O camaleão é um animal símbolo das duas equipes de handebol da cidade de Caldeirão Grande do Piauí que vieram à capital para mostrar que ninguém amarela ou muda de cor perante seus adversários. Os Camaleões do Semiárido viajaram cerca de 500 quilômetros até Teresina e não querem fazer feio na competição.
As meninas, chamadas camaleoas, vêm fazendo uma boa campanha e venceram as duas primeiras partidas com um placar tranquilo, de 18 a 7, contra o São José/Séculos de Teresina, na quinta-feira, 16, e 23 a 5, contra o Marista, também da capital, nesta sexta, 17.
Os rapazes não conseguiram repetir o mesmo desempenho das garotas e acabaram perdendo as duas primeiras partidas, primeiro contra o GHC, time derivado do Caic Balduíno, por 27 a 12, e contra o RHC por 32 a 8. Mesmo com uma diferença entre os sexos, o técnico dos dois times, Paulo Antonio da Silva, diz que a Olimpiauí pode causar uma mudança decisiva na vida do esporte na cidade de seis mil habitantes.
“O handebol é discriminado. Você sabe como é, cidade pequena... se os meninos jogam, dizem que handebol não é esporte de homem, que é futebol. E dizem que as meninas também não devem jogar porque são mulheres. É complicado. Mas viemos aqui pra mostrar que podemos jogar de igual pra igual”, afirma.
Um dos destaques entre os atletas é a jovem Elaine da Silva Sousa, de 14 anos, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental. Ela fez 21 gols nas duas partidas e também quer mostrar a força das camaleoas. “Muitas pessoas não acreditaram na gente. Algumas diziam para a gente parar e outras disseram que a gente só vinha pra cá pra levar taca. Estamos mostrando que não é assim”, declarou.
Devido a distância, tanto os Camaleões quanto as Camaleoas do Semiárido acabam jogando apenas com times da região de cidades como Marcolândia e até Araripina (PE). “Nós viemos pra cá pra ganhar e vamos fazer o nosso máximo”, completa a jovem Natália Mical, de 16 anos.
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