Uma autoridade da OMS (Organização Mundial de Saúde) disse que somente medidas de saúde pública, não vacinas, podem evitar um novo aumento de casos de covid-19, no momento em que as vacinas começam a ser aplicadas no Reino Unido.

"Vacinas são uma ferramenta fantástica, elas serão muito úteis, mas o efeito de a vacina fornecer algum tipo de barreira imune ainda está muito distante", disse a Dra. Margaret Harris, em resposta a uma pergunta durante entrevista coletiva em Genebra sobre se as vacinas evitarão uma terceira onda da doença na Europa.


"As coisas que precisam ser feitas para evitar um aumento, um repique, um crescimento, ou como quer que você queira chamar, são as medidas de saúde pública", acrescentou ela.

 

Reuters

vacnaOs primeiros vacinados contra a covid-19 no Reino Unido a partir desta terça-feira (8) ainda terão que esperar algumas semanas até que possam se dizer protegidos.

Isto porque a vacina utilizada pelo governo britânico, da Pfizer/BioNTech, requer duas doses para atingir o nível de anticorpos desejável.
Mesmo assim, pode ser comparada a outras vacinas tradicionais, em que o nível ideal de defesa do corpo é atingido 28 dias após a primeira dose.

Entretanto, cerca de uma semana após a primeira dose, o organismo já começa a produzir anticorpos neutralizantes contra o coronavírus, explica o investigador principal do estudo da vacina da Pfizer/BioNTech no Brasil, o médico Cristiano Zerbini, do Cepic (Centro Paulista de Investigação Clínica).

"A produção de anticorpos começa logo, mais ou menos uma semana [após a vacinação] você começa a fazer anticorpos. Na primeira, você faz IgM, que são a primeira resposta a uma infecção. Depois, lá pelo 21º dia, o IgM começa a cair, e aumenta o IgG, que são os anticorpos que a gente espera que fiquem por um longo prazo. [...] No caso da Pfizer, você tem um aumento exponencial [de anticorpos], porque toma a segunda vacina com 21 dias."

O pesquisador acrescenta que, se eventualmente, uma pessoa vacinada for exposta ao coronavírus causador da covid-19 (SARS-CoV-2) antes da segunda dose, a chance de desenvolver um quadro mais grave da doença é reduzida, já que ela desenvolveu um certo nível de defesa.

"Se você tomar a a primeira vacina e tiver contato com o vírus, estará pelo menos parcialmente protegido. Algumas pessoas já estarão [protegidas], mas varia bastante, inclusive de acordo com a idade."

A vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech, obteve autorização para uso emergencial no Reino Unido no último dia 2 — duas semanas após as fabricantes anunciarem que os estudos de fase 3, com mais de 43,5 mil voluntários, apontam 95% de eficácia do produto.

"Os anticorpos IgG neutralizantes, aqueles que a gente quer que sejam produzidos, quando se comparou quem tomou a vacina com quem teve a doença, os anticorpos de quem tomou a vacina atingiram mais ou menos 1,9 a 4,6 vezes o número de anticorpos do soros convalescentes [pacientes recuperados da covid-19]."

Zerbini diz que as conclusões serão publicadas nos próximos dias no NEJM (The New England Journal of Medicine), uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo.

"Os dados da fase 3 do estudo da Pfizer vão ser publicados logo em uma revista muito importante. Todo mundo vai ter chance de ver como a vacina se comportou. Vai ser o primeiro estudo de fase 3 de uma vacina contra covid publicado no mundo."


No Brasil, o Cepic coordena os estudos da fase 3, que envolvem cerca de 3.000 voluntários. Todos eles já receberam a segunda dose, sem que qualquer evento adverso grave tenha sido registrado.

Dor no local da injeção e fadiga estão entre os efeitos mais relatados, mas que desaparecem algumas horas depois, segundo o médico. Todos serão acompanhados pelo período de dois anos.

A publicação dos resultados da fase 3 de testes no NEJM também será mais um passo no processo de registro da vacina no Brasil, junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A empresa mantém o pedido de registro sanitário, que é um pouco mais demorado do que a autorização para uso emergencial, mas permite, uma vez aprovado, o uso em massa e comercialização do imunizante.

Vacinas que forem liberadas pela autorização de uso emergencial devem ser exclusivamente de uso do SUS (Sistema Único de Saúde), que determinará grupos específicos para receber as doses.


Diferente de outros países da América Latina — México, Panamá, Costa Rica, Equador, Peru e Chile —, o Brasil não fechou um acordo de compra da vacina da Pfizer/BioNTech.

O principal argumento alegado pelo Ministério da Saúde para deixar de fora o primeiro imunizante a ser aprovado para uso é a baixa temperatura de armazenamento: -75°C.

Entretanto, a Pfizer desenvolveu e fornece uma caixa especial, com gelo seco, capaz de manter 5.000 doses da vacina na temperatura ultrabaixa por até 15 dias.

"Quando chega no local da vacinação, a vacina pode ser retirada da caixa e colocada em um refrigerador normal entre 2°C e 8°C por até cinco dias. Dá para transportar para qualquer lugar do Brasil", observa Zerbini.

 

R7

Foto: Divulgação/BioNTech

 

vacinoxfordA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou nesta segunda-feira (7) que iniciou a inspeção na fábrica da AstraZeneca, fabricante da vacina de Oxford, que passa por testes no Brasil, na cidade de Wuxi, na China. 

A análise vai até sexta-feira (11). A agência já havia realizado inspeção na empresa Sinovac, que fabrica a CoronaVac. Assim como a vacina de Oxford, a CoronaVac também passa por testes no Brasil. Ambos os fabricantes já entraram com pedido de análise na Anvisa e a inspeção faz parte do processo para o possível registro da vacina.

