Luiz Felipe Scolari já procura jogadores mais experientes para formar a seleção brasileira. O primeiro a receber um telefonema do treinador foi Kaká. O próximo deve ser Ronaldinho Gaúcho. Felipão vai adotar o mesmo método de avaliação dos jogadores usados na composição da seleção na Copa do Mundo de 2002, quando teve conversas reservadas com os atletas e ouviu muitos treinadores de clubes europeus que tinham brasileiros selecionáveis em seus times.
Na conversa informal com Kaká, segundo interlocutores próximos ao meia do Real Madrid, Felipão teria manifestado sua intenção de contar com jogadores com bagagem de Copa no seu grupo. O treinador entende que jovens como Neymar, Oscar e Lucas, apesar de talentosos, não têm peso para carregar a seleção nas costas.
Com Ronaldinho Gaúcho, Felipão deve ter um encontro pessoal, da mesma forma como agiu com Figo quando dirigia Portugal em 2004. O craque estava disposto a não jogar mais pela seleção portuguesa nas Eliminatórias da Copa de 2006 e, se fosse o caso, só voltaria a jogar no Mundial. Felipão teve uma conversa reservada com Figo e o convenceu de que para disputar a Copa na Alemanha teria de jogar antes as eliminatórias. O craque cedeu e foi até o fim com Portugal em 2006.
Essa história tende a se repetir com Ronaldinho. Felipão quer o gaúcho no seu grupo. Conta até com a ajuda do presidente da CBF, José Maria Marin, para sentir do craque seu desejo de encarar a seleção como uma das principais lideranças do grupo.
Na festa do "Craque do Brasileirão", promovida pela CBF, no dia 3, em São Paulo, Marin conversou com Ronaldinho Gaúcho sobre o tema. E o jogador se colocou à disposição do novo treinador da seleção.
"Estive com Fred, Ronaldinho e Neymar e disse a eles que assumo total e exclusiva responsabilidade pelas vindas de Felipão e Parreira e que eu, Marin, não convoco nenhum jogador", disse o presidente da CBF em entrevista ao jornal O Globo.
Amanhã, no Pacaembu, no jogo de despedida do goleiro Marcos, Felipão, um dos convidados do evento, vai se encontrar com Ronaldinho pela primeira vez desde que reassumiu o comando da seleção brasileira.
O coordenador técnico, Carlos Alberto Parreira, também comunga da mesma ideia de apostar em jogadores experientes, que tenham bagagem de Copa do Mundo.
Fred tem esse perfil. Parreira convocou o atacante para a reserva de Ronaldo no Mundial de 2006. Artilheiro e um dos grandes nomes do Brasileirão de 2012, Fred, com respaldo de Parreira, é forte candidato a vestir a camisa 9.
Comissão técnica. Ainda nesta semana, Felipão vai se reunir com Parreira para fechar a comissão técnica e definir os próximos passos da seleção que deve ser convocada em meados de janeiro para o amistoso contra a Inglaterra, dia 6 de fevereiro, em Londres - os ingressos estão à venda no site da Federação Inglesa (ticketing.thefa.com).
Há 35 anos, centenas de jornalistas esportivos de todo o Brasil são convocados para eleger a nata do futebol brasileiro da temporada, craque e time, jogador revelação, seleção ideal e também os principais fatos do futebol e do esporte.
A pesquisa Melhores do Estado de S. Paulo começou em 1978, com a eleição dos melhores jogadores, técnico e árbitro do futebol do Campeonato Paulista. E, a partir do ano seguinte, se estendeu para outros fatos esportivos do País e do mundo e personalidade do ano. Telê Santana, o treinador mais votado com seis indicações, revelou em 1981 que só aceitou a ser técnico da seleção brasileira após ser consagrado com os votos da Pesquisa do Estado.
CONFIRA OS MELHORES DE 2012
SELEÇÃO DO ANO
Na corrida pelo título brasileiro, o Fluminense levou a melhor sobre o Atlético-MG, mas na Pesquisa Estadão o time mineiro superou os campeões nacionais e colocou quatro jogadores na seleção do ano, contra três do clube tricolor do Rio de Janeiro.
Recuperado de uma passagem frustrante pelo Flamengo, Ronaldinho Gaúcho fez um Brasileirão brilhante pelo Atlético e ganhou um lugar na seleção. Os outros três jogadores da equipe mineira são de defesa: o lateral-direito Marcos Rocha e os zagueiros Leonardo Silva e Réver.
