fazer no domingo e nos próximos jogos o que vínhamos fazendo até a expulsão. Corrigir as situações que geraram a escapada de fazer a falta, visualizar as movimentações. Até a expulsão era um jogo dominado por nós. Tínhamos feito um golaço. Depois de toda situação do jogo me lembro de uma oportunidade de perigo com o Marcos Paulo, o Michel Araújo, Dodi, de bola parada. Esse é o volume e a situação que temos que fazer para conseguir abrir o 1 a 0 e matar o jogo, fazer o 2 a 0, se possível - analisou Odair após o jogo.
De acordo com números do "SofaScore", o Fluminense teve 43% de posse de bola, sendo que no segundo tempo ficou com apenas 30%. Além disso, deu 11 finalizações, quatro no gol, dois escanteios, 14 faltas, duas grandes oportunidades, sete chutes de dentro da área. Foram 367 passes, com 78% de precisão, apenas três cruzamentos certos e 15 desarmes. Na próxima rodada, o Tricolor visita o São Paulo, no domingo, às 16h.
A noite desta quarta-feira fez a sexta vítima no Campeonato Brasileiro. Hora depois da derrota para o Flamengo, por 5 a 3, em Salvador, a diretoria do Bahia anunciou a demissão do técnico Roger Machado.
"O Esporte Clube Bahia comunica que Roger Machado não é mais o treinador do Esquadrão. A diretoria agradece os serviços prestados e deseja boa sorte no seguimento da sua carreira", dizia parte do comunicado oficial do clube.
Roger Machado, de 45 anos, chegou ao Bahia em abril do ano passado e foi bicampeão baiano. Em 74 jogos sob seu comando, o clube teve 30 vitórias, 22 empates e 22 derrotas, com um aproveitamento de 50%.
ESTAVA AMEAÇADO A situação do treinador estava complicada desde o início de agosto, quando o Bahia perdeu a final da Copa do Nordeste para o Ceará. Torcedores protestaram em frente ao CT pedindo a saída de Roger Machado.
Até que a diretoria tricolor não defina o substituto, o auxiliar-técnico Claudio Prates vai comandar interinamente o time, que volta a campo no domingo, contra o líder Internacional, no Beira-Rio, pela oitava rodada do Brasileirão.
Na décima colocação, o Bahia tem oito pontos em seis jogos. A partida da primeira rodada, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, foi adiada e marcada para o dia 30 de setembro.
TROCAS Antes do Bahia, cinco times haviam trocado de técnicos neste Brasileirão: Coritiba (saiu Eduardo Barroca e chegou Jorginho), Sport (saiu Daniel Paulista e chegou Jair Ventura), Red Bull Bragantino (saiu Felipe Conceição e chegou Maurício Barbieri), Goiás (saiu Ney Franco e chegou Thiago Larghi) e Athletico-PR (saiu Dorival Júnior e ainda não chegou ninguém).
Quando Vanderlei Luxemburgo foi contratado, ele teve uma conversa séria com Mauricio Galiotte.
O presidente o queria de volta, mas avisou que precisava se conter, evitar polêmicas desnecessárias.
Ele se conteve, até ontem.
Não bastasse o decepcionante futebol do Palmeiras no Brasileiro, Luxemburgo resolveu mostrar que ainda pensa como quando começou a trabalhar como técnico.
Em 1980.
Aos 25 minutos do segundo tempo do empate contra o Internacional, após substituir Matías Viña por Diogo Barbosa, ele não se conteve.
Ao perceber o lateral uruguaio irritado, inconformado com a substituição, o ego do treinador veio à tona. Ele não pôde fazer o que se espera de um comandante de grupo, um treinador moderno. Fez questão de virar as costas para o jogo e impor sua autoridade ao atleta.
"O técnico sou eu. Quem manda aqui sou eu." Falou diante dos reservas, companheiros de Viña. O uruguaio é a maior aposta em valorização do atual elenco. Foi comprado para ser vendido à Europa. Desmoralizá-lo não é trabalhar a favor do Palmeiras.
Não custava nada dar um bronca no lateral no vestiário. Longe das câmeras, da transmissão. Mas Luxemburgo não se conteve. Pensou nele. Não no clima ruim que estava criando.
Depois, diante da repercussão negativa de sua atitude, Luxemburgo teve de se explicar.
Tem que esclarecer essa coisa, porque ele fala um idioma, eu falo outro. Ele saiu obviamente chateado, mas o treinador sou eu, eu fui falar com ele, que faz parte. Ele disse que estava bem para jogar, mas eu falei que o treinador sou, eu que tomo a decisão. Eu não briguei com o Viña – disse.
"Eu não falei alguma coisa a mais do que isso que eu falei. Eu falei que o treinador sou eu, eu tomo a decisão, e ele ficou chateado. E é normal um jogador sair chateado, não vejo nenhum problema.
"Mas a decisão cabe a mim, não cabe a ele, porque eu sou o treinador da equipe.
"Se eles (jornalistas) falaram alguma coisa diferente, é só pegar a minha fala, fazer minha leitura labial e ver que eu falei que: "Eu sou o treinador e quem manda sou eu". Em momento algum eu ofendi ele de outra maneira."
Aos 68 anos, Luxemburgo não percebeu.
O futebol mudou. Um treinador não desmoraliza um de seus jogadores e nada acontece. Os atletas estão muito poderosos. E unidos. Principalmente quando um deles é injustiçado. O treinador palmeirense criou outro problema para ele mesmo.
O primeiro é o frustrante futebol do seu time. E ontem humilhou Vinã. Perder o elenco é muito fácil. O lateral uruguaio é muito querido no elenco. Luxemburgo não está mais nos anos 80, 90. le precisa entender que a relação entre jogador e técnico mudou. Se quiser sobreviver como treinador...