A farmacêutica britânica AstraZeneca vai iniciar ensaios clínicos combinando sua vacina contra a covid-19 com o imunizante russo Sputnik V até o final do ano, disse o chefe do fundo soberano russo nesta sexta-feira (11).
Kirill Dmitriev disse em comunicado que a Rússia está determinada a iniciar a produção de uma nova vacina combinada com a AstraZeneca uma vez que ela tiver sua eficácia comprovada.
A AstraZeneca anunciou mais cedo que vai investigar a combinação de sua própria vacina com a Sputnik V, uma medida que cientistas russos acreditam que pode impulsionar significativamente sua eficácia.
Dmitriev disse que a cooperação de cientistas de países diferentes será decisiva para derrotar a pandemia.
O Instituto Butantan já deu início à produção da CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus (covid-19), ainda em fase de testes, produzida pelo instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Segundo o governador de São Paulo, João Doria, a produção da vacina foi iniciada ontem (9).
A produção será feita em turno sucessivo, 24 horas por dia, sete dias por semana, informou o governador. A intenção do governo de São Paulo é alcançar a capacidade máxima de até um milhão de doses fabricadas por dia. Até outubro, a unidade funcionava de segunda-feira a sexta-feira, em dois turnos.
A capacidade de envase diário planejado para a vacina no Butantan é entre 600 mil a um milhão de doses. O primeiro lote terá aproximadamente 300 mil doses. Até janeiro, o governo paulista prevê que 40 milhões de doses da vacina serão produzidas.
A fábrica do Butantan ocupa área produtiva de 1.880 metros quadrados e conta atualmente com 245 profissionais. Segundo o governo paulista, mais 120 funcionários serão contratados para reforçar a produção da vacina contra o coronavírus.
A vacina
O governo paulista, por meio do Instituto Butantan, tem uma parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac para a vacina CoronaVac. Por meio desse acordo, o governo paulista já vem recebendo doses da vacina. O acordo também prevê transferência de tecnologia para o Butantan.
Estudos de fases 1 e 2 da vacina, realizados na China, já demonstraram que ela é segura, ou seja, que não provoca efeitos colaterais graves. Também estudo feito com voluntários no Brasil comprovou que a vacina é segura.
A vacina, no entanto, ainda está passando por uma terceira e última fase de testes, que vai revelar se é eficaz, ou seja, se de fato protege contra o novo coronavírus. Esses testes já vêm sendo desenvolvidos no Brasil desde julho deste ano e, para que seus primeiros resultados sejam divulgados, foi necessário que um mínimo de 61 participantes voluntários do teste fossem contaminados pelo novo coronavírus. Isso porque metade dos voluntários recebeu placebo e, a outra metade, a vacina. Para saber se a vacina é eficaz, espera-se que a maior parte dos infectados pelo vírus estejam entre as pessoas que receberam o placebo.
Esse número mínimo de voluntários contaminados nos testes foi atingido em novembro e permitiu o início da análise da eficácia da vacina. O resultado foi encaminhado para um comitê internacional independente, e a expectativa do governo paulista é que seu resultado seja divulgado ao público já na próxima semana.
Se essa análise constatar que a vacina é, de fato, eficaz, o governo paulista deverá solicitar a aprovação e registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que então permitirá o uso em solo brasileiro.
O governo de São Paulo já recebeu da Sinovac 120 mil doses prontas para uso da vacina e um milhão de doses que serão envasadas pelo Instituto Butantan. Pelo termo de compromisso assinado no final de setembro com a Sinovac, o Butantan vai receber 46 milhões de doses da CoronaVac, sendo que 6 milhões de doses já chegarão prontas.
O governador de São Paulo, João Doria, disse que 11 estados e 912 municípios já manifestaram interesse em adquirir doses da vacina.
Além de incomodar e de trazer constrangimento a quem tem, o ronco costuma estar associado a questões de saúde respiratória e cardiovascular. Estima-se que um em cada três adultos sofra com esse problema.Entre os fatores que levam à apneia estão a obesidade, amídalas e adenoide aumentadas e alterações craniofaciais.
