A greve dos professores das universidades federais já dura 72 dias e aumenta a probabilidade de que o calendário letivo de 2012 tenha que ser estendido até o início de 2013. Na maioria das 57 instituições, a paralisação teve início antes do encerramento do primeiro semestre. Com isso, quando a greve terminar, será necessário concluir as atividades para só então dar início ao segundo semestre de 2012.
O reitor da UnB (Universidade de Brasília), José Geraldo, explica que, quando a greve for encerrada, o calendário deverá ser reorganizado.
— O semestre letivo não coincide com o ano fiscal. É provável que a gente entre [com as atividades letivas] em 2013 com a reposição. Mas já vivemos experiências de outras greves em que foi possível organizar isso de modo qualificado.
Reitores de instituições das cinco regiões do País descartam a possibilidade de cancelar o semestre e apostam na reposição. Na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), os professores encerraram as atividades antes da paralisação, mas o semestre não foi oficialmente finalizado porque a maioria não lançou as notas no sistema. Como as aulas foram concluídas, o reitor Carlos Alexandre Netto acha que não será necessário comprometer as férias de janeiro com a reposição – isso se a greve não se prolongar por muito tempo.
Além dos professores, os técnicos administrativos das universidades federais estão em greve desde 11 de junho. Em algumas universidades, a paralisação dos servidores também atrapalha o calendário, já que serviços como o lançamento de notas e matrículas podem ficar comprometidos. O governo espera resolver a situação com os professores para depois iniciar a negociação com os técnicos.
O reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho, diz que a paralisação dos técnicos administrativos também é decisiva no calendário de aulas.
— Assim que os professores retornarem, nós vamos tentar corrigir o calendário. Mas, se não for resolvida a questão dos técnicos, nós não temos como começar o semestre seguinte. Nossa expectativa é que haja logo uma negociação também com essa categoria.
Atéa próxima segunda-feira (30), professores se reunirão em assembleias para deliberar sobre o fim da greve. Na última quinta-feira (26), docentes de pelo menos 11 universidades federais já rejeitaram a proposta apresentada pelo governo na terça-feira (24) e mantiveram a paralisação. São elas as universidades federais: UFRJ (do Rio de Janeiro), de UFSM (de Santa Maria) , UFPE (de Pernambuco), UFRPE (Rural de Pernambuco), do Ufes (Espírito Santo), de UFU (Uberlândia), UnB (de Brasília), UFPB (da Paraíba), UFBA (da Bahia), UFG (de Goiás), UFPel (de Pelotas) e UFRRJ (Rural do Rio de Janeiro).
Na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), os docentes aceitaram a proposta do governo, mas o fim da paralisação ainda depende da aprovação em um plebiscito.
Agência Brasil