A agência informa que no primeiro dia de inspeção, verificou o gerenciamento de risco, gerenciamento de cocumentos e plano mestre de validação, além de requisitos técnicos como Bancos Sementes e Celulares (partículas virais e células hospedeiras utilizadas na fabricação da vacina) e os locais de armazenamento dos produtos intermediários e do insumo ativo biológico exportado ao Brasil.

Os inspetores também verificaram os procedimentos da amostragem de matérias-primas, a qualidade do transporte, o sistema de numeração de lotes, tratamento do ar-condicionado e sistema de geração e distribuição de água para uso farmacêutico.

 

R7

Foto: Divulgação/Oxford University

 

musculosVocê sofre de problemas relacionados ao tecido magro? Em caso positivo, vai se interessar em saber que existem alimentos capazes de fortalecer músculos e tendões. Descubra quais são.


A dieta é a chave para melhorar o desempenho e a função muscular. Adaptando a dieta, é possível prevenir estados de atrofia dos tecidos e aumentar o rendimento esportivo. Por isso, a seguir vamos mostrar quais são os alimentos que fortalecem tendões e músculos, para que você possa incluí-los na sua rotina.

Lembre-se de que, praticando esportes ou não, é necessário garantir uma boa nutrição para diminuir o risco de patologias. Quando pensamos em doenças, tendemos a imaginar aquelas que têm um pior prognóstico, como câncer ou doenças cardiovasculares. No entanto, os distúrbios do tecido muscular afetam a qualidade de vida de forma muito negativa.

Alimentos que fortalecem tendões e músculos
Quando se trata de melhorar a saúde do tecido magro, existem dois nutrientes essenciais: proteína e vitamina C. A ingestão de proteínas é a chave para prevenir doenças como a sarcopenia, conforme afirma uma pesquisa publicada na revista Nutrition Research .

Por outro lado, a vitamina C tem demonstrado ser um fator indispensável para garantir a síntese endógena de colágeno. Essa proteína (a mais presente no corpo humano) é responsável por fornecer ao tecido suas propriedades elásticas.

Para fortalecer os músculos e os tendões, é necessário aumentar a produção de colágeno. Aqui estão os melhores alimentos para atender a essas demandas nutricionais.

 

Para fortalecer o tecido muscular, devemos incorporar nutrientes que estimulem a produção de colágeno à dieta.

Peixes oleosos
Os peixes oleosos são caracterizados por seu teor de proteínas de alto valor biológico e por possuírem gorduras saudáveis. Estas últimas também fortalecem os tendões e músculos, de acordo com um estudo publicado na revista Marine Drugs. É importante garantir um suprimento regular de ômega 3 para evitar doenças musculares associadas à idade.

Vale lembrar de que os peixes oleosos são aqueles que possuem um maior percentual de gordura em sua composição. Espécies como o salmão e o atum são grandes representantes desse grupo alimentar. É preciso incluí-los pelo menos 2 vezes por semana em um plano alimentar variado.

Para saber mais: Benefícios dos peixes oleosos e suas variedades

Carnes brancas
As carnes brancas são alimentos que fortalecem os tendões e músculos. Elas se destacam por seu teor de proteínas de qualidade. Esse nutriente contém uma porcentagem significativa de leucina, um aminoácido intimamente relacionado à construção de massa magra. A sua ingestão regular reduz o risco de atrofia muscular a longo prazo, de acordo com estudos recentes.

Inclusive, quando há problemas de lesões musculares, frequentemente se acrescenta à dieta um suplemento de leucina para melhorar a recuperação e aumentar a velocidade de cura. Existem até preparações de proteínas que contêm quantidades adicionais deste aminoácido. Entretanto, essas formas artificiais e comerciais devem ser usadas unicamente sob orientação profissional.
Não deixe de ler: Batidas de proteína: por que elas são benéficas?

Morangos
Já discutimos a importância da vitamina C para maximizar a síntese de colágeno. Os morangos são alimentos ricos nesse nutriente, portanto, fortalecem os tendões e músculos.

Essas frutas estão entre as que apresentam uma maior proporção da vitamina em sua composição, bem acima dos cítricos. Além disso, a manga e a goiaba também fornecem uma quantidade significativa deste micronutriente. A outra opção para garantir a ingestão é consumir vegetais como o brócolis ou o espinafre.

Ovos
Apesar da sua ingestão semanal ter sido limitada durante muitos anos devido a uma suposta relação com doenças cardiovasculares, hoje o valor dado aos ovos na dieta mudou consideravelmente. Este alimento não só não faz mal à saúde, mas também a melhora.

Além disso, seu teor de proteínas de alta qualidade é crucial quando o objetivo for o de fortalecer os tendões e músculos. Aumentar o consumo de ovos na dieta contribui para o ganho de massa muscular e para a redução do risco de lesões.
Existem alimentos que fortalecem os tendões e músculos

Como você pode ver, é possível fortalecer os tendões e músculos por meio da dieta. Existem alimentos que cumprem esta função quando são incorporados de forma equilibrada e adequada. A proteína e a vitamina C são nutrientes essenciais se o objetivo for garantir um tecido magro saudável e diminuir o risco de lesões.

Por outro lado, é necessário restringir o consumo de certos alimentos que podem causar o efeito contrário. Esses alimentos são, entre outros, gorduras trans, açúcares simples e alguns aditivos. Portanto, sempre se recomenda priorizar a ingestão de alimentos frescos em relação aos ultraprocessados, de menor qualidade nutricional.

De qualquer forma, se você tiver problemas com o tecido magro e quiser otimizar sua dieta para resolver ou melhorar esta situação, não hesite em consultar um especialista. Ele poderá preparar um cardápio adaptado às suas necessidades individuais, o que reduzirá o risco de erro.