A apneia obstrutiva do sono, chamada pelo nome genérico de ronco, tem como característica paradas respiratórias recorrentes enquanto o indivíduo dorme. Como resultado, há um som produzido pela obstrução da passagem do ar. Em casos leves, as pessoas nem percebem que foram acometidas pelo ronco durante a noite.
O ronco e a saúde Esse processo da obstrução respiratória e do som produzido por ele, quando recorrente, mostrou associação à sonolência excessiva diurna.
De acordo com artigo publicado na revista “Cefac”, da Associação Brasileira de Motricidade Orofacial (Abramo), a sonolência pode produzir deficit de atenção, concentração e memória, aumentando, entre outras coisas, o risco de acidentes ao dirigir veículos.
Segundo o InCor, hospital público universitário especializado em cardiologia, pneumologia e cirurgias cardíaca e torácica, a apneia do sono também tem relação com doenças cardíacas.
Coração O InCor enumera três mecanismos pelos quais a apneia do sono pode causar doença cardiovascular.
As variações de oxigênio (hipoxia intermitente) contribuem para a chamada hipertensão arterial sistêmica e para aumentar o risco de AVC (acidente vascular cerebral).
A fragmentação do sono profundo, provocada pelas inúmeras vezes que o “roncador” desperta durante a noite, acarreta mudanças metabólicas que, em alguns casos, é capaz de fazer com que o corpo fique mais resistente à insulina.
Quando o indivíduo está com a garganta temporariamente obstruída, a pressão intratorácica dificulta a saída do sangue e produz estresse mecânico do coração. No InCor, 77% dos pacientes com hipertensão resistente tinham apneia obstrutiva do sono.
Como os fatores que produzem o ronco são variados, apenas um profissional de saúde pode avaliar e indicar o tratamento adequado a cada caso. Aparelhos, plantas ou remédios “milagrosos” vistos em anúncios de internet podem comprometer ainda mais a saúde de quem sofre por causa da apneia.
Uma declaração da vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova de que seria preciso permanecer 42 dias sem ingerir bebidas alcoólicas após a vacinação contra a covid-19, para que não haja interferência na formação da resposta imune, causou polêmica.
Alexander Gintsburg, diretor do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, em Moscou, que produz a Sputinik V, explica que não se proibe a ingestão de álcool, apenas se sugere o consumo moderado.
"Obviamente, não há proibição total do álcool durante todo o curso da vacinação. Falamos em moderação razoável no consumo até que o corpo tenha formado sua resposta imunológica à infecção por coronavírus. Isso se aplica não apenas à Sputnik V, mas a qualquer outra vacina", explica. Ele ressalta que o consumo excessivo de álcool pode reduzir significativamente a imunidade, tornando a vacinação menos eficaz ou "totalmente inútil".
"Da mesma forma, durante os 42 dias em que a imunidade ao coronavírus está sendo formada, não é recomendado o uso de imunossupressores. Todas essas são apenas recomendações padrão durante a vacinação para atingir sua eficácia máxima. No entanto, os médicos recomendam não beber álcool por três dias após cada injeção", acrescenta.
A infectologista Lina Paola Rodrigues, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que bebidas alcóolicas em grandes quantidades interferem na formação da imunidade, assim como na recuperação de doenças infecciosas e eficácia de antibióticos. "Interfere no funcionamento metabólico de forma geral", afirma.
"A primeira dose da vacina vai criar a chamada resposta imunológica primária; 21 dias depois, quando receber a segunda dose, será formada a resposta imunológica secundária, que é uma memória de proteção. Por isso que são 42 dias", esclarece.
Isso não quer dizer que não seja permitido tomar uma taça de vinho ou um copo de cerveja, conforme exemplifica a infectologista. "Não são recomendadas doses elevadas de álcool. Após tomar a vacina, não é o momento de extrapolar na bebida, pois o organismo está fazendo um trabalho extenuante para montar uma resposta imunológica", orienta.
"Até é possível que o corpo gere uma resposta imunológica, mas ela não será tão boa. Por exemplo, se o esperado pela vacina é uma resposta imunológica de 90%, talvez se alcance 60%", finaliza.