O dia está agitado no Grêmio. O presidente Romildo Bolzan declarou que rescindirá o contrato do meia Thiago Neves. O mandatário também tem uma proposta nas mãos do Wolves, da Inglaterra, pelo atacante Pepê, considerado o substituto de Everton Cebolinha, hoje no Benfica, de Jorge jesus.
Thiago Neves tinha contrato com o Grêmio até dezembro e o vínculo seria renovado quando o meia batesse um número x de jogos, o que aconteceria daqui quatro partidas. O meia ainda ganharia um bônus de R$ 2,4 milhões. Vale lembrar que ele foi um pedido do técnico Renato Gaúcho, que sempre o defendeu. Inclusive, foi titular na derrota para o Sport por 2 a 1, na última quinta.
Com isso, o meia ficará livre no mercado para assinar com qualquer clube do futebol brasileiro ou mundial. Há indícios de que poderia voltar ao Fluminense. O Palmeiras seria outro interessado, mas ainda nada de concreto. Thiago Neves disputou 14 jogos com a camisa tricolor e marcou apenas um gol.
PEPÊ Já a situação de Pepê ainda será analisada pelo mandatário, que tem uma proposta em mãos do Wolves. O time inglês quer a contratação imediata do atleta. A resposta, por parte do clube gaúcho, deverá acontecer nos próximos dias, mas a expectativa é que segure a joia, uma vez que acabara de perder Everton Cebolinha.
O Botafogo já anunciou as saídas, mas ainda busca acordo para as rescisões dos contratos de Cícero e Ruan Renato. Na tentativa de evitar um novo caso Carli, a diretoria quer se entender com os atletas para que a economia nas contas não se torne, no futuro, prejuízo com possíveis ações judiciais.
Das três saídas anunciadas na última segunda-feira, apenas o lateral-esquerdo Danilo Barcelos rescindiu de forma amigável. Isso porque o defensor recebeu proposta do Fluminense e solicitou a dispensa. Diferentemente de Cícero e Ruan Renato, que esperavam continuar em General Severiano.
Agora, as partes precisam entrar em consenso para evitar litígio judicial. A negociação está a cargo do ex-presidente Carlos Augusto Montenegro e do vice-presidente Ricardo Rotenberg, ambos integrantes do comitê de futebol. A intenção é evitar que o desfecho seja o mesmo de Joel Carli, que não aceitou a rescisão e cobra indenização milionária na Justiça.
O caso de Ruan é considerado mais simples. Cícero demanda mais atenção pelos valores envolvidos. O volante renegociou o contrato no início de 2020, mas ainda era considerado caro para a posição que ocupava no elenco.
Grupo menor em prol das finanças A dupla foi comunicada da decisão pelo técnico Paulo Autuori e não teve contato com dirigentes desde então. Na conversa, o treinador afirmou que gostaria de contar com os atletas no decorrer da temporada, mas as saídas seriam necessárias por questões financeiras.
As dispensas recentes, entre elas as de Carli e até de jogadores contratados nessa temporada, como Ruan Renato, geraram incômodo interno. Mas foram vistas como necessárias para diminuir a folha e buscar o fim dos atrasos salariais. Além de dar espaço para as contratações do segundo semestre. Não estão previstas novas saídas, a não ser em caso de proposta vantajosa.
Depois de um início de ano de muitas apostas, o clube foi mais certeiro no mercado e contratou jogadores com status de titular, como Victor Luis, Rafael Forster e Salomon Kalou. Há expectativa também sobre Carlos Rentería, volante anunciado na última quinta-feira.
A vitória do Atlético-MG por 3 a 0 sobre o São Paulo, nessa quinta (veja os lances acima), foi a mais elástica do time de Jorge Sampaoli no Brasileirão, até agora. Curiosamente, foi nesse triunfo com placar folgado que o Galo fez os piores 30 minutos sob comando do argentino. Os outros 60, porém, compensaram.
A meia hora inicial do Atlético no Mineirão foi muito ruim. O time foi extremamente vulnerável na defesa e nulo no ataque. Sofreu pressão, viu o Tricolor finalizar duas bolas na trave e até sofreu um gol, anulado pelo VAR por um impedimento milimétrico. Na sequência, o Galo se encontrou. A partir do primeiro gol de Alan Franco, a equipe se soltou em campo e venceu com autoridade.
Com exceção do péssimo início, o Galo fez partida convincente. O maior destaque positivo foi a correção de um problema que vinha aparecendo no Brasileirão: muito volume, pouca eficiência nas conclusões. Vamos aos números: contra o Botafogo, no Rio, o Atlético finalizou incríveis 31 vezes para marcar um gol. Contra o Inter, em Porto Alegre, foram 11 arremates, e nenhum deles balançou a rede adversária. Contra o São Paulo, em 14 finalizações, oito foram na direção do gol, e três entraram.
