vacinalemanhaO Instituto Paul Ehrlich (PEI), reconhecido na produção de vacinas e medicamentos, anunciou nesta quarta-feira (22) o primeiro estudo clínico na Alemanha para uma vacina contra a covid-19 em um grupo reduzido de voluntários saudáveis.

Segundo o comunicado do instituto, se trata de uma vacina RNA, elaborada pela empresa de biotecnologia BioNTech, e que contém informações genéticas para a construção da chamada proteína de espiga do CoV-2 em forma de ácido ribonucleico.

A primeira fase do estudo clínico testará respectivamente 200 voluntários, que não têm a doença, em idades entre 18 e 55 anos e com algumas variantes da vacina levemente modificada.

Depois de um período de espera para a observação dos vacinados, começará a a segunda fase do estudo clínico, que vacinará mais voluntários com as mesmas idades.

A segunda fase prevê a inclusão de voluntários com risco elevado de infecção e que podem desenvolver complicações em caso de contágio, para o qual, mais dados do estudo devem ser apresentados antes de iniciar a vacinação.

"O estudo de possíveis vacinas em pessoas é um importante passo no caminho para a produção de vacinas seguras e efetivas contra a covid-19 para a população tanto da Alemanha como no exterior", declarou por meio de nota o PEI.

O objetivo de parte do estudo clínico autorizado agora pelo PEI é provar diferentes variantes possíveis de vacinas baseadas no ácido ribonucleico e determinar sua tolerância e capacidade de criar uma resposta imunológica ao Sars-CoV-2 e, depois, também o impacto de uma segunda vacina.

A aprovação do estudo "é o resultado de uma meticulosa avalição dos riscos e benefícios de uma potencial vacina", assegurou o PEI.

"Disponibilizar vacinas seguras e eficazes mediante autorização prévia é um objetivo central do combate ao novo SARS-CoV-2 ", enfatizou o instituto.

Se trata da quarta autorização em todo o mundo para o estudo com pessoas para testar possíveis vacinas contra a covid-19.

"Em vista das sérias conseqüências da pandemia, é um passo importante desenvolver o mais rápido possível uma vacina eficaz e segura contra o COVID-19 na Alemanha para torná-lo disponível em todo o mundo", destacou o PEI.

 

EFE

Foto: Reprodução/Universidade de Pittsburgh

celulascovidCientistas da Duke-NUS Medical School (Duke-NUS), faculdade de medicina de Cingapura, exploram a possibilidade de usar células imunes do próprio organismo para combater doenças infecciosas como a covid-19. Essa técnica, chamada de imunoterapia, já é usada no tratamento de diferentes tipos de câncer e de outros doenças infecciosas, como a hepatite B.

As informações foram publicadas na revista acadêmica Journal of Experimental Medicine nesta terça-feira (21).

A terapia envolve a extração de células imunes - chamadas linfócitos T - da corrente sanguínea de um paciente e o mecanismo de ação de um dos dois tipos de receptores para eles: receptores quiméricos de antígeno (CAR) ou receptores de células T (TCR).

Esses receptores permitem que os linfócitos T manipulados por cientistas reconheçam células cancerígenas ou infectadas por vírus. Os TCRs são naturalmente encontrados nas superfícies dos linfócitos T, enquanto os CARs são receptores artificiais de células T produzidos em laboratório.

"Esta terapia é classicamente usada no tratamento do câncer, onde os linfócitos dos pacientes são redirecionados para encontrar e matar as células cancerígenas. No entanto, seu potencial contra doenças infecciosas e vírus específicos não foi explorado", afirma Anthony Tanoto Tan, pesquisador sênior da Duke- Programa de Doenças Infecciosas Emergentes (EID) da NUS.

"Algumas infecções, como [as causadas pelos vírus] HIV e HBV [da hepatite B],  também podem ser um alvo perfeito para essa terapia, especialmente se os linfócitos forem projetados de maneira a ficarem ativos por um período limitado de tempo, pois isso diminui os possíveis efeitos colaterais", acrescenta.

Esse tipo de imunoterapia requer pessoal e equipamento especializados e precisa ser administrado indefinidamente. Isso o torna inviável em termos de despesas para o tratamento da maioria dos tipos de infecções virais.

No entanto, no caso de infecções por HBV, por exemplo, os tratamentos antivirais atuais apenas suprimem a replicação viral e curam menos de 5% dos pacientes. Tratar essas pessoas com uma combinação de anti-virais e células T CAR / TCR pode ser uma opção viável.

"Demonstramos que as células T podem ser redirecionadas para atingir o coronavírus responsável pela SARS. Nossa equipe agora começou a explorar o potencial da imunoterapia com células T CAR / TCR para controlar o vírus causador da covid-19,  o SARS-CoV-2, e proteger pacientes que tenham sintomas ", disse o professor Antonio Bertoletti, do programa EID da Duke-NUS.

 

R7

Foto: NIAID

De acordo com os dados da SESAPI na noite desta segunda-feira, 20, foram confirmados mais 27 casos da doença, sendo registrados casos novos nos municípios de Betânia do Piauí, Colônia do Gurguéia, Itaueira e Miguel Alves.

Mais uma morte por Covid-19 foi confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde (SESAPI ) no Piauí. Um homem de 98 anos, de Teresina. Ele não tinha histórico de doenças crônicas.

Com isso, 28 municípios do Piauí passam a ter casos confirmados de Covid-19. Dos novos casos positivos, são 14 mulheres e 13 homens, com idades que variam de 17 a 95 anos.

O total de casos confirmados no Piauí até agora é de 185.

A SESAPI informou ainda que o número de pacientes internados é de 101, sendo que 65 estão em leitos clínicos, 35 em UTI e um em leito de estabilização. O total de altas é de 78.

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Com iformações 180graus

omsO diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou nesta segunda-feira (20) que o relaxamento de medidas de isolamento social ou quarentena não significa o fim da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

"Queremos reforçar que relaxar restrições não é o fim da epidemia em país nenhum. Acabar com a epidemia vai requerer um esforço contínuo por parte de indivíduos, comunidades e governos para continuar a suprimir e controlar o vírus", disse Tedros.
Tedros também falou do uso de testes rápidos, que detectam os anticorpos para o novo coronavírus, para determinar quem já foi infectado e tem imunidade à doença. Alguns países planejam usá-los – ou já começaram, como a Alemanha – para estudar formas de suspender medidas de quarentena ou distanciamento social.

"Nós damos as boas vindas ao desenvolvimento acelerado e à validação de testes para detectar anticorpos para a Covid-19 – nos ajudando a entender a extensão da infecção na população", disse Tedros.

"Dados iniciais de alguns desses estudos sugerem que uma percentagem relativamente pequena da população pode ter sido infectada, mesmo em regiões muito atingidas. Apesar de testes de anticorpos serem importantes para saber quem foi infectado, testes que acham o vírus são uma ferramenta fundamental para achar casos ativamente, diagnóstico, isolamento e tratamento", afirmou Tedros.

Os testes do tipo PCR ou moleculares são os testes que "acham o vírus", e são úteis principalmente nos primeiros dias da infecção. Já os de anticorpos podem ser usados a partir do sétimo dia, porque detectam se o corpo da pessoa já consegue se defender do vírus. (Entenda mais sobre isso).

 "Uma das prioridades da OMS é trabalhar com parceiros para aumentar a produção e distribuição igualitária de diagnósticos para países que mais precisam deles", declarou Tedros.

 

G1

Foto: Reprodução/Twitter WHO