O goleiro Diego Cavalieri, o artilheiro Fred e o lateral-esquerdo Carlinhos são os representantes do Fluminense na seleção, que tem ainda a consistência dos volantes corintianos Ralf e Paulinho e o talento explosivo de Neymar e Lucas.
1. Diego Cavalieri (Fluminense) – 84%
2. Marcos Rocha (Atlético Mineiro) – 55%
3. Rever (Atlético Mineiro) – 68%
4. Leonardo Silva (Atlético Mineiro) – 37%
5. Ralf (Corinthians) – 44%
6. Carlinhos (Fluminense) – 47%
7. Lucas (São Paulo) – 51%
8. Paulinho (Corinthians) – 90%
9. Fred (Fluminense) – 90%
10. Ronaldinho Gaúcho (Atlético Mineiro) – 75%
11. Neymar (Santos) – 85%
MELHOR TÉCNICO
Tite - 55% dos votos
Quando Tite foi contratado pelo Corinthians, no segundo semestre de 2010, muitos torcedores alvinegros torceram o nariz. Alguns meses depois, o time foi eliminado na pré-Libertadores pelo Tolima e o que era desconfiança virou ódio mesmo. Mas a diretoria decidiu mantê-lo e não se arrependeu. O gaúcho foi campeão brasileiro no ano passado e neste ano obteve algo que muitos antes haviam tentado, mas ninguém jamais havia conseguido: conduzir o clube ao título da Libertadores da América.
A realização do sonho de todo corintiano transformou Tite em um dos mais importantes treinadores da história do clube – talvez o mais importante, ao lado de Oswaldo Brandão. E fez dele um ídolo indiscutível da Fiel.
MELHOR JOGADOR
Neymar - 68% dos votos
O único título conquistado por Neymar em 2012 foi o Campeonato Paulista. Na Libertadores ele caiu na semifinal, no Brasileiro nem chegou perto de lutar pelo título e nos Jogos Olímpicos de Londres sentiu o amargo gosto do vice-campeonato. Ainda assim, o craque do Santos foi eleito o melhor jogador do ano pela Pesquisa Estadão. Injustiça? De jeito nenhum.
Neymar não precisa ganhar títulos para encantar o público e a crítica. Em 2012, ele mostrou como é vasto o seu repertório de truques, com dribles espetaculares e gols de placa como aquele que concorre ao prêmio da Fifa de mais bonito do ano. Com ou sem taça na mão, não há como negar: Neymar está muito à frente da concorrência no Brasil.
MELHOR TIME
Corinthians - 57% dos votos
Seja qual for o resultado do Mundial de Clubes, o ano de 2o12 já está marcado como um dos melhores da história do Corinthians. O motivo é óbvio: a conquista da Libertadores da América, que finalmente libertou os alvinegros das tradicionais provocações dos rivais.
A marca registrada do time é o aguçado espírito coletivo, que faz do Corinthians uma equipe muito difícil de ser derrotada. Há jogadores de altíssimo nível, como o volante Paulinho, que se firmou na seleção brasileira, mas ninguém tenta ser o centro das atenções. Foi assim que o time ganhou a Libertadores, e só não lutou pelo bicampeonato brasileiro porque a conquista da América o fez perder a concentração no torneio nacional.
REVELAÇÃO
Bernard - 77% dos votos
Bernard foi uma unanimidade. Os dribles, a criatividade, o dinamismo pelos lados do campo e os 11 gols que anotou no Brasileiro – aquele feito por cobertura na goleada sobre o Sport por 4 a 1, na Ilha do Retiro, está entre os mais bonitos do torneio – fizeram com que tivesse um primeiro turno brilhante. Mesmo com Ronaldinho Gaúcho ao seu lado, foi protagonista na conquista do título simbólico do primeiro turno, com 75% de aproveitamento, o melhor índice da história dos pontos corridos.
No segundo turno, caiu junto com a equipe, mas mesmo assim conseguiu ajudar o Atlético a ser vice-campeão. Os clubes europeus já estão de olho nele e a revelação deve ser negociada logo após a Libertadores de 2013.
