Os responsáveis por um ensaio clínico da vacina anticovid CoronaVac, que está sendo feito na população do Chile e se apresenta no estágio final, recomendaram uma terceira dose do imunizante como reforço para proteger contra a variante Delta, mais contagiosa.
Os pesquisadores afirmaram, ainda, que um estudo in vitro para determinar a eficácia da CoronaVac contra a variante identificada originalmente na Índia, apontou que ela tem uma eficácia na neutralização contra a nova cepa quatro vezes menor.
Antes, um estudo conduzido por cientistas da China havia indicado que o efeito do imunizante era reduzido em um terço contra Delta.
Alexis Kalergis, diretor do Instituto do Milênio de Imunologia e Imunoterapia do Chile, que também realizou um ensaio clínico com 2.000 participantes, disse que menos 3% dos voluntários pegaram covid-19 seis meses após receber uma segunda dose da vacina.
No entanto, o estudo mostrou uma queda nos níveis de anticorpos protetores após seis meses e Kalergis disse que recomendou a aplicação de uma terceira "dose de reforço" para fornecer melhor proteção contra as mutações do vírus.
"A diminuição natural dos anticorpos após a vacinação destaca a necessidade de fortalecer a imunidade com doses de reforço para compensar e aumentar a neutralização do vírus", disse ele.
Na última quarta-feira, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou uma nota em que afirma não existir estudos conclusivos que apontem a necessidade de uma terceira dose ou dose de reforço dos imunizantes autorizados no Brasil.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, que produz a CoronaVac aqui, afirmou em 8 de julho, que os pesquisadores brasileiros estudam "a possibilidade de um reforço anual da vacina (que não deve ser confundido com uma terceira dose)" para ampliar a eficiência.
Por enquanto, a prioridade do PNI (Plano Nacional de Imunizações) é imunizar os brasileiros com 18 anos ou mais com o número de doses indicado nas bulas das vacinas. Duas doses da CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca; e um dose da Janssen.
Reuters com R7
Foto: SEDAT SUNA/EFE/EPA
A ONU alerta sobre o risco de uma "catástrofe absoluta" se o perigoso atraso na vacinação de crianças em decorrência da pandemia de Covid-19 não for resolvido e as restrições sanitárias forem suspensas muito rapidamente. Em 2020, em todo o mundo, 23 milhões de crianças não receberam as três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche, que servem como medida de referência, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (15) pela OMS e Unicef.
A Prefeitura de Divinópolis, a 120 km de Belo Horizonte, rebateu um vídeo publicado em redes sociais por um médico da cidade que questionava a eficácia da vacina CoronaVac.