É legal observar também como os gols saíram. O Atlético vinha sentindo - e continua sentindo - a falta de Nathan. Era o jogador mais criativo do meio-campo atleticano e, sem ele, o setor perdeu muita qualidade. Nos últimos dois jogos, porém, uma peça apareceu bem para ocupar parte dessa lacuna: Alan Franco.
O equatoriano já havia feito ótimo jogo contra o Tombense, na finalíssima do Mineiro, mostrando dinâmica e inteligência para atacar espaços na zaga adversária. Fez isso mais uma vez contra o São Paulo, mostrando também poder de finalização - teve duas chances claras, marcou dois bonitos gols.
Roteiro dos gols Os assistentes também precisam ser mencionados. Jair, o autor do passe para o primeiro gol, tem sido muito mais que apenas um ótimo marcador. A assistência para Alan Franco foi precisa, daquelas que geralmente saem dos pés de camisas 10. No segundo gol, Hyoran foi quem deu o passe (já havia sido importante roubando a bola na jogada que gerou o primeiro gol), o que aliviou um pouco a pressão sobre ele, que vinha sendo, com razão, muito cobrado por torcida e imprensa.
O terceiro gol saiu em mais uma jogada de escanteio. Pelo segundo jogo seguido, um tiro de canto reflete em gol de Jair. Dessa vez, o lance teve cobrança na segunda trave, escorada de Junior Alonso e conclusão do camisa 8. Criar alternativas e jogadas ensaiadas em tiros de canto é algo essencial para o time do Atlético, já que, até pelas características, a equipe tem uma média alta de escanteios a favor por jogo. Eles podem e devem ser bem aproveitados, como vem acontecendo.
Há espaço para melhoras significativas. Sempre há. O apagão inicial não pode se repetir, já que, se o oponente tivesse um pouco mais de sorte, poderia ter matado o jogo ainda no primeiro tempo. Na frente, os pontas podem e precisam render mais. Keno é um exemplo interessante: tem muita facilidade no "um contra um" e passa com facilidade pelos adversários, mas vem muito mal nos arremates (chegou a carimbar a trave no segundo tempo). Acertando a pontaria, tem tudo para ser um jogador decisivo.
De toda forma, o saldo foi muito positivo. Se um terço do jogo foi muito ruim, dois terços foram ótimos. A vitória é ainda melhor: recolocou o Galo no G-4, a quatro pontos do líder Inter e com um jogo a menos. O próximo duelo é no domingo, às 20h30 (de Brasília), com o Coritiba, no Couto Pereira. Se o Atlético reencontrou o caminho das vitórias, o desafio agora é retomar os triunfos fora de casa. O único no Brasileiro, até aqui, foi contra o Flamengo, na primeira rodada.
Fernando Diniz disse que o São Paulo precisa fazer uma reclamação formal à CBF se não for exibida uma imagem que comprove o impedimento de Luciano no gol anulado com o auxílio do VAR durante a derrota por 3 a 0 para o Atlético-MG - a partida estava empatada sem gols quando o lance ocorreu.
Se o VAR tem razão, que essa imagem venha, para a gente ficar um pouco mais sossegado e o torcedor do São Paulo também, além de quem gosta de futebol. Até agora ninguém entende porque o VAR anulou o gol - disse o treinador.
- Se o VAR apresentar uma imagem que dê segurança de que estava impedido, não teria motivo para reclamar, mas a gente tem que ver a imagem. Se não ocorrer, o São Paulo tem que se manifestar. Senão a gente fica se sentindo lesado, com o uso do VAR inclusive - emendou.
A imagem exibida pela transmissão de TV não é conclusiva. Luciano parece estar na mesma linha do último zagueiro do Galo.
Rafael Traci, árbitro de vídeo em Belo Horizonte, ainda chamou o árbitro de campo para que observasse uma disputa entre Diego Costa e Marquinhos. No entendimento de Traci, Diego fez uma falta que impediu o atleticano de sair na cara de Volpi e, por isso, deveria ser expulso. Jean Pierre Gonçalves discordou e não puniu o são-paulino.
- Não entendo também como chamaram o VAR para ver o lance do Diego, sendo que o juiz estava do lado do lance. Aí o VAR chama para fazer aquilo e não chama para ver a agressão que ocorreu no jogo do Corinthians, uma coisa fácil de ver. O uso do VAR, desde o ano passado, tem sido equivocado em muitas ocasiões. Hoje foi equivocado ao extremo se ficar comprovado que o gol estava legal - emendou.
Ao citar o jogo contra o Corinthians, Diniz lembra do soco que Jô acertou no mesmo Diego Costa antes de uma disputa de bola no segundo tempo. O árbitro de vídeo foi acionado pelo árbitro de campo, mas não recomendou nenhuma punição ao atacante, que foi denunciado pelo STJD e pode ser punido no tribunal.