MELHOR ÁRBITRO
Leandro Pedro Vuaden - 19% dos votos
Leandro Pedro Vuaden se reinventou em 2012. Depois de chamar a atenção nas temporadas anteriores pelo estilo de deixar o jogo seguir e marcar apenas as faltas absolutamente necessárias, o gaúcho passou a soprar o apito com mais frequência. No segundo jogo das semifinais da Libertadores da América entre Santos e Corinthians, por exemplo, apitou 50 faltas, mais de uma a cada dois minutos. Apesar de ter mudado o estilo – sua média agora é de 38 faltas por jogo –, permanece seguro e eficaz.
Com 19 jogos, tornou-se o segundo árbitro que mais apitou no Brasileiro. Foi chamado para apitar o maior clássico das Eliminatórias sul-americanas (Argentina x Uruguai), conquistando prestígio internacional.
DESTAQUE MASCULINO
Arthur Zanetti - 57 % dos votos
Esperava-se muito de Diego Hypólito nos Jogos Olímpicos de Londres, mas quem brilhou foi um outro integrante da equipe brasileira de ginástica. O discreto Arthur Zanetti surpreendeu o mundo ao conquistar a medalha de ouro nas argolas – e entrou para a história como o dono do primeiro título olímpico do Brasil na modalidade.
Nascido em São Caetano do Sul, o ginasta de 22 anos deixou a condição de atleta pouco conhecido do público brasileiro para se tornar uma estrela do esporte nacional. E agora ele terá quatro anos para se preparar para um desafio gigantesco: defender seu título olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro, em que a pressão sobre seus ombros certamente será muito grande.
DESTAQUE FEMININO
Sarah Menezes - 57% dos votos
Se Arthur Zanetti fez história ao se tornar o primeiro ginasta brasileiro a ganhar a medalha de ouro em uma Olimpíada, Sarah Menezes não ficou atrás. Em Londres, a piauiense foi a responsável pelo primeiro título olímpico do judô feminino brasileiro.
Os Jogos de Londres foram a segunda aventura olímpica de Sarah, que tem no currículo o bicampeonato mundial na categoria juvenil. Em 2008, com apenas 18 anos, ela sentiu a falta de experiência e foi eliminada logo em sua primeira luta nos Jogos de Pequim. Quatro anos depois, no entanto, a história foi bem diferente. A judoca mostrou que já tinha bagagem suficiente para voar alto e, sem medo de nenhuma adversária, conquistou a medalha de ouro.
Depois de conquistar a Copa Paulista com o Noroeste, de Bauru (SP), o zagueiro piauiense Hélio foi "promovido" para a primeira divisão do Campeonato Paulista. O jogador fechou nesta semana com a União Agrícola Barbarense e irá disputar um dos principais torneios estaduais do País. A estreia será dia 19 de janeiro diante do XV de Piracicaba, em Santa Bárbara D'Oeste.
A nova casa diminuiu em mais de 200 quilômetros a distância de Hélio para a capital de São Paulo. Na prática, disputar a Série A1 do Paulistão também pode significar a oportunidade de ser visto e pretendido por clubes de maior porte, encurtando o caminho para Palmeiras, Corinthians, São Paulo.
O meia oeirense Luís Augusto, 29 anos, é o mais novo contratado do Brasiliense. O reforço fez parte do elenco do Santos no título brasileiro de 2004. Foi indicado pelo técnico Márcio Fernandes, com quem já trabalhou por duas vezes: na categoria de base santista, em 2003, e no Comercial-SP, na elite estadual deste ano. A contratação foi anunciada na última quarta-feira, 05.
Apelidado de Baiano no começo de carreira, Luís Augusto também passou por Paysandu e Bragantino-SP, além de três temporadas no futebol japonês: 2006 no Yokohama FC, 2007 no Oito Trinita e 2008 no Albirex Niigata. Disputou a Série C deste ano pelo Guarany de Sobral-CE, no Grupo A.
Em meio à segunda semana de pré-temporada dos companheiros, Luís Augusto fez um trabalho físico à parte, enquanto os demais jogadores de linha treinaram posse de bola em campo reduzido. O meia acertou contrato até 10 de dezembro de 2013. "Para mim foi maravilhoso porque é um time grande que não merece estar onde está (Série C)", comemora o jogador oeirense.
Luís Augusto revela ter recebido excelentes referências para acertar com o Jacaré. "Tenho muitos amigos que passaram pelo Brasiliense, até um cunhado meu já jogou aqui, o Marciano", conta o meia, em alusão ao atacante que esteve no clube amarelo em 2007.